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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ SARA PEREIRA DE MELO Turma 02 - Matutino ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA Dissertação Maringá 2020 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ SARA PEREIRA DE MELO Turma 02 - Matutino ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA Dissertação Trabalho de redação entregue à disciplina de Pesquisa Jurídica como requisito de avaliação para nota parcial referente ao 1° Bimestre da primeira série do curso de Direito da Universidade Estadual de Maringá Orientador: Professora Doutora Valéria Silva Galdino Cardin. Maringá 2020 O QUE É ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA É notável que raciocínios argumentativos são fundamentais no sistema jurídico, tendo em vista que é necessário condicionar a tese apresentada para demonstrar que ela é apoiada numa premissa verídica e coerente. Para isso se tem a argumentação jurídica. No Direito, é importante que cada passo dado seja justificado, de modo que tenha eficácia e opere da maneira desejada. A argumentação deve ser utilizada não somente pelo advogado para justificar a defesa ou motivo do pedido, mas também deve ser utilizada pelo juiz, que deve ter suas decisões devidamente apoiadas em fundamentos lógicos. A argumentação jurídica deve ser coerente, de maneira que não sejam levantadas dúvidas sobre a tese proposta. Clareza também é de suma importância para que a persuasão e confiança sejam criadas. TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA ● A CONTRÁRIO SENSU Significa argumento de interpretação inversa, ou seja, consiste em concluir uma proposição admissível, pela proposição que lhe é oposta. Tem como principal fundamento o princípio da legalidade, assim enunciado: “Ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Logo, tudo que a lei não proíbe, é permitido. Em termos singelos, afirma que, se a presença da hipótese X leva à consequência Y, então a ausência da hipótese X impede a consequência Y. ● A FORTIORI Significa “por causa de uma razão mais forte”. Indica que uma conclusão deverá ser necessariamente aceita, já que pela lógica ela é mais verdadeira que outra considerada como tal anteriormente. Se a solução X é adequada para o caso Y, a fortiori deve ser também adequada para o caso Z, que é uma forma mais grave (ou mais evidente, ou mais ampla, ou mais intensa, ou maior) de X. ● POR ANALOGIA Baseia-se no princípio de que a justiça deve tratar de maneira semelhante situações idênticas. Por exemplo, se o dono de um estabelecimento comercial é https://pt.wikipedia.org/wiki/Conclus%C3%A3o obrigado a pagar tributos para ter o direito de vender sua mercadoria, por analogia, um camelô também deveria pagar tributos sobre a mercadoria comercializada. ● AXIOLÓGICO Também chamado de “argumento de moralidade”, é um argumento que utiliza de noções de moral, pressupõe a existência de valores morais. Portanto, tratando-se de um argumento baseado em valores, possui uma força relativa. Por exemplo, homícidio é um ato criminoso, porém, se for decorrente de legítima defesa, deixa de ser considerado ilícito. ● ARGUMENTO DA FACILIDADE Está relacionado ao meio mais fácil para atingir os fins desejados. Esse argumento procura evidenciar que a solução defendida consiste na maneira mais rápida e simples de se resolver um problema. Grosso modo, reflete a “lei do menor esforço”. ● AB AUCTORITATE Também chamado de um apelo à autoridade, é uma forma de argumento em que o apoio de uma autoridade reivindicada é usado como evidência para a conclusão de um argumento. É bem conhecido como uma falácia, embora seja usado de forma convincente quando todos os lados de uma discussão concordam sobre a fiabilidade da autoridade no contexto dado. ● PREMÊNCIA Procura demonstrar a argumentação a partir da urgência ou necessidade que a situação a ser defendida necessita. Por exemplo: O recorrente invoca a premência da assinatura do contrato. ● AB INUTILE SENSU EA RUBRICA São argumentos pouco utilizados pois são pouco fundamentados. Argumento ab inutile sensu consiste em dizer que as leis não devem ter palavras inúteis. E o https://pt.qwe.wiki/wiki/Argument argumento a rubrica, alega que devem