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Terceirização no Direito do Trabalho

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Direito do Trabalho p/ XXIII Exame da OAB 
Aula 03 
 
 
 
Prof. Antonio Daud Jr www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 18 
 
 
1. Introdução 
 
 Olá pessoal ! 
 
 Sejam muito benvindos a mais uma aula de Direito do Trabalho para OAB! 
 Nesta aula vamos tratar de um tema muito importante para o dia-a-dia de 
um advogado trabalhista, a terceirização! 
 Esta aula é um pouco mais curta do que as demais. Aproveitem! 
 
 
2. Desenvolvimento 
 
2.1. Terceirização no Direito do Trabalho 
 Estudamos até o momento os casos em que há vínculo empregatício (relação 
bilateral, nas figuras de empregado e empregador) e, também, casos em que existe 
a relação de trabalho lato sensu (relação entre prestador de serviços e tomador de 
serviços). 
 Na terceirização, por sua vez, estaremos diante de relação trilateral, onde 
terão lugar empregado, empregador (empresa prestadora de serviços) e tomador 
de serviços (empresa contratante de serviços). 
 Neste contexto, haverá contrato de trabalho entre a empresa prestadora de 
serviços e o empregado, e, entre as empresas prestadora e tomadora, um contrato 
de natureza civil. 
 
 Exemplo: o Supermercado Alfa contrata a empresa de limpeza Limpatudo 
para realizar a manutenção de suas instalações. 
 Entre o Supermercado Alfa e a Limpatudo haverá um contrato de direito civil; 
entre a Limpatudo e seus empregados haverá, naturalmente, um contrato de 
trabalho e teremos, assim, a terceirização das atividades de limpeza e conservação 
tendo a Limpatudo como prestadora de serviços e o Supermercado Alfa como 
tomador dos serviços. 
 O tema terceirização no Direito do Trabalho demanda o conhecimento da 
Súmula 331 do TST, que foi alterada em 2011: 
SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE 
 
Direito do Trabalho p/ XXIII Exame da OAB 
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 A empresa tomadora de mão de obra é conhecida como empresa cliente (pois 
é cliente da tomadora); a empresa de trabalho temporário, com quem o empregado 
tem vínculo de emprego, é conhecida como empresa terceirizante. 
 
---------------------------- 
 Quanto ao item II da Súmula 331, frise-se que o mesmo trata mais de direito 
administrativo que de direito do trabalho: 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não 
gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, 
indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). 
 
 Em verdade este item II da Súmula foi inserido com a finalidade de deixar 
claro um aspecto: mesmo quando um ente público terceirizar irregularmente 
determinada atividade, a constatação de tal irregularidade não tem o condão de 
gerar vínculo de emprego com a Administração Pública, pois a CF/88 exige prévia 
aprovação em concurso para que se ocupem cargos de provimento efetivo: 
CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
(...) 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação 
prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo 
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista 
em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei 
de livre nomeação e exoneração; 
 
---------------------------- 
 Agora vamos estudar a hipótese de terceirização envolvendo serviços de 
vigilância, conservação, limpeza e atividades-meio (inciso II da Súmula 331): 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços 
de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem 
como a de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, 
desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
 
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 Neste item da Súmula constam as atividades de vigilância (patrimonial, 
abrangendo vigilância ostensiva e transporte de valores, cujo exercício demanda 
curso de formação). 
 A vigilância é regulada pela Lei 7.102/83, que dispõe sobre segurança para 
estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e 
funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de 
transporte de valores, e dá outras providências. Percebam que o serviço de 
vigilância1 regulado pela Lei 7.102/83 não abrange os vigias. 
 O item também cita as atividades de conservação e limpeza, que são 
objeto de terceirização há bastante tempo. 
 Além disso, o item III cita as atividades-meio, que podem ser conceituadas 
como atividades acessórias, que não integram o núcleo da dinâmica empresarial. 
 Em todas estas situações haverá a terceirização de serviço (diferente do que 
vimos no trabalho temporário), e, portanto, a empresa prestadora de serviços é 
contratada para realizar determinada atividade (limpeza, conservação, etc.), não 
havendo subordinação do empregado perante a tomadora dos serviços. 
 
E quando há subordinação? 
Um dos sinais da subordinação é a emissão de ordens diretas do tomador 
dos serviços ao empregado! Portanto, caso as ordens não estejam sendo dadas por 
algum representante da empresa prestadora dos serviços (mas sim pelo próprio 
tomador), caracteriza-se uma terceirização ilícita! 
 Além de não haver subordinação, é importante percebermos que a tomadora 
de serviço não pode exigir que determinado trabalhador seja designado pela 
prestadora para realizar a tarefa contratada, pois o que se contratou é o serviço, e 
não a pessoa. Assim, não há pessoalidade. 
 Por estes motivos é que o final do item III da Súmula fala em “desde que 
inexistente a pessoalidade e a subordinação direta”. 
 
