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Aula 8 - Gerenciamento de Risco x Segurança do Paciente

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Gerenciamento de Risco x Segurança do Paciente
‘’Em serviços de saúde, a qualidade e o risco são indissociáveis. ’’
Segurança do Paciente
Gestão de risco como ferramenta de melhoria de processos:
A Gestão de Riscos no processo assistencial deve ser de forma sistêmica e sistemática para que possamos detectar cada vez mais precocemente situações que possam gerar agravos aos pacientes, a equipe, a organização e ao meio ambiente. 
Por que os ricos se tornam realidade?
Problema evento adverso
CONSEQUÊNCIA (ganho ou perda)
EVENTO (incidente ou acidente)
CAUSA (fonte ou perigo)
Prevenção/promoção 
Proteção/prevenção de dano
O que são incidentes e eventos adversos?
 INCIDENTE 
Incidente com dano
Incidente sem dano
Near Miss
Incidente que resulta em dano ao paciente = evento adverso 
Incidente que atingiu o paciente, mas não causou dano
Incidente que não atingiu o paciente 
Classificação Internacional para a Segurança do Paciente da OMS – Caracterização Clínica
4 grupos de incidentes:
· Circunstância de risco: (reportable circunstance) é uma situação em que houve potencial significativo de dano, mas não ocorreu um incidente.
· Exemplo: a escala de enfermagem de uma UTI está defasada em um determinado plantão.
· Incidente sem dano: (no harm incident) um evento que ocorreu a um paciente, mas não chegou a resultar em dano.
· Exemplo: a enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo aquele que deveria receber esta bolsa, mas o sangue é compatível e o paciente não tem reação.
· Quase erro: (near miss) incidente que não atinge o paciente.
· Exemplo: uma enfermeira iria colocar uma bolsa de sangue em um paciente homônimo aquele que deveria receber esta bolsa, mas percebe antes de instalar. 
· Incidente com dano (evento adverso/harmful incident) incidente que resulta em dano para um paciente (danos não intencionais decorrentes da assistência e não relacionadas à evolução natural da doença de base). 
· Exemplo: a enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo aquele que deveria receber esta bolsa, e o paciente desenvolve uma reação febril.
Caracterização clínica – tipos de incidente
	1
	Administração clinica
	2
	Processo clinico/Procedimentos
	3
	Documentação
	4
	Infecção hospitalar
	5
	Medicação/Fluidos endovenosos
	6
	Hemoderivados
	7
	Nutrição
	8
	Gases/Oxigênio
	9
	Equipamento médico
	10
	Comportamento
	11
	Acidentes com o paciente
	12
	Estrutura
	13
	Gerenciamento de recursos/Organizacional
Desfecho do paciente (grau de dano)
	
NENHUM
	Nenhum sintoma, ou nenhum sintoma detectado e não foi necessário nenhum tratamento.
	
LEVE
	Sintomas leves, perda de função, ou danos mínimos ou moderados, mas com duração rápida e apenas intervenções mínimas sendo necessária (ex: observação extra, investigação, revisão de tratamento, tratamento leve)
	
MODERADO
	Paciente sintomático, com necessidade de intervenção (ex: procedimento terapêutico adicional, tratamento adicional), com aumento do tempo da internação, com dano ou perda de função permanentemente ou de longo prazo.
	
GRAVE
	Paciente sintomático, necessidade de intervenção para suporte de vida, ou intervenção clínica/cirúrgica de grande porte, causando diminuição da expectativa de vida, com grande dano ou perda de função permanente ou de longo prazo. 
	
ÓBITO
	Dentro das probabilidades, em curto prazo o evento causou ou acelerou morte.
Exemplos de eventos adversos conforme o grau de dano
	
LEVE
	A enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo aquele que deveria receber esta bolsa, e o paciente desenvolve uma reação alérgica (coceira no corpo), que precisa de uma avaliação de um médico que prescreve uma dose de anti-alérgico, cessando os sintomas.
	
MODERADO
	A enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo aquele que deveria receber esta bolsa, e o paciente desenvolve uma reação alérgica intensa que resulta em mais dois dias de internação para controle dos sintomas, sendo que esses dois dias não eram dentro da causa inicial da internação.
	
GRAVE
	A enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo aquele que deveria receber esta bolsa, e o paciente desenvolve uma reação anafilática, que leva a ir para a UTI sob intubação e ventilação mecânica.
	
