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5 e 6_Teoria da Separação de Poderes_Poder Legislativo_PARTE I

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TEORIA DA SEPARAÇÃO DE PODERES e O PODER LEGISLATIVO - Parte I
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – Semana 05 e 06
1
 
SEPARAÇÃOS DOS PODERES
Prof. Me. Ivonaldo da Silva Mesquita
2
A ideia da separação dos poderes
Aspectos iniciais: Aristóteles; John Locke e Montequieu
Apesar de grande divergência a respeito da origem da organização dos poderes, e em que pese Aristóteles, na obra A política ter dividido o governo soberano em três partes, prevalece a atribuição de paternidade a Charles Montesquieu no Livro xI de seu L’Esprit des lois (O espírito das leis), publicado em 1748, para quem a separação dos poderes é condição sine qua non para a liberdade política.(PADILHA, 2014)
“[...] não convém que as mesmas pessoas que detêm o poder de legislar tenham também em suas mãos o poder de executar as leis, pois elas poderiam se isentar da obediência às leis que fizeram, e adequar a lei a sua vontade, tanto no momento de fazê-la quanto no ato de sua execução, e ela teria interesses distintos daqueles do resto da comunidade, contrários à finalidade da sociedade e do governo.” (John Locke)
“Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou mesmo corpo de principais, ou dos nobres ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas, e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos.” (MONTESQUIEU, O Espírito das Leis, Capítulo VI, Livro XI). 
“Para formar um governo moderado, é necessário combinar os poderes, regulá-los, temperá-los, fazê-los agir; dar, por assim dizer, um lastro a um para colocá-lo em condições de resistir a um outro; é uma obra de arte de legislação, que o acaso raramente ocasiona e que raramente deixamos nas mãos da prudência. Um governo despótico, pelo contrário, salta, por assim dizer, aos olhos; ele é totalmente uniforme” (MONTESQUIEU, O Espírito das Leis, Capítulo V, Livro XIV).
Como compreender a separação de poderes?
“[...] quando falamos na separação de poderes (aqui sinônimo da teoria da tripartição de poderes), estamos falando em uma separação orgânica e funcional, isto é, falamos em estruturas separadas do Estado, que desempenham funções, tarefas, papéis distintos que se relacionam com a própria razão de ser do Estado. Essas funções são a legislativa, a executiva e a judicial.” (Livro proprietário, p. 92) 
Como compreender a separação de poderes?
O Poder é uno e indivisível enquanto manifestação da soberania.
Tripartição de poderes = separação orgânica e funcional
Separação funcional: cada função deve ser confiada a cada órgão da maneira mais especializada possível. 
Separação orgânica: os órgãos da soberania devem ter independência mútua e devem estar, em tudo, em idêntico pé de igualdade. 
A separação de poderes na Constituição de 1988
CRFB, art. 2º e art. 60, §4º
Diz o texto constitucional: “são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”
Duas chaves para compreensão da separação de poderes:
Independência 
Harmonia 
Para José Afonso da Silva a independência corresponde: 
(a) que a investidura e a permanência das pessoas num órgão do governo não dependem da confiança nem da vontade dos outros; 
(b) que, no exercício das atribuições que lhes sejam próprias, não precisam os titulares consultar os outros nem necessitam de sua autorização; 
(c) que, na organização dos respectivos serviços, cada um é livre, observadas apenas as disposições constitucionais e legais. 
 “A harmonia entre os poderes verifica-se primeiramente pelas normas de cortesia no trato recíproco e no respeito às prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos têm direito”. 
Conclusão: o princípio implica a ausência de qualquer relação vertical – de subordinação ou dependência – no que toca ao desempenho de suas funções. Daí se falar que a separação ocorre horizontalmente. 
SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS
Regra: princípio da independência dos poderes (CRFB, art. 2º);
Exceção: princípio da interferência - a Constituição Federal, visando, principalmente, evitar a concentração de poder e o desrespeito aos direitos constitucionais, criou mecanismos de controle recíprocos, sempre como garantia da perpetuidade do Estado Democrático de Direito. 
