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Planejamento Social: Conceitos e Princípios

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1 
 
 
 
2 
 
 
 
3 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. CONCEITUANDO E DEFININDO PLANEJAMENTO SOCIAL. .............................................. 4 
2. PRINCÍPIOS .............................................................................................................................. 6 
3. DIMENSÕES DO PLANEJAMENTO ....................................................................................... 9 
4. PILARES DO PLANEJAMENTO............................................................................................ 13 
4.1. PLANO ................................................................................................................................. 14 
4.2. PROGRAMA ........................................................................................................................ 15 
4.3. PROJETO ............................................................................................................................ 16 
5. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ....................................................................................... 21 
6. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO PÚBLICA ................................................... 25 
7. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO ...................................................................................... 27 
8. SERVIÇO SOCIAL E A INTERVENÇÃO NA ÁREA SOCIAL. .............................................. 33 
9. O SERVIÇO SOCIAL E O PLANEJAMENTO. ....................................................................... 34 
10. PLANEJAMENTO SOCIAL: INTENCIONALIDADE E INSTRUMENTAÇÃO ..................... 36 
11. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL NO MODELO BRASILEIRO.
 ..................................................................................................................................................... 40 
12. ELABORANDO PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS. ................................................. 42 
QUESTÕES DE PROVAS .......................................................................................................... 51 
GABARITO ................................................................................................................................. 57 
BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................... 58 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Instrumento de trabalho do serviço social 
 A partir deste ponto, estudaremos sobre o planejamento e suas características 
e importância no processo administrativo. O profissional de serviço social deve 
apropriar-se do método de planejamento como ferramenta fundamental no trabalho 
interventivo na realidade trabalhada. 
 
1. CONCEITUANDO E DEFININDO 
PLANEJAMENTO SOCIAL 
 
 Na vida secular todos nós temos o costume de planejar alguma coisa, seja um 
aniversário, uma viagem, um casamento, ou uma formatura. Esse tipo de planejamento 
pode ser considerado como planejamento ocasional, no qual não se estabelece técnicas 
e métodos. 
 Então podemos refletir que o processo de planejamento é algo da natureza do 
ser humano e intrínseca à sua própria natureza racional e social. 
 Assim, o homem é capaz de pensar e agir refletindo no que está ocorrendo, 
construindo a partir de então seu futuro coletivo ou individual. 
 O homem, desta forma, projeta em sua mente o ato para depois executar e antes 
de qualquer ação ele planeja. Esse processo cíclico do planejar é conhecido como 
consciência teleológica. 
 O exercício do planejar deve ser permanente e sistemático, com a finalidade de 
cumprir com efetividade a missão organizacional. Ou seja, o processo de planejamento 
envolve a escolha de um destino, aonde se quer chegar, avaliação dos caminhos 
alternativos e decidir sobre qual direção especificam para alcançar o destino escolhido. 
 O termo planejamento, segundo o grande dicionário unificado da língua 
portuguesa (2010), significa ato ou efeito de planejar, plano detalhado de trabalho. 
Porém, planejar significa traçar esquema, projetar, conjeturar. 
 Assim, o processo de planejar envolve uma forma de pensar, esse modo de 
pensar gera indagações, que envolvem questionamentos sobre o que, como, onde, 
quem e por que fazer (OLIVEIRA, 2010). 
 
5 
 
 A finalidade do planejamento é entendida como o desenvolvimento de 
processos, técnicas e comportamentos administrativos que possibilitam avaliar os 
resultados de futuras decisões no presente em detrimento dos objetivos 
organizacionais. 
 Planejamento, portanto, é um processo contínuo e dinâmico no qual, várias 
ações integradas e intencionais são direcionadas, para possibilitar a tomada de 
decisões antecipadamente, através da tentativa de tornar realidade em um 
objetivo futuro. 
 O planejamento é permeado por princípios específicos que direcionam a 
organização aos objetivos estabelecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. PRINCÍPIOS 
 
a) Participação: O planejamento deve ser elaborado por diversas áreas da 
organização, e o responsável pelo planejamento deve facilitar o processo de elaboração 
entre os envolvidos. 
b) Coordenação: Deve-se estabelecer uma rede interna, na qual todos os aspectos 
envolvidos no processo deverão atuar de forma independente. 
c) Integração: Todos os níveis hierárquicos da organização deverão ser planejados de 
forma integrada. 
d) Permanência: É importante buscar um plano em um determinado período de tempo. 
 
 
 O planejamento é um elemento imprescindível, deve ser flexível, podendo 
ser realimentado durante o processo para adaptar-se à realidade. Em uma 
organização, o planejamento pode apresentar-se em três diferentes tipos: 
 Planejamento estratégico: É um procedimento de responsabilidade dos níveis 
mais altos da organização no que se refere à adoção e formulação de objetivos, na 
escolha de ações necessárias para atingir os objetivos específicos e a consolidação das 
metas. Ou seja, o planejamento estratégico dar-se-á quando se decide os meios através 
dos quais a empresa atingirá os objetivos. É a relação dos objetivos de longo prazo com 
as estratégias e ações para alcançar tais objetivos, os quais refletem na empresa como 
todo. 
 Planejamento tático ou funcional: Quando existe a necessidade de qualificar 
uma determinada área e não a empresa como todo, para a execução do planejamento 
estratégico. Exemplo: central de atendimento, setor de estoque, etc. Relaciona os 
objetivos de curto prazo com as estratégias a ações que afetam somente parte da 
empresa. É desenvolvido pelos níveis intermediários, com a finalidade de utilizar 
eficientemente os recursos disponíveis para o alcance dos objetivos preestabelecidos. 
 Planejamento operacional: É considerado o planejamento diário. É realizado 
pelos níveis inferiores, focalizando as atividades cotidianas da empresa, através de 
planos de ação ou planos operacionais. Sua previsão é de curto prazo e define tarefas 
 
7 
 
específicas e é formalizado por meio de documentos inscritos, e define orçamento, 
cronograma, entre outros. 
 
 
2014/CESPE/ POLÍCIA FEDERAL. Com relação ao planejamento como proposta 
de intervenção na área social, julgue os itens seguintes. O planejamento 
operacional é detalhado e analítico; abrange cada tarefa ou operação bem como 
a etapa de supervisão; e deve estar intrinsecamente relacionado ao planejamento 
tático. 
Certo / Errado 
 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: O planejamento operacional, efetuado no nível operacional da empresa, 
envolve a supervisão, sendo detalhado e analítico bem como direcionado para o curto 
prazo e a cada tarefa ou operação. O planejamento operacional volta-se ao que fazer, 
como fazer e para quem fazer, visando otimizar e maximizar os resultados. Esse tipo de 
planejamento deve estar intrinsecamente relacionado ao planejamento tático e ao 
planejamento estratégico. 
 
 
 O profissional de serviço social, para o desenvolvimentode seu trabalho, possui 
como instrumento fundamental o planejamento. 
 Desta forma, como o administrador, o profissional de serviço social possui a 
necessidade de conhecer e entender a realidade do processo de planejamento para 
elaborar suas intervenções. Esse planejamento social pretende utilizar o planejamento 
estratégico, expandindo para os vários níveis da organização de uma forma harmônica. 
 Para elaborar uma proposta de intervenção, o assistente social deverá 
estabelecer uma direção, conhecer e problematizar o objeto de ação profissional. 
 
 
 Entendendo que o planejamento é um processo contínuo, dar-se-á, 
portanto, através da dinâmica de reflexão, decisão e ação. 
 
8 
 
a) Reflexão: Nesta etapa ocorre a delimitação do objeto, o conhecimento e estudo da 
realidade, construção do referencial teórico operativo, levantamento de prováveis 
hipóteses e coleta de dados. 
b) Decisão: Neste momento é dada a escolha das alternativas, identificando as 
prioridades de intervenção, definem-se os objetivos, estabelece-se as metas, os prazos, 
organização e análises. 
c) Ação: É o momento da implantação e execução das decisões estabelecidas nas 
etapas anteriores, bem como definição dos parâmetros de avaliação e controle. Esta 
fase é considerada o ponto central do planejamento. 
d) Retomada da reflexão: Dar-se-á através da avaliação crítica das decisões adotadas, 
do processo de implantação e dos resultados alcançados na execução. 
REFLEXÃO- DECISÃO-AÇÃO-RETOMADA DE DECISÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
3. DIMENSÕES DO PLANEJAMENTO 
 
Ao realizar a análise desse processo cíclico do planejamento percebemos a 
existência de quatro dimensões que permeiam o processo do planejar: 
✓ A dimensão da racionalidade; 
✓ Ético-Política; 
✓ Valorativa; 
✓ Dimensão técnico-administrativa. 
 Essas dimensões referem-se ao processo de planejar primeiro como algo 
racional, metódico e decorrente do uso da inteligência. Segundo, é um processo de 
tomada de decisões devendo levar em consideração as relações de poder e os 
interesses políticos dos diferentes grupos. Em terceiro lugar, o processo de 
planejamento é norteado por valores desenhados através da formatação das decisões. 
Por último, o planejamento como uma função da administração é uma atividade inerente 
à organização que exprime na sua ação os objetivos organizacionais. 
 
