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Resumo Microbiologia Clinica

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1. Microbiologia
As bactérias são procariontes. Isso significa que não possuem núcleo organizado
As bactérias possuem relações:
· Benéficas: Está presente na nossa microbiota, como intestino (Escherichia coli), pele (Staphylococcusepidermides), etc.
· Prejudiciais: Podem causas patologias.
Em condições desfavoráveis (falta de água e nutrientes) algumas bactérias formam esporos, que uma forma de vida mais resistente, assim podem sobreviver por milhões de anos. Exemplo: Clostridium tetani e Clostridium batilinum.
2. Morfologia
· Esférica / Coco: 
- Stapylococcus aureus (cacho de uvas / doenças na pele, pneumonia...); 
- Stapylococcusepidermides;
- Streptococcuspyogenes (cadeia / faringite...);
- Streptococcuspneumoniae (pares, diplococos, extremidade não tão redondinha / meningite, pneumonia...); 
- Neisseniameningitidis (diplococos);
- Neisseriagonorrhoeae (diplococos / gonorreia).
· Batão / Bacilos / Bastonete: 
- Lactobacillus;
- Escherichia coli (urnia, intestino...);
- Mycobacterium leprae;
- Mycobacteriutuberculosis ou Baar.
· Espiralada / Espirilo / Espiroqueta:
- Ireponemapallidium;
- Leptospira.
· Vírgula / Vibrião:
- Vibriocholerae (cólera / causa diarreia intensa / perde 1 litro de líquido por hora).
3. Componentes Bacterianos
· Cápsula:
- Camada de consistência viscosa ou mucosa;
- Localizada externamente a parede celular;
- Constituída por polissacarídeos e ou polipeptídeos (dá consistência);
- Encontrada em bactérias patogênicas;
- Importantes valor de virulência, pois protege contra fagocitose (mecanismo de defesa / destrói);
- Relacionado ao biofilme.
· Membrana Plasmática:
- Envolve o citoplasma;
- Constituída por lipídeos e proteínas;
- Responsável pela permeabilidade seletiva.
· Mesossomo:
- Invaginação (dobra) da membrana;
- Participa da divisão bacteriana.
· Nucleóide:
- Região onde se concentra o cromossomo bacteriano;
- Constituído por uma molécula de DNA;
- Não possui carioteca.
· Ribossomos:
- Responsável pela síntese proteica;
· Plasmídeo:
- DNA circular extracromossômico;
- Não é essencial para bactéria, mas é uma vantagem;
- Conjugação (transferência de plasmídeo, através da fímbria/pilus)
- Resistência a antimicrobianos / antibióticos.
· Flagelo:
- Longo apêndice bacteriano;
- Constituído de proteínas;
- Garante motilidade;
- Monotríquio, lofotríquio, anfitríquio e peritríquio.
· Fímbrias:
- Apêndices bacterianos curtos;
- Constituído por proteínas;
- Garante adesão (fixação da bactéria em uma superfície)
· Parede Celular:
- Localizada externamente á membrana plasmática;
- Constituída por peptidioglicano;
- Garante proteção e forma da bactéria;
- Mycoplasma não possui parede celular;
- Gram Positiva;
- Gram Negativa.
4. Gram Positiva
- Apresenta espessa camada de peptideoglicanos;
- Possui ácidos teicóicos e lipoteicóicos;
- Cora-se em roxo;
- Exemplo: Staphylococcus aureus.
5. Gram Negativa 
- Apresenta delgada (fina) camada de peptidioglicano;
- Possui membrana externa;
- Possui LPS (lipopolisacarídeos – associado a febre);
- Cora- se em rosa;
- Exemplo: Escherichia coli.
	Gram Positiva
	Gram Negativa
	Apresenta espessa camada de peptideoglicanos.
	Apresenta delgada (fina) camada de peptidioglicano.
	Possui ácidos teicóicos e lipoteicóicos.
	Possui membrana externa.
	Cora-se em roxo.
	Possui LPS (lipopolisacarídeos – associado a febre).
	Exemplo: Staphylococcus aureus.
	Cora- se em rosa.
	
	Exemplo: Escherichia coli.
6. Nutrição Bacteriana
Os nutrientes são substâncias retiradas do ambiente e utilizadas para produzir novos componentes celulares ou para obtenção de energia. Pode ser dividido em: Macronutrientes e Micronutrientes.
· Macronutriente: É necessário em grande quantidade por serem os principais constituintes dos compostos orgânicos celulares e utilizados como combustível. Exemplo: Carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e enxofre.
· Micronutrientes: É necessário em pequena quantidade. Atuam como componentes de proteínas, cofatores de enzimas, componentes de estruturas bacterianas, etc. Exemplo: Ferro, magnésio, manganês, cálcio, zinco, etc.
. Meio de Cultura
É uma mistura de nutrientes necessários para o crescimento microbiano. As bactérias apresentam exigências nutricionais diferentes, com isso há diversos meios de cultura.