O sistema de interferência recíproca é chamado de sistema de freios e contrapesos (checks and balances).
Exemplos de interferências entre si: 
o veto do chefe do Executivo ao projeto de lei aprovado pelo Legislativo (art. 66) ou, ainda, 
a composição do órgão de cúpula do Poder Judiciário, que depende da indicação do Executivo e aprovação pelo Legislativo (art. 101, parágrafo único);
interferência do Judiciário no Legislativo pelo exercício da jurisdição constitucional (art. 102, I, “a”) 
a nomeação pelo Presidente da República de juízes de instâncias superiores, (tais como os ministros do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça); 
a atividade legislativa exercida pelo Executivo via Medidas Provisórias; 
as atribuições judicantes do Poder Legislativo, quando este, julga o Presidente da República em crimes de responsabilidade; 
as funções legislativas do Poder Judiciário, ao elaborar os regimentos internos de seus Tribunais e ao preencher as lacunas na lei etc.... 
Obs.: por ser exceção à regra da separação, o sistema de interferências (freios e contrapesos) somente poderá ser utilizado quando expresso. Não se admite interpretação extensiva para aplicar este sistema a situações não contempladas pela Constituição, uma vez que medidas restritivas geram interpretação, da mesma forma, restritivas.
É possível emenda constitucional criar novas hipóteses de interferências entre os poderes, mesmo sendo a separação de poderes cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º, III)?
R= Sim, em que pese a cláusula pétrea da separação dos poderes (art. 60, § 4.º, III), é possível emenda constitucional criar novas hipóteses de interferências entre os poderes, como fez a EC 45/2004, que criou a possibilidade de membros do Judiciário (CNJ) serem julgados pelo Legislativo (Senado Federal) em casos de crime de responsabilidade (art. 52, II).
E os Estados-membros podem em suas constituições inovar os mecanismos de interferências entre os poderes?
R = os Estados não podem estabelecer por suas Constituições novos sistemas de freios e contrapesos não previstos na Constituição da República na medida da simetria, devendo guardar estrita similaridade. Nesse sentido existem julgados (STF, ADI 1.905 MC/RS e ADI 3.367/DF) e a Súmula 649 do STF.
“Separação e independência dos Poderes: freios e contrapesos: parâmetros federais impostos ao Estado-membro. I. Os mecanismos de controle recíproco entre os Poderes, os ‘freios e contrapesos’ admissíveis na estruturação das unidades federadas, sobre constituírem matéria constitucional local, só se legitimam na medida em que guardem estreita similaridade com os previstos na Constituição da República: precedentes. II. Consequente plausibilidade da alegação de ofensa do princípio fundamental por dispositivos da L. Est. 11.075/1998-RS (inc. IX do art. 2.º e arts. 33 e 34), que confiam a organismos burocráticos de segundo e terceiro graus do Poder Executivo a função de ditar parâmetros e avaliações do funcionamento da Justiça: medida cautelar deferida” (ADI 1.905 MC/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 05.11.2004)
“Poder Judiciário. Caráter nacional. Regime orgânico unitário. Controle administrativo, financeiro e disciplinar. Órgão interno ou externo. Conselho de Justiça. Criação por Estado-membro. Inadmissibilidade. Falta de competência constitucional. Os Estadosmembros carecem de competência constitucional para instituir, como órgão interno ou externo do Judiciário, conselho destinado ao controle da atividade administrativa, financeira ou disciplinar da respectiva Justiça” (ADI 3.367/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 17.03.2006).
Súmula 649 do STF: É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes deoutros poderes ou entidades.
