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RESUMO PROCESSO PENAL Medidas Cautelares e Prisão Proteção e efeito prático. Tem como base o art. 5º, CF, LVII e LXI. Medidas cautelar de natureza processual penal buscam garantir o normal desenvolvimento do processo, e como consequência a eficaz aplicação do poder de punir. Processo é a relação jurídica processual desenvolvida em um procedimento. Relação jurídica processual = partes do processo. Procedimento é o conjunto logicamente organizado de atos visando um resultado (sentença). Medidas cautelares visam que a relação jurídica processual permaneça e que seja útil, visa proteger. � “Jus puniend” – direito de punir. � “Jus persequend” – direito de apurar. Tem como base o art. 5º, LVII da CF, no sentido de que “ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (presunção de inocência). E também no inciso LXI, estabelece que “ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade jurídica competente”. Meditas Cautelares de natureza processual penal buscam garantir o normal desenvolvimento do processo como consequência a eficaz aplicação do poder de punir. 1 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. Processo – É a relação jurídica processual desenvolvida num procedimento. Relação Jurídica Processual – É o relacionamento jurídico entre as partes (autor – juiz – réu). Procedimento – É o conjunto logicamente organizado de atos visando um resultado, a sentença, que é binária no processo penal, é absolutória ou condenatória. Relação Jurídica Processual – Permanece Medida Cautelar Procedimento – Seja útil - Requisitos Processuais Gerais * Fumus boni juris - fumaça do bom direito * Periculum in mora – perigo da demora - Requisitos Processuais Penais – Goldsmith – Processualista Penal * Fumus comissi delicti - perigo de cometer novos crimes * periculum libertatis – perigo de liberdade (fugir, interferir no processo, ameaçar testemunha...) - A prática do crime Dá ao Estado o direito de punir Jus Puniendi mas para punir precisa primeiro investigar jus persequendi. 12/02/2020 - Processo Civil - Poder Geral de Cautela do Juiz – Garante a cautelar de algum tema que não tem lei para fundamentar a cautelar. Isso é proibido no Processo Penal, só pode conceder medidas cautelares se houver base legal. - Art. 282 CPP – Toda a decisão acerca das medidas cautelares deve ser fundamentada: I – Na necessidade (art. 93, CF) a) Na garantia da aplicação da lei penal; b) Na garantia de investigação efetiva; c) Na garantia de realização da instituição penal; 2 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. d) Evitar a pratica de novos crimes. II – Adequação a) Gravidade do crime b) Circunstância do fato c) Condições pessoais do acusado. ● Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade = Necessidade e Adequação ● Medida Cautelar serve para proteger o efeito prático do processo. Medidas Cautelares Diversas da Prisão – Art. 319 CPP – Lei 12403/2011 1 – Obrigação de comparecimento periódico em juízo; 2 – Proibição de acessar ou frequentar determinados lugares; 3 – Proibição de contato com determinadas pessoas; 4 – Proibição de ausência da comarca; 5 – Recolhimento domiciliar noturno; 6 – Suspenção do exercício de função pública ou atividade de natureza econômico financeira; ex.: Fiscal 7 – Internação provisória do inimputável ou semi inimputável; 8 – Fiança; 9 – Monitoramento eletrônico – lei 12.258/2010 e decreto 7.627/2014 (tornozeleira eletrônica); 10 – Art. 320 – Proibição de se ausentar do país; 11 – Art. 294 CTB – Suspenção da habilitação; 3 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. Se elas forem descumpridas, o juiz pode converter as medidas cautelares em prisão preventiva. Obs.: Elas podem ser aplicadas de forma cumulativa. As Medidas Cautelares - Não são aplicáveis, nas seguintes situações: 1 - Quando o crime não é punível com pena privativa de liberdade; 2 – Quando o crime é de menor potencial ofensivo, aqueles cuja a pena máxima é de até 2 anos. Lei 9.099/95 – Lei do Juizado Especial Criminal. 3 – Quando é cabível suspensão condicional do processo, art. 89 da lei 9.099/95 – crimes cuja pena mínima é de até 1 ano. Ex.: Estelionato – pena de 1 à 5 anos. 4 – Quando o crime é culposo. Quem pode pedir a aplicação dessas medidas – Legitimidade a) Ministério Público b) O ofendido c) Autoridade Policial d) Juiz pode aplicar de ofício PRISÃO CAUTELAR O objetivo é proteger o processo, o efeito prático do processo. Conceito: É a privação da liberdade de locomoção de uma pessoa, ordenada, por escrito (mandado de prisão – art. 285 CPP) pela autoridade competente ou caso de flagrante delito. (Art. 282 CPP). Pena – definitiva – somente após o transito em julgado da sentença penal condenatória. 