ÓBITO
	A enfermeira coloca uma bolsa de sangue em um paciente homônimo aquele que deveria receber esta bolsa, e o paciente desenvolve uma reação anafilática, que o leva a ir para a UTI sob intubação e ventilação mecânica. O paciente desenvolve uma pneumonia na UTI e vai a óbito por choque séptico.
PORTARIAS – NORMATIVAS / REDE SENTINELA / NEVER EVENTS CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS / ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DE RISCO
Portarias normativas e resoluções 
· Norma ABNT/BR ISO 31000: 2009 / ANVISA
· Anvisa – Rede Sentinela
· Portaria 529 / abril 2013RDC 36
Gerenciamento de risco em Saúde – baseado na norma ABNT/ BR ISO 31.000 de 2009/ ANVISA
O padrão mais conhecido é a Norma ISO 31.000 (Risk Management – Principles and Guidelines), cuja primeira versão foi publicada em 2009, com o objetivo de consolidar e promover a integração dos diversos processos relacionados com a gestão de risco.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), órgão brasileiro representante oficial da ISSO no Brasil, traduziu e adaptou esses documentos e publicou a Norma ABNT NBR ISSO 31.00: 2009 (Gestão de riscos – Princípios e Diretrizes)
ABNT NBR ISO 31.000: 2009
· Fornecer princípios e diretrizes genéricas para a GESTÃO DE RISCOS – aplicada ao longo da vida da empresa.
· Utiliza numa ampla gama de atividades: estratégicas, decisões, operações, processos, funções, projetos, serviços, produtos, etc.
 
