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RESUMO DE ONCOLOGIA AV1 Definição de câncer ou neoplasia: Conjunto de doenças com crescimento celular desordenado que invadem tecidos e órgãos. É um termo que se refere a tumores ou neoplasias malignas. Tipos de câncer: Carcinomas: Quando se inicia em tecidos epiteliais, pele ou mucosas. Sarcomas: Quando se inicia em tecido conjuntivo, como: ossos, cartilagem ou músculos. Outras características que diferenciam: • Capacidade de invadir tecidos (metástases); • Velocidade de multiplicação da célula. Metástase: É a formação de uma nova massa tumoral a partir da primeira, mas sem continuidade entre elas. Uma é distante da outra. Surgimento e formação do câncer: Surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas do que deveria fazer usualmente. Seu surgimento pode ser feito em qualquer parte do corpo, porém alguns tipos são mais propensos em determinadas partes, podendo ser mais ou menos agressivos. O processo de formação é chamado de carcinogênese ou oncogênese, podendo levar anos pra células cancerígenas se proliferarem e darem início a um câncer visível. A partir do momento que o câncer já está instalado, já começa a evolução e o surgimento das manifestações da doença. CANCÊR INFANTIL Sintomas do câncer infantil: Depende do lugar que se instala, do desenvolvimento e do grau da invasão em outros órgãos. Geralmente o que leva a achar que a criança está doente é o emagrecimento, falta de apetite, ou quando a criança se alimenta normal e continua tendo perda de peso. Manifestações clínicas: • Varia de acordo com o tipo histológico do tumor; • Localização primária; • Idade da criança; • Grau de desenvolvimento neuropsicomotor da criança. Em crianças menores causa: • Irritabilidade; • Anorexia; • Atraso ou regressão do desenvolvimento; • Aumento do perímetro cefálico. Crianças em período escolar: • Alteração de comportamento; • Déficit de aprendizado; • Cefaléia geralmente intermitente. Principais características dos sintomas do câncer na criança: 1. Febre: Baixa sem causa aparente por mais de 8 dias; 2. Hematomas e sangramentos: Nariz e gengivas; 3. Presença de infecção; 4. Dor: No corpo e nos ossos. A criança se recusa a brincar a fazendo ficar só deitada, irritada e com dificuldade para dormir; 5. Ínguas: Geralmente maior que 3cm, de crescimento lento e indolor; 6. Vômito e dor de cabeça por mais de 2 semanas: Principalmente pela manhã acompanhada de sinal neurológico como mancha na visão; 7. Aumento do abdome: Acompanhado ou não de dor abdominal, vômito, diarreia ou prisão de ventre; 8. Sinais da puberdade precoce: Aparecimento de pelos pubianos ou aumento das genitálias antes da puberdade. 9. Aumento da cabeça: Quando a fontanela ainda não está fechada. Geralmente com bebês com menos de 18 meses; 10. Sangue na urina. Diagnóstico: É feito pelo pediatra baseado nos sintomas. Exames que complementam o diagnóstico: Exame de urina: O médico analisa os valores de PCR, leucócitos, marcadores tumorais, TGO, TGP e hemoglobina. Tomografia computadorizada ou ultrassom: Avalia através da imagem o grau de desenvolvimento do câncer ou metástase. Biópsia: É colhida uma parte do tecido afetado onde há suspeita de câncer e mandado para análise. TIPOS DE CÂNCER INFANTIL TIPO DESCRIÇÃO METÁSTASES INFOS EXTRAS NEUROBLASTOMA As células tem início no SNA. Principais sítios primários (onde aparece primeiro): • Porção medular; • Glandulas supra- renais; • Gânglios nervosos paravertebrais. Aparece na maioria das vezes na região abdominal, seguido pela parte torácica, pelve e também há os que não aparecem em imagens. A metástases podem ocorrer nos ossos, medula, pele – subcutânea, linfonodos à distância, cérebro e pulmões. 1. Neuroblastomas podem regredir ou serem extremamente agressivos e disseminam rapidamente. 2. Podem ser vistos em recém nascidos, lactantes, pré- escolares, escolares e adolescentes. 3. Maior aparência: Antes dos 5 anos de idade. TUMOR DE WILMS OU NEFROBLASTOMA É um tumor maligno renal mais comum em crianças. A manifestação é uma massa abdominal bastante volumosas. Metástase em pulmões e ossos. 