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CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. Febre sem sinais de localização Pediatria Definição Ocorrência de febre com menos de sete dias de duração em uma criança, em que após história clínica e exame físico detalhados, não tem a sua causa estabelecida. Febre é aferida por via retal e oral. Por praticidade usa o termômetro para aferição de T axilar, tendo uma diferença entre 0,2 e 0,3 da T retal. Acima de 37,8°C de T axilar é considerada febre. Febre Prolongada de Origem Obscura (FPOO): Caracterizada por febre de existência indiscutível, duração mínima de três semanas, com um quadro clínico inconcluso e que permanece sem diagnóstico após a realização de um conjunto de exames e procedimentos indicados inicialmente para aquele caso particular. Epidemiologia: A maior chance de desenvolver uma infecção bacteriana grave é abaixo dos 3 anos. Critérios de avaliação: A grande maioria das crianças com febre sem sinais de localização no grupo 1-3 meses de idade provavelmente terá uma síndrome viral. Em contraste com infecções bacterianas, a maioria das doenças virais tem um padrão distinto sazonal: infecções pelo vírus sincicial respiratório e pelo vírus influenza A são mais comuns durante o inverno, enquanto as infecções por enterovírus geralmente ocorrem no verão e no outono. Internar e tratar todos com aparência de toxemia e os menores do que 30 dias. Aqueles com idade entre 28 e 90 dias podem ser orientados e monitorados em casa se tiverem com boa aparência e com contagem de leucócitos, exame de urina, e líquor dentro dos valores normais. Na faixa etária de lactentes jovens de 30 a 90 dias de vida (60 dias), dividiu-se em dois grupos: alto risco e baixo risco para doença bacteriana grave. Para ser considerado de baixo risco, todos os critérios precisam ser preenchidos. Lactentes febris com três meses ou menos e aparentemente enfermos (toxêmicos) necessitam de imediata hospitalização, iniciando-se a terapia antimicrobiana parenteral após a coleta de material (sangue, urina e LCR) para culturas. Ampicilina (para cobrir L. monocytogenes e enterococos) mais ceftriaxona ou cefotaxima é uma medida inicial antimicrobiana eficaz para crianças que parecem doentes sem achados focais. Esse regime é eficaz contra os patógenos bacterianos que geralmente causam sepse, infecções do trato urinário e enterites em lactentes jovens. Critérios de Rochester: CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. Evidências de alteração de perfusão de órgãos com má- perfusão periférica, alteração do estado de consciências, taquipneia, taquicardia, hipotensão, oligúria ou evidência de coagulopatia deve receber o diagnóstico presuntivo de sepse e ser tratada como tal. Os bebês são de baixo risco se aparentam estar bem, têm exame físico normal, e os exames laboratoriais são os seguintes: • CBC: 5.000-15.000 WBC/mm 3, contagem absoluta de banda ≤1.500/mm 3 • Urina: <10 leucócitos/campo WBC/HF em 40x • Fezes: < 5 WBC/HPF com diarreia Lactentes de 1-3 meses de idade com febre que apresentam bom estado geral, que apresentavam boa condição de saúde anteriormente, que não apresentam evidências de infecções de pele, ossos, articulações ou ouvidos e que apresentam leucometria global de 5.000- 15.000 células/μL, contagem de bastões < 1500 células e exame de urina normal com resultados de cultura negativos (sangue e urina) provavelmente não têm infecção bacteriana grave. De todas as infecções bacterianas graves, a pielonefrite é a mais comum e pode ser observada em lactentes de aparência geral boa que têm febre, sem foco, ou naqueles aparentemente enfermos. Bacteremia oculta: Bacteremia oculta refere-se à presença de bactéria em hemocultura numa criança com febre, sem um foco identificável, e que esteja clinicamente bem o suficiente para ser tratada em ambulatório. Os agentes mais comuns são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo b, Nisseria meningitidis e Salmonella sp. • Hemocultura positiva em uma criança que está com FSSL, clinicamente bem e sem infecção localizada. Diretamente relacionada com a vacinação. Vacinação efetiva é pelo menos 2 doses Hib e pneumococo, ou seja, vacinação de 4 meses. O lactente jovem não tem vacinação completa. Menos de 1%, nos lactentes até 60 dias também são encontrados E. coli e S. aureus. Infecção do trato urinário: Abaixo de 1 ano é mais comum nos meninos por conta da fimose fisiológica, dificultando a higienização. A circuncisão é um fator de proteção, mas não iremos indicar rotineiramente para evitar ITU. CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. Pneumonia: 3% das crianças com