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Pediatria Febre sem sinais localizatórios Definição Febre é uma das principais causas de procura do pronto socorro. É importante conseguir diferenciar qual lactente que tem febre e tem risco de ter uma doença bacteriana invasiva grave do que só tem uma infecção viral que melhorará em dias. Quais os medos? É o encontro de bactéria na hemocultura sem ter como saber. Bacteriemia oculta Nos lactentes com menos de 3 meses de idade que se apresentam com FSSL no PS 12% terá bacteriemia oculta. O grupo de maior risco para bacteriemia oculta são os menos de 1 mês de idade, podendo chegar até 20%. Sendo que nessa faixa etária os agente bacterianos ainda são os do período neonatal (E. Coli, S. grupo B, Herpes simples e enterovirus). A partir dos 3 meses a 3 anos de idade o risco de bacteriemia oculta em um lactente com FSSL é de 2 a 11%. Os agentes etiológicos principais nessa faixa etária são o Haemophilus influenzae b e o pneumococo. No primeiro ano de idade todos são vacinados contra o Haemophilus influenzae b, ou seja, foi praticamente erradicado. Considera-se que o paciente é susceptível a ter bacteriemia oculta por pneumococo principalmente quando não tem uma vacinação completa. Quando há vacinação completa antipneumocócica, ou seja, pelo menos 3 doses, o risco é menor a 1%. Fatores de risco de bacteriemia oculta por pneumococo: Vacinação incompleta é quando tomou menos de 3 doses da vacina pneumo10 (fornecida pelo programa nacional de imunizações). Infecção do trato urinário A ITU acontece em 2 a 5% de todos os lactentes que chegam no PS com FSSL. Os fatores de risco para ITU que indicam colher urina 1 e urocultura. Em meninas: Se tiver 2 fatores de risco tem que colher exames para pesquisar se não é uma ITU que está causando a febre. Em meninos: Abordagem diagnóstica Lactente com febre tem que avaliar se essa criança tem toxemia ou está em boa estado geral, para poder diferenciar. A FSSL a criança está em bom estado geral. Leucocitose Lembrar: Toxemia! Na toxemia a criança não está em bom estado geral, então não é FSSL. Clinicamente apresentará irritação, alteração do nível de consciência, taquicardica, hipotensa, cianótica, pode ter hipo ou hiperventilação, pode ter sinais de má perfusão periférica. Não tem exame físico normal. Essas alterações clínicas são sugestivas de infecção bacteriana invasiva grave. Tem que internar o paciente e colher exames: Hemograma, hemocultura, urina tipo 1, urocultura, LCR quimiocitológico e bacterioscopia, RX de tórax. Nessa situação o paciente já tem sinais clínicos de infecção, então já se inicia a antibioticoterapia empírica com ceftriaxone endovenoso. *OBS.: Paciente com doenças de base, imunossuprimidos ou contatos com doença meningocócica tem o risco aumentado de ter uma doença bacteriana invasiva, então nesses casos que se apresentam com febre no PS, se adota a mesma conduta da toxemia. FSSL < 3 meses É um exame físico insuficiente, porque é mais dificil que as vezes não mostra de onde vem a infecção e por isso sempre se solicita exames laboratoriais. Para entender melhor se divide em menores de 1 mês que tem o maior risco e de 1 a 3 meses. FSSL < 1 mês É um grupo de muito risco, então sempre se interna e colhe exames. Exames de: - Hemograma, hemocultura, urina tipo 1 e urocultura. - LCR para pesquisar quimiocitológico, bacterioscopia, cultura, látex, aglutinação, com imunoeletroforese contra os agentes, pesquisa de germes (inclusive vírus). Nessa faixa etária tem que pesquisar para herpes vírus e enterovirus, já que podem ser agentes causadores de meningite no período neonatal. - RX de tórax só se tiver sintomas respiratórios. - Pesquisa de leucócitos nas fezes só se tiver diarreia. Nesse grupo tem alto risco de doença bacteriana invasiva já se inicia antibioticoterapia empírica com ceftriaxone. O antibiótico continua até sair o resultado de todos os exames ou se encontrar o sinal clínico da febre. FSSL de 1 a 3 meses O risco de doença bacteriana invasiva é um pouco menor que nos menores de 1 mês, mas ainda é tem um exame físico que dificulta a achar a causa da febre. Nesses pacientes sempre se colhe os seguintes exames