Princípios ABNT NBR ISSO 31.000:2009
Gestão de risco é:
a. Cria e protege valor
b. Parte integrante de todos os processos da organização
c. Parte da tomada de decisão
d. Aborda a incerteza
e. Sistemática, estruturada e oportuna
f. Baseia-se nas melhores informações disponíveis
g. Feita sob medida
h. Considera fatores humanos e culturais
i. Transparente e inclusiva
j. Dinâmica, interativa e reage a mudanças
k. Facilita a melhoria (contínua) da organização
Rede sentinela 
Projeto desenvolvido pela ANVISA em parceira com os serviços de saúde do Brasil e que tem por objetivo ampliar e sistematizar a vigilância de produtos utilizados em serviços de saúde. 
· Farmacovigilância
· Hemovigilância
· Tecnovigilância
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA tem a responsabilidade e a missão de promover e proteger a saúde da população, garantindo a segurança sanitária de serviços de saúde. 
‘’A avaliação de desempenha de produtos de saúde, durante o período pós comercialização, é fundamental para embasar revalidações subsequentes ou a retirada do mercado, caso haja evidência de agravos a saúde ou efeitos adversos relacionados ao seu uso’’
Benefícios de participar da Rede Sentinela:
Participar da rede Sentinela, além da oportunidade de contribuir com informações essenciais para o monitoramento das tecnologias em saúde, significa estar em um ambiente de troca de experiência e aprimoramento dos processos de trabalho para a gestão do risco sanitário. 
Dentre as contrapartidas para as instituições participantes da Rede, há preocupação de oferecer atividades presenciais e a distância de educação permanente. 
A Rede Sentinela funciona como observatório no âmbito dos serviços para o gerenciamento de risco a saúde, em atuação conjunta e efetiva com o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS)
Como participar da Rede Sentinela:
Os estabelecimentos de saúde podem se credenciar para participar da Rede Sentinela em quatro diferentes perfis:
· Participante: existência e funcionamento da gerencia de risco, com alimentação regular dos bancos de dados da VIGIPOS. É o perfil de entrada na rede Sentinela, obrigatório para a permanência na mesma.
· Colaborador: capacidade para desenvolvimento de estudos de interesse do Sistema de Saúde Brasileiro.
· Centro de cooperação: cooperação horizontal para atividades de formação de pessoal e educaçãocontinuada a outras instituições de saúde ou capacidade para desenvolvimento de material instrucional.
· Centro de referência: coordenação e ou supervisão de sub-redes com foco em temas ou tecnologias especificas. 
Portaria 529 – RDC 36
Em 2013, o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP – foi instituído pela Portaria GM nº 529 de 1 de abril de 2013, a fim de atender, entre outros, a demanda de prevenção de EA em serviços de saúde, os quais podem causar danos permanentes, óbitos e aumento dos custos hospitalares. 
No sentido de regulamentar as ações de segurança do paciente, atendendo aos objetivos do PNSP, ainda em 2013, foi publicada pela Anvisa, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Anvisa n° 36. 
A RDC incorpora os conceitos de gestão de risco e traz a obrigatoriedade da criação do Núcleo de Segurança do Paciente (NPS) nos serviços de saúde, além da notificação, vigilância, monitoramento e tratamento dos incidentes relacionados a assistência a saúde.
PNSP: Processo organizativo do monitoramento das notificações de incidentes relacionados a assistência à saúde
A análise das notificações de incidentes recebidas, pelo SNVS, é feita por meio do Sistema de informações em Vigilância Sanitária (Notivisa) – Módulo Assistência à Saúde
A notificação feita no sistema de informação do Notivisa (modulo Assistência a Saúde) é composta por 10 etapas:
1. Tipo de incidente
2. Consequência para o paciente
3. Características do paciente
4. Características do incidente/evento adverso
5. Fatores contribuintes
6. Consequências organizacionais
7. Detecção
8. Fatores atenuantes do dano
9. Ações de melhoria
10. Ações para reduzir o risco
Programa Nacional de Segurança do Paciente
· Processo organizativo do monitoramento das notificações de infecções relacionadas a assistência a saúde. 
· Processo organizativo de monitoramento das notificações de agregados de casos ou surtos.
· Processo organizativo de monitoramento de rumores de eventos adversos: detectar oportunamente e estabelecer medida de controle face a potenciais emergências de interesse a saúde pública internacional.
· Processo organizativo do monitoramento dos óbitos e never events: eventos que nunca deveriam ocorrer em serviços de saúde e óbitos. A notificação deve ser realizada no prazo máximo de 72 horas.
NEVER EVENTS
· Óbito ou lesão grave de paciente associada a choque elétrico durante a assistência dentro do serviço de saúde.
· Procedimento cirúrgico realizado em local errado.
· Procedimento cirúrgico realizado do lado errado do copo.
· Procedimento cirúrgico realizado no paciente errado.
· Realização de cirurgia errada em um paciente.
· Retenção não intencional de corpo estranho em um paciente após a cirurgia.
· Óbito intraoperatório ou imediatamente pós-operatório/ pós-procedimento em paciente ASA Classe 1.
· Óbito ou lesão grave de paciente resultante de perda irrecuperável de amostra biológica insubstituível.
· Óbito ou lesão grave de paciente resultante de falha no segmento ou na comunicação de resultados de exame de radiologia.
· Óbito ou lesão grave de paciente ou colaborador associado a introdução de objeto metálico em área de ressonância magnética.
· Óbito ou lesão grave de paciente associados a queimadura decorrente de qualquer fonte durante a assistência dentro do serviço de saúde.
· Úlcera por pressão estágio III (perda total de espessura tecidual – tecido adiposo subcutâneo pode ser visível, sem exposição dos ossos, tendões ou músculos).
· Úlcera por pressão estágio IV (perda total espessura dos tecidos com exposição dos ossos, tendões ou músculos).
Classificação dos riscos na área hospitalar
Risco ocupacional: probabilidade de agravo a saúde humana advindo de atividade laboral (ou relacionados ao trajeto), tanto sendo de origem biológica, química, física, ergonômica, como de condição ou ato inseguro.
Risco ambiental: é a probabilidade da ocorrência de efeitos adversos ao meio ambiente, decorrentes da ação de agentes físicos, químicos ou biológicos, causadores de condições ambientais potencialmente perigosas que favorecem a persistência, disseminação e modificação desses agentes no ambiente.
Risco relacionado à responsabilidade civil: probabilidade de ato ilícito ou omissão causar agravo a terceiros e/ou suas propriedades que, estabelecido culpa (tendo sentido amplo, desde culpa stricto senso até dolo) dano e nexo causal, se traduz na obrigação de reparação indenizatória.
Risco assistência/sanitário: propriedade que tem uma atividade, serviço ou substancia, de produzir efeitos nocivos ou prejudiciais na saúde humana. 
Risco relacionado à infecção: probabilidade de adquirir infecção a partir de exposição a agentes biológicos.
Risco relacionado a biossegurança: probabilidade de agravo a saúde humana decorrente das atividades de biotecnologia.
As estratégias de tratamento dos riscos
Evitar ou eliminar o risco: implica a não realização da atividade que envolve o risco a ser combatido (risk avoidance). Assim, por exemplo, pode-se evitar um acidente aéreo se a pessoa nunca viajar de avião. Da mesma forma, elimina-se o risco de uma cirurgia errada ou qualquer outro evento adverso cirúrgico se o paciente não for submetido a um procedimento cirúrgico. Porém, considerando que os benefícios para a saúde do paciente são maiores que os riscos desse procedimento, quando realizado corretamente, muitas vezes evitar ou eliminar o risco pode não ser a alternativo mais viável.
Compartilhar ou transferir o risco: essa estratégia diz respeito a fazer com que outra instituição tome para si o risco (risk transfer), geralmente através de aquisição de um seguro. Dessa forma, a transferência se refere a adoção de medidas compensatórias pelo contrato, abrangendo por exemplo, seguros que asseguram aos serviços e profissionais de saúde a cobertura de eventuais eventos adversos ocasionados. Devido a essas características de estratégias, aliado ao seu alto custo, não contribuem para a prevenção de novos incidentes e consequentemente para uma assistência mais segura e com mais qualidade, sendo por isso não suficiente para o gerenciamento de risco relacionado a segurança do paciente.
Mitigar, reduzir ou controlar o risco: a estratégia de controle ou redução (risk reduction), visa minimizar a probabilidade de ocorrência dos eventos, minimizando o risco e reduzindo-o a níveis aceitáveis.
Retenção ou aceitação do risco: compreende o risco aceito pela organização (risk acceptance). Em teoria, trata-se de uma estratégia adequada somente quando os riscos forem pequenos, com pouco impacto potencial, ou se o custo da utilização de outra estratégia estiver acima das possibilidades da organização e do total de perdas ou eventos adversos que se quer evitar. 
RISCO
Evitar
Reduzir
Aceitar
Transferir
Qualidade
Risco

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