2015/CESPE/MPOG. No que se refere ao planejamento como processo técnico-
político, julgue o próximo item. O planejamento — como processo permanente e 
metódico de abordagem racional e científica — supõe uma ação contínua sobre 
um conjunto de situações em determinado momento histórico. 
Certo/ Errado 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: De acordo com Baptista (2000), o termo planejamento, pela perspectiva 
de sua dimensão lógico-racional, refere- se ao processo permanente e metódico de 
abordagem racional e científica de questões que se colocam no mundo social. Enquanto 
o processo permanente supõe ação contínua sobre um conjunto dinâmico de situações 
em um determinado momento histórico. O processo metódico de abordagem racional e 
científica supõe uma sequência de atos decisórios, ordenados em momentos definidos 
e baseados em conhecimentos teóricos, científicos e técnicos. O PLANEJAMENTO 
COMO PROCESSO POLÍTICO significa que é um processo contínuo de tomadas de 
decisões, inscritas nas relações de poder, o que caracteriza ou envolve uma função 
política. [...] sejam aliados à apreensão das condições subjetivas do ambiente em que 
ela ocorre: o jogo de vontades políticas dos diferentes grupos envolvidos, correlação de 
forças, a articulação desses grupos, as alianças ou as incompatibilidades entre os 
diversos segmentos. Baptista deixa claro: PLANEJAMENTO COMO PROCESSO 
TÉCNICO-POLÍTICO - o desdobramento desse processo, particular de planejamento se 
 
10 
 
faz a partir do reconhecimento da necessidade de uma ação sistemática perante 
questões ligadas a pressões ou estímulos determinados por situações que, em um 
momento histórico, colocam no imediato da prática. 
 
 
2015CESPE/MPOG. No que se refere ao planejamento como processo técnico-
político, julgue o próximo item. Os personagens centrais do processo de 
planejamento atual, diferentemente do planejamento tradicional, são os 
profissionais envolvidos na operacionalização dos planos e projetos. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: Os personagens centrais do processo de planejamento atual são todos os 
atores envolvidos que participam do processo de tomada de decisão. Fortalecendo o 
exercício de liberdade e participação. 
 
 
 
2014/ FCC/TRF3ª REGIÃO. O planejamento na área social, enquanto processo 
racional, se organiza em operações complexas e interligadas: reflexão, decisão, 
ação e retomada da reflexão. Para além dessa dimensão de racionalidade do 
planejamento, identificamos outra dimensão que dá suporte à ação técnico-
administrativa. Essa é denominada como dimensão: 
a) de planejamento estratégico. 
b) política. 
c) de planificação. 
d) teológica. 
e) convencional. 
Resposta Correta: Letra b) política. 
Comentário: Enquanto processo racional, o planejamento se organiza por operações 
complexas e interligadas: a) de reflexão - conhecimento dos dados; b) de decisão- que 
se refere à escolha de alternativas; c) de ação- relacionada à execução das decisões; 
d) de retomada de reflexão-operação de crítica dos processos e dos efeitos da ação 
planejada. Essas operações se relacionam num processo dinâmico e contínuo. A 
Dimensão política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo 
 
11 
 
de tomada de decisões, inscritas na relação de poder, o que caracteriza ou envolve uma 
função política. 
 
 
2014/UPENET/IAUPE/Prefeitura de Paulista – PE. Para Baptista (2007), a dimensão 
política do planejamento decorre do fato de que ele é um processo contínuo de 
tomadas de decisões, inscritas nas relações de poder, o que caracteriza ou 
envolve uma função política. De acordo com a autora sobre o processo de 
planejamento, é CORRETO afirmar que: 
a) em planejamento, equacionamento corresponde às diferentes escolhas necessárias 
no decorrer do processo. 
b) operacionalização refere-se às providências que transformarão em realidade o que 
foi planejado. 
c) ação é o conjunto de informações significativas para a tomada de decisões, 
encaminhadas pelos técnicos de planejamento aos centros decisórios. 
d) decisão relaciona-se ao detalhamento das atividades necessárias à efetivação das 
decisões tomadas. 
e) a função essencial do planejamento, como instrumento técnico, é aumentar a 
capacidade e melhorar a qualidade do processo de adoção de decisões. 
Resposta Correta: Letra e) a função essencial do planejamento, como instrumento 
técnico, é aumentar a capacidade e melhorar a qualidade do processo de adoção 
de decisões. 
Comentário: Equacionamento: Corresponde ao conjunto de informações significativas 
para a tomada de decisões. Operacionalização: Relaciona-se ao detalhamento das 
atividades necessárias à efetivação das decisões tomadas; Ação: Refere-se as 
providências que transformarão em realidade o que foi planejado; Decisão: 
Corresponde às diferentes escolhas necessárias no decorrer do processo. 
 
 
 
ALGUMAS PERGUNTAS PARA QUEM VAI PLANEJAR: 
O que se quer fazer? Natureza do Projeto 
Porque se quer fazer? Origem e fundamentação 
Para que se quer fazer? Objetivos 
Quanto se quer fazer? Metas 
 
12 
 
 
Aonde se vai fazer? Localização 
Como se vai fazer? Metodologia, ações, atividades 
Quando se vai fazer? Cronograma 
Quem vai ser atingido? Beneficiários, comunidade 
Quem vai executar? Recursos Humanos 
Com que se vai fazer? Recursos materiais e financeiros 
Quem vai acompanhar? Comunidade, lideranças, direção, órgãos13 
 
 
4. PILARES DO PLANEJAMENTO 
 
 O processo de planejamento inicia com a definição dos objetivos, 
estratégias, políticas, bem como o detalhamento dos planos para alcançá-los. 
 Estudamos também que o processo de planejamento é iniciado após a reflexão 
e tomado de um conjunto de decisões definidas mediante a realidade ou situação em 
que se pretende intervir. A partir deste, elabora-se o processo de sistematização das 
ações e procedimentos que conduzirão ao alcance dos objetivos previstos. 
 Desta forma, o planejamento pode ser entendido como processo de previsão das 
necessidades que se precise para utilizar os recursos materiais e humanos disponíveis 
para o alcance dos objetivos estabelecidos. 
 Através do planejamento a empresa ou a instituição pode antecipar ações futuras 
através da definição de uma linha de ação e elaboração de um plano que conduza à 
realização dos objetivos estabelecidos. 
 Para isso é necessário que haja uma situação concreta na qual se pretende 
atuar, possuir conhecimento claro da situação e dos objetivos que se almeja alcançar e 
que os prazos e etapas estejam bem definidos. 
 Essas decisões e objetivos são organizados, explicados e detalhados em 
documentos que representam grau decrescente de níveis de decisão: planos, 
programas e projetos (BAPTISTA, 2007). 
 
 
 
Baptista (2007) ainda sugere que quando o documento faz referência à proposta 
relacionada à estrutura organizacional de uma forma geral, caracteriza-se em um 
plano. Quando se refere a um setor, uma área ou região caracteriza-se programa. 
Porém, quando se detém no detalhamento das alternativas e ações de 
intervenção é considerado projeto. 
 Desta forma, o processo de planejamento é composto por plano, 
programa e projeto, sendo estes os meios de expressão do planejamento. 
 
 
 
14 
 
4.1. Plano 
 
 Segundo Baptista (2007), o plano descreve as decisões de caráter geral do 
sistema. Deve ser elaborado em um formato claro e simples, e sua finalidade é nortear 
os demais níveis da proposta. 
 É um produto do planejamento que se caracteriza como o elo entre o processo 
de planejamento e o processo de implementação do planejamento. 
 É o documento mais geral e abrangente e nele deve conter estudos, diagnósticos 
que identifiquem a situação a qual se direciona a execução, os programas e projetos, 
os objetivos, estratégias e metas. (TEIXEIRA, 2009). 
Plano- apresenta as decisões gerais, as diretrizes políticas e a implementação de 
estratégias. Deverá responder as questões do tipo: 
 
Plano - decisão de caráter geral; formato claro e simples; finalidade nortear 
demais níveis da proposta; elo entre o processo de planejamento e a 
implementação do planejamento; documento geral e abrangente; deve conter 
estudos, diagnósticos que direcionam a execução, os programas e projetos, os 
objetivos, as estratégias e as metas. 
 Plano - o quê, quando, como, onde, para quem e por quem. 
 
Um plano pode ser caracterizado em quatro tipos: 
 
Procedimentos: 
Quando um plano é relacionado com o método ou execução de trabalho. Este tipo de 
plano é considerado plano operacional e comumente é representado por fluxogramas. 
 
Orçamentos: 
Quando um plano está relacionado com dinheiro, envolvendo receita e despesa, por 
um período de tempo. Este tipo de plano pode ser estratégico, tático ou operacional, 
como, por exemplo, um plano orçamentário. 
 
 
15 
 
Programa ou programações: 
São planos que possuem uma correlação entre tempo e atividade. Pode ser 
representado por cronograma ou agenda que detalha as atividades que serão 
executadas. 
 
Regras ou regulamentos: 
Quando um plano apresenta normas ou procedimentos de comportamento das 
pessoas em determinadas situações. Como exemplo, encontramos o plano de 
regulamento de pessoal ou plano de cargos e salários de uma empresa. 
 
