Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Comunicação interna digital nas organizações, configurações para o profissional de Relações Públicas1. NP 05 - Relações Públicas e Comunicação Organizacional André Quiroga Sandi2 Centro Universitário Feevale - RS Resumo: Esta comunicação tem seu ponto de partida no reconhecimento das alterações que as tecnologias da informação tem provocado nas organizações que as implantam. Em seu interior, essas mudanças modificam as rotinas produtivas dos profissionais envolvidos com sua utilização e estratégia. Um dos instrumentos digitais internos mais utilizados e reconhecidos, hoje, é a intranet. Buscar entender e reconhecer o novo papel que o profissional de Relações Públicas tem, bem como o posicionamento frente a este novo cenário, é fundamental para o desenvolvimento e manutenção da atividade. Palavras-chave: Relações Públicas; intranet; comunicação interna. As tecnologias de informação e comunicação têm trazido questões de várias ordens para as organizações que as implantam. Para os profissionais da área de Comunicação Social, estes instrumentos provocam, pelo menos em tese, mudanças na própria visão e concepção de sua ação profissional, gerando, por conseqüência, a necessidade de redirecionamentos na sua forma de pensar e agir. Esta discussão sobre os redirecionamentos necessários já vem se dando, em vários níveis. Entendê-los, de forma a contribuir para as mudanças requeridas na extensão e profundidade demandadas, envolve uma série de variáveis que devem ser contempladas pelos profissionais e que passam desde a formação à atuação profissional; desde o entendimento das organizações em si até a compreensão do lugar dos profissionais de Comunicação Social em seu interior. Traçar um perfil exato para o profissional de Comunicação Social, em um contexto de redirecionamentos do seu trabalho, que atenda às diversas demandas que vêm sendo apresentadas, não somente pela entrada de tecnologias que modificam as ações e funções, como também pelas transformações sociais e seus reflexos diretos e indiretos na organização, é um exercício bastante complexo. Na verdade, um perfil traçado acabaria constituindo um modelo ideal, que só existe no pensamento, pois envolveria tantas áreas e 1 Trabalho apresentado ao NP 05 - Relações Públicas e Comunicação Organizacional, do IV Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. 2 Mestre em Ciências da Comunicação. Graduado em Relações Públicas. Docente no curso de Relações Públicas da Feevale-RS. E-mail: quirogasandi@hotmail.com temas impossíveis de serem contemplados com a profundidade necessárias para o exercício da atividade profissional. Contudo, alguns pontos referentes à ação e às características do profissional frente à intranet começam a ser enumerados e discutidos, de forma mais ampla, por diversas pessoas envolvidas na construção do campo de atuação da Comunicação Social, colocando alguns parâmetros e dimensões significativas. Os dados aqui apresentados foram resultado de uma pesquisa3, realizada 2002, junto a dez profissionais da área de comunicação envolvidos diretamente com a implantação, estratégia e utilização da intranet. Durante a pesquisa buscou-se estar atento as modificações que estes profissionais fazem em seu dia-a-dia para atender as demandas deste instrumento e assim estabelecer o papel do Relações Públicas neste cenário digital. A gestão da intranet: um processo em construção A busca e a concretização de um sistema interno que possa gerar possibilidades de uma nova dinâmica nos fluxos de informação/comunicação organizacionais, onde tem lugar a intranet, freqüentemente, têm incorporadas em si a necessidade de inovação na empresa e a expectativa de avanços para a gestão de sua comunicação interna. Neste sentido, por se tratar de um processo muito recente, a criação, a implantação e a contínua manutenção deste instrumento de informação/comunicação demandam reconhecimentos para concretizar definições e ações que sejam adequadas à realidade em que será implementado o seu sistema. Idealmente este reconhecimento supõe um conjunto de definições que tem relação com os objetivos estratégicos das organizações e que necessita uma ação programada e seqüencial que envolva uma série de aproximações. Na realidade observada, o que se viu foi que, em algumas situações, a intranet foi criada e gestada dentro de um planejamento estratégico maior e, em outras, foi sendo vivida e testada no dia-a-dia. Na primeira situação, como indica a entrevistada 1 - Publicitária, “existe um planejamento estratégico para a área da comunicação interna e por ser a intranet uma ferramenta, ela está aí desenhada. Ela tem finalidades definidas, alguns objetivos que tem que alcançar, como ferramenta. Tem tudo planejado, como vai ser feito, quando entra, quando sai, periodicidade. Ela tem toda uma programação”. Na outra situação, foi sendo 3 Para maiores informações sobre essa investigação consultar: Sandi, André Quiroga. “No limiar da comunicação organizacional: a intranet e o redirecionamento da ação profissional”. São