1. Maior ocorrência em crianças de 6 meses e 3 anos. Raramente a partir de 6 anos de idade. Sintomas comuns: • Aumento da massa lateral; • Dor; • Febre; • Hipertensão arterial. TUMORES ÓSSEOS OSTEOSARCOMA É um tumor ósseo frequente em adolescentes, sendo o mais comum. Sintomas: • Causa dor óssea local com 3 meses ou mais de evolução, com ou sem aumento das partes moles. • Circulação venosa exacerbada. • Úlceras no local em tumores maiores. Metástase em pulmões e ossos. 1. Pode ocorrer fraturas patológicas. SARCOMA DE EWING É um tumor ósseo que se manifesta por dor intermitente e volume local. Pode se localizar em extremidades, geralmente nos membros inferiores, seguido de membros superiores (especialmente na diáfise de ossos longos), pelve, parede torácica, coluna e crânio. Sintomas: • Febre; • Edema; • Calor local. O que confunde o diagnóstico com osteomielite achando que é um processo infeccioso. Metástase em pulmões, ossos, medula óssea e também podem ter metástases microscópicas. 1. Pode ocorrer fratura patológica. 2. Geralmente surge em menores de 10 anos. TUMORES DE PARTES MOLES RABDOMIOSSARC OMA É um tumor de partes moles mais comuns na infância. Rabdomiossarcoma 1. Maior prevalência em meninos. 2. Pico de incidência aos 5 anos de idade. embrionário é o mais comum e tende a se desenvolver na cabeça, pescoço, bexiga, vagina, próstata e ao redor dos testículos. Tem dois tipos: rabdomiossarcoma botrióide e rabdomiossarcoma de células fusiformes. Rabdomiossarcoma alveolares: Ocorre com mais frequência nos grandes músculos do peito, braços, pernas e geralmente atinge crianças mais velhas. Principais sítios: • Cabeça e pescoço; • Órbita; • Trato genitourinário; • Tronco; • Extremidades. TUMORES DE CÉLULAS GERMINATIVAS Compreendem um grupo de tumores benignos e malignos bastante distintos: teratomas, germinomas, tumores de seio endodérmico, cariocarcionomas, carcionomas embrionários e tumores mistos. Acometem pacientes de diferentes faixas etárias, desde lesões congênitas à adolescente, principalmente meninas, com tumores ovarianos. TERATOMA SACROCOCCÍGEO É originário de célula germinativa primordiais, que sofrem alterações durante o processo de migração da crista neural até as gônodas na fase embrionária. Podem gerar tumores no SNS, região cervical, mediastino, abdominais, sacroccocígeos e gonodais. Muitas vezes é assintomático, e quando tem sintomas é referente ao tamanho e local que surge. RETINOBLASTOMA É um tumor congênito intra-ocular mais comum na infância originada da retina embrionária. Leucocoria ou chamado de “reflexo do olho de gato” é o principal sinal da doença detectado em flash de fotos. Sintomas: • Estrabismo; • Olho vermelho; • Dor; • Déficit visual. TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL MEDULOBLASTOM A Apresenta-se no cerebelo, onde formam massas bem delimitadas em geral na linha média (vérmis) do cérebro. Comprimem o 4º ventrículo obstruindo o fluxo de líquor, o que causa uma hidrocefalia como consequência e hipertensão intracraniana. 1. Necessário uso de DVP para drenar o excesso de líquido que fica na cabeça causando a hidrocefalia. LEUCEMIA E LINFOMA É uma forma de neoplasia primária da medula óssea que resulta na transformação maligna de um precursor linfoide, levando ao crescimento desordenado das célulaslinfoides imaturas, os blastos. Tipos de Leucemia: 1. Linfóide Aguda (LLA) 2. Mielóide Aguda (LMA) Tipos de Linfoma: 1. Doença de Hodgkin 2. Linfoma não Hodgkin SINAIS e SINTOMAS: • Palidez progressiva; • Fadiga; • Adenomegalias não dolorosas; • Dor óssea; • Sangramentos, hematomas, equimoses petéquias de aparecimento espontâneo; • Hepatoesplenomeg alia; • Aumento do volume abdominal. 1. Mais comum na raça branca. 