· Meio Líquido: A solução nutriente é gelificada (gelatina) em um polímero extraído de algas, o agar. É utilizado para obter colônias isoladas.
· Meio Sintético: É preparado a partir de substâncias químicas puras e em quantidades conhecidas.
· Meio Complexo: É preparado com extratos desidratados de diversos órgãos de diferentes animais, exemplo: BHI (cérebro, coração...). Não sabe exatamente sua composição e a quantidade.
· Meio Seletivo / Mc Conkey (sais biliares): Contém substâncias que inibe o crescimento de um determinado grupo de microorganismo, mas permite o desenvolvimento de outros.
· Meio Diferencial / Ágar Sangue: Permite a distinção de colônias de bactérias diferentes.
8. Grupo de Antibióticos
· Macrolídeos:
- Inibe a síntese proteica;
- Usados em cocos gram-positivos aeróbios e anaeróbios;
- Exemplo: Azitromicina, Eritromicina e Claritromicina.
· Aminoglicosídeo:
- Inibe a síntese proteica;
- Usado em bactérias gram negativas aeróbias;
- Possuem ototoxicidade e nefrotoxicidade;
- Exemplo: Gentamicina.
· Oxazolidinona:
- Usado em bactérias gram positivas;
- Usado em ambiente hospitalar;
- Exemplo: Linesolida.
· Beta-lactâmicos:
- Inibem a síntese da parede celular;
- Exemplos: Penicilinas, Cefalosporinas, Carbapenens e Monobactans.
· Glicopeptídeos:
- Inibem a síntese da parede celular;
- Usado em bactérias gram positivas resistentes;
- Exemplo: Vancomicina. 
9. Resistência Bacteriana
 CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) controla todos os procedimentos invasivos, para minimizar casos de infecção hospitalar.
CUCA (Comissão de Uso e Controle de Antimicrobiano).
· Resistência Intrínseca:
- Herdada geneticamente;
- Natural;
- Previsível.
· Resistência Adquirida:
- Alterações das caraterísticas genéticas usuais;
- Imprevisível;
- Necessidade de teste de sensibilidade aos antimicrobianos;
- Mutação;
- Transferência de genes (adquire de outra bactéria) – transformação, transdução e conjugação.
· Mecanismo de Resistência:
- Produção de enzimas;
- Alteração no desso ao sitio-alvo (permeabilidade da membrana mecanismo de efluxo – o antibiótico não consegue entrar);
- Alteração do sitio alvo.
· Micro-organismos Resistentes:
- Enterobactérias produtoras de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL);
- Staphylococcusspp resistente a meticilina;
- Staphylococcus aureus intermediário a glicopeptideo;
- Streptococcuspneumoniae resistente a penicilina;
- Enterococcusspp resistentes a vancominicina;
- Pseudomonas e Cicinobacter multirresistente.
ESB é uma enzima produzida por bactérias. Ela traz resistência a cefalosporina e penincilina.
É feito testes, pois o teste de rotina de sensibilidade não mostra que a bactéria é resistente, então é feito esses testes mais específicos para que o paciente não tome o antibiótico errado, eles são: Teste do duplo disco ou disco aproximação (surge zona fantasma) e E-teste, disco combinado (aumento do halo de inibição - quanto maior o halo maior a sensibilidade da bactéria ao antibiótico)
O ácido clavulánico é associado ao antibiótico, por possuir afinidade com a enzima ESBL, assim não destrói o antibiótico.
10. Infecção no Trato Respiratório Inferior 
O trato respiratório superior possui mecanismos de defesa, como pelos, muco, tosse e espirro, que dificultam a entrada da bactéria.
O trato respiratório inferior geralmente é estéril (sem microorganismos), devido o resultado eficiente de mecanismos de filtração e remoção.
11. Pneumonia
É uma infecção do parênquima pulmonar, que pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas (ascaridíase-lumbriga).
Infecção mais grave é centrada nos espaços aéreos distais dos dutos alveolares até os sacos alveolares.
· Sintomas: Febre (pode ter ausência, principalmente em idosos), tosse, grau variável de produção de escarro, dispneia, dorno peito que pode ser difusa, vaga e constante ou localizada e intermitente, acentuada por respiração profunda, se houver pleurite. A respiração curta e dispneia indicam envolvimento dos bronquíolos terminais e alvéolos.
· Transmissão: Inalação (ar) de patógenos respiratórios ou aspiração (microscópica e subclínica) de conteúdo das vias respiratórias superiores.
A maioria dos patógenos pulmonares originam-se na flora orofaríngea. A medida que a microbiota colonizadora da orofaringe muda, também muda a natureza dos micro-organismos que infectam o pulmão.
· Patógenos pulmonares comuns na nasofaringe:
- Streptococcuspneumoniae;
- Hemophilusinfluenzae;
- Moraxellacatarrhalis.
· Patógenos anaeróbios da fenda gengival e placa dentária podem causar pneumonia:
- Porphyromonasgengivalis;
- Prevotellamelaninogenica;
- Fusobacteriumnucleatum;
- Actinomycesspp;
- Streptococcus.