Leopoldo: Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação-Unisinos, 2003 (Dissertação) http://www.comunica.unisinos.br/pos/trabalhos/#N criada e assumida pelos setores organizacionais que com ela tiveram maior proximidade inicial. Além do mais, “ela é muito nova. Praticamente a gente ainda não tem literatura, não tem gente treinada para falar que é fera e que pode assumir. Então a gente vai aprendendo com o dia-a-dia, pois não tem nada anteriormente planejado estrategicamente”, afirmou a entrevistada 7 - Relações Públicas. Fazendo parte de um planejamento estratégico previamente definido, (e, de algum modo, mesmo nas organizações em que não houve este planejamento) para se chegar à implantação de uma intranet, há todo um percurso a ser realizado, conforme pôde ser percebido, tanto através das entrevistas com os profissionais da Comunicação Social quanto na bibliografia acessada. Partindo da constatação das demandas de comunicação interna e dos limites e potencialidades dos meios tradicionalmente utilizados, uma primeira aproximação à concretização de um sistema interno de informação/comunicação diz respeito à necessidade de respaldo da alta direção das organizações para levar em frente a iniciativa, seguida de um diagnóstico preliminar que ofereça uma visão global da identidade corporativa, a imagem e o comportamento da organização, assim como a cultura subjacente aos seus processos de comunicação/informação. GARCIA JIMÉNEZ (1998) considera que, a partir da percepção gerada por este reconhecimento inicial e tendo por base o perfil da empresa criadora, das características do público que iria utilizá-la, poderiam ser definidos os conceitos básicos que dariam suporte ao modelo de rede interna a ser criado, assim como os profissionais gestores de sua implementação. Exigiriam, ainda, o envolvimento do conjunto de pessoas que conformam a organização para que setores significativos das mesmas não fiquem à margem ou sejam simples utilizadores, mas venham a ser informadores e comunicadores ativos (criadores de conteúdo) da rede interna. Demandaria “decidir los perfiles y niveles de los navegantes y formarlos en las redes con competencia, responsabilidad y cautela (intranet es un nuevo mercado, que no se caracteriza precisamente por su estabilidad)” (GARCIA JIMÉNEZ, 1998:239), tendo presente o caráter de não substituição compulsória, mas de contínuo uso e integração dos serviços de informação/comunicação já existentes e dos serviços intranet. A criação de uma intranet demandaria, idealmente, pelo próprio tipo de instrumento que cria vínculos em redes, a integração das pessoas dos diversos departamentos e setores de trabalho presentes nas organizações. Em sua concepção, e durante todoo processo de implantação deste sistema de informação/comunicação, assim como em sua implementação sistemática e permanente, deveriam estar presentes diferentes profissionais e setores que compõem a hierarquia organizacional, formando uma equipe gestora articulada em torno de suas distintas competências. Este grupo deve ter uma pessoa articuladora, que conheça os objetivos da organização e tenha acesso a todos os setores, de forma a manter o grupo unido. O articulador também precisa saber mediar conflitos e criar um ambiente propício para o entendimento das diversas demandas trazidas por cada responsável de um setor dentro do grupo, buscando em conjunto soluções que atendam cada necessidade. A entrevistada 4 - Relações Públicas/Jornalista comentando a necessidade deste grupo e o envolvimento inicial da área de Comunicação Social, acredita que esta “não pode ser responsável total pela coleta de informações, até porque a gente precisa de uma agilidade muito grande, e ela ainda possui outros veículos de sua responsabilidade, como também eu acredito que ninguém melhor para falar da sua própria área do que alguém que está lá dentro e tem o conhecimento”. Os profissionais da área técnica de informática entrariam com o suporte de rede, enquanto entrelaçamento físico, e questões de software. Os profissionais de Comunicação Social, com o referente ao gerenciamento dos conteúdos da informação, potencializando sua possibilidade comunicativa, e, mais especificamente, o de Relações Públicas, que teria ainda um papel de articulador deste processo e da equipe gestora, dado que a preocupação com questões de integração de áreas, trabalhando com diversos públicos e com o entendimento do comportamento humano, ou seja, das ações e reações das pessoas faz parte de sua formação profissional. Segundo a entrevistada 3 - Jornalista, o Relações Públicas “consegue entender mais a alma da pessoa, coisas mais profundas do que simplesmente o empregado da empresa; ele entende o ser humano”. A experiência vivida nas diferentes empresas pesquisadas, contudo, mostrou que a presença e o maior ou menor envolvimento de alguns setores ou profissionais (nem sempre com a participação do profissional de Comunicação Social) foram configurando um modo particular para a gestão da implementação da intranet. Neste sentido, pelo menos quatro trajetórias