2. Mais comum em meninos. Cirurgia: Pode ocorrer assim que feito diagnóstico em fase precoce, tendo retirada total, ou com finalidade paliativa para trazer conforto ao paciente reduzindo sua dor e diminuindo a quantidade de células tumorais, e também sendo uma forma de avaliar a extensão da doença visualmente. Protocolos de tratamento: Existem vários tipos de protocolos que visam o tratamento dito “universal”, que seria basicamente um tratamento para todos os pacientes com determinado tipo de câncer, porém que varia de acordo com o diagnóstico do paciente. Exemplo: Tem pacientes que não conseguem fazer uso da quimioterapia com determinado medicamento. O médico então deve alterar o protocolo para que possa trazer um maior conforto pra esse paciente para trata-lo. Informações adicionais: O tratamento deve ser multiprofissional, principalmente tratando também a família com auxílio psicológico, pois por mais que a criança seja afetada pela doença, o câncer atinge todos a volta com a comoção psicológica. O olhar não deve ser somente no paciente oncológico, mas sim em toda sua família, que a partir do diagnóstico da criança, passa a ser seu paciente por tabela. • Toda avaliação fisioterapêutica deve respeitas a condição clínica da criança e considerar seu físico, emocional e mental; • Os objetivos de tratamento estão voltados para a funcionalidade e qualidade de vida; • As sequelas podem ser reversíveis; • O tempo de tratamento varia de paciente para paciente. Procedimentos específicos: Rotina ambulatorial: Precisamos nos integrar a todo histórico da doença e a rotina clínica existente que envolvem a criança, família e o social. A rotina ambulatorial na fisioterapia segue um ciclo: 1. Doença primária e metástase; 2. Procedimento clínico; 3. Intervenções terapêuticas incluindo a fisioterapia; 4. Exames e terapias; 5. Acompanhamento e controle; Entender que: • Nenhum atendimento deve ser igual; • A criança tem vontades sim. Ela quer ser protetizada? Ela se vê de qual forma? Ela quer que toque nela? Dor oncológica: São as dores relacionadas ao câncer e seus tratamentos. Pode ser tratada com medicamentos, fisioterapia e demais outras formas dependendo do limiar da dor. Aspectos de relevância para o atendimento fisioterapêutico depende de: HISTÓRICO FUNDAMENTAL AVALIAÇÃO GLOBAL E ESPECÍFICA • Dependência do outro; • Dispositivos; • Exames (plaquetas); • Aspecto físico e mental; • Aspecto cognitivo. • Dor oncológica; • Depressão infantil; • Fadiga; • Franqueza muscular; • Condição sensorial e motora. Depressão infantil: A criança se questiona o motivo de aquilo estar acontecendo com ela. A quantidade de metástases pode piorar os sentimentos ruins, juntamente com a imagem corporal que é abalada pelas consequências dos tratamentos, como perda de cabelo, o uso de corticoides, amputações e incontinências esfincterianas. Dificuldade respiratória consequente de: a) Ansiedade e medo; b) Ineficiência da tosse; c) Infecções do trato pulmonar; d) Hemorragia alveolar; e) Derrame pleural; f) Atelectasia; g) Edema agudo do pulmão; h) Obstrução intestinal; i) Falência muscular; j) Derrame pleural; k) Tumores de vias aéreas altas ou pulmonares. Fadiga: Percepção subjetiva do cansaço: • Combinação de sintomas físico e mental. Diminuição da motivação (ligados a quimioterapia e radioterapia): • Efeitos de medicamentos; • Estresse da rotina hospitalar Fraqueza muscular: Causada por: • Lesão do sistema nervoso central e periférico; • Desuso (claudicação); • Não início global; • Diminuição ou perda de força muscular. Condição sensorial e motora: • Muitas crianças apresentam atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; • Hipertonia/hipotonia/hipotrofismo/hipercenesias; • Atividade reflexa primitiva persistente; • Déficits cognitivos confundindo com deficiência mental. • Perda da marcha, do equilíbrio e da seletividade Muitos desses casos são consequências da quimioterapia, radioterapia ou procedimentos cirúrgicos necessários para preservação da vida. Objetivos da fisioterapia: • Conscientização da rotina hospitalar e ambulatorial; • Promoção do alívio das dores, desconfortos, fadigas e etc; • Treinamento da família; • Higiene e reeducação postural; • Facilitação do processo de integração do corpo com o corpo; • Resgate da autonomia; • Melhora da qualidade de vida. Tratamento fisioterapêutico: a) Fisioterapia sensorial/motora/respiratória clássica e convencional; b) Eletroterapia; c) Hidroterapia; d) Bola Suíça; e) Massagens; f) Circuitos; g) Drenagem linfática; h) Cinesioterapia funcional apropriada a disfunção; i) Reeducação postural; j) Treinamento e orientação no uso de órteses.
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