FUNÇÕES TÍPICAS E FUNÇÕES ATÍPICAS DOS PODERES
FUNÇÕES TÍPICAS E FUNÇÕES ATÍPICAS DOS PODERES
Os poderes exercem funções típicas, isto é, funções pelas quais eles foram concebidos e estruturados, e exercem também funções atípicas, assim:
a) Poder Legislativo: ao mesmo tempo em que legisla – elaborando as normas jurídicas – e fiscaliza (funções típicas); administra (ex.: arts. 51, IV; 52, XIII; 55) e julga (ex.: art. 52, I, II e parágrafo único) como função atípica;
b) Poder Judiciário: julga, compondo conflitos – na maior parte das vezes – como função típica. Já, atipicamente, legisla (ex.: art. 96, I, a) e administra (ex.: art. 96, I, b até f);
c) Poder Executivo: possui função típica de administrar a res pública; legisla (ex.: arts. 62, 68) e julga processos administrativos como atos atípicos.
Poder Legislativo
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PODER LEGISLATIVO
Congresso Nacional
O capítulo atinente à organização dos poderes é inaugurado pelo art. 44:
“o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”.
Órbita federal→ Sistema bicameral
Congresso Nacional
Origem do bicameralismo → é tradição brasileira, está em nosso sistema desde o Império, excetuadas as Constituições de 1934 e 1937, que, por razões distintas, adotaram o unicameralismo.
José Afonso da Silva: denomina o sistema brasileiro como “bicameralismo igualitário”, pois não há hierarquia entre as casas legislativas, não havendo preponderância de uma sobre outra.
Congresso Nacional → reunião das duas casas.
Não existem somente os congressistas. Ou são Deputados Federais ou Senadores, que reunidos em sessão plenária conjunta formam o Congresso Nacional – órgão Legislativo Federal.
Congresso Nacional
Algumas hipóteses que geram a necessidade de sessão conjunta estão no art. 57, § 3.º, I, II, III e IV.
Segundo esse dispositivo, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:
a)  inaugurar a sessão legislativa (art. 57, § 4.º);
b) elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
c) receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República (art. 78);
d) conhecer do veto e sobre ele deliberar (art. 66, § 4.º).
Congresso Nacional
Atribuições do Congresso Nacional
O Regimento Interno do Congresso Nacional destrincha as atribuições da Casa, mas, segundo o art. 48, cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República – não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52 –, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas
Congresso Nacional
• Plano Plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso forçado;
• fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
• planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
• limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
• incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas assembleias legislativas;
• transferência temporária da sede do Governo Federal;
• concessão de anistia;
Congresso Nacional
• organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;
• criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, b;
• criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
• telecomunicações e radiodifusão;
•matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
Congresso Nacional
• moeda, seus limites de emissão e montante da dívida mobiliária federal;
• fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4.º; 150, II; 153, III; e 153, § 2.º, I.
Obs.: todas as matérias mencionadas serão previstas por meio de lei ordinária ou lei complementar, dependendo da situação.
Congresso Nacional
Já as matérias constantes no art. 49 também são competência do Congresso Nacional, entretanto dispensam a sanção presidencial, sendo editadas por decreto legislativo, votado pelas duas casas e promulgado pela mesa do Congresso Nacional sem a sanção presidencial. 
Câmara dos Deputados
Câmara dos Deputados
É a casa composta por representantes do povo, sendo essencial para o Estado Democrático de Direito. 
Se “todo poder emana do povo” (art. 1.º, parágrafo único), este tem que ter voz ativa, o que, de regra, ocorre mediante seus representantes na Câmara dos Deputados.
Câmara dos Deputados
Para ser Deputado Federal é necessário:
a) idade de 21 anos (art. 14, VI, c);
b) ter filiação partidária;
c)domicílio eleitoral no Estado onde irá concorrer; e
d)nacionalidade brasileira nata ou naturalizada, salvo Presidente da Casa, que deverá ter nacionalidade nata e trinta e cinco anos de idade, vez que pode substituir o Presidente da República (arts. 12, § 3.º, II, 14, § 3.º, VI, a e 80).
Câmara dos Deputados
Duração do mandato → quatro anos, sem limites para reeleição.