4 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. Prisão Processual – Cautelar 19/02/2020 Mandado de Prisão – art. 283 2º CP P§ É o documento emitido pela autoridade judicial visando o recolhimento do acusado à prisão. Só pode ser presa por mandado de prisão e tem restrições para ser executado, art. 5º, XI CF, a casa é asilo inviolável, só pode ser violado, em flagrante delito, prestar socorro, desastre, por ordem inscrita e fundamentada de autoridade judiciária, ordem de prisão ou busca e apreensão, somente pode executar durante o dia (das 8 às 18 horas), após esse horário, só pode ser cumprido com autorização do morador. Espécies de prisão cautelar – Serve para proteger a efetividade do processo 1 – Prisão em flagrante – Art. 302 CPP 2 – Prisão preventiva – Art. 312 CPP 3 – Prisão temporária – Lei 7.960/89 5 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. a) homicídio doloso b) sequestro ou cárcere privado c) roubo d) e) extorsão mediante sequestro) estupro e sua combinação com o g) atentado violento ao pudor h) rapto violento i) epidemia com resultado de morte j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando , todos do Código Penal; m) genocídio em qualquer de suas formas típicas; n) tráfico de drogas o) crimes contra o sistema financeiro .p) crimes previstos na Lei de Terrorismo 1 – Prisão em Flagrante – Conceito de Fernando C. Tourinho Filho É uma prisão provisória que visa deter o indivíduo que cometeu uma infração penal, para assegurar a instrução probatória do crime, bem como manter a ordem social diante deste atentado. (Durante ou logo após o crime). Sujeitos do flagrante: a) Sujeito passivo do flagrante – é o suspeito b) Sujeito ativo do flagrante – 1) Obrigatório do flagrante: autoridade policial – deverá atuar. 2) Facultativo do flagrante: qualquer do povo – poderá – art. 301 CPP. Quem não pode ser preso em flagrante 1 – O Presidente da República – art. 86, §3º da CF. Isso porque representa chefe da nação e chefe de Estado – Pode comprometer a soberania. 2 – Menores de 18 anos – Submete ao ECA 3 – Diplomatas Estrangeiros– motivo relacionado ao direito internacional, eles têm imunidade, pode ser considerado ato de guerra. 4 – Em acidente de veículo automotor, quem presta socorro imediato. Art. 301 CTB. 6 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 5 – Crimes de menor potencial ofensivo. Lei 9.099/95, art. 61 – crimes cuja pena máxima é de até 2 anos. Assinado termo circunstanciado. Exceção Lei Maria da Penha – Se for praticado contra mulher em ambiente doméstico. Lei 11.340/06. Não é possível prisão em flagrante, salvo se for crime inafiançável É definido como crime inafiançável aquele em que não se cogita o pagamento de fiança e consequente liberdade provisória do envolvido em delito. Como consequência, o acusado por crime inafiançável deve necessariamente ficar preso durante toda a instrução processual. No Brasil, a constituição federal, em seu artigo 5º, nos incisos XLII a XLIV, considera cinco tipos de crimes como tal: ● racismo (inciso XLII) ● prática de tortura (inciso XLIII) ● tráfico de entorpecentes e drogas afins (inciso XLIII) ● crimes hediondos (inciso XLIII) ● terrorismo (inciso XLIII) ● ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o estado democrático (inciso XLIV) Importante citar que a lei 8072 de 1990, conhecida como “lei dos crimes hediondos” traz detalhes sobre esta classificação especial de crimes inafiançáveis. De acordo com seu artigo 1º, são considerados crimes hediondos: ● homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado ● latrocínio ● extorsão qualificada pela morte ● extorsão mediante sequestro e na forma qualificada ● estupro ● estupro de vulnerável ● epidemia com resultado morte ● falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais 1 – Juízes e membros do Ministério Público; 2 – Deputados e Senadores; 3 – Advogados no exercício de sua profissão. 7 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. https://www.infoescola.com/direito/liberdade-provisoria/ https://www.infoescola.com/sociologia/racismo/ https://www.infoescola.com/direito/tortura/ https://www.infoescola.com/drogas/narcotrafico-no-brasil/ Espécies de Flagrante – Art. 302 CPP 1 – Flagrante perfeito, real ou próprio, é aquele que ocorre quando o sujeito ativo está cometendo a infração ou acaba de ser cometido. Art. 302, I, II. 2 – Flagrante impróprio, imperfeito, irreal ou quase flagrante, é aquele em que o suspeito é perseguido logo após a infração. Art. 302, III. 3 – Flagrante ficto ou presumido ou assimilado, é aquele que ocorre quando o suspeito é encontrado logo após a infração penal com objetos que façam presumir ser ele o autor. Art. 302, IV CPP. 4 – Flagrante preparado, é aquele em que a autoridade policial provoca a prática da infração penal para realizar o flagrante. Súmula 145 STF – Este flagrante é ilegal. 5 – Flagrante Forjado - aquele armado, realizado para incriminar pessoa inocente. É uma modalidade ilícita de flagrante, onde o infrator é o agente que forja o delito. Esse flagrante também é ilegal. 6 – Flagrante Esperado ou Vigiado – Fica de campana, aguardando o crime ser iniciado, para ter provas maduras. No flagrante esperado, a polícia tem notícias de que uma infração penal será cometida e passa a monitorar a atividade do agente de forma a aguardar o melhor momento para executar a prisão, não havendo que se falar em ilegalidade do flagrante. ” 04/03/2020 Flagrante em crime permanente 8 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. Flagrante crime habitual: Uma única conduta não é crime, mas reiteradamente é crime. Auto de prisão em flagrante: Deve ser lavrado pela autoridade policial do local em que o flagrante foi realizado contendo o relatório das atividades realizadas durante a prisão em flagrante. Procedimento: Uma vez realizada a prisão em flagrante a autoridade policial deve: a) Ouvir o condutor; b) Realizar a entrega do recibo da entrega ao condutor; c) São ouvidas as testemunhas; d) É ouvido o preso; e) É entregue a nota de culpa ao preso (porque ele foi preso), recibo, quem foi o condutor, e quem são as testemunhas; f) Dentro de 24 horas da prisão a autoridade policial deve comunicar o juiz, se não tiver advogado, comunicar a defensoria pública. Hipóteses de relaxamento da prisão em flagrante Ele ocorre em situações em que esta medida experimental é executada de forma lícita, ou quando existe alguma irregularidade no flagrante. Quais são as hipóteses? 