ser considerados as emendas, livros seções e títulos da lei. ● TELEOLÓGICO É o argumento que se fundamenta na própria finalidade. Verifica-se se os objetivos estão sendo cumpridos ou desviados de sua finalidade.Como exemplo, utiliza-se as leis. As leis foram criadas para serem cumpridas, se as leis não estão sendo cumpridas, estão desviadas do seu objetivo e portanto não atingirão sua finalidade. ● A EXEMPLA O exemplo é um argumento, mas não uma prova: é um recurso para sustentar uma tese, especialmente na construção de uma generalização. Este argumento tem a função de complementar e engrandecer a tese. ● SISTEMÁTICO Este argumento parte da hipótese de que o Direito é ordenado, e que suas diversas normas formam um sistema, cujos elementos podem ser interpretados de acordo com o contexto em que estão inseridos. ● PRAGMÁTICO Com um intenso poder persuasivo, este argumento fundamenta-se em juízos de fatos, incontestáveis uma vez que verdadeiros. Por exemplo: Em pleno século XXI ainda existem pessoas que acreditam que algumas raças são inferiores a outras. Além de ser ridículo, esse tipo de conjectura fundamenta o preconceito inaceitável em qualquer circunstância. ● DE CAUSALIDADE Esse tipo de argumento analisa a causa, a origem, o precedente. Ao deparar-se com alguma situação fática que apresenta um problema, antes de avaliar o fato deve-se reportar a causa para então sanar o problema. Por exemplo, para argumentar contra a pena de morte, pode-se expressar que a causa essencial da criminalidade está na falta de oportunidades e que a maioria dos criminosos não encontram outras alternativas. O problema existe em razão de uma causa e ao sanar tal causa, sanar-se-á o problema. ● PSICOLÓGICO O argumento psicológico consiste na investigação da vontade do legislador em concreto, recorrendo-se ao exame dos trabalhos preparatórios à promulgação da lei. Tais investigações permitem precisar a razão da lei, reconstruindo a intenção do legislador, pensando nos problemas concretos que ele deveria resolver e em suas intenções. ● A COHERENTIA O argumento pretende demonstrar que, na existência de duas normas jurídicas que aparentemente regulam o mesmo, deve haver um diferencial que faça com que apenas uma delas incida sobre o caso concreto, o argumento tende a demonstrar que a norma jurídica que incide sobre o caso é aquela mais benéfica à parte cujo interesse se defende. ● AB ABSURDO Refuta uma asserção, mostrando-lhe a falta de cabimento ao contrariar a proposição. Por exemplo: como poderia a mulher ter alvejado o marido, se o laudo médico atesta que ela morreu minutos antes do esposo?. ● HISTÓRICO O argumento histórico baseia-se em fatos concernentes a determinada época, que culminaram em um determinado resultado, e poressa razão, deve (ou não) ser reproduzida a experiência anteriormente utilizada. Apresentar dados estatísticos é uma forma de utilizar o argumento histórico, sendo que admite ratificar através de fatos, a defesa ou o ataque a uma teoria. ● PREVENTIVO Esse argumento deve ser utilizado acompanhado de outro argumento. Ao se prevenir de algo, está-se criando uma situação que nem sempre corresponde à realidade futura. O modo de operar esse argumento segue a mesma linha do argumento de premência. ● DE MELHOR OPÇÃO Trata-se puramente de escolha. Escolher a melhor opção. Dentre as proposições apresentadas ao argumentador é a opção que evidencia causar menos prejuízos, ou que trará maiores benefícios. Analisa efeitos e resultados. Está diretamente ligado com o argumento pragmático ou com o teleológico no seu desfecho, ao analisar as consequências ou fins. ● REDUÇÃO AO RIDÍCULO O argumento se baseia na redução do argumento oposto ao rídiculo. é uma variante da redução ao absurdo. É um tipo de argumento lógico no qual alguém assume uma ou mais hipóteses e, a partir destas, deriva uma consequência absurda ou ridícula, e então conclui que a suposição original deve estar errada. https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gico REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SEVERO, F. G.; ÉLER, K.; CARNEIRO, M. F. Teoria e prática da argumentação jurídica: Lógica, Retórica. 2. ed. Curitiba: Juruá Editora, 2002.
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