distintas ficaram evidenciadas. Uma primeira trajetória, comentada pela entrevistada 1 - Publicitária, mostra que “quem formatou tudo foi o pessoal de TI, em cima de informações fornecidas por todas as áreas da empresa. Então como funcionava? Cada área que tinha uma página na intranet fazia a gestão do seu conteúdo. (...) são áreas que se alimentam e por isso é que existe hoje na intranet muita coisa desatualizada”. Na segunda, a gestão dos conteúdos da intranet é de responsabilidade única do setor de comunicação interna, recebendo apenas o suporte da área de informática, “que é uma área que cuida do sistema, que cuida dos projetos relacionados às novas ferramentas, que é a área que cuida da net” (entrevistado 8 - Jornalista). Este encaminhamento foi considerado pela Relações Públicas da entrevista 7 como o mais adequado. “Eu acho a coisa mais certa. A comunicação cuida do conteúdo. Esse conteúdo é a informação. Cuida do tratamento, da linguagem, da abordagem, e a informática cuida do processo. Porque ‘dá muito pau’, dá muito problema”. A terceira trajetória já aponta para a existência de um comitê gestor responsável pelas propostas de conteúdo da intranet. No caso descrito a composição desta equipe conta com pessoas de referência de cada setor e, neste contexto, o Comunicador Social está presente como um de seus componentes. Mais que cuidar do conteúdo, essas pessoas são o link4 entre os setores e a intranet, tanto no sentido de trazer as notícias da área, como são responsáveis pela disseminação e uso, como no de buscar resolver pequenas dúvidas que possam surgir nas diversas etapas do projeto. São elas que coletam “sugestões para as páginas Web e aplicativos baseados na intranet, que eles e seus funcionários gostariam que fossem desenvolvidos” (FRONKOWIAK, 1998:298). “Então, existe uma interação muito interessante de pessoas que propõem, pessoas que aceitam ou não, e que essa discussão é saudável”, conclui a entrevistada 3 - Jornalista. A experiência que mais se aproxima de uma referência ideal, se é que pode-se falar em ideal, seria a quarta trajetória constatada nas entrevistas. Tendo como ponto de partida a atuação do setor de informática, hoje, o processo, que ainda está em construção, é trabalhado por uma equipe multidisciplinar de gestão. A processualidade vivida, e comentada pela entrevistada 4 - Relações Públicas/Jornalista, mostra que “a princípio tínhamos pensado em deixar essa estrutura fora. Chegamos a pensar em cada um cuidando da sua parte - a informática cuidando só da parte tecnológica e a Comunicação Social cuidando só da parte de conteúdo. E até em terceirização a gente já pensou”. A trajetória vivida por esta organização vem mostrando que a equipe gestora multidisciplinar é fundamental e que o Comunicador Social e o profissional da informática desempenham um papel relevante, reforçando a necessidade de interação entre ambos e com o grupo gestor. “O que ficou claro para a gente foi a necessidade desses profissionais com as duas visões. Então eu preciso, ter na equipe de informática, as pessoas com visão de Comunicação; e na equipe de 4 “Os links são o que fazem da web uma teia. Em telecomunicações, um link é uma ligação física (e, em alguns usos, lógica) entre dois.” (THING, 2003). Comunicação, pessoas com visão de informática. Mesmo que na estrutura organizacional elas estejam em áreas separadas, é necessário que, no perfil deles, tenham essa troca de conhecimento; pelo menos uma base desse conhecimento em cada um” A organização da intranet por áreas, departamentalizada - os assuntos de cada área com um espaço próprio dentro do site -, presente em diferentes empresas, vai, em algumas, sendo substituída por esta outra modalidade de concepção, na qual a intranet se estrutura por assuntos das organizações. A Relações Públicas/Jornalista da entrevista 4 explica, “tiramos essa visão de pequenos feudos, penando em processos. Tentamos não nominar aqueles assuntos por área”, na tentativa de gerar uma informação/comunicação que pudesse ser e repassar uma visão do conjunto da organização, fundada em una conectividad completa y omnidireccional, que acaba con toda rigidez [expressando uma hierarquia interna]. Es importante señalar que es la red o ‘tela de araña’ la que representa simbólicamente en este caso un tipo de estrutura funcional [da intranet].