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PCC DE PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
PEDAGOGIA
LETÍCIA ELISA MARQUES OLIVEIRA
201909179035
POLO  NOSSA  SENHORA  DA  GLÓRIA
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
TÍTULO DA ATIVIDADE ESTRUTURADA : Desenvolvimento e aprendizagem de bebês, crianças, adolescentes, adultos e idosos.
NOSSA  SENHORA  DA  GLÓRIA
2020
População – Adolescentes (12 a 19 anos) “A adolescência está repleta de riscos ao desenvolvimento saudável, assim como de oportunidades de crescimento físico, cognitivo e psicossocial. Padrões de comportamento de risco, como consumo de bebidas alcoólicas, abuso de drogas, atividade sexual, envolvimento em gangues e uso de armas de fogo, tendem a se estabelecer no início da adolescência. ” (Patrícia Rossi Carraro) São Luís-Maranhão-2018 RELATÓRIO O presente relatório tem como objetivo descrever o comportamento de adolescentes na Escola Pública de Ensino Médio “CE Professor Machadinho”, (à qual trabalho como professora), localizada na Cidade de Paço do Lumiar – Maranhão, a 20 km da cidade de São Luís – MA. Esta escola atende alunos nos três turnos, matutino (3 turmas de 1º ano, 1 turma do 2º ano e 1 turma do 3º ano) e vespertino (3 turmas de 2º ano, 2 turmas do 3º ano) e à noite (EJA), são poucos alunos em cada sala, geralmente 25 alunos no máximo. Os alunos observados, estão na faixa-etária de 15 a 19 anos, levei em consideração os aspectos mencionados no modelo da atividade estruturada: psicomotor, cognitivo, emocional e social. No 1º dia de observação (segunda-feira 14 de maio de 2018), os alunos se encontravam no pátio da escola durante o intervalo. Notei que alguns conversavam o tempo todo e sorriam bastante; outros tocavam violão; outros mexiam no celular ou mesmo escutavam música. Alguns estavam na sala, não lancharam nem conversaram com os outros colegas. Enfim, neste primeiro dia de observação concluí que os adolescentes, só conversam mais “soltos”, com os colegas que eles têm afinidades, em grupos geralmente de 4 ou 5, ou com o namorado ou namorada, enquanto que outros não se relacionam com ninguém preferindo o celular, a interagir com os colegas em sua volta. Uns usam os cabelos azuis, vermelhos, despenteados, outros normais, porém fardados. Alguns usavam muitas pulseiras pretas, aparelhos dentários, óculos grandes, brincos, piercings. São altos, na sua maioria, magros, mas saudáveis, alguns acima do peso, outros bem magros com aspectos doentes (geralmente meninas). No 2º dia de observação, (terça-feira 15 de maio de 2018), foi na sala do 2º ano. Notei que, assim como observei no pátio, na sala também eles formavam grupos por afinidades, deixando os outros invisíveis para os mesmos. Alguns são desinteressados e sonolentos, outros ativos e responsáveis, e outros não tem interesse nenhum em estudar. Eles precisam o tempo todo estarem em evidência, isto é, chamando atenção ou com conversas paralelas ou sorrindo alto, enfim. Observei também esses adolescentes na aula de Educação Física para analisar o psicomotor das mesmas. Os meninos têm mais noção de conhecimento e domínio do próprio corpo, enquanto que as meninas, ficam somente observando o desenvolvimento do jogo dos homens. Algumas meninas se arriscam a jogar bola ou praticar outro esporte proposto pelo professor. Algumas envergonhadas e outras extrovertidas. Pode-se perceber que as representações de corpo são embasadas nos pressupostos de beleza e feminilidade difundidos pela sociedade e veiculados pela mídia. No 3º dia (quinta-feira 17 de maio de 2018), observei a sala do 3º ano do Ensino Médio, que ainda estavam separados na sala com grupos de afinidades. Porém, os adolescentes de 17 anos, já estão mais maduros do que os do 2º ano, estão pensando em muitas outras coisas além dos estudos, algumas alunas já são casadas, outras estão grávidas, outras estão noivas. Os jovens do 3º ano, são mais “rebeldes” e críticos, alguns demonstram interesse para os estudos por causa do ENEM, porém outros querem finalizar o Ensino Médio para trabalharem. Alguns alunos disseram que “o vestibular é contraditório. O aluno passa a vida inteira estudando e é uma prova que decide a sua vida. ” Os adolescentes do Ensino Médio, estão descobrindo seu potencial cognitivo, social, afetivo e emocional. Exercem constantes flutuações de humor