febre em ausência de taquipneia e/ou sinal e sintoma respiratório. Também este relacionada a taxa de vacinação. Meningite: Evolução rápida. Meningite por pnemococo é mais comum que pelo meningococo. Mas com previne as duas com vacinação, a de pneumococo com 2, 4 e 6 + reforço com 15 meses e meningococo com 3 e 5 meses + reforço com 15 meses. Na rede pública apenas é vacinado por meningo C. 25 a 50% dos pacientes com doença meningocócica haviam sido liberados após avaliação inicial. Avaliação: Buscar sinais de toxemia para avaliação clínica: alteração de FC, FC, saturação, coloração da pele, estado geral. Investigar os valores de temperatura. Definir a idade para saber onde no fluxograma é encaixado. A avaliação laboratorial busco o leucograma, exame de urina e raio X do tórax de acordo com a necessidade. Contagem de leucócitos: Provas de fase aguda: Na rede pública normalmente apenas se consegue a forma qualitativa (+ ou -)., não ajudando muito. Procalcitonina é um marcador inflamatório, quando relacionado a febre recente tem boa correlação com infeções bacterianas. Eleva-se nas primeiras horas. Entre as faixas 20-80 e 0,5 e 2 não se pode excluir, necessitando a observação, justificando a utilização de antibiótico. Exame de urina: Sensibilidade é a capacidade que o meu teste tem de ser positivo ou negativo para uma determinada doença. Especificidade é quanto esse teste positivo indica aquela patologia. Padrão ouro é a urocultura. Para uma cultura crescer é de 3 a 5 dias. Mas o sumário de urina ajuda a uma boa correlação, mas não efetiva. A melhor coleta e a punção supra-pubica. Se a criança não tem controle esfincteriano é necessário coleta por sonda. Raio X de tórax Toda vez que houver um aumenta da FR ou SatO2 < 95% considera-se fazer o RX. Se tiver uma leucocitose acima de 20000/mm³ sem outro foco também considera-se fazer o RX. Fluxograma: Se o paciente estiver toxemiado: internar > exames > ATB empírica. Preferencialmente fazer os exames laboratoriais antes do inicio do antibiótico, mas nunca atrasar o iniciar por isso. Se o paciente não está toxemiado: divisão em – 0 a 29 dias internação > ATB empírica. 1 a 3 meses: hemograma e sumário de urina, definindo quem é baixo risco e quem é alto risco. CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. Depois dos critérios de avaliação e sumário de urina de hemograma: ATB empírico: preferencialmente uma cefalosporina de terceira geração. Paciente toxemiado: interno e exames. Não está toxemiado mas com menos de 29 dias: internação e exames + ATB. Não está toxemiado e 1 a 3 meses: hemograma, sumário de urina e critérios de Rochester. Baixo risco: antitérmico e avaliação de 12-24 h. Alto risco: internação, exames e ATB. Não está toxemiado e tem de 3 a 33 meses: a T é abaixo de 39°C - avaliação em 24h, antitérmico, sumário de urina a depender. Acima de 39°C – sumário de urina e urocultura. Urocultura acima de 100000 UI/mL = infecção urinário. Sumário de urina normal ou leucocitúria abaixo de 100000 UI/mL > solicitação de hemograma e hemocultura. Hemograma com leucócitos menor de 20000/mm³ ou netrófilos segmentados com os bastões menores que 10000/mm³ - reavaliação em 24h. Hemogramacom leucócitos acima de 20000/mm³ ou neutrófilos acima de 10000/mm³ independente da quantidade de contagem total – RX de tórax, passado 24h solicitar outra hemocultura. RX alterado – pneumonia. RX normal – risco de BO. Vacinação completa – reavaliar no dia seguinte. Vacinação incompleta – dose de ceftriaxone uma dose no dia e retornar até sair o resultado da hemocultura. Conduta por faixa etária Até 30 dias de vida Internação, Solicitar: hemograma, VHS, PCR, Urina I, Urocultura, Hemocultura, líquor, radiografia de tórax. A associação ampicilina e cefotaxima deve ser indicada para contemplar estreptococo do grupo B e germes gram-negativos. Lactentes de 2 a 3 meses Solicitar: hemograma, VHS, PCR, hemocultura, Urina I, Urocultura, Líquor, Raio-X de tórax. Se exames alterados iniciar antibiótico endovenoso com ceftriaxone, pensando nos agentes mais freqüentes: pneumococo, meningococo e hemófilo Crianças de 3 a 36 meses Solicitar os mesmos exames acima Se exames normais reavaliação em 24 horas. Se alterados iniciar ceftriaxone endovenoso. Crianças maiores Se toxemia: iniciar penicilina cristalina ou ampicilina endovenosa. Diagnóstico CAROLYNE VIEIRA – 5° SEMESTRE, 2020. O coronavírus e o RT-PCR vai entrar nas crianças com indicação de internamento (toxemiada e menor de 30 dias), junto com os outros exames. Pacientes menores de 3 meses entra junto com a realização do hemograma e sumário de urina.
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