---------------------------- 
 Vamos agora estudar então o item IV da Súmula, segundo o qual 
 
 
1 Para exercer a profissão de vigilante a pessoa deve atender aos requisitos estabelecidos no art. 16 da 
Lei 7.102/83, além de prévio registro no Departamento de Polícia Federal (DPF). 
 
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IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, 
implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto 
àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual e 
conste também do título executivo judicial. 
 
 O que de mais importante pode ser destacado deste item é a 
responsabilização subsidiária do tomador de serviços quanto às obrigações 
trabalhistas. 
 Neste aspecto convém mencionar as culpas in eligendo e in vigilando. 
 O conceito de culpa in eligendo decorre do tomador de serviços ter elegido 
mal seu prestador de serviços, que não cumpriu suas obrigações perante os 
empregados. 
 A culpa in vigilando se relaciona à fiscalização deficiente da tomadora, que 
permitiu a prática de irregularidades trabalhistas por parte da prestadora, o que 
implica em sua responsabilidade subsidiária. 
 Para que o tomador de serviços seja responsabilizado subsidiariamente me 
face de obrigações trabalhista oriundas da terceirização, este deve ter participado 
da relação processual e deve constar também do título executivo judicial. 
 
Vamos ver como isto já apareceu no Exame de Ordem! 
---------------------------- 
1. (FGV_IV_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2011) Paulo, empregado da 
empresa Alegria Ltda., trabalha para a empresa Boa Sorte Ltda., em decorrência 
de contrato de prestação de serviços celebrado entre as respectivas empresas. As 
atribuições por ele exercidasinserem-se na atividade-meio da tomadora, a qual 
efetua o controle de sua jornada de trabalho e dirige a prestação pessoal dos 
serviços, emitindo ordens diretas ao trabalhador no desempenho de suas tarefas. 
Diante dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta. 
(A) A terceirização é ilícita, acarretando a nulidade do vínculo de emprego com a 
empresa prestadora e o reconhecimento do vínculo de emprego diretamente com 
a empresa tomadora. 
(B) A terceirização é ilícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa 
tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora. 
(C) A terceirização é lícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa 
tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora. 
(D) A terceirização é lícita, não acarretando a responsabilidade subsidiária da 
empresa tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa 
prestadora. 
 
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O enunciado afirma que se trata da terceirização de uma atividade-meio da 
empresa Boa Sorte, ou seja, de acordo com a Súmula que acabamos de estudar. 
Entretanto, o mesmo enunciado afirma que a empresa tomadora dos 
serviços (Boa Sorte Ltda) “efetua o controle de sua jornada de trabalho e dirige 
a prestação pessoal dos serviços, emitindo ordens diretas”, de modo que 
caracteriza-se a subordinação e a pessoalidade nesta prestação. Portanto, a partir 
dessas informações, conclui-se que a terceirização é ilícita. 
Sendo ilícita, haverá nulidade do vínculo de emprego com a empresa 
prestadora dos serviços e a consequente formação do vínculo de emprego com a 
tomadora (Boa Sorte Ltda), com fundamento na CLT, arts. 9º e 444. 
Portanto, é com a empresa “Boa Sorte Ltda” que os elementos fático-jurídicos 
da relação de emprego são formados, é ela quem passa a ser a empregadora de 
Paulo, e assim deve ser caracterizado o vínculo empregatício. 
Dessa sorte, como a empresa Boa Sorte é a própria empregadora, ela será 
responsável pelo adimplemento das obrigações trabalhistas, não sendo caso de 
responsabilidade subsidiária, mas de responsabilidade principal. 
 
Gabarito (A) 
 
 
2. (FGV_XX_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2016) Um determinado 
empregado é vigilante e, por meio do seu empregador, sempre prestou serviços 
terceirizados a uma instituição bancária privada. Após ser dispensado, o ex-
empregado ajuizou ação contra o seu antigo empregador e a instituição bancária, 
reclamando horas extras, diferença por acúmulo de funções e indenização por dano 
moral. 
Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta. 
A) Caso haja sucesso na demanda, a instituição bancária não poderá ser condenada 
em qualquer nível porque não foi o empregador. 
B) A instituição bancária poderá ser condenada de forma solidária pelos créditos 
porventura deferidos porque terceirizou atividade-fim. 
C) O banco poderia ser condenado de forma mista, ou seja, pagaria todos os 
direitos devidos exceto dano moral. 
D) A instituição bancária será condenada de forma subsidiária por todos os créditos 
porventura deferidos. 
 
