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10/04/2019 1 Literatura Infantojuvenil Os livros literários na escola: contextos e pretextos Ta 3 Resumo Unidade de Ensino: 3 Competência da Unidade de Ensino: Recuperar a questão e a função do contador de histórias da oralidade. Refletir sobre formas de despertar a criatividade das crianças e jovens como ouvintes e contadores de histórias. Resumo: Nesta unidade, trataremos dos livros literários na escola, seus contextos e pretextos, ou seja, da relação entre a literatura infantojuvenil e as histórias orais. Palavras-chave: literatura infanto-juvenil; escola; contexto; pretexto Título da teleaula: Os livros literários na escola: contextos e pretextos Teleaula nº: 3 Convite ao estudo Nesta unidade, trataremos dos livros literários na escola, seus contextos e pretextos, ou seja, da relação entre a literatura infantojuvenil e as histórias orais, que fazem parte da tradição, das relações entre a literatura e a sociedade e também das adaptações dos textos literários para outros gêneros e outras mídias, entre elas, o cinema. Convite ao estudo Narrativa oral e suas principais características A questão do contar e a relação estabelecida entre o contador e seus ouvintes. O trabalho do professor como contador de histórias e sua busca pelo estímulo e interesse dos alunos pela leitura. VA Caminho de Aprendizagem 10/04/2019 2 Características da narrativa. Adaptação cinematográfica de livros. A tradição oral na transmissão de narrativas. Conhecimentos prévios Pensando a aula: situação geradora de aprendizagem A professora Júlia é formada em Letras com mestrado em Literatura e ministra aulas de Literatura infantojuvenil em uma faculdade particular. Em sua turma, há alunos tanto de Letras quanto de Pedagogia. Alguns deles gostam muito de ler, outros gostam menos e preferem assistir aos filmes a ler os livros. Alguns alunos já lecionam, e muitos trazem para a aula questões sobre o que é visto nos estágios e afirmam levar para a prática aquilo que aprendem em sua aula. A professora Júlia aproveita algumas das questões levantadas pelos alunos para colocá-las em discussão, enfatizando a importância do trabalho com a literatura infantojuvenil. A professora quer tratar da relação entre a literatura e a sociedade e da relação da literatura com o cinema. Como ela pode unir a teoria à prática, pensando no que há em comum entre a literatura e a necessidade de fantasia e ficção? Como responder a questões como: Por que os autores escrevem? Por que eu leio? Por que ouço e conto histórias? Por que assisto a filmes? Pensando a aula: situação geradora de aprendizagem Cápsula 1 “Iniciando o estudo” Situação-Problema 1 Um dia, a professora Júlia inicia com seus alunos um projeto sobre contação de histórias. Para esse projeto, ela seleciona algumas histórias do folclore brasileiro, como as Histórias de Tia Nastácia (1937), de Monteiro Lobato, e as Histórias da Velha Totônia (1936), de José Lins do Rego. Lendo ambos os livros, percebe algumas histórias semelhantes e fica intrigada para pesquisar sobre as histórias orais e sobre os contadores de histórias. Propõe, então, um projeto com seus alunos para resgatarem suas próprias histórias e as histórias que ouviram em suas famílias, de pessoas mais velhas. Mas a questão que fica latente para a turma é: Qual seria a relação entre as histórias contadas pelos familiares e conhecidos dos alunos, as histórias contadas nos livros e as antigas histórias da tradição oral? Situação-Problema 1 10/04/2019 3 Sobre o narrador da tradição oral, podemos dizer o seguinte: Em cada cultura, há um nome e uma função para esse narrador. Nas comunidades de cultura oral, em vários lugares do mundo, existem, por exemplo, os anciãos, bardos, rapsodos, xamãs, as sherazades, “mamães gansas”, “velhas totônias” e outros nomes que esses narradores e narradoras recebem. Problematizando a Situação-Problema 1 A narrativa ocupa um lugar privilegiado na formação das crianças. Por meio dela, as crianças conseguem sonhar, enfrentar medos, vencer angústia, desenvolver a imaginação ou até conhecer outras civilizações. Possibilita acesso a uma parte da herança cultural da humanidade. Problematizando a Situação-Problema 1 Ler é diferente de contar histórias LER: A