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Gilles Lipovetsky - Deve se culpar a mídia

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Gilles Lipovetsky - Metamorfoses da cultura liberal: ética, mídia e empresa
Capítulo IV: “Deve-se culpar a mídia?”
Lipovetsky, chamada o último capítulo da sua obra, capítulo IV de: “Deve-se culpar a mídia?”, onde o autor usa como exemplo a televisão. Antes do advento do aparelho, vizinhos ainda se encontravam em cafés do bairro para conversar. Atualmente, os diálogos se enquadram de acordo com os programas televisivos. No sofá de casa. Ele analisa a influência da mídia na sociedade, dizendo que se a violência aumenta a culpa é da TV que promove os programas criminais, se o rendimento escolar dos alunos cai, a culpa é das horas que ficam em frente da TV 8 vendo programas imbecis em vez de estarem estudando. A xenofobia reaparece através de líderes de partidos políticos de extrema direita que são convidados para fazerem debates em programas de TV. A abstenção eleitoral aumenta devido a mídia que imbeciliza os eleitores com seus programas de variedade e transforma a política em espetáculo. Surge um novo culpado, um novo “demônio” a “mídia”. Os meios de comunicação, atrelados à tecnologia, formaram uma população mais individualista. É nesse momento que os tópicos apresentados no início da obra ganham forma novamente e se unem a uma espécie de egocentrismo em comunidades modernas. Outra acusação contra a mídia é que a televisão perverte a democracia e degrada o espaço público. O militante é substituído por um telecidadão distraído e passivo, inclusive o da política midiática. O autor conclui sua obra dizendo que mídia deve ser considerada como agente de consolidação da democracia, pois opera no sentido da desqualificação do autoritarismo e das incitações histéricas à violência e às cruzadas. A mídia situa-se no pólo da moderação, não da excomunhão. Exaltando os direitos do homem e a tolerância, glorificando o bem-viver individual em detrimento das grandes militâncias, acelerando o esquecimento dos acontecimentos com outros acontecimentos sempre novos, superficializando as mensagens, a mídia funciona como um amplificador da pacificação coletiva e da desdramatização da vida social, seja qual for o volume de imagens de violência estampado nas telinhas. Paradoxalmente, a mídia deu maior estabilidade à ordem democrática, mesmo que seja uma ordem “mole”, desinvestida em benefício dos prazeres e realizações privados. Portanto, tanto os jovens e os demais cidadãos devem estar atentos os divertimentos midiáticos, com certas restrições, distanciamentos e liberdade, pois para Lipovetsky, o ponto centra da sua obra é a reflexão sobre as mudanças ocorridas nos sistemas educativos para que preparem melhor a juventude a enfrentar os problemas do presente e do futuro.

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