1) Falta de formalidade no auto de prisão em flagrante; 2) Quando se evidencia que não era hipótese de prisão em flagrante; 3) Fato atípico – É um fato que não é crime. Ex. ouvir música alta; 4) Excesso de prazo 2 - Prisão Preventiva É a modalidade de prisão cautelar que necessita de mandado judicial para o seu cumprimento. Art. 311 CPP. “Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial”. Requisitos, condições e pressupostos - Requisitos – Esses requisitos devem ser aplicados de forma cumulativo. 1º Prova de existência do crime 2º Indícios suficientes de autoria 3º Perigo gerado pelo estado de liberdade do averiguado. ● Onde tiver os 3 requisitos deve haver 1 condição 9 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. - Condições – São 4 as condições, mas só precisa de uma. 1º Garantia da ordem pública é o risco do averiguado continuar praticando crimes. 2º Garantia de ordem econômica, é para evitar novos crimes a ordem financeira ou econômica. Ex.: comerciante. 3º Conveniência da instrução criminal, ocorre nas situações em que o réu pode prejudicar a instrução probatória. Ex. ameaçar testemunha, destruir provas. 4º Aplicação da lei penal – garantia de quando houver eventual sentença condenatória, que a condenação seja efetiva. Quando há suspeita que o réu irá fugir. - Pressupostos – São cumulativos, devem ser analisados simultaneamente. 1º Pena privativa de liberdade, superior a 4 anos; 2º Reincidência em crime doloso; 3º Violência doméstica ou familiar – Art. 129 §9 CP 4º quando há dúvidas sobre a identidade do suspeito; 5º quando há violação de outras medidas cautelares. Hipóteses de prisão preventiva 1) Conversão do flagrante em preventiva; 2) O processo está acontecendo, por risco o juiz decreta prisão preventiva. Quando emergem os requisitos. 3) Conversão de prisão temporária em preventiva. Prazo da prisão preventiva A prisão preventiva não tem prazo, enquanto estiverem presentes os requisitos, condições e pressupostos, a prisão preventiva se mantém. A cada 90 dias o juiz deve se manifestar sobre a prisão preventiva. 3 – Prisão temporária A prisão temporária surgiu no Brasil em 1989 reativa ao contexto dos crimes hediondos. ● Prisão prévia para garantir a investigação. Exemplo. O Esquadrão da Morte foi uma organização paramilitar surgida no final dos anos 1960 cujo objetivo era perseguir e matar "criminosos" tidos como perigosos para a sociedade.[1] Começou no antigo estado da Guanabara comandadopelo detetive Mariel Mariscot, um dos chamados "12 Homens de Ouro da Polícia Carioca", e se disseminou por todo o Brasil. Em geral, os 10 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. https://pt.wikipedia.org/wiki/Paramilitar https://pt.wikipedia.org/wiki/Anos_1960 https://pt.wikipedia.org/wiki/Esquadr%C3%A3o_da_Morte_(Brasil)#cite_note-1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Guanabara https://pt.wikipedia.org/wiki/Mariel_Mariscot https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil seus integrantes eram políticos, membros do Poder Judiciário, policiais civis e militares e era mantida, via de regra, pelo empresariado. A mais famosa organização foi a "Scuderie Le Cocq", cujo nome homenageava o detetive Milton le Cocq, que foi perdendo importância ao longo da década de 1990 no estado do Rio de Janeiro devido a ação de membros que agiam sem controle, bem como faziam a segurança de contraventores. Há indícios de que atue, ainda, no estado do Espírito Santo, mais precisamente na região da Grande Vitória. Essa lei prisão serve para as hipóteses em que é necessário garantir a preservação da investigação em crimes considerados graves. A prisão temporária tem prazo, são 5 dias prorrogáveis por mais 5 ou 30 dias, na hipótese de crimes hediondos. O juiz não pode decretar a prisão temporária de ofício, somente pode fazê-lo a pedido da autoridade policial (delegado) ou do MP. - Requisitos - Lei 7.960/89 = lei da Prisão Temporária Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: ● Somente existe prisão temporária em fase de investigação (inquérito) não existe na fase de processo. 18/03/2020 ● Material enviado por e-mail 11 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. https://pt.wikipedia.org/wiki/Scuderie_Le_Cocq https://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cada_de_1990 https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(estado) https://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%ADrito_Santo_(estado) https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Vit%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Vit%C3%B3ria https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11651016/art-1-lei-da-prisao-temporaria-lei-7960-89 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11650967/art-1-inc-i-lei-da-prisao-temporaria-lei-7960-89 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11650941/art-1-inc-ii-lei-da-prisao-temporaria-lei-7960-89 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11650900/art-1-inc-iii-lei-da-prisao-temporaria-lei-7960-89 