história é apresentada preservando as palavras escolhidas pelo autor; Desenvolve o comportamento leitor nas crianças; CONTAR HISTÓRIAS: O contador tem a liberdade de improvisar e agregar elementos à história; Amplia o repertório oral. Problematizando a Situação-Problema 1 Orientações para a contação de histórias Abramovich (1997) realiza algumas orientações no trabalho de contação de histórias: a) Evite descrições imensas e cheia de detalhes; b) Saiba variar modalidades e possibilidades; c) Saiba começar o momento da contação. Problematizando a Situação-Problema 1 1.Gravuras As gravuras favorecem, sobretudo, as crianças pequenas, pois, permite que elas observem detalhes e contribui para a organização do seu pensamento. Isso lhes facilitará mais tarde a identificação da ideia central da história, fatos principais, fatos secundários, etc. Coelho (2001) Sugestões para a contação de histórias Problematizando a Situação-Problema 1 Cada personagem é fixado individualmente no quadro e trocado de lugar conforme o enredo, o que dá a ideia de movimento. 2.Flanelógrafo Problematizando a Situação-Problema 1 10/04/2019 4 Nessa técnica, as figuras possuem ação e movimento, pois o professor tem a oportunidade de ir mudando as gravuras de lugar conforme o enredo. Também, a própria criança pode participar da história fixando no avental do professor, as figuras do cenário ou os personagens da história. 3.Avental de contação de histórias Problematizando a Situação-Problema 1 Como a literatura infantil e a expressão artística se completam, além de trazerem inúmeros benefícios para o desenvolvimento integral das crianças, explorar e incentivar a criatividade e imaginação é fundamental. 4.Desenhos Problematizando a Situação-Problema 1 5. Outras sugestões - Palitoches; - Fantoches; - Dedoches; - Auxiliar interativo; - Capa. Problematizando a Situação-Problema 1 Disponível em: https://bit.ly/2E7D6Cx. Acesso em: 01 fev. 2019. No início da unidade, vimos o projeto da professora Júlia com as narrativas de histórias. Como foi sugerido que os trabalhos fossem feitos em grupos, os alunos poderiam discutir sobre a história, mas, como a instrução era contar a história, o ideal seria trabalhar a oralidade como recurso. Resolvendo a Situação-Problema 1 Para isso, a professora poderia ter enfatizado a diferença entre ler uma história, contar uma história e apresentar um teatro a partir de uma história, enfatizando que cada abordagem é um gênero diferente. Resolvendo a Situação-Problema 1 Provocando novas situações Até que ponto os recursos da contação de história interferem/influenciam na apreensão leitora? 10/04/2019 5 Cápsula 2 “Participando da aula” Situação-Problema 2 A professora Júlia quer trabalhar com seus alunos a relação entre a literatura e a sociedade. Entre as apresentações dos grupos, ela vê uma proposta que parece boa, mas que tem um desenvolvimento não muito de acordo com a abordagem literária. Os alunos fazem uma peça de teatro com base no conto O patinho feio, de Hans Christian Andersen. No entanto, no final da história, em vez de deixarem em aberto a reflexão ou proporem um debate, cantam uma música com moral. Como essa professora poder interceder? Como o texto pode ser trabalhado de forma a explorar a função formadora da literatura infantojuvenil? Situação-Problema 2 Literatura infantil e juvenil, no seu surgimento, está relacionada com as noções de família e escola e sua ligação com a pedagogia. Assim, muitas vezes, apresenta uma relação com a ideologia dos adultos e também com a censura. Problematizando a Situação-Problema2 Instrumento de inculcação de normas e valores. Relações problemáticas com a educação. A escola é a transmissora do saber. As crianças representadas são porta-vozes dos valores burgueses. Problematizando a Situação-Problema 2 Esses textos utilitários servem, por meio da ficção, para passar os comportamentos considerados bons exemplo. Com o tempo, passou-se a criticar esse uso utilitário da literatura. Zilberman (1985) trata do conceito da criança como centro de interesses da família unicelular e lembra que os primeiros textos infantojuvenis são de cunho didático e caráter moralizante. Problematizando a Situação-Problema 2 10/04/2019 6 Zilberman (1985) faz uma classificação sobre a