(...) La estructura en red determina la operatividad de las empresas y organizaciones constituidas en sistemas abiertos, que facilitan los flujos de información y comunicación verticales, horizontales y transversales (GARCIA JIMÉNEZ, 1998:39). As mudanças na gestão da intranet têm refletido diretamente em reestruturações e atualizações de seus conteúdos e formas, modificações significativas de versão em termos visuais de design gráfico e de layout, permitindo, entre outras questões, uma maior interatividade. Como exemplos de outras mudanças, foram mencionados o lançamento da pesquisa instantâneas, que antes não havia, assim como os canais de comunicação, tanto para sugestões mais gerais como para a pauta da Comunicação Social, mais especificamente. O ensino à distância, como um novo projeto veiculado pela intranet, foi destacado pela Publicitária da entrevista 1. Este vem “trazendo conhecimento e indo mais além de ser apenas uma ferramenta de informação. Você pode fazer um treinamento, direto do seu computador, via intranet. (...) através dela também você acessa um canal fechado de televisão,que é da empresa, acessa a um centro de treinamento. Eles têm vídeos, palestras, transmitem eventos. Você recebe um sinal de televisão e fica ali assistindo. É uma outra utilização da intranet.” Enfim, as diversas maneiras como emergem e se organizam as equipes para a gestão da intranet mostraram um processo que vem sendo vivido, de modo diferenciado, no interior das organizações e que sofre influências de diferentes ordens. Apontaram, principalmente, que o profissional de Comunicação Social vem alterando suas práticas e rotinas de trabalho e buscando uma formação mais sólida com relação às exigências que vêm sendo colocadas com a entrada de “novos” dispositivos tecnológicos. Prática cotidiana: ação profissional e sua formação Entre as questões apontadas pelos profissionais de Comunicação Social entrevistados, ficou evidente uma grande ansiedade pela busca cotidiana de informação, procurada através de diversos meios, entre outros, na própria Internet. Há um reconhecimento de que os veículos tradicionais de informação, como por exemplo os jornais, principalmente os locais, já não conseguem suprir essa necessidade de informação e com a agilidade demandada. O profissional, cada vez mais, tem que ter domínio de uma informação ampliada e constantemente atualizada para si e para poder repasssar para o público alvo. “Então você tem que ter uma informação maior para poder disponibilizar isso para as pessoas. Saber o que é prioritário, o que você tem que passar como comunicador, filtrar para que, quando chegar nas pessoas, seja realmente uma coisa que interessa. Então essa é uma nova postura que não está só no apertar botão, que não está só repassando uma série de conceitos, mas sim, informações de coisas que vão formar a opinião das pessoas”, comenta a entrevistada 1 - Publicitária. Esta maior complexidade tem trazido ao comunicador social uma expansão de questões e entendimentos necessários para sua ação profissional. “Se antes eles sabiam datilografar, estava bom. E aí, hoje, não é mais isso. É uma multidisciplinaridade que você tem que ter, muito maior que antes”, afirma a entrevistada 3 - Jornalista, apontando como uma condição básica para o profissional saber lidar com os instrumentos tecnológicos atuais. Os entrevistados foram unânimes quanto à necessidade de um entendimento mais aprofundado do público com o qual trabalham. Esta questão vem sendo trazida pela diversidade e complexidade dos públicos envolvidos, tendo origem nas próprias dinâmicas sociais que colocam, no nível interno das organizações, desafios de reconhecimento a fundo dos mesmos. Essas informações ampliadas sobre as características do público vão subsidiar com elementos para que o comunicador social possa fazer um melhor uso das linguagens e ferramentas de que dispõe. As mudanças na linguagem se expressam, em todas as abordagens que os profissionais realizam em seu trabalho e, mais concretamente, na criação de textos, inseridos dentro das possibilidades trazidas pelas tecnologias, como reafirma a Jornalista da entrevista 3. “Isso eu te falo em termos de texto; hoje, eu redijo completamente diferente, por causa do hipertexto5. Você tem uma estruturação de texto completamente diferente. A narrativa hipertexto é diferente do que a gente estava acostumada”. Já com relação às ferramentas, o profissional incorpora uma “sensibilidade de ver que ferramenta implantar para qual público. (...) só assim a gente pode deixar de fazer coisas que fazia até então e redirecionar para uma intranet, uma coisa a mais... uma nova tecnologia”, comenta a entrevistada 2 - Relações Públicas. A necessidade do comunicador social de estar assumindo estrategicamente a intranet, tanto em sua criação, quanto na produção, estratégia e gestão, tem passado pela necessidade de uma formação mais ampliada, que deveria ser iniciada na graduação e continuada pela busca de incorporação e renovação permanente de conhecimentos. Além desta ampliação, há também o fator atualização, que os entrevistados indicam ser fundamental para estar assumindo não só a intranet como outros meios digitais. “Precisa, porque, por se tratar de informação, já é ágil e a tecnologia de informação é pior ainda”, comenta a entrevistada 1 - Publicitária, no que é completada pela Relações Públicas da entrevista 2, “não digo nem somente em cursos, mas procurar na literatura; sempre tem um site interessante, alguma coisa, mas sempre tem que estar buscando uma aquisição de conhecimento”. Esta busca por ampliar conhecimentos extrapola o âmbito de conhecimento do instrumento, em si, e aponta para o que Edgar MORIN (1977) indica ao referir-se ao conceito de enciclopédia, que no sentido de acumulação “estática” já não é o mais