Sistema eleitoral → proporcional, isto é, dependendo do número de habitantes do Estado-membro este terá mais ou menos Deputados Federais, sendo que nenhum Estado da federação pode ter menos de oito ou mais de 70 Deputados Federais (art. 45, § 1.º). Os territórios têm direito a 4 deputados federais. 
Estabelecimento do número de cadeiras → a Justiça Eleitoral realiza ajustes, um ano antes da eleição, para estabelecer quantas cadeiras o povo do Estado terá direito.
Câmara dos Deputados
Atribuições:
Competência geral → irá exercer com a participação do Senado Federal (art. 48); 
Competência privativa→ nas matérias elencadas no art. 51:
a autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;
proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
Câmara dos Deputados
elaborar seu regimento interno;
dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Câmara dos Deputados
As matérias elencadas no art. 51 serão editadas por meio de resolução e também não se submetem à sanção do Presidente da República. 
Na verdade, as resoluções são atos normativos que nascem no interior da casa legislativa.
Contudo, a fixação da remuneração dos próprios Deputados Federais segue outra forma. Neste caso, os subsídios serão fixados por lei e haverá deliberação executiva (sanção ou veto).
Senado Federal
Senado Federal
É a casa legislativa que representa os Estados-membros.
A forma federativa de estado concede aos Estados federados poderes políticos autônomos, por isso é fundamental para a manutenção da forma de estado adotada pelo Brasil que haja uma casa em âmbito federal que comporte a representação equânime dos entes da federação.
Senado Federal
Para ser Senador, é necessário:
a) possuir 35 anos de idade (art. 14, VI, a);
b) ter filiação partidária;
c)domicílio eleitoral no Estado onde irá concorrer; e
d)nacionalidade brasileira nata ou naturalizada, salvo Presidente da Casa, que deverá ter nacionalidade nata (art. 12, § 3.º, III).
Senado Federal
Como a autonomia concedida aos entes da federação é igual entre todos, não há diferença numérica na composição desta casa legislativa. 
Cada Estado tem o direito de eleger três senadores, que serão eleitos junto com dois suplentes.
Território não terá direito a Senador.
Senado FederalDuração do mandato → de oito anos, não havendo limites para reeleição.
 Sistema eleitoral → majoritário, cuja representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços (art. 46, § 2.º), ou seja, o Estado da federação elege um senador e quatro anos depois elege outros dois. 
Após mais quatro anos o primeiro senador eleito já estará terminando seu mandato, então o Estado elegerá outro.
Senado Federal
Atribuições:
Competência geral → irá exercer com a participação da Câmara dos Deputados (art. 48); 
Competência privativa→ nas matérias a seguir elencadas, conforme art. 52:
Senado Federal
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. Obs.: funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis;
Senado Federal
processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; assim como na hipótese anterior, funcionará como Presidente do ato o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis;
Senado Federal
aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do Banco Central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;
Senado Federal
autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;
Senado Federal
dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;
estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;
aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;
Senado Federal
elaborar seu regimento interno;
dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Senado Federal
As matérias elencadas no art. 52 devem ser editadas por meio de resolução, e, por isso, não haverá manifestação do Presidente da República (sanção ou veto). Entretanto, assim como foi determinado aos membros da Câmara dos Deputados, os Senadores também terão seus subsídios fixados por lei específica e, neste caso, haverá deliberação executiva (sanção ou veto).
Quadro Comparativo
	Senado Federal	Câmara Deputados
	Representantes dos estados e do DF;	Representantes do povo;
	Sistema majoritário;	Sistema proporcional;
	81 senadores;	513 deputados;
	Mandato de 8 anos;	Mandato de 4 anos;
	Renovação a cada 4 anos, por 1/3 e 2/3;	Renovação a cada 4 anos;
	Idade mínima: 35 anos.	Idade mínima: 21 anos.