12 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 13 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 23/03/2020 ● Aula áudio enviada por e-mail 2 – Prisão preventiva – Art. 311 ao 316 CPP É uma modalidade de prisão cautelar que precisa de mandado judicial para o seu cumprimento. ● É possível sistematizar a prisão preventiva em 3 elementos: requisitos, condições e pressupostos, ou seja, para haver uma prisão preventiva é necessário o preenchimento dos requisitos, das condições e dos pressupostos. a) Requisitos: prova da existência do crime, indicio suficiente de autoria, perigo gerado pelo estado de liberdade. São cumulativos, os três devem estar presentes. b) Condições: são quatro as condições, mas basta uma estar presente para que haja a prisão preventiva, são elas: garantia da ordem pública (necessidade de segurança de que a ordem pública será mantida, segurança de que o criminoso não continuará praticando outros crimes); garantia da ordem econômica (tem o mesmo sentido da ordem pública, porém foca nos crimes contra a economia popular, crimes financeiros e crimes econômicos, ex. uma pessoa acusada de adulterar combustível, continuar praticando está conduta); conveniência da instrução criminal (que a produção de provas seja protegida da conduta ilícita do averiguado, de que provas não sejam destruídas, não sejam ocultadas ou testemunhas não sejam ameaçadas); aplicação da lei penal (uma vez que o Estado atue e consiga a prova de que o crime foi praticado e a sentença condenatória consequente, seja efetiva a execução da pena, de que exista um réu que ele seja localizado para a aplicação da lei penal, isso quando a risco de ele fugir e de se esconder). c) Pressupostos: Precisam ser observados para a decretação da prisão preventiva, A pena privativa de liberdade deve ser superior a 4 anos (porque se for inferior a sentença em regra vai aplicar pena em regime aberto ou privativa de direitos); Que o averiguado seja reincidente em crime doloso (porque em regra o crime culposo não é em regime fechado, não faz sentido ficar preso no decorrer do processo e regime aberto na sentença); Se o crime foi praticado em violência doméstica ou familiar; Se a dúvida da identidade do averiguado; Que a prisão preventiva não seja usado como prisão provisória (existe para proteger o processo e não antecipar pena); Deve ser observado as outras medidas cautelares (só decreta a prisão preventiva se não foi possível aplicar outra medida cautelar ou se o suspeito já violou as outras medidas cautelares, nesta hipótese é possível a decretação da prisão preventiva. 14 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 3 – Prisão temporária - Não está no CPP, consta na lei 7960/89 Decorreu de um momento histórico, em que alguns crimes se tornaram graves e precisavam de uma medida do Estado para o momento de averiguação, momento de prova. É excepcionalíssima, deve ser usada como muito comedimento pelo Estado e somente quando o Estado não consegue colher provas de outra forma. Esta prisão ocorre exclusivamente para determinados crimes considerados mais graves, para investigação de crimes mais graves. ● Dois requisitos: - “fumus comissi delicti” – fumaça (suspeita) da pratica do crime - Art. 1º, III lei 7.960/89 - “Periculum libertatis” – perigo de o suspeito continuar solto - Art. 1º, I e II lei 7.960/89 ● A prisão temporária só ocorre em fase de inquérito policial; ● Possui dois requisitos para sua concessão, concessão cautelar, acima citados. ● Quais são os crimes que preenchem os requisitos do “fumus comissi delicti”: a) homicídio doloso b) sequestro ou cárcere privado; c) roubo; d) extorsão; e) extorsão mediante sequestro; f) estupro g) atentado violento ao pudor; h) rapto violento; i) epidemia com resultado de morte; j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte; m) genocídio; n) tráfico de drogas o) crimes contra o sistema financeiro; p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. ● A prisão temporária nunca é decretada de oficio pelo juiz, somente mediante representação de autoridade policial (delegado) ou requerimento do ministério público. ● Tem prazo de 5 dias, prorrogável uma única vez por mais 5 dias; 15Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. ● Se for crime hediondo o prazo será de 30 dias prorrogável por mais 30 dias. 4 – Prisão domiciliar – Art. 317 CPP Não é aplicável para todos os suspeitos, só é aplicável quando o suspeito for: 1- – Maior de 80 anos; 2- – Extremamente debilitado por motivo de doença grave; 3- – Quando for imprescindível para cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos de idade ou deficiente, quando não tiver outra pessoa que possa cuidar; 4- – Quando o suspeito for gestante; 5- – Quando for mulher com filho de até 12 anos incompletos; 6- – Homem caso seja o único responsável pelo filho de 12 anos incompletos; A prisão domiciliar precisa ser analisada com o prisma de necessidade, pode ser aplicada juntamente com outras medidas cautelares do art. 319 CPP 16 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 5 – Liberdade Provisória – Art. 321 CPP É um instituto processual penal que garante ao acusado o direito de aguardar o curso do processo em liberdade. Está fundamentada no art. 5º LXVI da CF. O CPP estabelece que na ausência dos requisitos que autorizam a prisão preventiva, o juiz deve conceder a