apropriado para os tempos atuais. Segundo o autor, a apropriação de novos conhecimentos deve retomar a concepção original do termo, entendido como “aprendizagem que põe o saber em ciclo; efectivamente, trata-se de en- ciclo-pediar, isto é, de aprender a articular os pontos de vista disjuntos do saber num ciclo activo”, alertando para que esse movimento “referir-se-á, pois, não à totalidade dos conhecimentos em cada esfera, mas aos conhecimentos cruciais, aos pontos estratégicos, aos nós de comunicação, às articulações organizacionais entre as esferas disjuntas” (MORIN, 1977:22). As falas dos entrevistados pontuaram necessidades de incorporação de conteúdos, domínios de conhecimentos distintos, mas extremamente complementares. Uma primeira questão considerada fundamental está relacionada a uma compreensão de comunicação, vista de modo ampliado, evitando a abordagem reducionista da intranet apenas como um veículo 5 O hipertexto é um texto eletrônico multidimensional. Sua construção tenta simular o modo como os seres humanos pensam, estabelecendo vínculos entre diferentes informações. Estes vínculos se efetivam através de um hyperlink - marcação existente, normalmente por uma palavra destacada, dentro do documento de hipertexto - que indica e remete a outro documento, permitindo uma leitura não-linear e não seqüencial. Para uma ampliação desta questão ver LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. 8a ed. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999. centrado na informação repassada freqüentemente de modo unilateral. Um outro conteúdo apontado pela entrevistada 1 - Jornalista mostra o comunicador tem que ter “noções boas de tecnologia da informação, não precisando colocar no ar, porque é que nem eu digo: não é tirar o serviço de outra área e sim agregar”, além de “ser uma pessoa que tenha idéia de planejamento. Então, a formação é importante, mas também o foco de carreira dessa pessoa tem que ser voltado para área estratégica de planejamento”. Indicando duas necessidades de formação - técnica de relacionamento humano e redação - a entrevistada 3 - Jornalista, diz a que o comunicador tem que ter “a consciência do quê que é ser estratégico, do quê que é exercer um papel estratégico, de ser aglutinador... É ter essa habilidade como ser humano” Além dos conhecimentos mencionados, alguns conceitos foram considerados fundamentais para o entendimento da intranet. Para os entrevistados, estes passam por conhecer o básico de um software para a estruturação da intranet, quais as suas possibilidades, tendo assim uma visão da viabilidade mínima do mesmo. “Não tem que saber exatamente como a pessoa vai fazer aquilo, mas saber se aquilo pode ou não ser feito”, comenta a entrevistada 2 - Relações Públicas. Esta questão é fundamental, pois, muitas vezes, viabiliza o entendimento entre algumas áreas, principalmente com os responsáveis pela implementação da programação da intranet, evitando que ocorra a situação indicada pela entrevistada 1 - Publicitária. “Às vezes você tem a idéia... dizem que o comunicador é muito criativo, às vezesaté demais, mas você tem uma idéia para fazer uma coisa muito legal. ‘Ah, não dá, é inviável, precisa do software, não sei o quê’ ”. Os conceitos passam ainda, pelo domínio de temas relativos à rede, como a estruturação dos arquivos e, entre outros, por “uma noção do que é, ou não, uma informação, do que é ou não informação estratégica para o funcionário, entendendo a estrutura da empresa, que tipo de informação subsidia cada tipo de atividade”, completa a mesma entrevistada. A entrada das tecnologias de informação/comunicação tem exigido uma nova postura de formação constante e aprofundada do profissional, seja através de cursos ou seminários ou outros mecanismos. O que se viu, na realidade observada, foi que esta formação, predominantemente, fica restrita ao próprio contexto do trabalho cotidiano. A demanda de capacitação continuada, na maioria das vezes, efetiva-se através de um esforço pessoal, autodidata, o profissional acessando individualmente a literatura existente. “O que eu tenho aprendido sobre a intranet é na marra, lendo, vendo, aprendendo e fazendo, na cara dura. É indo na empresa, é conhecendo o trabalho que a empresa está fazendo. Então não tem uma teoria sobre intranet, são todas suposições ainda e comportamentos individuais”, relata a entrevistada 7 - Relações Públicas. Tentando superar essa defasagem e buscando conhecer as linguagens específicas de um programa para facilitar o uso e interlocução na área de programação da intranet, os profissionais recorrem tanto a cursos, em geral de curta duração, quanto à busca na literatura. Estes cursos passam por uma abordagem técnica e softwares específicos, até temas mais amplos, como comunicação interna nas organizações, comunicação e gestão empresarial, etc. Uma questão que ficou nítida é o insuficiente incentivo repassados pelas organizações, principalmente financeiro, para a realização dos cursos. Como foi dito, as demandas de capacitação mais extensas remetem à formação do profissional no interior