Gabarito (D). 
 
 
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Como a terceirização ocorreu em relação à atividade de vigilância, 
presume-se que ela é lícita (com fundamento na SUM-331 do TST, III). 
Além disso, como o tomador dos serviços é uma instituição privada e sendo 
lícita a terceirização, a responsabilidade da instituição bancária será subsidiária, 
com fundamento no item IV da Súmula 331 do TST: 
 
SUM-331, IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do 
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços 
quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação processual 
e conste também do título executivo judicial. 
 
---------------------------- 
 Tendo em vista evolução jurisprudencial com relação à responsabilização da 
Administração Pública em terceirizações, em 2011 o TST inseriu o item V na Súmula 
331, que trata especificamente da responsabilidade subsidiária de órgão e 
entidades públicos: 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem 
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua 
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 
21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações 
contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida 
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações 
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
 
 Esta alteração decorreu de ação judicial (Ação Declaratória de 
Constitucionalidade - ADC) envolvendo a Lei 8.666/93, também chamada de Lei de 
Licitações e Contratos (LLC), que em seu artigo 71 dispõe: 
Lei 8.666/93, art. 71. O contratado é responsável pelos encargos 
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do 
contrato. 
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos 
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a 
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do 
contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, 
inclusive perante o Registro de Imóveis. 
 
 
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 Além disso, a LLC estabelece que a Administração contratante fiscalizará a 
execução do contrato e o cumprimento das obrigações contratuais da empresa 
contratada. 
 Deste modo, o item V deixa claro que a responsabilização do ente público 
“não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela 
empresa regularmente contratada”, mas terá lugar quando se verifique que o ente 
público contratante aja de forma culposa no cumprimento (descumprimento, no 
caso) de sua obrigação de fiscalizar o contato – configurar-se-ão, neste caso, as 
culpas in eligendo e in vigilando. 
 
Segue abaixo mais uma questão: 
---------------------------- 
3. (FGV_XIII_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2014) ABC MANUTENÇÃO E 
LIMPEZA manteve contrato de fornecimento de mão de obra de limpeza com 
aeroportos brasileiros, empresa pública federal. Por ocasião da ruptura do contrato 
entre as empresas, Paulo, funcionário da ABC MANUTENÇÃO E LIMPEZA, e que 
prestava serviços para aeroportos brasileiros, foi dispensado sem receber as verbas 
rescisórias. Ajuizou ação trabalhista em face de ambas as empresas, sendo a 
empregadora revel. A tomadora dos serviços apresentou defesa com robusta 
documentação, demonstrando a efetiva fiscalização do cumprimento do contrato e 
de aspectos legais, sendo certo que o contrato foi cancelado justamente em razão 
desta fiscalização. Diante deste caso, assinale a afirmativa correta. 
A) A Empresa Pública Federal Responde Solidariamente Por Força Da Terceirização. 
B) A Empresa Pública Federal Responde Subsidiariamente Por Força Da 
Terceirização, Haja Vista O Inadimplemento Das Obrigações Trabalhistas Por Parte 
Do Empregador. 
C) A empresa pública federal é parte ilegítima para figurar no polo passivo da 
demanda porque não tem vínculo de emprego com Paulo. 
D) A empresa pública federal não responde pelo inadimplemento das verbas 
trabalhistas porque sua responsabilidade não decorre do simples inadimplemento 
contratual, tendo ficado provado, no caso, que houve efetiva fiscalização por parte 
da tomadora dos serviços. 
 
Como o enunciado informou que a tomadora dos serviços demonstrou, em 
sua defesa, robusta documentação demonstrando a efetiva fiscalização do 
cumprimento do contrato e de aspectos legais,observamos que a 
Administração Pública afastou qualquer possibilidade de alegação de conduta 
culposa nessa fiscalização (nos termos do item V da Súmula 331). 
Portanto, como a Administração foi diligente na fiscalização contratual, não 
 
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 Neste aspecto podemos falar do empregador aparente (empresa prestadora 
de serviços terceirizados) e empregador oculto, que é o tomador de serviços na 
terceirização irregular. 
 