e do estado de ânimo. Alguns querem ser bem populares para serem admirados e aceitos na comunidade escolar, outros fazem questão de ficar no “anonimato” e não aparecerem nunca, seja por problemas com a família, seja por dificuldade de aprendizagem, entre outros. Esses alunos acabam sofrendo e tendo dificuldades de relacionamento, isso os leva a abandonar a escola ficando mais propensos a empobrecer ou a se sair precariamente em outra escola, em vestibulares ou concursos. Um fator positivo desta escola que trabalho, além de poucos alunos nas salas, é que os alunos de um modo geral, não são agressivos, indisciplinados, faltosos, desrespeitosos com os professores, talvez porque a cidade é pequena e ainda os respeitam e os têm como pessoas importantes. Em suma, certifico-me que este relatório foi de grande valia para que eu pudesse olhar de maneira diferente para meus alunos, bem como compreender melhor esta fase de desenvolvimento do ser humano, que séculos atrás não eram reconhecidos como adolescentes, mas sim como pessoas capazes de ingressar na vida adulta sem nenhuma preparação psicológica, bem como social, afetiva e emocional. RESUMO A adolescência é um período marcado por numerosas transformações. É uma fase de transição e de preparação para o ingresso na vida adulta, durante a qual o jovem estudante confronta novos problemas e lhe são exigidas novas formas de ajustamento social. Por isso, as relações sociais, emocionais e físicas, neste momento da vida vêm atraindo a atenção de educadores. Este estudo tem como objetivos identificar o desenvolvimento físico, a cognição e aprendizagem escolar, o desenvolvimento social e o desenvolvimento emocional, de adolescentes estudantes no âmbito escolar. Para cada dia de observação foi feito um relatório com descrição dos registros detalhando todas as atitudes, situações e atividades desenvolvidas. Após a descrição foi realizada uma análise das situações observadas à luz da teoria dos autores trabalhados na disciplina: Freud, Piaget, Vygotsky, Behaviorismo e outros teóricos, para avaliar o desenvolvimento e a aprendizagem dos sujeitos observados. A investigação aponta a necessidade de se aprofundar os conhecimentos a respeito dos comportamentos e desenvolvimentos no âmbito da aprendizagem escolar. Palavras-chave: Adolescência. Adolescentes. Sexualidade. Identidade. Relações sociais. Desenvolvimento cognitivo. Afetividade. Puberdade. Maturidade. ADOLESCENTES (12 A 19 ANOS) ANÁLISE DAS SITUAÇÕES OBSERVADAS À LUZ DA TEORIA 1. INTRODUÇÃO A adolescência tem sido tema de interesse na sociedade e, consequentemente, a Psicologia tem dedicado a ela um espaço importante, tanto no campo da Psicologia do Desenvolvimento quanto nas áreas de Psicologia da Educação e Social. A adolescência é uma fase especial no processo do desenvolvimento, na qual a confusão de papéis, as dificuldades para estabelecer uma identidade própria marcam esta fase como “...um modo de vida entre a infância e a vida adulta” (Erickson, 1976, p.128). Já faz parte do senso comum sobre a adolescência a ideia do “aborrescente”. Essa noção foi construída socialmente, e se tornou um estereótipo da imagem do adolescente, como sendo natural nesta fase ser chato ou ter desvios de conduta. Contudo, sabe-se que tal como nos anos de infância, o desenvolvimento que ocorre na adolescência produz-se de forma ordenada. Como em todos os adolescentes se dá um desenvolvimento muito similar, é possível observar, nestes indivíduos, certas características. Na descrição do adolescente típico dos nossos dias, nota-se que quase todos se rebelam perante as exigências e proibições, se mostram ansiosos e indecisos, perturbados e com falta de segurança em si; procuram a segurança em grupos de indivíduos da mesma idade, mostram tendência para o “eu” e excluem osque não são membros de “seu grupo”; possui um novo interesse pelo sexo oposto e por certas atividades sociais. Dá conta gradualmente de que por força do seu aspecto físico, se espera dele um comportamento como o de um indivíduo adulto e não como o de uma criança indefesa. Deseja ser reconhecido, compreendido e amado, mas, ao mesmo tempo, receia aproximar-se demasiado dos outros, resultando uma sensação de solidão. Por um lado, reclama liberdade e independência, por outro, tem medo de enfrentar a realidade. A maioria dos adultos não reconhece a causa desta conduta difícil dos adolescentes, piorando esta situação ao mostrarem-se feridos nos seus sentimentos ou ao queixarem-se de que o adolescente é um ingrato, um egoísta sem consideração por ninguém. 