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Semana 1 Comunicação e Conflitos

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Semana 1: Conteúdo Comunicação e conflitos
A comunicação é vista como um processo social, que cria vínculos e elos, sendo indispensável à sobrevivência do homem, à manutenção da saúde ou à mudança social.
O ser humano é eminentemente social e a história da comunicação é evolutiva, o ser humano vai criando novas linguagens que se vão se sobrepondo a outras já existentes, aumentando a capacidade de comunicação do homem.
Entre todos os sistemas de comunicação, o mais importante é a fala e a linguagem humana. O homem pode dar expressão a praticamente qualquer pensamento. A fala e a escrita não são nossos únicos sistemas de comunicação. Temos o hábito de gesticular com movimentos corporais, como pequenos movimentos das mãos, da face.
Comunicação significa compartilhar elementos de comportamento, modos de vida, pela existência de um conjunto de regras.
Há seis grandes formas de comunicação humana:
Intrapessoal: é a comunicação estabelecida por um indivíduo consigo mesmo.
Interpessoal: é a comunicação que se estabelece entre dois ou mais indivíduos ou pequenos grupos, no nosso dia-a-dia.
Grupal: é a comunicação entre grupos formais de média ou grande dimensão.
Organizacional: é a comunicação desenvolvida pelas organizações como as empresas.
Social: é aquela desenvolvida para grupos heterogêneos, é uma comunicação de massas, coletiva.
Extrapessoal: é a desenvolvida com animais com animais, com máquinas, como exemplo.
A comunicação pode acontecer de dois modos: direta (é a comunicação sem intermediação) ou mediada (há um indivíduo facilitando a comunicação).
A comunicação pode estar sujeita a ruídos, há barreiras que podem afetar as trocas comunicacionais. Por exemplo, há barreiras físicas, quando há um obstáculo entre os indivíduos no ato do diálogo, há outras barreiras como: culturais, pessoais, psicossociais.
Na comunicação fazer boas perguntas é fundamental para o mediador se conectar com o conflito, e em seguida o reconhecimento do problema, formulação da questão e escuta ativa.
Quando pensamos na palavra conflito, associamos esta expressão a discórdia, divergência, luta, guerra, discordância de ideias e opiniões.
O conflito tem sido objeto de estudo de muitas ciências do comportamento como a Sociologia, Psicologia, Administração, Ciências Políticas, entre outras.
O conflito pode ocorrer entre duas ou mais pessoas, ou grupos ou pode ser individual.
O conflito individual ou interno: são os conflitos pessoais ou psicológicos que ocasionam dificuldades de tomada de decisão.
O conflito externo ocorre entre indivíduos ou grupos. São os conflitos sociais.
Dois são os pressupostos básicos do conflito: o primeiro diz respeito aos interesses opostos; o segundo, diz respeito a competição.
Sob a ótica do antigo paradigma, o conflito é definido como divergência, com uma conotação negativa. Sob a ótica do novo paradigma, o conflito é visto como uma oportunidade de reconstruir as estórias e a mediação é a dos processos alternativos usados para tal fim.
Já na década de 20, Mary Parker Follet, introduziu o termo “conflito construtivo”. Ou seja, as divergências demonstram diferenças de opinião, as diferenças estão aí e não há como evita-las, e sim fazer o bom uso ao estimular os envolvidos a descobrir soluções inovadoras, meios criativos e eficazes para tal.
As características construtivas do conflito motivam os indivíduos ou grupos a procurar meios criativos e eficazes para realizar tarefas, também aumenta a coesão.
Em contrapartida, as características destrutivas do conflito geram sentimentos de hostilidade, na tentativa de ganhar a disputa prejudicando a cooperação e os relacionamentos entre os envolvidos.
O conflito é produto de fatores que abrangem dinâmicas sociais, econômicas, políticas, institucionais e de fatores inter-relacionados que refletem interesses, valores, objetivos e motivações opostas.
Destacam-se os tipos de comportamento mais comuns: contencioso, rendição, retirada ou afastamento, inação, resolução do problema.
Há duas modalidades de conflito: latentes e manifestos.
No conflito latente, existem as condições para o conflito, porém as partes não se dão conta delas. Os conflitos manifestos são os conflitos latentes que se transformam quando as partes se envolvem em ações hostis entre si.
Os conflitos que já se manifestaram de maneira violenta podem se converter de novo em conflitos latentes. As fases que integram o ciclo de um conflito são: escalada (início das hostilidades), polarização ( relação se deteriora e a comunicação acaba), ampliação e incitação (desejo de vingança), desescalada e retirada (quando ajudadas por um mediador, tomam medidas para interromper a rixa e resolver o conflito)
A mediação é uma intervenção que ajuda os envolvidos a lidar com os conflitos que vivenciam.
Percebe-se que nos conflitos destrutivos há uma tendência a se expandir e sofrer escaladas, gerando insatisfação em um modelo ganha-perde. Já nos conflitos construtivos, o resultado percebido pelos envolvidos é satisfatório, em uma relação ganha-ganha.
Em situações de conflito é comum que as partes estejam de tal forma envolvidas na questão, que suas habilidades de ouvir e informar estejam comprometidas. Por isso, no processo de mediação ganha importância a comunicação. Os mediandos são convidados a tomar decisões a partir de informações qualificadas, levando-se em conta não apenas os seus interesses, mas os do outro, o que significa grande mudança em relação ao paradigma adversarial.
A mediação se baseia em técnicas de comunicação e negociação para proporcionar às partes a possibilidade de co-construção de um resultado mutuamente satisfatório.
A comunicação não é apenas uma das muitas variáveis envolvidas no conflito, é o cerne de todas as desavenças. É devido a falhas no processo comunicacional que os conflitos tendem a sofrer escaladas, agravando-se: do ruído na comunicação à atitude adversarial. Uma das tarefas do mediador é possibilitar a transformação, por meio do diálogo, da postura confrontativa em postura cooperativa. 
A mediação dota os envolvidos de voz e vez, colocando-os como protagonistas de suas histórias e autores de escolhas.
A comunicação não violenta é uma técnica de linguagem, desenvolvida pelo psicólogo Marshall B. Rosenberg, onde a proposta da comunicação não violenta é treinar o indivíduo, em habilidade de linguagem e comunicação, para manter a compassividade. Ela nos guia no processo de reformular a maneira pela qual nos expressamos e escutamos os outros. A CNV possui quatro componentes: o que observamos, o que sentimos, o que necessitamos e o que pedimos.
Referências bibliográficas: 
BRIQUET, Ênia Cecília. Manual de Mediação. Petrópolis: Vozes, 2016, cap. 3,4.
ALMEIDA, Tânia; PELAJO, Samantha; JONATHAN, Eva. Mediação de conflitos. 2.ed. Salvador: Juspodvim, 2019, cap. 3,8,9,10.
MORAIS, Aline Gisele Araújo Miranda de. Conciliador e Comunicação Não-Violenta (CNV) file:///D:/2020/8d562ab01602e16747e17408dc5389fa%20CONCILIADOR%20E%20COMUNICAÇAO%20NAO%20VIOLENTA%202016.pdf. Acesso em 17 de março de2020.

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