dos cursos de Comunicação Social, que se inicia na graduação. A totalidade dos entrevistados indicou a inexistência, durante seu processo de graduação, de um debate sistemático que propiciasse elementos para a compreensão da intranet. Para alguns profissionais, formados há mais de 6 anos, essa ausência é justificável, pois este instrumento nem existia. Muitos foram formados tendo por base a referência de outros instrumentais, alguns dos quais dentro de uma lógica mecânica, não digital. “Na minha graduação não só não tinha Internet, nem intranet, nem muito menos o computador. Trabalhei muito em máquina de datilografar, passei muito telex na minha vida. Quando surgiu o FAX, eu tive amigos que foram me visitar na empresa, para ver como funcionava, porque era um espanto”, relata a entrevistada 7 - Relações Públicas. É interessante notar que o processo de mudança envolvendo as tecnologias de informação e comunicação tem se dado com a “velocidade da luz”. O exemplo dado por esta profissional, mencionando a máquina de datilografia, chega a parecer histórico, enquanto um passado bastante remoto. No entanto, refere-se a uma situação vivenciada a menos de 13 anos atrás, um período que pode ser considerado curto enquanto tempo histórico-social, mas suficientemente longo para o campo tecnológico, que, a cada ano, proclama a obsolescência de grande parte de seu maquinário. Os profissionais entrevistados, formados nos últimos 5 anos, também afirmaram a não existência da discussão sobre o tema, de modo permanente, em seus cursos. Num primeiro momento, esta ausência pode ser expressiva da necessidade de um espaço de tempo necessário para que as diferentes escolas e seus docentes incorporassem os conteúdos demandados para o trabalho com a intranet. Muitas vezes essa incorporação, quando se deu, foi feita de modo restrito, freqüentemente com enfoque de cunho operativo, não trazendo uma discussão ampliada que mostrasse a complexidade das varáveis que envolvem o entendimento mais completo da mesma. Ainda com relação à graduação, foi perguntado aos entrevistados quais os conteúdos (disciplinas) que os cursos de graduação em Comunicação Social deveriam estar disponibilizando ou reforçando para fazer frente às demandas reais que vêm sendo colocadas, entre outras, pela incorporação de instrumentos, como a intranet, muitas vezes modificando o trabalho do profissional da área. As respostas indicaram dois grandes campos de informações/conhecimentos. Um primeiro, ligado a uma vinculação maior aos instrumentos tecnológicos, ou seja matérias relativas à tecnologia da informação e a questão da intranet, seu conceito e uso, toda “essa parte mais de gestão também, não só da informática, do software, da gestão do tipo de informação, quais as ferramentas de feedback, etc”, nos diz a entrevistada 1 - Publicitária. O segundo campo são disciplinas com abordagens diversificadas, buscando reforçar visões mais ampliadas que, quando bem incorporadas e elaboradas, criam as condições necessárias para o entendimento de questões especificas, pois, como aponta a entrevistada 4 - Relações Públicas/Jornalista a evolução do “instrumento, das técnicas, da tecnologia está andando tão rápido, que é bobagem se prender a produtos. A gente aprende hoje um software e, amanhã, ele já sai do mercado”. Muitas destas disciplinas já fazem parte dos cursos de graduação e, segundo os entrevistados, deveriam ter um peso maior em seus conteúdos. Parte dos entrevistados acha que o comunicador deve conhecer mais as organizações, para isto, segundo a Jornalista, entrevistada 3, seria necessário um aprofundamento em “planejamento estratégico, de administração, de sociologia, para entender as pessoas dentro de uma organização, de comportamento humano e psicologia organizacional”, além do entendimento das forças internas que atuam na organização. Esta mesma entrevistada indica que “a comunicação empresarial não foi explorada, por exemplo, na minha graduação; foi muito pouco explorada. A gente, como jornalista, é formado para atuar em veículos de comunicação: jornais, rádios, televisão. E para atuar numa assessoria de imprensa ou numa assessoria de comunicação de uma empresa, a gente recebe muito pouca orientação”, e conclui ao comentar que “conhecendo a organização e sabendo quais são as necessidades das pessoas dentro dela, você vai acabar caindo em conceitos que são a base de tudo: o que é a comunicação não como transmissão, mas como diálogos, o que é a interação entre as pessoas, e como são usadas as técnicas para se promover isso”, pois para ela a graduação deveria contribuir “para construir uma capacidade crítica, e é isso que eu acho que tem que ser feito: ensinar as pessoas a pensar.” Atuação profissional: o campo do RP A necessidade de ampliar a visão que existe hoje sobre a profissão já foi indicada pelos profissionais entrevistados. Hoje, o que se discute é que as interfaces entre as habilitações tradicionais da área de comunicação (Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Jornalismo) estão muito diluídas no mercado. A entrevistada 