2. DESENVOLVIMENTO O termo "adolescência" vem do latim adolescere, que significa crescer. No entanto, o conceito de adolescência enquanto um período particular da vida de um indivíduo, situado entre a infância e a vida adulta, é recente na história da humanidade. O conceito de adolescência foi criado pela cultura ocidental no final do século XIX, motivado pela necessidade de ver esta fase do desenvolvimento humano, como uma etapa importante para a vida adulta. A adolescência é um fato cultural, pois o modo como cada sociedade lida com os seus jovens é particular e articulado ao seu contexto sociocultural e histórico. A passagem da infância à maturidade, vivenciada como a „crise adolescente‟, é um produto típico da nossa civilização, pois, em outras épocas não existia um tratamento social diferenciado aos adolescentes levando em consideração suas diversas características. Algumas dessas características de instabilidade foi diagnosticada durante a observação dos alunos do Ensino Médio “Machadinho”, e pode ser notada também no pensamento de (Knobel, 1989, p.29) quando afirma que o adolescente busca a si mesmo e à identidade; tem tendência grupal; tem necessidade de intelectualizar e fantasiar; tem deslocalização temporal, em que o pensamento adquire as características de pensamento primário; tem atitude social reivindicatória com tendências antissociais de diversa intensidade; contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta, dominada pela ação, que constitui a forma de expressão conceitual mais típica deste período da vida; uma separação progressiva dos pais; e constantes flutuações de humor e do estado de ânimo. “A adolescência é uma fase do desenvolvimento não estabilizada por tempo de duração, mas que sempre tem início após a puberdade, e nada mais é do que a maturação filogeneticamente programada do aparelho reprodutor. A adolescência seria uma fase de reestruturação do “núcleo do eu”, quando as estruturas psíquicas/corporais, familiares e comunitárias sofrem mudanças conflitantes. Lutos e fragilidades psíquicas afloram neste período em que o adolescente tende a buscar autonomia, liberdade, prazer e status, agindo de maneira compulsiva e agressiva. A cultura aparece como reflexo dos aspectos corporais e psicológicos (naturais), assim como os modos de produção da vida também não são vistos como constitutivos da adolescência. ” (Içami Tiba (1985). É natural que haja instabilidade nessas mudanças conflitantes no período inicial da adolescência, o que demonstra que o adolescente está se desenvolvendo; se ela não aparecesse, haveria motivos para crer que ele estaria enraizado à dependência infantil e a formas de conduta infantis. Porém, não é desejável que a instabilidade se prolongue por um longo período, porque constituiria sinal de que o adolescente estaria enfrentando dificuldades para se desprender dos hábitos infantis e substitui-los por outros mais maduros. 2.1- DESENVOLVIMENTO COGNITIVO Algumas teorias do desenvolvimento humano destacam o desenvolvimento cognitivo como etapa primordial para o adolescente se separar dos hábitos infantis e substituí-los por outros mais maduros, é o que Piaget denomina de estágio das operações formais ou das operações hipotéticas-dedutivas. Segundo ele, neste estágio os adolescentes podem pensar como lidar com problemas, testar hipóteses e possibilidades, isto porque as suas experiências, ou o seu conhecimento empírico, desempenham um papel importante para que ele possa chegar a esse estágio. “O resultado desse estágio é a ampliação da classificação e seriação, que passam agora a incluir conceitos abstratos, tais como justiça, verdade, moralidade, perspectiva e conceitos geométricos. O adolescente passa a discutir o conceito de liberdade e independência, tentando convencer seus pais de que ao ser “dono de sua própria vida”, ele saberá administrar seu horário em termos de estudo, lazer etc.” (Patrícia Rossi Carraro, Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. p. 113). Contudo, nem todos os adolescentes tornam-se capazes de operações formais, uma vez que o pensamento imaturo pode interferir no seu pensamento