representação da família. Problematizando a Situação-Problema 2 Eufórico Crítico Emancipatório O problema detectado foi o fato de os alunos terem introduzido a esse texto uma música com a moral da história, fechando a interpretação e não permitindo que o leitor tirasse suas próprias conclusões. Em vez de se trabalhar com a moral, é válido abordar a questão da ética e deixar os alunos refletirem, por meio de uma discussão sobre a questão da diversidade, da tolerância, da discriminação e outros temas. Assim, o senso crítico poderia ser despertado, permitindo-lhes também participar da leitura e da interpretação das histórias. Resolvendo a Situação-Problema 2 Cápsula 3 “Participando da aula” Situação-Problema 3 Júlia gosta muito de filmes e tem um interesse especial por aqueles baseados em textos literários. Por isso, em suas aulas, utiliza alguns filmes baseados em obras infantojuvenis como forma de motivar os alunos para a leitura. São muitos os filmes para escolher, mas, em primeiro lugar, ela escolhe trabalhar com o filme clássico, O mágico de Oz (1939), apresentando, depois, uma edição completa em inglês e adaptações brasileiras, para debaterem sobre esses produtos feitos a partir da história publicada por Frank Baum, em 1901. Situação-Problema 3 São disponibilizadas sete adaptações, uma para cada grupo. Primeiro, os alunos leem o livro e, depois, assistem ao filme em aula, para fazer um debate. A professora, então, propõe um trabalho para os mesmos grupos, cada qual escolhendo uma narrativa infantojuvenil nacional ou estrangeira que foi adaptada para o formato de filme, e pede para fazerem uma análise crítica sobre eles. Um dos grupos escolheu o livro O fantástico mistério de Feiurinha (1986), de Pedro Bandeira. Primeiro, leram o livro, tanto na forma de narrativa como na de peça teatral, e depois assistiram ao filme. Com base no que foi relatado, quais são os prós e os contras da adaptação de livros para filmes? Como a professora Júlia pode trabalhar com literatura e cinema, de modo a enriquecer o repertório de seus alunos? E quais são as diferenças entre a narrativa escrita e sua adaptação cinematográfica? Situação-Problema 3 10/04/2019 7 Observamos que a própria indústria do cinema, na pós-modernidade, acabou por questionar os contos de fadas, trazendo outras versões. Problematizando a Situação-Problema 3 Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes Acesso em: 30 jan.2019. Em Deu a louca na Chapeuzinho, somos levados a considerar uma visão adulta do mundo infantil. Opera-se, no filme, uma relação de pontos de vista e elementos da realidade adulta. Problematizando a Situação-Problema 3 Fonte: https://www.cineclick.com.br/criticas/deu-a- louca-na-chapeuzinho Acesso em: 30 jan. 2019. Sabemos que a adaptação de um livro em filme ajuda em sua vendagem, e vice-versa, além de serem criados vários outros produtos a partir da divulgação dos filmes. Ex: a segunda edição do filme O pequeno príncipe (2015), que levou à venda de bonecos, materiais escolares, exposições e grande vendagem do livro por inúmeras editoras. Problematizando a Situação-Problema 3 O que isso nos mostra? Que o livro também é um bem de consumo, além da ligação entre livro, filme e indústria cultural. Comparada à produção estrangeira, a produção cinematográfica nacional é pequena. Melo (2011) observa que o cinema infantil brasileiro carrega as contradições da indústria cultural ocidental, que vê o público como espectadores, mas também como consumidores. Problematizando a Situação-Problema 3 Vimos que a adaptação de obras literárias para o cinema engloba a adaptação da narrativa para outro gênero, o dramático. A fala do narrador é substituída pelas imagens e também se apresenta quase exclusivamente na fala das personagens. Podemos dizer que o filme é uma leitura feita pelo diretor a partir daquela história, uma vez que uma obra literária permite várias leituras. O filme nunca será o livro e vice-versa. Resolvendo a Situação-Problema 3 Cápsula 4 “Participando da aula” 10/04/2019 8 Provocando novas situações Os livros e filmes adaptados podem formar leitores? De que modo eles podem auxiliar nessa formação? Sua influência é positiva ou negativa? VE Caminho de Aprendizagem
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