7 - Relações Públicas nos diz: “não acredito nessa divisão tão certinha dos profissionais de comunicação, acho que isso é uma camisa de força, que houve motivo, quando as profissões foram regulamentadas, mas hoje as organizações ignoram isso”. Os fatores para que isto ocorra são os mais diversificados e, entre outros, passam por uma redução do quadro de funcionários e por visões restritas da organização e seus dirigentes sobre a comunicação, pois na verdade esta precisaria ser entendida como um todo formado de partes e partes formada de todos, em uma alusão à idéia de MORIN (1977) que mostra que “o todo é superior à soma das partes e (...) inferior à soma das partes” (p.103/109). Tendo por base esta idéia de soma e voltando para a comunicação, a entrevistada 1 - Publicitáriaacredita que a “soma” das diversas ações de cada habilitação seria “um dos principais atributos, porque a visão de comunicação integrada já vem desde a graduação, de uns tempos para cá existe uma maior integração entre as três áreas”. Para a entrevistada 4 - Relações Públicas/Jornalistas, o diferencial do profissional de RP, em relação às demais habilitações da Comunicação Social é justamente porque “de todos é o que tem uma noção melhor da comunicação integrada. Eu acho que é o que recebe, tanto na escola como na parte do dia-a-dia e de trabalho, essa visão mais ampliada de Comunicação”. Ao comentar este assunto, KUNSCH (1997), considera que “a soma de todas as atividades redundará na eficácia da comunicação nas organizações”(p. 115). Contudo, essa realidade não corresponde ao cotidiano tanto do estudante como do profissional, que vê, ainda, muita fragmentação não somente na formação repassada na graduação, como no próprio exercício da profissão. Considerando esta fragmentação, ainda existente, e voltando para as divisões das habilitações da graduação em Comunicação Social e os currículos, os entrevistados apontaram o Relações Públicas como um profissional qualificado para estar assumindo a gestão e estratégia da comunicação interna. A Publicitária da entrevista 1 diz que “toda essa formação do Relações Públicas para trabalhar com diversos públicos é um fator que beneficia o profissional. Eu, como publicitária, tive que aprender a fazer isso, porque não tinha formação.” Já a Jornalista, entrevistada 3, inicia seu depoimento comentando que o jornalista “está mais preocupado com o que a pessoa fala, com o factual. E o Relações Públicas tem uma sensibilidade muito maior para o comportamento humano e para ações e reações das pessoas, do que um jornalista, do que um publicitário”, e conclui reafirmando o entendimento do papel do Relações Públicas e sua qualificação para assumir as atividade de comunicação interna: “porque eu acho que ele é preparado para entender um ambiente empresarial, para entender de políticas, de planejamento estratégico. Eu acho que ele está perfeitamente capacitado”. As ressalvas feitas com relação a esta qualificação ficaram muito mais na ordem das limitações pessoais dos profissionais para aproveitar os conteúdos repassados pela graduação e demais cursos realizados do que pela capacitação em si. Esta questão foi comentada pela entrevistada 3 - Jornalista, em seu entendimento, “isso tudo, é lógico, vai depender da pessoa. Existem pessoas com perfis mais... que possibilitam ter uma visão mais estratégica, e tem pessoas que ficam mais no trabalho rotineiro”. De forma específica, quando os entrevistados foram questionados sobre a utilização da intranet pelos profissionais de Relações Públicas, foi a entrevistada 1 - Publicitária que apontou a direção ao dizer, “eu acho que uma nova fatia de mercado para o Relações Públicas, como estrategista, como a pessoa que tem a visão mais sistêmica da organização, e poder dizer: ‘isso vai para tal lugar, isso...’. Dividir mais, pesar mais os conteúdos e trabalhar melhor isso, trabalhar melhor a linguagem da comunicação e até diminuir um pouco a questão visual e trazer mais conteúdo. Não vejo como um problema, mas eu acho que a linguagem, a informação tem que ser mais trabalhada, e o RP pode fazer isso”. Nesta mesma linha de entendimento, a entrevistada 2 - Relações Públicas nos diz: “eu acho que o papel do Relações Públicas é fundamental, por causa dessa integração das áreas que ele tem; tem que ter esse perfil de integração, de buscar informação; ele tem que trabalhar essa informação... Então eu considero o RP como o profissional chave para a intranet, com informações de comunicação interna em geral”. Fica evidenciado assim o potencial que a profissão tem e a necessidade dos profissionais estarem atentos a sua utilização. Já relacionado à estruturação da equipe gestora da intranet, buscando representantes de todos os setores para a composição, o RP também teria o seu papel. A equipe, como já explicitado anteriormente, seria integrada por profissionais de diferentes áreas que pudessem oferecer subsídios ao processo de funcionamento e gestão da intranet. Os profissionais de Comunicação Social entrevistados também colocaram que o RP possui os conhecimentos