 Caso se verifique, portanto, terceirização fora das situações que acabamos 
de estudar (constantes da Súmula 331), qual a consequência? 
 Exemplo: a indústria de confecções possui em seu estabelecimento, 
auxiliando na produção, costureiras que foram contratadas através de empresa 
terceira. 
 Este será um caso de terceirização ilícita. 
 A terceirização ilícita, muitas vezes, é utilizada para estabelecer vínculo de 
emprego com empresas de fachada, sem bens, sem patrimônio, e neste contexto 
surge a precarização das relações de trabalho, com prejuízo evidente para os 
empregados, que sofrerão com inadimplemento salarial, falta de depósito de FGTS 
e, geralmente, com a frustração de demandas judiciais em face da falta de bens da 
empregadora aparente. 
 
Trabalho temporário 
 
Em relação ao trabalho temporário, além do que já comentamos no estudo 
da Súmula 331, considero importante frisar que o trabalhador temporário não se 
confunde com o empregado contratado a prazo determinado (art. 443 da CLT). 
 No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação 
jurídica trilateral, com a empresa de trabalho temporário, empresa tomadora de 
serviços (empresa cliente) e o empregado, vinculado à primeira. 
 No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da 
CLT, não existe empresa de trabalho temporário; é a própria empresa interessada 
que irá contratar o empregado a prazo determinado nas hipóteses previstas, quais 
sejam: 
 a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação 
do prazo; 
 b) de atividades empresariais de caráter transitório; 
 c) de contrato de experiência. 
---------- 
4. (FGV_XV_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2014) Luiz Henrique é professor 
de direito constitucional e, durante o período letivo, precisará se afastar por dois 
 
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meses para submeter-se a uma delicada cirurgia de emergência. Em razão disso, 
a faculdade contratou um professor substituto por esse período, valendo-se de uma 
empresa de contrato temporário. Diante da situação apresentada, de acordo com 
a jurisprudência consolidada do TST, assinale a afirmativa correta. 
A) Caso se admitisse a validade dessa contratação, o professor contratado a título 
temporário não teria assegurado direito ao mesmo valor da hora professor 
afastado. 
B) A contratação é válida, pois, por exceção, o contrato temporário pode ser usado 
para substituição de pessoal relacionado à atividade-fim. 
C) A contratação somente seria válida se o professor afastado concordasse com 
ela, de forma expressa, sob pena de ser maléfica a alteração contratual. 
D) Inválida a contratação, pois a faculdade não poderia terceirizar sua atividade-
fim, como é o caso da educação. 
 
 
A contratação é válida, pois se deu justamente em uma das hipóteses 
previstas na Lei 6.019 para contratação de trabalhadores temporários: 
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa 
física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de 
substituição de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo 
extraordinário de serviços. 
 
Além disso, o professor substituto (temporário) deverá receber sim 
remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria: 
Lei 6019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes 
direitos: 
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma 
categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, 
garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional; 
 
Por fim, vale ressaltar que a terceirização por meio do trabalho temporário 
admite a utilização de trabalhadores em atividades-fim. Desse modo, trata-se de 
uma exceção à vedação de terceirização de atividades-fim. 
 
Gabarito (B) 
 
2.2. Cooperativas de trabalho 
 
 
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Inicialmente cumpre esclarecer que já em 1994 foi incluído no CLT dispositivo 
que permitia a contratação de cooperativas para a realização de atividades que, 
antes, eram desenvolvidas pelos próprios empregados da contratante: 
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da 
sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus 
associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela. 
 
 A CLT, portanto, abriu a possibilidade de prestação de serviços por meio de 
cooperativa, indicando que não há, em princípio, vínculo de emprego entre o 
associado e a cooperativa (e nem entre o tomador de serviços e o associado). 
 Trata-se, no caso, de presunção relativa, e não absoluta: é que a realidade 
fática pode demonstrar típica relação de emprego mascarada por meio de 
cooperativa fraudulenta. 
 O problema todo é que um simples parágrafo foi inserido na CLT (visto 
acima), e a partir dele foi realizada uma onda de terceirizações por meio de 
cooperativas de trabalho, muitas vezes envolvendo fraudes às relações de 
emprego. 
 A regulamentação das cooperativas de trabalho enfim foi publicada em 2012, 
por meio da Lei nº 12.690, de 19 de julho de 2012, que dispõe sobre a organização 
e o funcionamento das Cooperativas de Trabalho. 
 