liberdade provisória e se for o caso impor medidas cautelares diversas a prisão. ● Existem 2 espécies de liberdade provisória, com fiança e sem fiança. a) Liberdade provisória sem fiança – art. 310, § único CPP – Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou atos amparados por uma das causas excludentes de ilicitude, poderá fundamentadamente conceder ao acusado a 17 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. liberdade provisória mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais sob pena de revogação. b) Liberdade provisória com fiança – Fiança é uma garantia prestada pelo réu do cumprimento de suas obrigações processuais, estando em liberdade, o réu apresenta no processo uma garantia para permanecer em liberdade durante esse processo. A fiança consiste em depositar determinado valor em juízo em troca da sua liberação provisória. O que vincula o acusado ao processo, é esta garantia que ele deposita, pode ainda ser cumulada a outras medidas cautelares do art. 319 do CPP. ● A legislação processual penal traz algumas hipóteses de inafiançabilidade, que são situações, de que não poderá ser concedida a fiança. São elas: 1- Nos crimes de racismo; também se aplica ao de homofobia; Art. 5º, XLII, CF e 323, I CPP 2- Nos crimes de Tortura; Trafico; Terrorismo e Crimes hediondos; Art.5º XLIII, CF, lei 8072, §2, I e art. 323, II CPP 3- Nos crimes cometidos por grupos armados civis ou militares contra a ordem constitucional e o estado democrático; Art.5º XLIV e 323, III CPP. 4- Os suspeitos que no mesmo processo já tenham quebrado a fiança anteriormente ou infringindo sem qualquer motivo as obrigações que lhes foi imposta pelo juiz; Art. 31 lei 7492/86 e lei 9613 art. 3. 5- No caso de prisão civil (alimentícia) ou militar; 6- Quando presentes os motivos que permitem a decretação da prisão preventiva. ● Obs.: A inafiançabilidade de um crime não significa a impossibilidade de concessão da liberdade provisória, se o crime é inafiançável dependendo do caso concreto, pode o juiz conceder a liberdade provisória sem o arbitramento da fiança, decretando, porém, as medidas cautelares diversas da prisão. ● A autoridade policial (delegado) também pode conceder a fiança nas hipóteses que a pena privativa de liberdade não supera 4 anos. ● A concessão da liberdade provisória independe da oitiva do Ministério Público, pode ser concedida a qualquer momento desde que não tenha sido transitado em julgado o processo. ● Qual o valor da fiança? Art. 325 CPP estabelece 2 limites. Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: 18 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. ● Os parâmetros que o juiz utiliza para aplicar a fiança: a) É a natureza da infração b) As condições econômicas e vida pregressa do suspeito c) As circunstâncias indicativas de sua periculosidade d) Bem com a importância provável das custas do processo até o final ● Não precisa o réu pagar a fiança em dinheiro, pode ser em pedras preciosas, objetos ou materiais preciosos, títulos da dívida pública ou hipoteca inscrita em 1 lugar. ● O juiz pode dispensar na hipótese de o réu não ter como arcar com estes valores, seria injusto, nos termos do art. 350 do CPP, também pode reduzir até 2/3 do valor, ou o juiz também pode aumentar em até mil vezes o valor da fiança. ● Quais são as obrigações do acusado que presta a fiança: a) Comparecer a todos os atos do processo; b) Comunicar ao juiz mudança de residência ou ausência da comarca por mais de 8 dias; ● Se a fiança for declarada sem efeito ou se transitar em julgado a sentença de absolvição ou de extinção do processo o valor da fiança será restituído integralmente ao suspeito. Se ele for condenado o valor depositado a título de fiança servirá para o pagamento das custas processuais; de indenização do dano causado pelo crime e da prestação pecuniária ou da multa. ● Acontecerá a cassação da fiança quando se verifica que não era cabível, ou quando por força de nova classificação do crime constatar que esse novo crime era inafiançável. ● Pode ocorrer também a chamada quebra da fiança, em cinco situações: a) Suspeito é intimado para algum ato do processo e não comparece sem justo motivo; b) Quando o suspeito deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; c) Quando descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; d) Quando o suspeito resistir injustificadamente a alguma ordem judicial; e) Pratica de nova infração penal dolosa. Uma vez quebrada a fiança o suspeito perde a metade do valor depositado, cabendo ao juiz a decisão de imposição de outras medidas cautelares ou se for o caso a decretação da prisão preventiva. ● Perda da fiança: Ocorrerá quando o acusado definitivamente for condenado, não se apresentar para o início do cumprimento da pena, nesta hipótese o valor depositado será 19 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. recolhido ao Fundo Penitenciário (FUPEN) feitas as deduções das custas processuais, das indenizações do dano causado e as indenizações pecuniárias e multa, o saldo disso é recolhido ao fundo penitenciário. ● Também nas hipóteses do juizado especial criminal, lei 9.099, art. 61 e art. 69 parágrafos único, as hipóteses dos crimes de menor potencial ofensivo, é determinado e assinado um termo de comparecimento do suspeito, não se fala neste caso em primeiro momento em liberdade provisória. 