Disseminação hematogênica, a partir de um local extrapulmonar.
12. Classificação Geral de Pneumonia
É classificada em: Atípica, Aguda e Crônica.
· Pneumonia Atípica: 
- Não se assemelha a lesões clássicas;
- A produção de escarro é mínima;
- Patógenos primários: Mycoplasmapneumoniae, Chlamydiapneumoniae e Legionella spp.
· Pneumonia Aguda:
* Adquirida na comunidade:
Pneumonia Bacteriana: Combinação de pneumonia atípica e clássica causada por bactéria de orofaringe (Streptococcuspneumoniae, Haemophilus influenza e Moraxellacatarrhalis).
 Pneumonia Viral: É rara em adultos imunocompetentes (citomegalovírus), geralmente ocorre em adultos saudáveis com gripes.
* Adquirida em ambiente hospitalar: A mudança nos agentes etiológicos reflete as mudanças na natureza da microbiota colonizadora das vias aéreas superiores. Agentes: Enterobactérias, Pseudomonasspp e Staphylococcus aureus.
· Pneumonia Crônica:
- Curso prolongado;
- Sintomas menos intensos;
- Sinais e sintomas inespecíficos (febre baixa, mal estar e perda de peso);
- Agentes etiológicos: micobactérias(Mycobacterium tuberculoses) e fungos.
13. Infecção do Trato Urinário / ITU
A infecção do trato urinário é uma das causas mais comuns de infecção na população em geral. Também é uma importante causa de infecção hospitalar.
A ITU pode ser classificada em ITU baixa (cistite/não complicada) e ITU alta (pielonefrite/complicada) / sintomática e assintomática.
A ITU alta (pielonefrite) se inicia normalmente com quadro de cistite, sendo acompanhada de febre elevada, associada a calafrios e dor lombar.
A infecção do trato urinário é complicada quando estão presentes alterações estruturais e funcionais ou quando se desenvolve em ambiente hospitalar e também é associada a fatores complicados (cateteres, diabetes, neoplasias...). O espectro de bactérias envolvido nesse tipo de ITU é bem mais amplo, incluindo bactérias gram negativas e positivas e resistentes.
A ITU baixa (cistite) apresenta disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria, dor suprapubica e geralmente não apresenta febre.Na ITU não complicada a Escherichia coli geralmente é a responsável.
Os sinais e sintomas associados são: polaciúria, urgência miccional, disúria, hematúria, piúria, alteração na coloração e no aspecto da urina, dor abdominal e febre.
É mais prevalente no sexo feminino devido a menor extensão anatômica da uretra feminina e a maior proximidade entre a vagina e o ânus.
Nos homens geralmente acontece quando atingem idade acima de 50 anos, na ocorrência de doenças prostática, homossexuais (sexo anal não protegido).
Também atinge idosos e indivíduos hospitalizados, devido a presença de comorbidades, e indivíduos portadores de HIV. 
Os agentes etiológicos mais frequentes na comunidade são: Escherichia coli, Staylococcussaprophyticus, espécies de Proteus e Klebsiella e Enterococcusfaecalis.
Os agentes etiológicos mais frequentes no ambiente hospitalar são: Enterobacterias, Proteusp, Pseudomonasaeruginosa, Klebsiellasp, Enterobactersp, Enterococcusfaecalis e de fungos (Candidasp).
Os exames que podem ser realizados são: Urina de Rotina, Urocultura, Antibiograma, Hemocultura, Exames de Imagem (ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética).
A escolha da terapia antimicrobiana varia de acordo com a apresentação da ITU, hospedeiro e agente.
Para mulheres idosas ou diabéticas e homens em casos de cistite: ciprofloxacina/norfloxacino.
Em gestantes com cistite: beta-lactâmicos e nitrofurantoina. 
14. Infecção Intestinal
As infecções intestinais ocorrem em função de fatores ligados ao hospedeiro, como baixa acidez gástrica, microbiota, imunidade, motilidade, etc.
A procura do agente etiológico de diarreia, deve-se contar com a colaboração importante do médico, dando informações clinicas. As informações importantes são: idade o paciente, principais sintomas, diarreia contento sangue, pus ou muco, tenesmo, dor abdominal, frequência e volume das evacuações, febre, quadro simultâneo em outras pessoas do convívio, etc.
As causas das síndromes gastrointestinais podem ser: infecciosa e não infecciosas.
Infecciosas são causadas por bactérias (Shigellasp/enterobacteria/gram negativo/oxidade negativo, Yersiniaenterocolitica/enterobcteria), fungos, vírus, parasitas e protozoários.
Não infecciosas são causadas devido alergias por alimentos, envenenamento, etc.
*Coprocultura (cultura de fezes) usa-se meio de cultura seletivo: Mc Conkey, SS (Salmonella / Shigella / placas solidas), Selenito (tubo/caldo/líquido)
*Escherichia coli: ETEC/EPEC/EIEC/EHEC (patógenas no intestino)

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