 
4.2. Programa 
 É considerado o aprofundamento do plano. É o documento que indica um 
conjunto de projetos e detalha por setor a política, as diretrizes, metas e 
estratégias em que os resultados permitirão alcançar o objetivo maior. Os 
objetivos setoriais do plano comporão os objetivos gerais do programa. E o 
programa, portanto, configura o quadro de referência do projeto. 
 As características básicas que compõem e estabelecem o programa são: 
a) A formulação clara das funções efetivamente direcionadas aos setores ligados ao 
programa, deliberando as devidas responsabilidades em sua execução; 
b) A formulação de objetivos gerais e específicos e a explicitação de sua coesão com 
as políticas, diretrizes e objetivos do plano e de sua relação com os demais programas 
do mesmo nível; 
c) A definição da estratégia e a dinâmica de trabalho que serão adotados para a 
realização do programa; 
d) As atividades e os projetos que comporão o programa, incluindo a apresentação 
sumária de objetivos e de ações; 
e) Definição dos recursos humanos, físicos e materiais a serem mobilizados para sua 
realização; 
f) A apresentação das ferramentas administrativas necessárias para sua implantação e 
manutenção do programa. 
 
16 
 
São considerados elementos básicos do programa: 
a) Síntese das informações sobre a situação a ser modificada com a programação; 
b) Formulação das funções destinadas aos setores; 
c) Formulação dos objetivos gerais e específicos; 
d) Estratégia e dinâmica de trabalho; 
e) Recursos humanos, físicos e materiais; 
f) Medidas administrativas para a implantação.[ 
 
 
2014/ IADES/UFBA. Em um processo de planejamento social, o programa é: 
a) composto pelo referencial teórico e político, ou seja, as grandes estratégias de uma 
política. 
b) um empreendimento planejado, formado por um conjunto de atividades inter-
relacionadas. 
c) a unidade de um processo de planejamento com características mais operativas da 
ação. 
d) composto por um plano e um único projeto. 
e) o detalhamento por setor das políticas e diretrizes do plano, composto por um 
conjunto de projetos 
 
Resposta Correta: Letra e) o detalhamento por setor das políticas e diretrizes do 
plano, composto por um conjunto de projetos. 
Comentário: Programa é considerado o aprofundamento do plano. É o documento que 
indica um conjunto de projetos e detalha por setor a política, as diretrizes, metas e 
estratégias em que os resultados permitirão alcançar o objetivo maior. Os objetivos 
setoriais do plano comporão os objetivos gerais do programa. E o programa, portanto, 
configura o quadro de referência do projeto. 
 
 
4.3. Projeto 
 
 É considerada a menor unidade do processo de planejamento, na qual existe 
o detalhamento das estratégias a serem executadas. É considerada também como 
 
17 
 
principal e importante etapa do processo de planejamento, pois sistematiza de forma 
racionalizada as decisões. 
 O projeto é o documento que organiza o desenho prévio da 
operacionalização de uma unidade de ação. É o instrumental mais próximo da 
execução, em que se deve conter o detalhamento das atividades a serem 
desenvolvidas, o estabelecimento de prazos, a definição dos recursos materiais, 
financeiros e humanos. 
 Para elaboração de um projeto, inicialmente é necessário realizar um diagnóstico 
da realidade social, no qual se identifique o contexto sócio histórico, as relações sociais 
e organizacionais, e em seguida planejar uma intervenção. 
 Os projetos podem variar de acordo com seus objetivos, como, por exemplo: 
projeto cultural, projeto social, projeto de pesquisa, projeto de trabalho ou intervenção. 
 Segundo Baptista (2007), para a elaboração de projeto é necessário elaborar 
um roteiro predeterminado, onde constem as exigências próprias do órgão de execução 
ou de financiamento do projeto. 
 
QUALIDADES ESSENCIAIS A ELABORAÇÃO DO PROJETO: 
 O projeto deverá ser simples e possuir uma redação clara, para que a 
compreensão da proposta seja perceptível para todos. 
b) Deverá possuir objetividadee precisão nas informações. A metodologia deverá 
descrever o caminho escolhido, a forma que o projeto vai desenvolver. 
c) Deverá detalhar toda a ação prevista para o alcance dos objetivos, ou seja, deverá 
apresentar as atividades que serão realizadas e servir de guia para a execução, 
detalhando assim cada etapa da operação. 
d) Deverá ser coerente e compatível com as partes do projeto, bem como, com os outros 
níveis do programa. 
e) O cronograma deverá ter exatidão e apresentar o início e o fim de cada atividade. 
f) Como etapa fundamental, o projeto deverá ser mensurado, isto é, deverá estabelecer 
indicadores de avaliação que constatarão a eficácia e eficiência da proposta. 
 
 
18 
 
 
Qualidade do Projeto- simplicidade, clareza, objetividade, precisão, detalhamento, 
previsão, coerência, compatibilidade, exatidão, início, meio e fim, indicadores de 
avaliação (eficácia e eficiência). 
 
Desta forma, no campo do serviço social, o planejamento é ferramenta essencial 
para estruturação de trabalho ou de intervenção junto a usuários. 
 É considerado como uma das atribuições do assistente social elaborar planos, 
programas e projetos mediante as demandas que surjam durante o exercício 
profissional. 
 Assim, o assistente social, no momento de elaborar, executar e avaliar 
qualquer plano, programa e projeto, deverá estruturar sua ação a partir de um 
processo contínuo de relação dialética e de realimentação teórico-prática. 
 
 
Plano - Decisão de caráter geral; formato claro e simples; finalidade nortear 
demais níveis da proposta; elo entre o processo de planejamento e a 
implementação do planejamento; documento geral e abrangente; deve conter 
estudos, diagnósticos que direcionam a execução, os programas e projetos, os 
objetivos, as estratégias e as metas. 
Programa - Síntese das informações sobre a situação a ser modificada com a 
programação; Formulação das funções destinadas aos setores, dos objetivos 
gerais e específicos; Estratégia e dinâmica de trabalho; Recursos humanos, 
físicos e materiais Medidas administrativas para a implantação. 
Projeto - Simplicidade, clareza, objetividade, precisão, detalhamento, previsão, 
coerência, compatibilidade, exatidão, início, meio e fim, indicadores de avaliação 
(eficácia e eficiência). 
 
 
 
 
 
19 
 
 
2016/CESPE/DPUP. Acerca da dimensão investigativa, do processo de 
planejamento e da intervenção profissional, julgue o item subsecutivo. 
No processo de planejamento, o programa consiste em um documento mais 
abrangente e geral, que contém estudos, análises situacionais ou diagnósticos 
necessários à identificação dos pontos a serem atacados. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: No processo de planejamento, o PLANO consiste em um documento mais 
abrangente e geral, que contém estudos, análises situacionais ou diagnósticos 
necessários à identificação dos pontos a serem atacados. 
 
 
2015/CESPE/MPOG. No que se refere ao planejamento como processo técnico-
político, julgue o próximo item. O plano delineia as decisões de caráter geral do 
sistema, suas linhas políticas, suas estratégias, suas diretrizes e 
responsabilidades, e o programa é a setorização do plano, já que detalha, por 
setor, a política, as diretrizes e as medidas instrumentais. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: O plano ―é o documento mais abrangente e geral, que contém estudos, 
análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação dos pontos a serem 
atacados, dos programas e projetos necessários, dos objetivos, estratégias e metas de 
um governo, de um Ministério, de uma Secretaria ou de uma Unidade‖. Já o programa 
―é o documento que indica um conjunto de projetos cujos resultados permitem alcançar 
o objetivo maior de uma política pública‖. Neste sentido, chegamos à conclusão de que 
a afirmativa está certa. 
 
 
 
2014/CESPE/TJ-SE. No que diz respeito a planos, programas e projetos, julgue o 
item subsequente. O projeto, instrumento técnico-administrativo, é a unidade 
mais operativa da execução, ou seja, dá consistência ao que foi desenhado no 
plano e concretude às intenções e objetivos. 
Certo / Errado 
 
20 
 
 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: Projeto é a menor unidade do processo de planejamento. Trata-se de um 
instrumento técnico-administrativo de execução de empreendimentos específicos, 
direcionados para as mais variadas atividades interventivas e de pesquisa no espaço 
público e no espaço privado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
5. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 
 
 O planejamento estratégico é um procedimento de responsabilidade dos níveis 
mais altos da organização no que se refere à adoção e formulação de objetivos, na 
escolha de ações necessárias para atingir os objetivos específicos e a consolidação das 
metas. Ou seja, o planejamento estratégico dar-se-á quando se decide os meios através 
dos quais a empresa atingirá os objetivos. É a relação dos objetivos de longo prazo com 
as estratégias e ações para alcançar tais objetivos, os quais refletem na empresa como 
todo é um dos tipos de planejamentos. 
 Planejamento: planejar, programar, projetar, esboçar de forma intencional as 
ações que desejamos concretizar no futuro. 
 É a capacidade que só o ser humano tem de projetar e planejar as atividades 
que vai realizar. Já aprendemos o que é o planejamento, agora precisamos entender o 
que é planejamento estratégico, portanto, é necessário compreendermos o que significa 
Estratégia. 
 Segundo Teixeira (2009), a palavra Estratégia pode ser definida: origem grega 
que significa estratégia, o define como a arte militar de planejar e executar movimentos 
e operações de tropas, navios e/ou aviões, visando alcançar ou manter posições 
relativas e potenciais bélicos favoráveis a futuras ações táticas sobre determinados 
objetivos, ou seja, está vinculada à arte da guerra. 
 Podemos acrescentar a essa definição que Estratégia é a arte de aplicar os 
meios disponíveis com vista à consecução de objetivos específicos. A palavra 
estratégica significa dar sentido, valor a uma ação, ao que se planeja. 
 Neste sentido, rompe com a visão de que o planejamento é apenas um 
instrumento técnico neutro utilizado pelos órgãos públicos e pelas empresas apenas 
para alcançar um determinado objetivo, mas que a elaboração e execução de um 
planejamento envolvem e refletem diversos interesses dos sujeitos envolvidos. 
 O planejamento Estratégico é síntese de um processo que reflete não somente 
os diferentes interesses dos participantes, que muitas vezes são divergentes, mas o 
processo de disputa na condução do direcionamento, dos princípios que o planejamento 
deve conter que se materializam em um documento escrito que contém princípios, 
objetivos, metas, mas principalmente concepção política e a finalidade deste planejar, 
ou seja, o que se pretende alcançar. 
 