01/04/2020 A Prova Processual Penal 1) Conceito: Significademonstrar no processo a existência de um fato. a. Pra Claus Roxin – (2003, p. 185), é “aquilo que convence o juiz sobre a certeza da existência de um direito”. b. Luigi Ferrajoli (garantistas penal) – Livro direito e razão – “ É a busca da realidade em torno dos fatos” Fato (1) postulatória (denuncia/queixa/defesa) instrutória (provas) decisória Executória. ● O processo penal é o instrumento que busca reconstruir um fato pretérito que aconteceu no mundo da vida, tipificado pelo sistema penal, para a solução da lide por meio da sentença. Nesse sentido, ele é um instrumento de garantia do acusado. 2) Objeto da Prova – Tudo que é útil para formar a convicção do juiz. ● Os fatos inúteis para a causa não precisam provar; ● A questão de utilidade é relativa; ● Fatos notórios não precisam provar; ● Tudo que é presunção legal, não precisa provar (a lei já dá como certa). ● Alguns fatos que são necessários provar no processo: a) Leis Estaduais e Leis Municipais; b) Regulamentos e Portarias; c) Os Costumes (fato jurígeno – que gera ou produz um direito) – Elementos objetivos e subjetivos ▪ Elemento Objetivo - pratica reiterada conduta não prevista em lei ▪ Elemento Subjetivo - convicção que todos têm e precisam ser respeitados. d) Leis Estrangeiras; 20 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. e) Fatos admitidos e aceitados pelas partes – princípio da verdade real, a presunção tem que provar. 3) Meios de Provas Admitidas – Tudo que direta ou indiretamente seja útil na apuração da verdade real. ● Art. 5º, LVI da CF – são inadmissíveis no processo, as provas obtidas por meio ilícito; ● Art. 157 CPP – São inadmissíveis provas ilícitas: ● Ilegítimas – São aquelas provas que violam o direito processual ● Teoria dos frutos da arvore envenenada: A doutrina dos frutos da árvore envenenada é uma metáfora legal que faz comunicar o vício da ilicitude da prova obtida com violação a regra de direito material a todas as demais provas produzidas a partir daquela. Aqui tais provas são tidas como ilícitas por derivação. 4) Finalidade das provas: As provas têm a finalidade de fornecer ao juiz elementos suficientes para que ele possa conhecer a verdade real acerca dos fatos e assim aplicar o direito. 5) Destinatário das provas: É o juiz/ julgador 08/04/2020 6) Sistema de valoração das provas: 21 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. a) Ordálias (Juízo dos deuses) – é um tipo de prova judiciária usado para determinar a culpa ou a inocência do acusado por meio da participação de elementos da natureza e cujo resultado é interpretado como um juízo divino. Provas irracionais e impossíveis, ex. sair vivo depois de passar uma noite na toca dos leões, sair vivo depois de pular num tanque de agua fervendo. b) Sistema de prova legal ou da certeza moral (do legislador): a lei atribui valor, pontuação para cada prova. Sistema vigente no século XIII ao XVIII, (expurgo / inquisição). c) Intima convicção ou certeza moral do juiz: O juiz tem plena liberdade para julgar, não precisava fundamentar suas decisões, neste sistema a confissão era a rainha das provas, torturava-se a pessoa até ela confessar. Ex. caso no Brasil dos irmãos Naves (Na ditadura Vargas, dois irmãos mineiros são julgados, severamente torturados e condenados por um crime que não cometeram.) Hoje existe a íntima convicção do júri brasileiro, o jurado não precisa fundamentar sua decisão, julga por questões internas. d) Convicção racional do juiz ou sistema de persuasão racional do magistrado: De acordo com as provas produzidas no processo, não pode somente julgar com base nos indícios, precisa-se ter a prova para atestar e também fundamentar a decisão. Obs.: A lei 13.964/2019 – trouxe uma novidade para o processo que é o juiz de garantia, que seria neutro para o julgamento uma vez que não participou do processo, pois se considera que devido ao alto nível de exposição ao processo há uma grande chance de contaminação e com isso não se chegue a verdade real dos fatos. (Juiz de garantia ainda não está em vigor). 7) Ônus da prova: É o encargo (tarefa) de quem alega determinado fato, art. 156 CPP ● O ônus da prova no processo penal é da acusação e a defesa deve quebrar, pois o averiguado tem presunção de inocência. ● Princípio da comunhão das provas – As provas inseridas no processo valem tanto para a defesa quanto para a acusação, independentemente de que a produziu. 22 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 8) Classificação das provas: a) Quanto a natureza: ▪ Direta – por si só mostra um fato ▪ Indireta – conduz o julgador a um juízo b) Quanto ao valor: ▪ Plena – completa perfeita – ex. 30 pinos de droga ▪ Não plena – são os indícios, prova imperfeita apenas traz uma probabilidade da ocorrência de um fato. c) Quanto a origem: ▪ Originária – aquela que não há intermediário entre o fato e a prova. Ex: gravação, foto, filmar, testemunha ocular. ▪ Derivada - intermediária, pessoal (manifestação humana), real (elementos materiais) 9) Prova emprestada: É aquela produzida em outro processo, vale desde que tenha pelo menos umas das partes (réu) em comum ou com algum vínculo. 10) Momento da atividade probatória: Proposta Admissibilidade Produção Apreciação 15/04/2020 11) Meios de prova: a) INTERROGATÓRIO – Art. 185 CPP – 1. Conceito: É o ato em que o juiz ouve o acusado acerca dos fatos que lhes são imputados. Ex.: “his day on in court” – é o dia do interrogatório nos EUA. 2. Natureza Jurídica - É um meio de prova e também um meio de defesa (autodefesa). Defesa técnica é aquela feita por advogado, e a autodefesa é a defesa própria. 