para a manutenção das condições necessárias para o bom andamento dos trabalhos desta equipe. “Eu acho que ele (o Relações Públicas) tem uma capacidade de ser mediador de conflitos. Eu acho que ele tem capacidade de achar soluções mais sutis, delicadas para situações de crise, ou mesmo que não sejam de crise, mas que ele consegue achar formas e saídas mais produtivas, sutis e delicadas para as situações. Ele é um catalisador de soluções e de um ambiente mais favorável para a empresa” (entrevistada 3 - Jornalista) e também para as atividades do grupo gestor da intranet. Todas essas questões têm fundamento a partir da visão integradora que o profissional de Relações Públicas tem, gerada a partir da comunicação e das relações com as diversas áreas da organização estabelecidas em seu trabalho. “A formação do jornalista não prepara muito o estudante para entrar numa empresa, prepara muito para o jornal e produção de texto. Não prepara você para ter uma visão mais estratégica de público. E, eu acho que, convivendo com Relações Públicas, eles vinham com um preparo muito maior, com relação a como abordar o público não só com o texto, porque comunicação interna não faz só texto, você faz de várias maneiras (...) Então o que eu percebi, foi que o Relações Públicas tinha uma visão empresarial diferenciada, ele foi preparado para trabalhar numa empresa, numa entidade e se relacionar com públicos. Que é uma vantagem”, nos diz o entrevistado 8 - Jornalista. Apesar de todos os profissionais entrevistados colocarem o profissional de Relações Públicas como uma pessoa importante, não somente para a organização, mas também para a comunicação, tanto externa quanto interna, o que se vê na realidade é que este não tem assumido esta função. Entender os motivos deste distanciamento entre a realidade e o discurso sobre a importância do Relações Públicas traz questões de ordem complexas e, para seu amplo entendimento, seria necessário o desenvolvimento de uma outra pesquisa aprofundada. A autora Margarida KUNSCH (1997) nos dá uma primeira pista: “As Relações Públicas, em função de suas raízes históricas, esteve voltada para a área externa, planejando e alavancando as estratégias de projeção imagética.” (Torquato do Rego in: KUNSCH, 1997:12) Um segundo elemento de compreensão está ligado à escassa pesquisa sistemática sobre a presença da informática neste campo (PAVLIK, 1999) e ao distanciamento entre a área acadêmica e o mercado profissional. Com isso, as Relações Públicas acabaram perdendo seu espaço como gerenciadoras da comunicação organizacional. Foi resultado da uma falta de visão estratégica por parte do setor. A área não soube ler e interpretar os sinais do tempo, para captar as grandes oportunidades que se delineavam com as mudanças em curso (KUNSCH, 1997:33). Este quadro tem sido revertido aos poucos. Segundo a mesma autora, a década de 90 já foi marcada por mudanças, em todos os campos profissionais. Neste entendimento, as Relações Publicas “passam por um questionamento e por uma redefinição de seu papel, enquanto profissão e como atividade estratégica” (KUNSCH, 1997:39). Mas há, por outro lado, um desconhecimento das próprias organizações do trabalho e das necessidades de pensar a comunicação interna como algo estratégico, como indica CABRERA (1996), ao dizer que “es más que problable que en muchas empresas nunca se haya pensando siquiera en una estrategia formal en el terreno de las Relaciones Públicas internas” (p. 48). Considerando que a entrada da intranet nas organizações cria possibilidades de mudançasem vários níveis, como apontado em todo o percurso do texto, é pois, a partir deste momento que o profissional de Relações Públicas tem a possibilidade de repensar suas atitudes, não somente para estar “em dia” com seus instrumentos, “saindo da passividade para a administração ativa do processo comunicacional, posicionando-se como um estrategista e não apenas como mero reprodutor de recados da organização” (KUNSCH, 1997:146), como também para reposicionar a área frente às questões que surgem. Bibliografia BENETT, Gordon. Intranets: como implantar com sucesso na sua empresa. Rio de Janeiro, Campus, 1997. CABRERA, Juan. A. Las relaciones públicas en la empresa. Madri: Acento, 1996. FRONKOWIAK, John W. Intranet para leigos. São Paulo: Berkeley Brasil, 1998. GARCIA JIMÉNEZ, Jesús. La comunicación interna. Madri: Díaz de Santos, 1998. KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Relações Públicas e modernidade: novos paradigmas na comunicação organizacional. 2a ed. São Paulo: Summus, 1997. LAFRANCE, Jean-Paul. Intranet ilustrada: usos e impactos organizacionales de intranet en las empresas. Montevidéu: Trilce, 2001 LAURINDO, Fernando José Barbin. Tecnologia da informação: eficácia nas organizações. São Paulo: Futura, 2002. MORIN, Edgar. O Método I – A natureza da natureza. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1977. PAVLIK, John V. La investigación en Relaciones Públicas. Barcelona: Gestión 2000, 1999. THING, Lowell. Dicionário de tecnologia . São Paulo, Futura: 2003.
Compartilhar