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estágio básico

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Faculdade Luciano Feijão
Aluna: Isabelle Alcântara Nunes
Disciplina: Estagio Básico 1
Caso Damião Ximenes, a negligência no tratamento e a Reforma Psiquiatrica.
Achei importante trazer a discussão desse tema, dado a proximidade do dia internacional da luta antimanicomial, e a coincidência de ter sido um dos assuntos que tratamos em aula: Reforma Psiquiatrica. Damião Ximenes, um caso que denunciou todo o descaso que ocorria dentro dos hospitais psiquiatricos, e levou o Brasil a sua primeira condenação por violência aos direitos humanos na OEA. 
Damião Ximenes foi apenas uma das várias vitímas do modelo manicomial, as pessoas que eram consideradas loucas e incômodas, eram retiradas da sociedade, e trancadas nesses hospitais, que eram lugares com uma estrutura precária para acolher as demandas que chegavam, essas pessoas eram trancadas sem receber um diagnóstico correto, eram medicalizados de forma irresponsável (modelo biomédico).
 Desde a Idade média, o louco começou a ser excluido da sociedade pois era chamado de demônio, visto como um ser possuído e maligno, e passou a ser marginalizado, retirado da sociedade, preso em asilos, onde eram deixados com fome, e sem roupas para que sentissem frio, até que no secúlo 18, houve uma mudança geral na forma de tratamento desses indivíduos, um modelo pensado por Pinel, que é considerado por muitos o pai da psiquiatria. A proposta seria humanizar essas pessoas e a forma de tratamento, e nesse modelo os loucos não deveriam mais ser encarcerados como nos asilos da Idade Média, agora iam para os manicômios, e a loucura passou a ser considerada doença (institucionalização), e por isso deveria ser tratada e curada. Dentro do manicômio o psiquiatra tinha total domínio sobre o louco, eram administrados remédios, e havia uma espécie de reeducação do louco, onde tentavam discipliná-lo, por meio de diversos tratamentos, como choque térmico, lobotomia, tratamentos cruéis. 
Sobre o caso de Damião Ximenes, ele faleceu no dia 04 de outubro de 1999, em Sobral, vítima de maus tratos por parte dos funcionários do hospital psiquiatrico onde estava, sua mãe o encontrou amarrado com os braços para tras, com marcas de espancamento em todo o corpo, ela foi em busca de atendimento, e o médico do hospital receitou alguns remédios, sem pedir muitos detalhes do ocorrido, Damião continou sem nenhum tipo de acompanhamento, e 2 horas depois veio a falecer.
O lugar em que Damião estava internado era a Casa de Repouso Guararapes, que já era conhecida por seus maus tratos,e pessimas condições. O caso de Damião foi o estopim para o fechamento do hospital psiquiátrico e a mudança no tratamento psiquiatrico em Sobral, seu fechamento deu lugar a a abertura da Rede de Atenção Integral à Saúde Mental (RAISM), essa política de tratamento psicossocial se iniciou com a inauguração de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). 
Referências: 
AMARANTE, Paulo; TORRE, Eduardo Henrique Guimarães. “De volta à cidade, sr. cidadão!” - reforma psiquiátrica e participação social: do isolamento institucional ao movimento antimanicomial. Rev. Adm. Pública,  Rio de Janeiro ,  v. 52, n. 6, p. 1090-1107,  Dec.  2018 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122018000601090&lng=en&nrm=iso>. access on  27  May  2020.  https://doi.org/10.1590/0034-761220170130.
Disponível em: http://g1.globo.com/ceara/noticia/2016/08/caso-damiao-ximenes-muda-politica-de-tratamento-psiquiatrico-em-sobral.html. Acesso em: 10 maio 2020.

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