3. Características – ▪ É personalíssimo – somente o averiguado pode ser interrogado, não pode ser o amigo, a mãe. ▪Oral – é falado, conversado, em regra. ▪Não preclui – perda da oportunidade de praticar um ato processual, ▪ É o último ato probatório a ser realizado no processo ▪ É bifásico – realizado em duas fases. 4. Momento de realização – Art. 400 CPP – é o último ato de instrução 23 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. ▪ A ausência do averiguado na audiência gera nulidade – art. 564, III, e CPP 5. Local da realização do interrogatório – No juízo em que o processo está tramitando. 6. Videoconferência: Art. 185 §2º - – Risco a segurança pública; – Integrante de organização criminosa; – Possibilidade de fuga; – Relevante dificuldade; – Enfermidade. – Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima – Ordem pública 24 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 7. Defesa: É obrigatória a presença do defensor sempre, mesmo que o réu não compareça. * Defensor constituído (procuração) ou “ad hoc” (para aquele momento) 22/04/2020 8. Fases do Interrogatório: 1ª fase – art. 187 CPP – O Juiz faz perguntas de cunho pessoal para tentar constituir o réu dentro do processo. E Art. 59 CP.2ª fase - Sobre os fatos (Juiz, Acusação, defesa) – art. 187 CPP 25 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 9. Direito ao silêncio: Art. 5º, LXIII CF - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; 10. Interrogatório de surdo, mudo e estrangeiro. ▪ Surdo – pergunta escrita e responde oral ▪ Mudo – pergunta oral e responde escrito ▪ Surdo Mudo – pergunta e resposta por escrito ▪ Estrangeiro – feito por meio de interprete. b) CONFISSÃO: É a confirmação pelo averiguado dos fatos criminosos a ele imputado, ou seja, é admissão da prática da infração penal. A qualquer momento o réu pode confessar, o principal momento é no interrogatório judicial. Confissão dilatória é aquela em que o réu confessa e também incrimina outra pessoa. 26 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. ● Classificação da confissão: ▪ Simples – confirma os fatos imputados ▪ Complexa – confessa mais de um crime ▪ Qualificada – excludente de ilicitude ou culpabilidade ▪ Judicial – feita perante o juiz ▪ Extrajudicial – feita fora do juízo ▪ Não existe confissão ficta/ presumida ● Características da confissão: ▪ Personalíssima – Somente o acusado pode confessar ▪ Espontânea – não pode ser provocada ▪ Retratável – Confessar e depois retirar o que disse ▪ Divisível – Não é obrigado a confessar tudo, só confessa o que acha adequado. c) DECLARAÇÃO DA VÍTIMA (OFENDIDO: Art. 201 CPP São as declarações que o ofendido realiza em juízo sobre os fatos que ele foi vítima. ▪ Sempre que possível: (No homicídio não tem como) ▪ Perguntas: Juiz, Acusação, Defesa ▪ A vítima não incorre em falso testemunho, mas tem a condução coercitiva. ▪ §2º e § 3º - medidas protetivas ▪ Vítima comunicada de todos os atos processuais ▪ Encaminhamento para equipe multidisciplinar ▪ Preservação dos dados 27 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 29/04/2020 d) PROVA TESTEMUNHAL: ART. 202 CPP Testemunhas são as pessoas estranhas a relação jurídica processual, que narram os fatos que tenham conhecimento, acerca do objeto do processo. ●Características da prova testemunhal: a) Oralidade: b) Objetividade: Não pode ficar contando história c) Retrospectividade – Só vai prestar depoimento sobre o passado, não tem como falar do presente e nem do futuro. ● Em regra, qualquer pessoa pode ser testemunha. ● Juiz orienta que a testemunha não pode mentir, sob pena de falso testemunho ● Algumas testemunhas não precisam prestar juramento, são dispensadas: CIDA do acusado art. 206 CPP 28 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. ● Informante – é aquele que presta depoimento sem fazer o juramento ● Também não precisam prestar juramento ou compromisso: doentes mentais, deficientes mentais e os menores de 14 anos. Art. 208 CPP. ● Proibidas de prestar depoimento como testemunha (pessoas que devem guardar sigilo) – Qualquer pessoa que por oficio, função, ministério ou profissão devam guardar sigilo, salvo se liberados pelo interessado, mesmo se o interessado dispor, elas têm que querer ir, não é obrigado. ● Art. 7, XIX Estatuto da OAB ●Classificação das testemunhas: 1) Numerárias: São aquelas que fazem parte do número legal (dentro da quantidade das permitidas); 2) Do juízo: São aquelas ouvidas de acordo com a determinação do juiz 3) Referidas: São aquelas mencionadas no depoimento de outras pessoas. ●Número de testemunhas: - No procedimento ordinário: 8 testemunhas – art.401 CPP - No procedimento sumário: até 5 testemunhas – art. 532 CPP - No procedimento sumaríssimo: até 3 testemunhas – Lei 9.099/95 - No júri – até 8 na primeira fase e até 5 na segunda fase ●Oitiva das testemunhas: 1 – Juiz pergunta para a testemunha; 29 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. 