22 
 
 
 
Segundo Fritsch (1996), na atualidade o planejamento estratégico se traduz como 
o conjunto de regras de tomada de decisão para a orientação do comportamento 
de uma organização, visando atingir os objetivos com eficiência, eficácia e 
efetividade. 
 
 
 É uma técnica administrativa que por meio da análise do ambiente da 
organização permite identificar seus pontos fracos e fortes e criar uma estratégia/direção 
para que a organização possa aperfeiçoar seus recursos e potencialidades para atingir 
sua missão. 
 Alguns autores afirmam que o planejamento estratégico é um instrumento 
utilizado por uma Administração Estratégica que passou a ser utilizado no final dos anos 
de 1960. A Administração Estratégica é um tipo de gerenciamento de uma 
instituição/organização que visa definir estratégicas políticas para a operacionalização 
do planejamento sendo que o objetivo deste é provocar mudanças. 
 Um dos componentes essenciais para operacionalização doplanejamento 
estratégico é a participação, já que o propósito deste é provocar mudança no 
ambiente organizacional. Portanto, para atingir esse objetivo é necessário que todos 
que fazem parte da organização participem e sintam-se sujeitos do processo de 
mudança. 
 O planejamento é formalizado num documento escrito, o plano, que apresenta 
os objetivos da Administração Estratégica que é realizado por técnicos com a 
participação e comprometimento daqueles que compõem o ambiente organizacional. 
 Portanto, o plano significa um documento que reflete um processo, expressa um 
objetivo, o desejo de mudança, mas este não é suficiente para garanti-lo, só se torna 
possível com a participação e o envolvimento de todos que compõem o ambiente em 
que o plano será operacionalizado, seja uma empresa, um órgão público, Organização 
não governamental, um movimento social, um partido político, etc. 
 Segundo Fritsch (1996), podemos apontar algumas características do 
planejamento estratégico que são assinaladas como as principais: 
a) É um método que orienta e preside as principais decisões de uma organização; 
 
23 
 
b) É um meio de estabelecer o propósito da organização em termos de missão, 
objetivos, programas de ação e prioridades de alocação de recursos; 
c) É um instrumento para definição dos domínios de atuação da organização; 
d) É uma resposta para otimização de oportunidades e forças; minimizar e eliminar 
ameaças e fraquezas, com a finalidade de alcançar um desempenho competitivo; 
e) É um critério para diferenciar as tarefas gerenciais dos vários níveis hierárquicos da 
organização. (FRITSCH, 1996, p. 134). 
 
Planejamento estratégico- método que orienta e preside as decisões; propósito 
da organização (missão, objetivos, programas de ação, prioridades de recursos); 
domínios da atuação; aperfeiçoar oportunidades e forças; minimizar e eliminar 
ameaças e fraquezas; alcançar desempenho competitivo; visa à participação de 
todos os sujeitos envolvidos na tomada de decisão. 
 Podemos afirmar que o planejamento estratégico introduz um novo tipo de 
pensar e conceber o planejamento por trazer transformações significativas na arte de 
planejar, a exemplo da desburocratização, desconcentração, e a descentralização de 
poder. Essa partilha de poder na elaboração do planejamento só é possível porque o 
planejamento estratégico visa à participação de todos os sujeitos envolvidos na tomada 
de decisão. 
 O planejamento estratégico constitui-se como uma ferramenta utilizada na 
contemporaneidade pelas empresas capitalistas, visto que estas se orientam por um 
modelo de produção e gerenciamento flexível, significa a adoção de uma gestão 
gerencial horizontal, ou seja, as decisões são construídas com a participação dos 
trabalhadores, consumidores, parceiros, enfim, todos que estão relacionados com a 
empresa, outra característica deste tipo de gestão é a utilização do trabalhador 
polivalente, sendo que este deve entender e desenvolver várias funções. 
 
2016/CESPE/DPU. Acerca da dimensão investigativa, do processo de 
planejamento e da intervenção profissional, julgue o item subsecutivo. 
A estratégia incorporada pelo planejamento estratégico relaciona-se à noção de 
mobilização, de negociação, de movimento, de manejo de técnicas e recursos e 
dos meios necessários para se enfrentar uma situação complexa. 
Certo / Errado 
 
24 
 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: O Planejamento Estratégico por sua vez utiliza projeções de tendências 
para o futuro, baseadas em dados históricos e atuais. Não trata do todo da organização. 
Elege temas prioritários, de maior impacto para a organização, projeto ou política de 
situação complexa. Ele é voltado exclusivamente para a operacionalização de 
estratégias. Trata sempre de um largo período de tempo. Não substitui outros planos e 
deve ser implementado de forma concomitante. Em geral, os outros planos atentam 
para as opções estratégicas da organização de modo a servi-las. É o instrumento mestre 
da gestão estratégica. Tradicionalmente os planos estratégicos possuem elementos 
como diagnóstico da situação real, visão de futuro, missão, valores, objetivos e projetos 
estratégicos. Noção de mobilização, de negociação, de movimento, de manejo de 
técnicas e recursos. 
 
 
2014/CESPE/POLÍCIA FEDERAL. Com relação ao planejamento como proposta de 
intervenção na área social, julgue os itens seguintes. No planejamento 
estratégico, a pactuação não integra o planejamento e a busca por respostas a 
situações complexas, sendo uma ação restrita aos gestores. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: O planejamento estratégico abrange a categoria estratégia, conferindo-a 
visibilidade, por agregar ao processo as noções de mobilização, negociação, 
movimentos, manejo de técnicas, recursos, enfim, todos os meios (táticos) necessários 
a se enfrentar uma situação complexa. 
 
 
2014/CESPE/ TJ-SE. Com relação ao planejamento estratégico, julgue o próximo 
item. No planejamento estratégico de uma organização, deve-se priorizar o 
estabelecimento de objetivos concretos e discutir, a cada cinco anos, as questões 
relacionadas ao futuro e ao desenvolvimento organizacional. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Errado. 
Comentário: O planejamento estratégico não é algo estático. Isto quer dizer que não 
se pode definir um período fixo para discussão do futuro da organização, como está na 
questão. 
 
25 
 
 
6. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E GESTÃO PÚBLICA 
 
 A introdução do planejamento estratégico na gestão pública significa um 
avanço no sentido da desburocratização dos serviços, rompimento da visão de que as 
ações/serviços ofertados pelo Estado são neutras, além de contar com a participação 
dos usuários na tomada de decisão. 
 O planejamento estratégico só é possível numa gestão pública que se orienta 
pelo princípio democrático, no nosso país isso é possível porque a Constituição Federal 
institui as diretrizes da construção de um Estado democrático e de direito. 
 O Estado, portanto, caracteriza-se como uma arena de conflito de interesses das 
classes sociais, e a elaboração e operacionalização do planejamento estratégico vai 
refletir essa disputa de interesses. As classes sociais vão disputar qual tipo de estratégia 
o Estado deve adotar a defesa da democratização e da universalização dos direitos 
sociais, como defende a classe trabalhadora, ou a minimização dos direitos sociais 
como defende a classe burguesa. 
 O planejamento estratégico é materializado no Estado Brasileiro a partir da 
institucionalização da participação e controle social da população sobre o Estado, 
criando mecanismos de participação que busca ultrapassar a mera democracia 
representativa, combinando mecanismos da democracia representativa com a 
democracia participativa direta, a exemplo dos Fóruns (Criança/adolescente, da 
Assistência social), conferências, dos diversos conselhos gestores e direitos, Grupos de 
trabalhos, etc. 
 São nestes espaços de participação direta e indireta, espaços colegiados 
(participação do poder governamental e da sociedade civil) que são construídos os 
objetivos, as diretrizes, metas, definidos recursos para elaboração/execução das 
políticas públicas que são materializadas na oferta dos serviços públicos, como 
educação, saúde, lazer, cultura, habitação, etc. 
 Como definimos anteriormente as palavras planejamento e estratégia, podemos 
perceber que a definição de estratégia é muito apropriada quando nos referimos à 
utilização do planejamento estratégico na gestão do Estado, visto que este materializa 
todo processo de mobilização, disputa, negociação entre classes sociais dos seus 
interesses, muitas vezes divergentes, que são intermediados pelo Estado. 
 Neste podemos identificar algumas características da operacionalização 
do planejamento estratégico na gestão pública: 
 
26 
 
a) Identificação do terreno ou cenárioem que se desenvolverá a ação e tendências; 
b) Identificação de aliados, oponentes, interessados, neutros e, em alguns casos, até 
inimigos, mapeando a natureza e consistências de seus vínculos; 
c) Identificação do perfil das forças em confronto, seus recursos, suas técnicas, suas 
alianças (em magnitude e qualidade), sua capacidade operacional; d) Identificação do 
tempo disponível (luta). (TEIXEIRA, 2009, p. 560). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
7. PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO 
 