racional. Por isso, o ambiente escolar deve propiciar o desenvolvimento cognitivo do adolescente ao desenvolver atividades que o levem a se relacionar com os demais, respeitando as diferenças individuais, culturais, sociais, emocionais e étnicas. “A motivação acadêmica, os estilos parentais, a etnicidade, a condição socioeconômica e a qualidade da escolarização influenciam o desempenho educacional. ” (Patrícia Rossi Carraro, Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. p. 114). Se Jean Piaget parte da “evolução cognitiva” do ser humano, baseado em sua exploração ativa do ambiente, Vygotsky parte dos conceitos histórico-cultural para explicar o desenvolvimento cognitivo, chamando de zona de desenvolvimento proximal. Isto porque, segundo esse autor, o conhecimento do mundo é sempre mediado pelas práticas culturais, pelo outro e, especialmente, pela linguagem. Os primeiros conhecimentos da criança e do adolescente, se dão no meio onde estão inseridos e absorvem a cultura da família à qual convivem. É na sua relação com o outro que ele aprende. Por isso, é importante que as escolas incentivem a participação dos adolescentes em projetos e que os professores incentivem trabalhos em grupos para que os mesmos possam se desenvolver cognitiva, social e sobretudo culturalmente. “A gênese da consciência é atribuída, na concepção vygotskyana, à internalização dos processos interativos estabelecidos no ambiente social. Esta internalização, por sua vez, tem um caráter bastante dinâmico, não sendo caracterizada apenas como uma exata cópia interna das experiências”. (Wertsch, 1985). Para Erik Erikson, é muito importante se conhecer o desenvolvimento da personalidade do educando levando em consideração seus aspectos sociais. Pois segundo ele, é através desses conhecimentos dos estágios psicossociais, que a escola poderá propor atividades para cada faixa etária. Outras teorias com relação ao desenvolvimento cognitivo ou da aprendizagem, estão ultrapassadas, o behaviorismo, por exemplo, porque não levam em consideração o lado afetivo, emocional e social do indivíduo. No entendimento desta teoria, as pessoas aprendem através de repetições e punições, existindo um condicionamento de estímuloresposta, não havendo assim nenhuma interação do indivíduo com o que se está estudando, é o aprender por osmose. Tudo que é aprendido está fora de sua realidade. É o fazer por fazer. Pode-se afirmar que desenvolvimento cognitivo é um processo pelo qual os indivíduos adquirem conhecimento sobre o mundo ao longo da vida, esse papel é da escola através da transmissão do conhecimento formal, e cabe a ela conhecer as teorias do desenvolvimento para compreender melhor os educandos. Arriscaria dizer que os especialistas da área de desenvolvimento cognitivo estão principalmente preocupados em entender como os processos relacionados à cognição vão se estruturando em etapas específicas do desenvolvimento. Entretanto, falar sobre cada uma delas dará muito pano para manga. Dou-me por satisfeita! 2.2- DESENVOLVIMENTO FÍSICO A convivência com as diferenças e até mesmo com as semelhanças, na escola, na igreja, no bairro, nas praças etc., levao adolescente a se perceber como uma pessoa emocionalmente capaz (ou incapaz) de amar. Ter a capacidade de investir numa pessoa como um verdadeiro parceiro no amor vai marcar o fim do complexo de Édipo, posicionando o jovem no caminho da maturidade. O desenvolvimento emocional-sexual, nesta idade, chamado de fase genital, por Freud, é onde o adolescente descobre o outro como uma pessoa “fora do seu corpo”, ou melhor, diferente de si. “Na puberdade, as mudanças drásticas que acometem o corpo desencadeiam uma série de transformações na esfera psíquica. ” (Freud, 1905, p. 210). Sendo assim compreende-se que a puberdade é a fase das mudanças corporais e hormonais, modificando as crianças, dando-lhes altura, forma e sexualidade de adultos. Isso significa dizer que o jovem, nesta fase, sentirá uma certa segurança ou insegurança com relação a si mesmo. Quando sai de casa, por exemplo, a sua primeira preocupação é com a aparência, tem sempre que ajeitar o cabelo, olhar-se no espelho várias vezes, trocar uma roupa ou até passar batom, no caso das meninas. Isto acontece porque sente uma necessidade de estar, aparentemente, sempre bem apresentável para alguém que, possivelmente, irá olha-lo, ou