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AULA 9 (Direito Societário - Conceito e Personalização da Sociedade Empresária)

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL 
CAMPUS DO PANTANAL 
CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL I TURMA: T01 
DOCENTE: SILVIA TAVARES 
AULAS EAD 
 
Queridas alunas e queridos alunos, 
 
Sugiro que, antes de começarem a ler o material, já deixem seu editor de texto 
aberto para já fazerem seus resumos. Isso evita que vocês acumulem tarefas. 
 
Agora daremos início à nossa última Unidade, para tratarmos do Direito 
Societário, a parte do Direito Empresarial que se dedica ao estudo das 
sociedades – em especial, da Sociedade Empresária, que é um dos tipos de 
Empresário que já estudamos. Sociedades são as pessoas jurídicas de direito 
privado que destinam seus esforços à atividades econômicas, com fins 
lucrativos, para repartir entre os sócios – e isto as diferencia das associações, 
que não possuem fins econômicos, nem intuito lucrativo. 
 
UNIDADE IV – DIREITO SOCIETÁRIO: conceito de sociedade empresária; 
personalização da sociedade empresária; tipos de sociedade; 
classificação das sociedades empresárias; sociedades personificadas e 
não-personificadas; microempresa e empresa de pequeno porte; 
operações societárias (transformação, incorporação, fusão e cisão); 
dissolução, liquidação e extinção das sociedades em geral; teoria da 
desconsideração da personalidade jurídica. 
 
1) Conceito de Sociedade Empresária 
• Lembremos que as Sociedades podem ser de dois tipos: 
a) Sociedade Simples 
b) Sociedade Empresária 
• Apenas repetirei o que já vimos no item 2.2.1 da Unidade II: com base 
nos artigos 981 e 982 do CC, considera-se empresária a Sociedade que 
exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou 
a circulação de bens ou de serviços. 
• Não se caracterizando a Sociedade como Empresária, teremos as 
Sociedades, já mencionadas brevemente em aulas anteriores, uma vez que 
são objeto de estudo do Direito Civil. 
• Segundo André Luiz Santa Cruz Ramos (2013, p. 214-215), a presença 
das sociedades empresárias no mercado é mais marcante do que a dos 
empresários individuais, porque “os empreendedores sempre procuram 
minimizar seu risco empresarial, e a melhor forma de fazê-lo é constituir uma 
sociedade, uma vez que nesse caso haverá a separação patrimonial e a 
possibilidade de limitação de responsabilidade”. 
 
2) Personalização da Sociedade Empresária 
• Neste ponto, entenderemos como ocorre a personalização da 
sociedade empresária, ou seja, como surge, como nasce uma sociedade 
empresária e quais as consequências disso. Já falamos sobre isso quando 
estudamos o registro na Junta Comercial e voltaremos brevemente neste 
assunto. Mas antes de tratarmos dele, falaremos sobre Sociedades que não 
são personificadas. 
2.1) Sociedades Não-Personificadas 
• Não possuem personalidade jurídica e não são empresárias 
• Há dois tipos delas: a Sociedade em Comum e a Sociedade em Conta 
de Participação 
a) Sociedade em Comum (ou Sociedade Irregular ou 
Sociedade de Fato) 
• Tem previsão nos artigos 986 a 990 – CC. 
• Está em irregularidade, em desarmonia com a lei. Nunca foi 
a registro ou foi, mas sofreu alguma alteração com o tempo e 
nunca voltou a renovar o registro 
• Por sua irregularidade, receberá inúmeras penalidades. Por 
exemplo: não pode licitar, não pode usar Recuperação 
Judicial, há responsabilidade ilimitada dos sócios (claro, não 
há personalidade jurídica aqui), enfim, não fazem jus aos 
benefícios da Sociedade Empresária. 
• O terceiro contratante pode provar a existência dela por 
qualquer meio de prova. Mas os sócios apenas podem 
comprovar que havia sociedade por meio de algum documento 
escrito. Observem como é uma relação frágil para os sócios. 
• Não confundam a existência da sociedade com a ausência 
de personalidade jurídica: mesmo irregular e mesmo sem 
personalidade, ela existe e os credores podem cobrar dela. 
Uma das consequências disso é expor o patrimônio pessoal 
dos sócios. 
b) Sociedade em Conta de Participação 
• Tem previsão nos artigos 991 a 996 – CC. 
• Doutrina majoritária afirma que não é uma sociedade, mas 
um contrato (nem precisa ser escrito, porque são sociedades 
muito informais). Falar “sociedade” parece ser mais um erro 
técnico do legislador. 
• Esse contrato produz efeitos apenas entre os sócios e pode 
ser registrado ou não (sem obrigatoriedade) em um Cartório 
Civil de Títulos e Documentos, mas isso não dá 
personalidade jurídica à sociedade. Atenção para isto 
• Para Ramos (2013, p. 233), é um “contrato especial de 
investimento”, sendo “incoerente chamar de sociedade a conta 
de participação, uma vez que ela não possui personalidade 
jurídica”. Segundo o mesmo autor (p. 235), ela normalmente 
surge para “a realização de empreendimentos temporários ou 
até mesmo para a realização de determinado negócio 
específico, extinguindo-se posteriormente”. 
• Há dois tipos de sócios envolvidos: o sócio ostensivo e o 
sócio participante. O ostensivo é quem responde perante 
terceiros, exercendo a atividade em nome individual e 
respondendo sozinho pelas obrigações contraídas. O 
participante responde pelas atividades apenas internamente, 
entre os sócios, não aparecendo para terceiros. Caso o 
participante apareça perante terceiros, responderá 
solidariamente com o ostensivo (artigo 993, Parágrafo Único). 
• Para a doutrina, funciona como uma “sociedade secreta”, já 
que, perante terceiros, apenas existe o sócio ostensivo, mas, 
internamente, existe uma “sociedade”, ou melhor, uma relação 
contratual entre os sócios (ostensivo e participantes) que não 
interessa a terceiros. 
• Sócio participante: na sua vida íntima, se ele vai à falência, 
isso não afeta o contrato da Sociedade em Conta de 
Participação → Por outro lado, vejamos o Sócio 
Ostensivo: se ele vai à falência, ocorre a dissolução da 
Sociedade (artigo 994, §2º), uma vez que ele é quem 
responde pelas obrigações da sociedade perante terceiros. 
• E o que ocorre se o Ostensivo vai à falência e fica em débito 
com os Participantes? → Vamos antes entender uma 
coisa: como não estamos falando de uma Sociedade 
Empresária, a Sociedade em Conta de Participação não tem 
capital social, mas apenas um patrimônio especial, um 
patrimônio de afetação (ou seja, um conjunto de bens 
destinados a determinada atividade). Esse patrimônio especial 
não tem relação com terceiros. Por quê? De novo, porque 
quem responde aos terceiros é somente o Sócio Ostensivo. O 
patrimônio especial, então, apenas produz efeitos entre os 
sócios. → Então, respondendo à pergunta inicial: se o 
ostensivo vai à falência, os sócios participantes que tenham 
direito a algum crédito não irão utilizar esse patrimônio 
especial diretamente. Eles deverão se habilitar no processo de 
falência como credores quirografários (ou seja, aqueles que 
ficam no final da fila, sem garantia nenhuma de que realmente 
receberão). Apenas segurem essa informação, porque vocês 
entenderão isso melhor no próximo semestre, que falará sobre 
Falência. 
 
Ficamos por aqui por enquanto. Até mais! Obrigada! 
Referências: RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado. 
São Paulo: Método, 2013.

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