 O planejamento participativo é um dos tipos de planejamento e está 
diretamente ligado ao planejamento estratégico. 
 Este tipo de planejamento é o mais recomendado ao Assistente Social, já 
que o Serviço Social defende a descentralização e desconcentração de poder e a 
participação e o controle social das classes trabalhadoras na elaboração, 
execução e avaliação das políticas sociais. 
 É necessário para compreendermos o que é o planejamento participativo definir 
o que é participação e os tipos de participação utilizados pelo Estado Brasileiro. 
 Bordenave (1994) compreende participação como uma necessidade humana 
básica, assim como os homens necessitam comer, dormir e trabalhar. 
Especificando a origem da palavra participação. 
 Participar é fazer parte de algum grupo ou associação, ou tomar parte numa 
determinada atividade, ou ainda, ter parte num negócio. Mas, ressalta que há diferença 
entre essas expressões, pois cada uma determina uma forma diferente de participar. 
Existem duas formas de participação do homem na sociedade, a micro participação e a 
macro participação Micro participação, quando o homem participa de grupos primários 
como família, grupo de amizade ou de vizinhança; 
 Macro participação, quando o homem participa de grupos secundários, como 
as associações profissionais, sindicatos, empresas e ainda de grupos terciários, como 
os partidos políticos e movimentos de classe (BORDENAVE, 1994, p. 23). Segundo o 
autor, a micro participação é uma associação voluntária e visa benefícios pessoais e 
imediatos. Já a macro participação consiste na intervenção das pessoas nos processos 
dinâmicos que constituem ou modificam a sociedade. 
 No Brasil, a participação e o controle social das classes trabalhadoras no 
processo de construção, implantação e avaliação das políticas públicas só foram 
institucionalizados no país, com a aprovação da Constituição de 1988, e pode ser 
caracterizada como uma das grandes conquistas dessas classes no processo de 
intervenção e controle sobre o Estado. As formas de participação das classes 
trabalhadoras na esfera estatal foram estabelecidas pelo próprio Estado, por meio do 
desenvolvimento de políticas públicas de integração, como nos mostra Ammann (2003). 
 
28 
 
A autora, ao fazer uma análise sobre a política de desenvolvimento de comunidade, 
afirma que este foi um tipo de planejamento participativo elaborado pelo Estado para 
obter adesão das classes subalternas aos seus projetos. O desenvolvimento de 
Comunidade surge no país nos anos de 1940, sob a orientação da política internacional 
do pós-guerra e sob a égide da estratégia oficial de integração do local e do regional na 
política nacional de desenvolvimento, modernização e industrialização, e se afirma 
como instrumento capaz de favorecer o consentimento espontâneo das classes 
trabalhadoras subalternas às estratégias definidas pelo Estado. (AMMANN, 2003, p. 
193). 
 A política de desenvolvimento de comunidade proclama a participação 
popular como elemento necessário ao processo de desenvolvimento nacional. Essa 
forma de participação estabelecida pelo Estado brasileiro permite-nos apreender a 
estratégia utilizada pelas classes dominantes que conduziam o Estado; estas visavam 
conseguir a legitimação das classes trabalhadoras por meio do discurso e de práticas 
de integração e desenvolvimento nacional, que servia para desmobilizar e controlar as 
classes subalternas. 
 
 
 As principais correntes de pensamentos sobre participação que o Estado 
se referenciava para estabelecer o processo de participação e controle social no 
país foram: 
a) A participação é concebida com base na micro visão social localista, 
desconectada dos processos decisivos e decisórios da sociedade global; 
b) Uma segunda postura é a de caráter reformista, aloca a participação nas 
instâncias macros societários, de modo a provocar reformas em bases nacionais 
– porém ainda omite e disfarça as relações de dominação que regem as classes, 
fundamenta-se numa visão unitária e harmônica do todo societário; 
c) Participação como instrumento de integração, esta é outra corrente que 
condiciona o desenvolvimento nacional à articulação de todas as instâncias do 
planejamento e de todas as organizações e grupos sociais que, partilhando de 
valores e objetivos genéricos comuns, assumem funções próprias e obrigações 
recíprocas dentro do seu papel e nível. (AMMANN, 2003, pp. 194-195). 
 
 
29 
 
Esta última concepção de participação foi a que fundamentou a utilização do 
planejamento participativo no Brasil. O planejamento participativo do Estado foi 
executado por técnicos/funcionários do próprio Estado que realizava reuniões nas 
comunidades, estes técnicos já levavam para a comunidade o diagnóstico e as 
prováveis soluções dos problemas prontos, ou seja, a participação da comunidade era 
bem limitada. 
 Este tipo de participação originava a impressão na população de que tinha o 
poder de participar e interferir nos rumos da nação, no entanto sua participação era 
manipulada pelo Estado para legitimar o projeto do grupo que o dirigia. 
 Vale ressaltar que existiriam outras tendências que se contrapõem ao conceito 
de participação estabelecido pelo Estado. Estas tendências, baseadas na visão 
heterodoxa, colocaram a participação como um processo que se opera no contexto 
histórico da realidade social e global. 
Entre os seguidores desta corrente, destacam-se: 
a) “Prática social concreta, que detecta através dos atos cotidianos dos indivíduos e dos 
grupos sociais.” (LIMA apud AMMANN, 2003, p. 195). 
b) “Processo mediante o qual as diversas camadas sociais tomam parte na produção, 
na gestão e no usufruto dos bens e serviços de uma determinada sociedade”. 
(AMMANN, 2003, p. 195). 
 
 
 Podemos complementar essas concepções com a visão de participação 
democrático-radical utilizada por Gohn (2007), em que se constituem sujeitos 
sociais os quais lutam por cidadania, por melhoria da sua condição de vida, para 
ter acesso às políticas públicas. É este tipo de participação que as classes 
trabalhadoras tentam implementar através das instâncias de controle 
democrático do Estado, como conselhos, conferências, fóruns, etc. 
 
Podemos citar como exemplo de planejamento participativo, as conferências e 
os Conselhos gestores e de direitos, utilizado pelo Estado na atualidade no processo de 
construção, implementação e avaliação das políticas/programas sociais e que o 
assistente social participa diretamente tanto na condição de profissional como de 
cidadão. 
 
30 
 
 A conferência é um espaço de participação direta, em que todos os cidadãos 
podem participar. Neste espaço são produzidos os objetivos, diretrizes e metas da 
política pública que se materializam no plano de ação, a exemplo do Plano Nacional de 
Juventude. O Plano Nacional de Juventude é um planejamento da Política Nacional de 
Juventude que contou com a participação de várias organizações juvenis, e diversos 
segmentos da população, no qual existem metas que devem ser alcançadas no prazo 
de dez anos. As diretrizes e metas do Plano materializam-se na elaboração de 
programas e projetos sociais, a exemplo do PROJOVEM (Programa Nacional de 
Inclusão de Jovens), as proposições destes, assim como o acompanhamento e 
avaliação é realizada pelo Conselho Nacional de Juventude. 
 O Conselho é uma forma de participaçãorepresentativa, o que significa dizer 
que são as entidades que representam a classe trabalhadora que participa do conselho, 
este é um órgão colegiado e paritário, ou seja, é composto tanto por representante do 
Governo como da sociedade civil. A sua função é propor, deliberar, fiscalizar e avaliar 
as políticas, programas e projetos sociais, a exemplo da proposição e aprovação do 
plano anual da política municipal de juventude, aprovação da implantação dos coletivos 
do PROJOVEM. 
 Portanto, podemos caracterizar a conferência e o conselho como espaço de 
planejamento participativo das políticas, programas e projetos sociais. Além, 
desses tipos de planejamentos da política pública existem outros que participamos 
enquanto profissionais como o planejamento participativo das instituições que fazem 
parte do chamado “Terceiro Setor” que pode propor no seu planejamento a participação 
dos funcionários, colaboradores e os usuários que são atendidos pela instituição. 
 Outro exemplo são as empresas (estatais e privadas) que têm utilizado o 
planejamento participativo como uma ferramenta para aumentar a produtividade do 
trabalhador, criando programa em que o trabalhador pode participar apontando os 
problemas e propondo sugestões de resoluções destes, o trabalhador se sente 
importante ao ver suas sugestões incorporadas nas decisões da diretoria, Além disso, 
estabelece métodos em que os consumidores possam participar da produção dos 
serviços, a exemplo do disque sugestões, pesquisa de avaliação, etc. A técnica do 
planejamento participativo está presente no nosso cotidiano como profissional, 
estudante, cidadão. O que precisamos é refletir sobre a natureza desta participação, se 
é uma participação orgânica e qualificada. 
 Participação orgânica é quando essa participação é assegurada pelos 
dispositivos legais, a exemplo da Constituição Federal de 1988 que prevê a participação 
 
31 
 
e o controle social da população sobre o Estado, e a elaboração de leis 
complementares como a Lei Orgânica da Assistência Social que prevê a instituição do 
conselho e da conferência como mecanismos disponíveis ao usuário para intervir nos 
rumos da Política Nacional de Assistência Social. 
 Participação qualificada é quando o cidadão tiver acesso às informações, 
códigos, legislações para que possa de fato ter uma intervenção qualificada propositiva 
que proporcione mudanças. 
 Outra questão que devemos discutir é a qualidade da participação 
representativa, a exemplo dos conselhos e dos representantes políticos (prefeitos, 
vereadores, deputados, senadores, Governador Estadual e Federal) se nestes espaços 
os interesses do conjunto da classe trabalhadora estão representados. Para garantir 
uma relação direta entre representantes e representados nestes espaços é necessária 
a construção de canais de participação direta com a base, a exemplo da criação de 
fóruns, plenárias, seminários e reuniões, etc. 
 O Serviço Social enquanto profissão participa diretamente destes 
instrumentos de participação estabelecidos pelo Estado, que caracterizamos 
como momentos do planejamento participativo, a exemplo dos conselhos, das 
conferências, fóruns, etc. assessorando os órgãos públicos no processo de 
construção/organização destes espaços contribuindo para a democratização da 
relação Estado e sociedade civil visando contribuir para o fortalecimento do 
controle das classes trabalhadoras sobre o Estado. 
 