fazem selfs e postam nas redes sociais à espera dos comentários. Para os adolescentes, a aparência é demasiadamente relevante e totalmente associada à imagem corporal, pois, o corpo, assume para os adolescentes, um importante papel nos relacionamentos com os colegas, na formação de grupos sociais e na construção de suas identidades. “O jovem que sente segurança quanto à sua aparência física e habilidades têm mais facilidade para relacionar-se com o sexo oposto e para envolver-se em novas atividades e grupos. Mostra entusiasmo com os vários aspectos de sua vida e promove mais facilmente seu autodesenvolvimento. ” (Patrícia Rossi Carraro, Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. p. 115). 2.3 - DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL Dentre os aspectos emocionais mais característicos do adolescente está a busca pela identidade. Por isso, costumam idealizar, imitar ou até mesmo idolatrar cantores, atores, e (negativamente) facções, que estão sempre em evidência na TV, nas favelas, nos presídios, etc. Essa busca da identidade é um fator de risco para os adolescentes que são altamente influenciados e influenciáveis, pois nesta fase estão (ainda) formando opiniões e personalidades. Quando o jovem não encontra essa identidade tão esperada, gera no mesmo um conflito e uma confusão de identidades, e, concomitantemente, surge uma crise de identidade ou uma crise psicossocial, levando muitos jovens à depressão, às drogas (lícitas e ilícitas), ou a se envolverem com a criminalidade. Por isso, “o jovem que adquire uma identidade positiva está mais apto a enfrentar com segurança as tarefas e desafios das etapas subsequentes. ” (Patrícia Rossi Carraro, Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. p. 116). 2.4– DESENVOLVIMENTO SOCIAL Na esfera social, os adolescentes de hoje são muito mais curiosos com o mundo à sua volta do que outras gerações. Querem sempre estar em contato com o mundo a seu redor. Na escola, realizam trabalhos nas diversas áreas do conhecimento, e começam a construir sua concepção do social. Quando participam de projetos educativos contra a violência, (por exemplo), se envolvem fazendo passeatas, distribuindo panfletos, cartazes, ditando palavras de ordem, enfim. “Na sua tarefa de integrar-se à comunidade dos adultos, o reformador idealista deve transformar-se em um planejador e executor de ações. ” (Patrícia Rossi Carraro, Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. p. 118). Por ser a escola uma instituição à qual a maior parte dos jovens dedicam grande parte de seu tempo, é um espaço social privilegiado, por ser uma instituição repleta de sociabilidades, ela se mostrou um lugar em que os jovens podem experimentar intensamente o convívio social através das amizades. Para os adolescentes, estar com os amigos é muito importante. Repensar as práticas escolares e não centrá-las, especificamente, na cultura acadêmica mais formal, pode contribuir para a formação do aluno capaz de refletir sobre as informações, conhecimentos e valores que recebe na escola e fora dela. Conhecer a cultura discente pode ajudar, nesse caminho, pois ao compreender essa cultura pode-se conhecer melhor os anseios e necessidades desses jovens. Investigar assuntos relevantes ao adolescente pode interferir favoravelmente no cotidiano da escola. Tal atitude é fundamental para tentar suavizar a ruptura existente entre a escola e a juventude. Fazer mais projetos educacionais que socializem os jovens, será proveitoso para que os mesmos possam permanecer nestas instituições de ensino. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Entende-se que adolescência é um período marcado por numerosas transformações físicas, emocionais e sociais. É uma fase de transição e de preparação para o ingresso na vida adulta, durante a qual o jovem confronta novos problemas e lhe são exigidas novas formas de ajustamento social. Observa-se também que nesse período de turbulência, contestação, transição e instabilidade, a conduta do indivíduo entra em colapso. Isto porque, como sente falta de segurança em si mesmo e na posição que ocupa, o adolescente tem tendência para a agressividade, a ser retraído e incômodo. Torna-se extremamente sensível e reservado, especialmente quando está na companhia de gente que ele teme que não o entenda ou o ponha no ridículo. A reserva pode