2 – Acusação 3 – Defesa ●Peculiaridades - Exceção: - Depoimento dos agentes políticos – art. 221 CPP - Depoimento deputado e senador – art. 53º § 6 CF ●Contradita de testemunha: Consignar que ela é suspeita de parcialidade e indigna de fé – art. 214 CPP - Condução coercitiva - a testemunha é obrigada a ir, se não for vai na força – art. 218 CPP 30 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. - Videoconferência – Se a presença do averiguado, intimida a testemunha, o juiz pode o retirar da sala – art. 217 CPP. e) RECONHECIMENTO DE PESSOA E COISA: ART. 226 A 228 CPP - Conceito de Nucci – “É o ato pelo qual uma pessoa admite e afirmar como certa a identidade de outra pessoa ou a qualidade de coisa”. Pode reconhecer ou ser reconhecido: Averiguado, testemunha e o ofendido. Obs.: antes do reconhecimento, o reconhecente deve descrever a pessoa ou coisa. O reconhecimento pode ser fotográfico, não precisa ser pessoal. 06/05/2020 f) RECONHECIMENTO DE PESSOA E COISA: ART. 229 e 230 CPP É o ato processual em que se colocam frente a frente, duas ou mais pessoas que fazem declarações divergentes sobre o mesmo fato. Ocorre entre: - Os acusados; - Acusados x testemunhas; - As testemunhas; - Acusados x vítimas - Vítimas 31 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. g) DOCUMENTAL: ART. 231 e 238 CPP Prova documental é qualquer coisa que possa representar um fato. Conceito de Nucci: – Documento é toda base material disposta a concentrar e expressar um pensamento, uma ideia ou qualquer manifestação da vontade do ser humano, que sirva para demonstrar e provar um fato ou acontecimento juridicamente relevante. - Instrumento: é o documento constituído especificamente para servir de prova e ato ali representado. Pode ser: privado (particular); público (formado por agente público, este instrumento tem presunção de veracidade “juris tantum”. ● Art. 231 CPP – O documento pode ser juntado a qualquer momento, salvo no Plenário do júri (2ª fase), neste caso deve ser juntado até 3 dias antes da audiência. ● Pode juntar: original, cópia autenticada ou documento autenticado pelas partes; Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor do original. Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão admitidas em juízo. Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário. 32 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da autoridade. Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivorelevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos. h) INDÍCIOS: ART. 239 CPP É toda a circunstância conhecida a partir do qual, mediante raciocínio lógico, chega-se à conclusão da existência de outro fato. i) BUSCA E APREENSÃO: ART. 240 até 249 CPP ● Busca: É o ato destinado a encontrar pessoa ou coisa; ● Apreensão: É o ato pelo qual há o apossamento e guarda de pessoa ou coisa. ● Não é um meio de prova e sim tem natureza cautelar ● Pode ser realizada a qualquer momento e depende de mandado judicial, art. 242 CPP, salvo busca pessoal art. 241 CPP. 13/05/2020 ● A busca pode ser no local ou na em pessoa. - No local é domiciliar, que é qualquer compartimento habitado ou aposento, incluindo lugares não abertos ao público. O art. 5º, XI da CF, diz que a casa é inviolável, por isso só pode ser feita com mandado judicial, durante o dia, das 6 às 18 horas, salvo flagrante delito. - Pessoal, é feita na pessoa, revista pessoal, a fim de se localizar e apreender objetos previstos na lei processual. Pode ser feita somente quando há fundada suspeita. A jurisprudência aceita estender ao carro. - Obs.: Não se pode fazer busca e apreensão, na casa, no escritório, no carro ou pessoal, no advogado. 33 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. j) PROVA PERICIAL: ART. 158 até 184 CPP É a prova realizada por profissional com conhecimentos específicos (perito). - Perito – o produto do seu trabalho é o laudo pericial, que é o documento elaborado por perito, ou seja, é o resultado da análise do perito. ● Quando se deve solicitar a prova pericial – art. 158 CPP – Nos crimes não transeuntes, que são aqueles que deixam vestígios, não podendo suprir o laudo a confissão do acusado. ● Corpo de delito – É o conjunto de elementos físicos deixados pelo crime. a) Exame de corpo de delito – é a atividade de análise destes vestígios. ● Os peritos são nomeados pelo juiz, porém cada parte pode indicar o seu perito (assistente técnico). ● Quando não tem perito, o laudo poderá ser feito por 2 pessoas idôneas ● Provas irrepetíveis, vale o primeiro laudo. ● Se os vestígios sumirem, os peritos realizam o laudo com base no depoimento de testemunhas (laudo indireto). ● Sistemas de análise dos laudos: a) liberatório b) vinculatório ● Laudo complementar – Exemplo art. 129 §1º CP – lesão corporal grave- após 30 dias é feito um novo laudo, este é um laudo complementar. ● Tipos de perícias: - Necroscópica – no cadáver 34 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar. - Documentoscópica – no documento - Grafotécnica – na grafia - Toxicológico - usado na detecção do consumo de substâncias psicoativas ● Lei 13.964/2019 – Pacote anticrime – Trouxe a necessidade de prioridade para alguns laudos, a cerca de violência doméstica e família. (Violência contra a mulher). ● Cadeia de custódia – Art. 158-A – É o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter os documentos e a história cronológica do vestígio coletados em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu conhecimento até o descarte. COLETADO REGISTRADO RASTREADO DESCARTE 35 Agradecimentos: Dra. Elislanny Correa Dra. Alexsandra Rosa Dra. Marta Fonseca Dra. Beatriz Bilar.
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