2015/CESPE/MPOG. No que se refere ao planejamento como processo técnico-
político, julgue o próximo item. A sintonia da gestão pública democrática com o 
planejamento estratégico pode ser explicada pela necessidade de se ultrapassar 
a democracia representativa, combinando-a com a democracia participativa ou 
direta. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: O Planejamento Estratégico vem sendo entendido como uma forma 
contemporânea de planificação. Tal temática nos permite entender essa renovada 
importância no contexto sociopolítico e institucional, nos níveis local, estadual, nacional 
e mundial, seja no âmbito da administração pública e no setor privado. Tal característica 
aponta para o exercício de participação e liberdade necessário aos que governam e aos 
que não governam, mas que participam do processo de tomada de decisão. A sintonia 
da gestão pública democrática com o planejamento estratégico pode ser explicada pela 
necessidade de se ultrapassar a democracia representativa, combinando-a com a 
democracia participativa ou direta. 
 
32 
 
 
 
2013/FGV/CONDER. A questão da participação é um grande desafio para o 
planejamento estratégico. Para ser efetiva, fundamentada no ideal democrático, é 
preciso que seja: 
a) pautada em uma estrutura organizada, legal e jurídica que ocupa um espaço 
institucional na organização da sociedade. 
b) exercida por meio de estruturas institucionais burocráticas e administrativas que 
definem o papel a ser desempenhado pelos atores sociais. 
c) formalizada em estruturas políticas e partidárias que definem e participam dos 
processos decisórios, dando-lhes direção. 
d) condicionada por canais específicos de mediação política entre a população e os 
entes federativos. 
e) propiciada através de organismos colegiados e organizações políticas com 
representação social e escolha democrática. 
 
Resposta Correta: Letra e) propiciada através de organismos colegiados e 
organizações políticas com representação social e escolha democrática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
8. SERVIÇO SOCIAL E A INTERVENÇÃO NA ÁREA SOCIAL 
 
 O Serviço Social é uma profissão com características de intervenção da 
realidade social. Para isso, há necessidade de uma habilitação crítico analítica, 
que proporcione a estruturação de seus objetivos de ação. Devem-se considerar 
as competências teórico-metodológicas, técnico-administrativas e ético-políticas 
as quais possibilitam ao assistente social formas de pensar e agir suas funções 
profissionais. 
 O planejamento, portanto, deve ser considerado como uma ferramenta 
fundamental à prática do assistente social, por possibilitar a identificação, ao longo do 
tempo, das ações necessárias para o enfrentamento de desafios das problemáticas 
sociais. 
 Assim, o planejamento é uma ferramenta de investigação no serviço social 
com a finalidade de promover mudanças concretas da realidade. 
 Para o assistente social, o processo de planejamento passa a ser um 
procedimento essencial para a compreensão das diversas realidades e expressões 
da questão social, pois este deverá imprimir em sua intervenção profissional um 
caminho, uma direção. Para isso, é imprescindível conhecer e problematizar o objeto de 
sua atuação. 
 A ação planejada define um caminho, horizonte direcionado pelo desbravamento 
de ações permeadas de intenções, porém, plenas de sentido. (FRAGA, 2010). 
 Como ainda bem define Fraga (2010), enquanto a atitude investigativa é um 
movimento constante de busca, questionamentos, debruçamentos, planejamento para 
atuar na profissão, a ação profissional é consequência e, ao mesmo tempo, subsídio 
para essa investigação. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
9. O SERVIÇO SOCIAL E O PLANEJAMENTO 
 
 O Serviço Social é uma das profissões que utiliza a técnica de planejar, pois está 
previsto no Código de Ética de 1993 e na Lei que regulamenta a profissão do 
Serviço Social o manuseio desta técnica nas realizações das suas atividades 
profissionais. 
 O planejamento estratégico pode ser um instrumento utilizado pelo Serviço 
Social para implementar o seu projeto ético – político, ou seja, o planejamento é 
uma técnica e sua utilização depende do referencial teórico da finalidade/direção 
que se pretende dar a esse instrumento, ou seja, qual objetivo pretende-se atingir 
com sua utilização. 
 
2015/ FGV/TJ-SC. Segundo Teixeira (2009: 2-3), “(...) a formulação de políticas 
sociais, com as atuais exigências dedemocratização do espaço público, tende a 
atravessar o espaço estatal e civil da sociedade brasileira, deixando de ser cada 
vez mais decisão adstrita ao âmbito da gestão e do poder. Cabe, entretanto, a 
gestores e técnicos, processar teórica, política e eticamente as demandas sociais, 
dando-lhes vazão e conteúdo no processo de planejamento e gestão, orientando 
a sua formatação e execução. Não bastam pronunciamentos políticos gerais e 
abstratos que afirmem intenções sociais. É necessário que sejam materializadas 
por meio de um cuidadoso processo de planejamento institucional, com alcance 
capilar, indicando desde concepções globais até ações (na ponta), de execução 
de políticas públicas. ” 
Em consonância com os princípios do Projeto Ético Político hegemônico na 
profissão, o planejamento é legítimo apenas quando é: 
a) um instrumental técnico neutro; 
b) atribuição executada por um técnico governamental; 
c) capaz de prever o futuro; 
d) desenvolvido em instituições públicas; 
e) um exercício de liberdade e participação da sociedade. 
 
Resposta Correta: Letra e) um exercício de liberdade e participação da sociedade. 
Comentário: Hoje, enfrentando e absorvendo todas as críticas, retoma-se o 
planejamento para desvendar algumas de suas faces ocultas e de suas armadilhas, 
 
35 
 
muito claras no planejamento tradicional, como o mito do instrumental técnico neutro, o 
mito do técnico planejador, o mito da previsão do futuro, para inscrevê-lo como um 
exercício de liberdade e participação, necessário aos que governam e aos que não 
governam. É instrumento dos que querem tornar-se sujeitos e construir o presente e o 
futuro desde já, dos que não querem sucumbir às forças do acaso ou do mercado, ou à 
vontade estranha, ou aos desígnios dos donos do poder. O planejamento 
contemporâneo põe, claramente, no âmago de sua reflexão, o papel da estratégia no 
processo de tomada de decisões compartilhadas. A participação no planejamento tem 
o escopo de compartilhar decisões, quer sejam econômicas, quer sejam políticas, quer 
sejam sociais ou culturais. Tomar decisões como um exercício de liberdade, sim, mas 
tomá-las de forma compartilhada. 
 
 
 
 
2015/CESPE/DEPEN. Com referência aos processos de planejamento e de 
intervenção profissional do assistente social, julgue o item subsequente. 
Segundo a concepção crítica, os projetos de intervenção do profissional de 
serviço social devem, entre outros aspectos, representar a autoimagem da 
profissão; eleger os valores que a legitimam socialmente; e formular os requisitos 
teóricos, práticos e institucionais para o seu pleno exercício. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: Segundo Netto (1999) os projetos profissionais apresentam a autoimagem 
de uma profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam 
seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para 
o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e 
estabelecem as bases das suas relações com os usuários de seus serviços, com as 
outras profissões e com as organizações e instituições sociais privadas e públicas 
(inclusive o Estado, a que cabe o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais). 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
10. PLANEJAMENTO SOCIAL: 
INTENCIONALIDADE E INSTRUMENTAÇÃO 
 
Autora: Myrian Veras Baptista 
 Planejamento é um instrumento que dá vida a prática, é ao mesmo tempo um 
processo e um instrumento. 
 Como processo é a ação planejada, como instrumento se transforma num 
documento que norteia as ações. 
• Este processo tem uma característica fundamental: é técnico, administrativo e 
político. 
• É um processo político porque se envolve a tomada de decisão e decide quem 
tem o poder decisório. 
 Planejamento, como um processo integrado e cíclico, desenvolve-se 
distinguindo fases bem definidas, como: 
 Análise da situação que, a partir da escala de valores em presença, revelará as 
necessidades dos indivíduos e grupos. 
 A identificação de estratégias ou orientações de políticas e das linhas de ação 
necessárias para atingir os objetivos. 
 O confronto das linhas de ação com os meios disponíveis, os seus custos e 
vantagens e as opções ou escolhas necessárias. 
 Planejamento estratégico procura ver este processo sob um novo 
paradigma, que é caracterizada por uma nova forma de pensar, nova 
racionalidade, uma nova forma de agir; tem como enfoque central as relações de 
poder (o aspecto político). 
Implica: 
• nova forma de pensar: do pensamento funcional passa para o pensamento dialético. 
• nova racionalidade: de normativa / estratégica e racional objetiva X substancial, passa 
para reiterativa / criadora. 
Nova forma de agir: 
1 - No propósito: do crescimento, da mudança e da legitimação. 
 