Direito Constitucional
AULA 6: PODER LEGISLATIVO: ESTRUTURA E FUNÇÕES
54
Quadro Comparativo
	SISTEMA UNICAMERAL 	
	Estados: Deputado Estadual	Municípios: Vereadores
	CF, art. 27	CF, art. 29, IV
	Sistema proporcional;	Sistema proporcional;
	Número: Regra 3x1 até 12 e 1x1	Número: entre 9 e 55
	Mandato de 4 anos;	Mandato de 4 anos;
	Renovação a cada 4 anos	Renovação a cada 4 anos;
	Idade mínima: 21 anos.	Idade mínima: 18 anos.
Direito Constitucional
AULA 6: PODER LEGISLATIVO: ESTRUTURA E FUNÇÕES
55
CONTAGEM DO TEMPO NO PODER LEGISLATIVO
No Poder Legislativo, o tempo se conta de forma diferente de como se conta o ano civil. Neste órgão, o tempo pode ser dividido em:
Legislatura
Período legislativo
Sessão legislativa ordinária
Sessão legislativa extraordinária
CONTAGEM DO TEMPO NO PODER LEGISLATIVO
a) Legislatura → é o período de quatro anos (art. 44, parágrafo único). É importante não confundir legislatura com mandato. O Senador, por exemplo, exerce seu mandato de oito anos em duas legislaturas.
b) Sessão legislativa ordinária → é o período em que o Poder Legislativo se reúne anualmente (art. 57). Cada sessão legislativa é dividida em dois períodos legislativos, sendo um em cada semestre, que são intercalados pelo recesso parlamentar.
CONTAGEM DO TEMPO NO PODER LEGISLATIVO
c) Período legislativo → é o período semestral em que os legisladores exercem ordinariamente suas funções. Como afirmado, cada sessão legislativa possui dois períodos legislativos, sendo o primeiro período datado de 2 de fevereiro a 17 de julho e o segundo período de 1.º de agosto a 22 de dezembro (art. 57, caput).
O primeiro período legislativo da legislatura começará em 1.º de fevereiro para a posse dos membros do legislativo e eleição das mesas diretoras (art. 57, § 4.º) – Sessão preparatória. 
CONTAGEM DO TEMPO NO PODER LEGISLATIVO
d) Sessão legislativa extraordinária → são as deliberações ocorridas geralmente fora do período legislativo, ou seja, durante o recesso parlamentar (art. 57, §§ 6º, 7º e 8º).
A convocação extraordinária do Congresso Nacional deverá ser realizada pelo Presidente do Senado Federal (em caso de decretação de estado de defesa ou de intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República) ou pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas (em caso de urgência ou interesse público relevante, desde que com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional).
CONTAGEM DO TEMPO NO PODER LEGISLATIVO
Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente poderá deliberar sobre a matéria para a qual foi convocado e sobre as medidas provisórias que estejam na Casa. Estas serão incluídas automaticamente na pauta da convocação (art. 57, §§ 7.º e 8.º).
Até fevereiro de 2006, os Legisladores convocados para a sessão extraordinária recebiam jeton, representado por uma parcela indenizatória (nunca maior que seu subsídio). Com a edição da EC 50/2006, está vedado o pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação (art. 57, § 7.º).
CONTAGEM DO TEMPO NO PODERLEGISLATIVO
O STF entendeu que a vedação de pagamento de parcela indenizatória em razão da convocação extraordinária se estende aos Estados, que não poderão estabelecer jeton aos Deputados Estaduais (ADI 4.509 MC/PA, rel. Min. Cármen Lúcia, 07.04.2011).
Funcionamento Parlamentar (arts. 57 a 59, CF)
LEGISLATURA (art. 44, parágrafo único, CF);
SESSÃO LEGISLATIVA (art. 57, CF):
Sessão legislativa ordinária;
Sessão preparatória (57, § 4º, CF);
Sessão legislativa extraordinária (57, § 6º, I e II CF);
Sessão unicameral (3º, ADCT);
Sessão bicameral;
Sessão conjunta (57, § 3º, I, II, III, IV da CF). 
Direito Constitucional
AULA 6: PODER LEGISLATIVO: ESTRUTURA E FUNÇÕES
62
Bons Estudos! Até a próxima aula!

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