para avaliar os critérios de Rochester: - Hemograma, hemocultura, urina tipo 1 e urocultura. Critérios de Rochester avaliam o risco de doença bacteriana grave: Leucometria normal de 5 mil a 15 mil. Condutas: Baixo risco: - Pode ter alta. - Reavaliação clínica diária até o resultado das culturas (hemocultura e urocultura). Nos pacientes de baixo risco que não há como assegurar a reavaliação diária até o resultado das culturas, seja porque os pais não entenderam a importância ou porque mora longe e não tem como trazer, se interna o paciente apenas para observação. Alto risco: é quando tem ausência de 1 ou mais critérios de Rochester. - Interna o paciente. - Coleta de LCR para pesquisar quimiocitológico, bacterioscopia, cultura, látex, vírus. - RX de tórax só se tiver sintomas respiratórios. - Lembrar-se da importante da pesquisa de vírus respiratório, já que se vier positiva diminui muito a chance de doença bacteriana grave. Em caso que só o hemograma venha alterado e a condição familiar favoreça, o paciente pode ficar em observação sem antibiótico. - Inicia antibioticoterapia empírica com ceftriaxone. Dose que faz cobertura de sistema nervoso central. Sempre lembrar de colher LCR antes de iniciar o antibiótico para não ter alteração. FSSL de 3 a 24 meses A temperatura dá febre vai definir o risco de infecção bacteriana grave. Nos pacientes de alto risco tem risco de bacteriemia oculta e de ITU, portanto tem que avaliar os riscos para essas condições. Na bacteriemia oculta o risco é se a criança não tem a vacinação antipneumocócica completa. Diminui o risco de bacteriemia oculta porque está imunizado contra o principal agente etiológico que é o pneumococo. Na ITU tem que avaliar os fatores de risco que variam de menino e para meninas. FSSL de alto risco de 3 a 6 meses Abordagem diagnóstica de um bebê de 3 a 6 meses com FSSL de alto risco, ou seja, temperatura maior ou igual a 39ºC. - A pneumo10 no PNI são 2 meses, 4 meses e 1 ano, então é uma faixa etária que sempre tem a vacinação antipneumocócica incompleta. - É uma faixa etária que tem risco elevado de ITU. - Coleta de exames para avaliar se tem bacteriemia oculta ou ITU. Exames: - Hemograma, hemocultura, urina tipo 1 e urocultura. - Pesquisa de vírus respiratórios (PVR) porque se for positiva a chance de ter uma infecção bacteriana grave junto diminuiu muito, e poderia deixar o paciente em observação, mas sem antibiótico. Hemograma alterado é quando tem mais de 15 mil leucócitos ou menos de 5 mil leucócitos. Ou neutrófilos totais acima de 10 mil ou índice neutrofilico acima de 20% (divisão das formas jovens {bastonetes, mielocitos} por as formas maduras {segmentados}). Quando o hemograma está alterado, mas a urina 1 está normal, tem risco grande de bacteriemia oculta, mas o risco de ITU foi descartado. O agente etiológico nessa faixa etária é o pneumococo e por isso se trata com amoxicilina por via oral com alta com reavaliação diária até o resultado das culturas. Na situação quando tem urina tipo 1 normal e no hemograma tem apenas uma leucocitose e PVR identificada cai muito o risco de bacteriemia oculta associada. Nesse caso pode deixar sem antibiótico com reavaliação diária até o resultado das culturas. Urina alterada é quando tem mais de 10 leucócitos por campo de alto aumento ou mais 10 mil leucócitos/mm3 ou bactericospico positivo,essas alterações são sugestivas de ITU. Para tratar a ITU se utiliza amoxicilina-clavulanato ou cefuroxima via oral até o resultado das culturas. FSSL de alto risco de 6 a 24 meses - Avaliar se a vacinação antipneumocócica está completa (igual ou mais de 3 doses), para avaliar o risco de bacteriemia oculta. Se a vacinação está completa o risco de bacteriemia oculta é muito baixo, sendo assim, não precisa colher hemograma e hemocultura. - Avaliar fatores de risco de ITU, se não tiver, não precisa colher urina 1 e urocultura. FSSL > 24 meses O risco de bacteriemia oculta é desprezível porque tem vacinação completa anti Haemophilus e anti pneumococo e a ITU se apresenta com sintomas urinários. Alta com sinais de alarme. PONTOS IMPORTANTES *BEG: bom estado geral. LEMBRAR:
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