37 
 
2 - Nas respostas: de imediativa passa para reiterativa e para criadora. 
3 - Nas relações de poder: descentralização; desburocratização; flexibilidade; relação 
entre sujeitos e (deserarquização) 
 O planejamento como processo que institucionaliza a tomada de decisão, 
envolve alguns passos (itens) a saber: 
1.Refletir: (reconstruir o objetivo) tendo como ponto de partida: a demanda institucional, 
as dimensões do objeto (singularidade), o espaço de alcance da ação profissional / a 
sede / a sociedade. 
2 - Conhecer: descrever / interpretar / explicar / compreender o objeto (o estudo da 
situação e as circunstâncias). 
3- Decidir: estabelecer prioridades / objetivos / metas. 
4- Projetar: sistematizar e redigir o plano / programa / projeto. 
5- Executar: implementar / organizar / agir. 
6- Controlar: relatório de resultados. 
7- Analisar: relatório de avaliação 
 Na fase do conhecimento (conhecer) são necessários os conhecimentos 
teóricos, pois os conceitos definem como se vai trabalhar e dão sustentação para as 
explicações que a teoria oferece para as diferentes situações da prática. 
 Operacionalização de conceitos procura estabelecer uma relação entre os 
componentes da situação não diretamente observáveis com elementos passíveis de 
observação direta. Consiste na identificação de um conjunto de elementos que 
representam esses componentes e de indicadores que permitam sua observação 
empírica, a coleta e o registro de dados, buscando sua utilização no planejamento. 
 Operacionalizar conceitos significa compatibilizá-los a um marco de 
referência, tendo em vista sua posterior utilização prática, propiciando: 
• um marco de referência para a ação; 
• a coleta e o registro de dados empíricos; 
• maior precisão à descrição e a interpretações de dados; 
 
38 
 
• maior facilidade de comunicação entre especialistas, entre a equipe planejadora e a 
população e entre estas e a instituição, possibilitando a interpretação dos conceitos 
expressos sem ambiguidades. 
 A construção de um sistema de indicadores se faz pela decomposição dos 
elementos identificados como relevantes para o conceito em aspectos observáveis 
empiricamente, quantificáveis e escalonáveis quanto à sua força relativa no contexto da 
questão. 
 A pesquisa empírica desses indicadores permite a mensuração de dados 
concretos de realidade, isto é, o alcance dos índices dos indicadores, que informa em 
que proporção aquele indicador incide na realidade observada. 
 Para análise desses dados há que confrontá-los com parâmetros: padrões 
indicativos das possibilidades de variação de proporcionalidade intrínsecas a cada 
aspecto estudado e de seus significados. 
 Esses parâmetros são obtidos através da acumulação e da universalização de 
informações sobre o comportamento dos indicadores em diferentes espaços 
geográficos e conjunturas históricas. 
 
 
 Parâmetro: é uma referência teórica para os indicadores, é um processo 
histórico. Você está aquém, além ou dentro dos parâmetros (nível aceitável); se 
você está no limite, está em situação de necessidade. Se você está abaixodo 
esperado está em situação de crise. 
 Avaliação de eficiência: faz-se a partir dos dados de controle, ver se o problema 
estava no projeto ou na execução e detectar o porquê ocorreu mudanças e suas causas. 
Avaliação do funcionamento da máquina (pessoal, equipamento, etc.) e a capacidade 
da equipe de se adaptar à realidade. 
 Avaliação de Eficácia (alcance do objetivo) se não foi eficaz – houve um defeito 
de projeto, necessariamente precisa de pesquisa para verificar, após um período de 
tempo, como encontram-se as pessoas que participaram do projeto. 
 Avaliação de Efetividade: colocar em choque a alternativa, ou seja, não opera 
mudança na problemática geral, ex.: a política pública atende 20.000 crianças em 
creches, quando a demanda é de 2.000.000. 
 
39 
 
 
2014/CONSULPLAN/CBTU. Na gestão social, o planejamento consiste em definir 
ideias, desejos e compromissos, envolvendo pessoas que tomam decisões 
técnicas, políticas, éticas e administrativas de forma coerente com as conquistas 
e dificuldades do processo de construção de uma política pública. Considerando 
que o planejamento deve procurar maximizar os resultados e minimizar 
deficiências, analise as alternativas em relação ao conceito de eficiência, eficácia 
e efetividade. 
I. Eficiência é fazer as coisas de maneira adequada, resolver problemas, salvaguardar 
os recursos aplicados, cumprir o seu dever e reduzir os custos. 
II. Eficácia é eleger as coisas prioritárias, evitar alternativas criativas e potencialmente 
onerosas, fomentar projetos consagrados e aumentar as receitas e fontes de 
financiamento em caso de aumento de despesas. 
III. Efetividade é manter-se no ambiente e apresentar resultados globais positivos ao 
longo do tempo. 
Está (ão) correta (s) a (s) alternativa (s): 
a) I, II e III. c) I e III, apenas. 
b) I, apenas. d) II e III, apenas. 
 
Resposta Correta: Letra c) I e III, apenas. 
Comentário: EFICIÊNCIA é definida como a relação entre os produtos (bens e 
serviços)4 gerados por uma atividade e os custos dos insumos empregados para 
produzi-los, em um determinado período de tempo, mantidos os padrões de qualidade. 
Essa dimensão refere-se ao esforço do processo de transformação de insumos em 
produtos. Pode ser examinada sob duas perspectivas: minimização do custo total ou 
dos meios necessários para obter a mesma quantidade e qualidade de produto; ou 
otimização da combinação de insumos para maximizar o produto quando o gasto total 
está previamente fixado (COHEN; FRANCO, 1993). EFICÁCIA é definida como o grau 
de alcance das metas programadas (bens e serviços) em um determinado período de 
tempo, independentemente dos custos implicados (COHEN; FRANCO, 1993). O 
conceito de eficácia diz respeito à capacidade da gestão de cumprir objetivos imediatos, 
traduzidos em metas de produção ou de atendimento, ou seja, a capacidade de prover 
bens ou serviços de acordo com o estabelecido no planejamento das ações. 
EFETIVIDADE diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo 
prazo. Refere-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em 
termos de efeitos sobre a população alvo (impactos observados), e os objetivos 
pretendidos (impactos esperados), traduzidos pelos objetivos finalísticos da 
intervenção. Trata-se de verificar a ocorrência de mudanças na população-alvo que se 
poderia razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado (COHEN; FRANCO, 
1993). 
 
40 
 
 
11. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO 
GOVERNAMENTAL NO MODELO BRASILEIRO 
 
• PLANO PLURIANUAL, instrumento de ordenação das ações governamentais a serem 
implementadas a médio prazo (4 anos), elaborado no 1º ano do mandato atual e 
abrangendo até o 1º ano do mandato seguinte. 
• LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS, instrumento disciplinador da elaboração do 
Orçamento Público, de modo a adequá-lo às prioridades, necessidades e limitações da 
administração pública. 
• LEI DE MEIOS, ou LEI ORÇAMENTÁRIA, ou ORÇAMENTO ANUAL, que 
compreende a previsão e a autorização para a arrecadação das receitas e realização 
das despesas públicas. 
 
PLANOS: Conjunto de ações e decisões de ordem política, social e econômica 
que têm por objetivo direcionar os esforços da administração pública para a 
satisfação do bem comum, contemplando determinadas áreas (funções) da ação 
governamental. 
 É um conjunto de atividades devidamente descritas, especificadas, quantificadas 
em termos físico-financeiros e ordenados em PROGRAMAS. 
 Um Plano é formado por esses “subconjuntos” de ações previstas para causar 
uma mudança de ações previstas para causar uma mudança externa (e definitiva) no 
quadro que pretende modificar. 
 
PROGRAMAS: conjuntos de atividades específicas, orientadas para a solução de 
problemas igualmente específicos. A unidade de cada programa é um PROJETO, 
que tanto pode ser de Engenharia como de qualquer outra espécie. 
 A execução de um projeto é algo que modifica definitivamente a realidade que 
lhe antecede, de modo a solucionar uma demanda corretiva. A distinção essencial entre 
um e outro, é que o PROGRAMA (ações temporárias), além de ser entendido como um 
coletivo de PROJETOS, tem duração continuada até que o PLANO (ações 
 
41 
 
permanentes) seja concluído, pressupondo ações de médio e longo prazos, enquanto 
que um PROJETO normalmente é executado no curto prazo (esforços temporários). 
 
PROJETOS 
As principais características dos projetos: 
• Temporários, possuindo um início e um fim definidos; 
• Planejados, executados e controlados; 
• Entregam produtos, serviços ou resultados exclusivos; 
• Desenvolvidos em etapas e incrementados por elaboração progressiva; 
• Realizados por pessoas; 
• Com recursos limitados. 
 
