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Microeconomia UVA

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A prática do consumo ostensivo que se desenvolveu após o revolução industrial acabou por definir o consumo como uma manifestação base para a inserção social, ou seja, mudou o cerne do comportamento humano para sempre enquanto membros da sociedade, fomentando um desejo latente de consumir mais bens sejam eles necessários ou não, o que é a base do que classificamos como a demanda. Enquanto no mesmo ritmo temos um outro fenômeno que cresce em paralelo com a demanda porém essa provinda de um outro grupo social, a oferta.
O estímulo para o consumo é constantemente incentivado através dos mais diversos meios como as propagandas comerciais, redes sociais, outdoors e outras mídias, o que se tornou a principal investida da propaganda massiva e do marketing no século atual, seduzindo a todo o momento os indivíduos ao consumo. Como antes mencionado, a revolução industrial teve um papel expressivo na mudança do hábito de consumo, a mesma possibilitou a superação da subsistência e permitiu um ambiente para a manifestação da economia poupando tempo e energia humana barateando e facilitando o acesso ao consumo, porém a mesma revolução levou a uma série de desdobramentos não planejados que vem a prejudicar o meio ambiente até a idade contemporânea.
A relação entre o homem e a natureza tem se tornado uma relação antagônica, o progresso realizado pela tecnologia que se tornou a raiz do consumismo afeta diretamente os recursos naturais principalmente dos países mais ricos e aqueles ainda em desenvolvimento, situação essa que é expressa no dilema das realizações de acordos e tratados mundiais ao longo dos últimos trinta anos, onde a responsabilidade de grandes líderes mundiais é posta em cheque e tida como o rumo para o futuro do meio ambiente, logo, é compreensível a importância de tais eventos e reuniões além dos grandes escândalos quando esses acordos são descumpridos ou barrados como é o caso dos Estados Unidos e o Acordo de Paris recentemente, o que exemplifica que por mais que existam avanços como as regulamentações e leis ainda é um grande desafio manter o equilíbrio entre a produção e a conservação ambiental em uma sociedade altamente consumista e dependente de tais atividades.
As indústrias de bens são apontadas como o principal grupo de agentes poluidores contaminando o ar e os mares o que contribui para o grande mal do aquecimento global além da caça ilegal que frequentemente aumenta o número de animais em extinção, esses são apenas alguns exemplos de como nossa prática é nociva para o meio em que vivemos. Mas como conciliar uma ótica de demanda com desejos ilimitados e uma ótica que se visa a maximização do lucro e do tempo? Assim a sociedade é obrigada a fazer escolhas entre o quanto, o quê e para quem produzir, realizando o levantamento da demanda com fim de buscar a melhor forma de ação que atenda as necessidades e respeite a limitação de recursos.
A necessidade humana é crescente e altamente instável, os fatores que antes supriam essa necessidade se alteram em períodos de tempo diversos não sendo mais uteis como antes, enquanto nossos recursos não acompanham tal lógica e somos apresentados a um aumento das necessidades versus o aumento da escassez, assim sendo a balança antes em equilíbrio começa a pender para um lado não sustentável se tornando um constante custo de oportunidade. As diversas investidas das políticas ambientais e conscientização do meio ambiente vem tentado reverter a situação para um lado favorável, crescimento sustentável, produtos recicláveis e biodegradáveis são a tendência do momento para reverter a situação que se alastra por anos, sendo assim um leve toque na ferida começa a se estruturar enquanto hábitos e consumos da população começam a ser revistos de uma forma que seja possível conciliar nossos desejos de consumo e satisfação com nossos recursos cada vez mais escassos.

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