tomar a forma de distanciamento e indiferença ou de indelicada e depreciativa altivez. Sente intensamente, vê-se afetado por estados emocionais, é dado a fantasias e é propenso a súbitas explosões temperamentais. É extremista, porque se sente incapaz de demonstrar que é competente. Observa-se também que alguns adolescentes exageram na sua dedicação às tarefas escolares, outros lançam-se febrilmente nos esportes, enquanto que outros dedicam o seu tempo quase exclusivamente a atividades nas redes sociais. Na sua luta pela independência, o adolescente protesta veementemente contra as decisões protetoras dos adultos; mas quando é incapaz de administrar a sua independência, solicita proteção. Resiste às normas e faz frequentemente o contrário do que se aconselhou; é menos efusivo com os membros da família, desdenha qualquer tipo de sentimentos e encanta-o vestir-se de maneira excêntrica, indo até aos extremos de usar roupa suja, ou de adornar-se de forma excessiva. Em dado momento, segue com rigidez uma forma de conduta idealizada, mas subitamente volta atrás, ou diz transgredir qualquer norma aceita. As suas relações com os outros são desconcertantes: em dado momento odeia, no momento seguinte ama. É tipicamente renitente a seu respeito e aos seus sentimentos, mas rapidamente põe a nu a sua alma. Rejeita os seus pais, mas de repente idealiza-os. Com muita frequência estes são tomados pelas frustrações, os desencantos e as angústias que acompanham a saída da infância na nossa cultura atual, causando uma certa infelicidade. Experiências desagradáveis são, muitas vezes, causas de infelicidade na adolescência, como a exigência dos pais e da sociedade, problemas de adaptação, maturidade sexual, responsabilidades que não tinham na infância, a falta de segurança, insucessos escolares, a morte de amigos e familiares, a perda de amigos, as discussões com os pais, a ruptura de amizades com pessoas do sexo oposto, os sentimentos de inferioridade e a falta de popularidade. Uma das maneiras mais comuns de resolver a situação que lhes provoca infelicidade é fugir dela. Muitos adolescentes fogem de casa, abandonam os estudos e começam a trabalhar para poderem ser independentes. Entre os adolescentes insatisfeitos consigo mesmos e com o papel que desempenham na vida, é vulgar o desejo de serem outra pessoa; assim, escolhem normalmente como ideal alguém famoso que represente uma posição de prestígio na sociedade. O adolescente sente necessidade de compreender o seu comportamento, as suas causas e como conseguir a independência afetiva. Istosupõe conhecimento de si mesmo, o qual implica capacidade de domínio de si próprio. Tem grande necessidade de apoio e simpatia na luta por estabilizar a sua oscilante personalidade e para a adequar a realidade externa e interna. Essa época de desejos egocêntricos de poder, êxito e valor físico o adolescente sai com grande capacidade de amor desinteressado, de generosidade, de espírito de sacrifício, de humildade e dedicação a pessoas e a causas. Sente profunda necessidade de amigos da mesma idade e principalmente do mesmo sexo. Encontrar-se com outros que passam pelas mesmas experiências proporciona-lhe um verdadeiro apoio afetivo. Por fim, a terapia que se aconselha a todos é que mantenham, apesar da dificuldade que isso representa, um ambiente de calma e segurança, seja na família ou na escola. Que considerem que a adolescência passará, e todos os conselhos individuais devem reger-se pela serenidade, sinceridade e verdadeiro interesse por este jovem.
 4. REFERÊNCIAS Carraro, Patrícia Psicologia do desenvolvimento e aprendizagem / Patrícia Carraro. Rio de Janeiro: SESES, 2015. Goethe JW. Os sofrimentos do jovem Werther. São Paulo: Martins Fontes, 2007. Wedekind F. O despertar da primavera e Mine Haha. São Paulo: Luzes no asfalto, 2010. César MRA. A invenção da adolescência no discurso psicopedagógico. São Paulo: Editora UNESP, 2008. Veríssimo E. Música ao longe. Rio Grande do Sul: Globo, 1965. Foracchi M. A juventude na sociedade moderna. São Paulo: Pioneira, 1972. Calligaris C. A adolescência. São Paulo: Publifolha, 2000. Birman J. Tatuando o desamparo. In: Cardoso, M.R. Adolescentes. São Paulo: Escuta,estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/Acervo/Complementar/Complementar_79460.pdf

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