 
PROJETOS: consiste na discriminação das ações previstas e necessárias ao 
atendimento de objetivos precisos, dimensionados quanti-qualitativamente e 
executáveis segundo um cronograma físico- financeiro previamente estabelecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
12. ELABORANDO PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS 
 
A elaboração de planos, programas e projetos é uma das competências que o 
Assistente Social está habilitado a realizar, assim como prevê a Lei de Regulamentação 
da Profissão n° 8.862, de 7 de junho de 1993. De acordo com os art. 4º e art. 5° 
 
Art. 4° Constituem competências do Assistente Social: 
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam 
do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil; 
Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social: 
I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, 
planos, programas e projetos na área de Serviço Social. 
 Os dois artigos são bem diferentes, observe que no Art. 5º as atribuições 
privativas do Assistente Social se colocam na área de Serviço Social. 
 Portanto, a elaboração de planos, programas e projetos são instrumentos de 
trabalho do Assistente Social que são utilizados nos mais diversos espaços sócio 
ocupacionais, como nas várias políticas sociais, empresas públicas e privadas, nas 
Organizações não Governamentais, nos movimentos sociais etc. 
 Antes de descrever os elementos que compõem um plano, programa e 
projeto, vamos recordar brevemente alguns conceitos, já expostos no item 
anterior. 
 
Plano: é um documento de registro das decisões, dos objetivos e diretrizes que devem 
ser atingidos em longo, médio e curto prazo, um documento de orientação. 
Programa: é a materialização dos objetivos do plano, através das proposições de ações 
que têm um tempo definido para ser realizadas. 
Projetos: Pode ser denominada como a menor unidade do planejamento, e dentro de 
um programa pode estar contido vários projetos, pois este deve ser executado em curto 
prazo e visa dar resposta a um determinado problema. 
 
43 
 
 Vale ressaltar que plano, programa e projeto sãopartes integrantes do 
planejamento realizado por alguma instituição, órgão ou setor público e privado. 
 
2014/CESPE/TJ-SE. No que diz respeito a planos, programas e projetos, julgue o 
item subsequente. Diferentemente do projeto, o programa não é, a princípio, 
definido no tempo, tendo, de certa forma, caráter permanente, embora não deva 
ser considerado eterno. 
Certo / Errado 
Resposta Correta: Certo. 
Comentário: O programa envolve um conjunto de ações a serem desenvolvidas em um 
determinado período. No projeto há uma fixação de prazo, há um período de tempo. 
 
 
 
2014/ FGV/SUSAM. No planejamento em saúde, o conhecimento da realidade 
social é fundamental para a definição de um plano de ação. A respeito do conjunto 
de informações necessário para compor a análise da realidade dos usuários no 
campo da saúde, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. 
( ) deve-se considerar o conhecimento do perfil epidemiológico. 
( ) Deve-se analisar os fatores geográficos e demográficos. 
( ) Deve-se valorizar os aspectos culturais e institucionais da população. 
As afirmativas são, respectivamente: 
 a) F, V e F. 
 b) V, V e F. 
 c) V, F e F. 
 d) V, V e V. 
 e) F, F e V. 
Resposta Correta: Letra d) V, V, V. 
 
 
 
44 
 
 Para facilitar a compreensão de como se realiza o processo de elaboração de 
plano, programa e projeto e de sua inter-relação como exposto acima, podemos utilizar 
para exemplificar todo esse processo a Política Nacional para Mulheres desenvolvida 
pelo Presidente Lula durante as suas gestões (2003-2006 e 2007-2010). 
 O Plano Nacional de Políticas Públicas para Mulheres foi elaborado e aprovado 
na I conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres e revalidado na II 
Conferência, nele contém os objetivos, diretrizes e metas da Política. 
Os objetivos do Plano foram estruturados em quatro eixos de atuação: 
1. Autonomia, igualdade no mundo do trabalho e cidadania, 
2. Educação inclusiva e não sexista, 
3. Saúde das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos, 
4. Enfrentamento à violência contra as mulheres. 
 Vamos utilizar o primeiro eixo dos objetivos para exemplificar como se realiza a 
elaboração de um programa. A fim de atingir tal objetivo o Governo ampliou a atuação 
do PRONAF, criando mais uma linha de crédito para as mulheres, o Programa 
PRONAF-MULHER, com o intuito de promover a igualdade de gênero do mercado de 
trabalho e promove a autonomia econômica e política das mulheres. 
 No entanto, para as mulheres acessarem o programa é necessária a elaboração 
de um projeto por parte das mulheres. Estas mulheres podem ou não fazerem parte de 
uma organização como MST, STTR30, associações e cooperativas de produtores. 
 No projeto precisa conter a justificativa, ou seja, apresentação do problema, das 
ações que serão realizadas com o dinheiro do crédito. 
 Esse é o procedimento adotado pelo Estado para poder efetivar um direito social, 
através da realização da política pública. 
 Agora que já compreendemos o que é um plano, programa e projeto e sua 
relação, vamos estudar quais são os elementos que compõem um projeto. MST 
(Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. STTR Sindicato dos trabalhadores e das 
trabalhadoras rurais. 
 Precisamos sempre partir do pressuposto que na construção de um plano, 
programa e projeto é necessária à participação de todos que serão atingidos pela 
execução destes. 
 O Primeiro passo é convocar uma reunião com todos aqueles interessados e 
com o que será público alvo do projeto. Nesta reunião será discutido o porquê da 
 
45 
 
necessidade de elaborar o projeto, os objetivos e as ações. O projeto tem que 
representar o interesse do coletivo. 
Os elementos que devem conter num projeto: 
a) Identificação do projeto 
 Deve conter o Título do Projeto, o local e a data (início e o término do projeto). 
b) Identificação do proponente/executor 
Nome, endereço completo, forma jurídica da Instituição (no caso de uma associação o 
CNPJ). Além dessas informações deve ter também os dados do responsável pelo 
projeto, o coordenador, nome, endereço, CPF e RG. 
Se o projeto for realizado em parceria com outros órgãos colocar também, mas 
especificando quem é o responsável pelo projeto. 
c) Histórico de experiência da instituição proponente/executora. 
Alguns órgãos solicitarão o histórico da instituição, neste caso devem-se colocar as 
informações referentes a outros projetos já desenvolvidos pela instituição, descrevendo 
as atividades, público alvo, parceiros, resultados e o órgão que financiou. 
d) Caracterização do problema e justificativa 
 Neste Item deve conter a apresentação do problema, ou seja, o porquê da necessidade 
do projeto e sua importância para as pessoas que serão beneficiadas, os benefícios 
econômicos, sociais, políticos, culturais e ambientais que o projeto proporcionará. 
e) Objetivo geral 
O objetivo é a apresentação da situação e o que se deseja alcançar com o projeto. 
f) Objetivos específicos 
Os objetivos específicos são os resultados esperados. Devem ser executados no 
desenvolvimento do projeto, através das metas e das atividades. 
g) Metas 
As metas estão diretamente relacionadas com os objetivos específicos, as metas 
pretendem especificar como se deve fazer para atingi-los. As metas são resultados 
parciais dos objetivos, por isso cada objetivo específico deve conter mais de uma meta. 
As metas são expressões de quantidade e qualidade e precisam estar bem definidas 
 
46 
 
para poder definir com precisão os indicadores que serão utilizados para avaliar se os 
resultados foram alcançados. 
 
h) Atividades 
As atividades estão diretamente relacionadas com os objetivos específicos e com 
as metas, por isso, as ações precisam ser bem detalhadas, enumeradas em ordem 
cronológica. 
i) Público alvo. 
São as pessoas que serão beneficiadas com o projeto. 
j) Plano de trabalho/Metodologia 
Esse item é de suma importância para avaliação/aprovação do projeto pela agência 
financiadora. Na elaboração da metodologia deve conter de forma detalhada o objetivo 
(finalidade do projeto), quem são os parceiros e de que forma o projeto será executado. 
k) Cronograma 
O projeto tem início, meio e fim, tem um período para ser executado, portanto, o 
cronograma vai definir quando cada ação será desenvolvida. 
l) Resultados 
É um impacto que o projeto causou na vida das pessoas e na comunidade onde foi 
executado. É analisar se os objetivos específicos e gerais foram alcançados. É 
importante frisar a necessidade de publicitar os resultados nos mais diversos meios de 
comunicação. 
 
m) Monitoramento/avaliação 
É de suma importância para o desenvolvimento do projeto, pois a população 
beneficiada, assim como os parceiros e demais agentes envolvidos no projeto podem 
avaliar permanentemente a execução das atividades proporcionando com isso não 
apenas o controle social, mas o aperfeiçoamento do projeto durante a sua execução, 
propondo soluções para problemas que vão surgindo. 
 
 
 
47 
 
 
2015/CESGRANRIO/PETROBRAS. No processo de planejamento do serviço 
social, a fase que corresponde ao exame do desempenho e dos resultados das 
ações, a partir de critérios determinados, denomina-se: 
 a) avaliação 
 b) controle 
 c) implantação 
 d) implementação 
 e) revisão 
Resposta Correta: a) avaliação. 
Comentário: Segundo Chiavenato (2004), a avaliação de desempenho é uma 
apreciação sistemática do trabalho de cada pessoa, em função das tarefas que ela 
executa, das metas e resultados alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. 
 
n) Orçamento 
É um cronograma financeiro do projeto detalhando quando e quanto cada ação vai 
gastar. É importante detalhar ao máximo a planilha de gastos. o) Resumo É a 
apresentação sucinta do projeto, deve conter os objetivos a duração e o custo, e a 
justificativa do projeto. É a síntese do

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