 
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3. Lista das questões comentadas 
1. (FGV_IV_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2011) Paulo, empregado da 
empresa Alegria Ltda., trabalha para a empresa Boa Sorte Ltda., em decorrência 
de contrato de prestação de serviços celebrado entre as respectivas empresas. As 
atribuições por ele exercidas inserem-se na atividade-meio da tomadora, a qual 
efetua o controle de sua jornada de trabalho e dirige a prestação pessoal dos 
serviços, emitindo ordens diretas ao trabalhador no desempenho de suas tarefas. 
Diante dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta. 
(A) A terceirização é ilícita, acarretando a nulidade do vínculo de emprego com a 
empresa prestadora e o reconhecimento do vínculo de emprego diretamente com 
a empresa tomadora. 
(B) A terceirização é ilícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa 
tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora. 
(C) A terceirização é lícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa 
tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora. 
(D) A terceirização é lícita, não acarretando a responsabilidade subsidiária da 
empresa tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa 
prestadora. 
 
2. (FGV_XX_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2016) Um determinado 
empregado é vigilante e, por meio do seu empregador, sempre prestou serviços 
terceirizados a uma instituição bancária privada. Após ser dispensado, o ex-
empregado ajuizou ação contra o seu antigo empregador e a instituição bancária, 
reclamando horas extras, diferença por acúmulo de funções e indenização por dano 
moral. 
Sobre a situação apresentada, assinale a afirmativa correta. 
A) Caso haja sucesso na demanda, a instituiçãobancária não poderá ser condenada 
em qualquer nível porque não foi o empregador. 
B) A instituição bancária poderá ser condenada de forma solidária pelos créditos 
porventura deferidos porque terceirizou atividade-fim. 
C) O banco poderia ser condenado de forma mista, ou seja, pagaria todos os 
direitos devidos exceto dano moral. 
D) A instituição bancária será condenada de forma subsidiária por todos os créditos 
porventura deferidos. 
 
3. (FGV_XIII_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2014) ABC MANUTENÇÃO E 
LIMPEZA manteve contrato de fornecimento de mão de obra de limpeza com 
aeroportos brasileiros, empresa pública federal. Por ocasião da ruptura do contrato 
entre as empresas, Paulo, funcionário da ABC MANUTENÇÃO E LIMPEZA, e que 
 
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prestava serviços para aeroportos brasileiros, foi dispensado sem receber as verbas 
rescisórias. Ajuizou ação trabalhista em face de ambas as empresas, sendo a 
empregadora revel. A tomadora dos serviços apresentou defesa com robusta 
documentação, demonstrando a efetiva fiscalização do cumprimento do contrato e 
de aspectos legais, sendo certo que o contrato foi cancelado justamente em razão 
desta fiscalização. Diante deste caso, assinale a afirmativa correta. 
A) A Empresa Pública Federal Responde Solidariamente Por Força Da Terceirização. 
B) A Empresa Pública Federal Responde Subsidiariamente Por Força Da 
Terceirização, Haja Vista O Inadimplemento Das Obrigações Trabalhistas Por Parte 
Do Empregador. 
C) A empresa pública federal é parte ilegítima para figurar no polo passivo da 
demanda porque não tem vínculo de emprego com Paulo. 
D) A empresa pública federal não responde pelo inadimplemento das verbas 
trabalhistas porque sua responsabilidade não decorre do simples inadimplemento 
contratual, tendo ficado provado, no caso, que houve efetiva fiscalização por parte 
da tomadora dos serviços. 
 
4. (FGV_XV_ EXAME DE ORDEM UNIFICADO_ 2014) Luiz henrique é professor 
de direito constitucional e, durante o período letivo, precisará se afastar por dois 
meses para submeter-se a uma delicada cirurgia de emergência. Em razão disso, 
a faculdade contratou um professor substituto por esse período, valendo-se de uma 
empresa de contrato temporário. Diante da situação apresentada, de acordo com 
a jurisprudência consolidada do TST, assinale a afirmativa correta. 
A) Caso se admitisse a validade dessa contratação, o professor contratado a título 
temporário não teria assegurado direito ao mesmo valor da hora professor 
afastado. 
B) A contratação é válida, pois, por exceção, o contrato temporário pode ser usado 
para substituição de pessoal relacionado à atividade-fim. 
C) A contratação somente seria válida se o professor afastado concordasse com 
ela, de forma expressa, sob pena de ser maléfica a alteração contratual. 
D) Inválida a contratação, pois a faculdade não poderia terceirizar sua atividade-
fim, como é o caso da educação. 
 
 
 
 
 
Direito do Trabalho p/ XXIII Exame da OAB 
Aula 03 
 
 
 
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4. Gabaritos 
 
 
 
1. A 
2. D 
3. D 
4. B 
 
5. Conclusão 
 
Bom pessoal, 
 
 Chegamos ao final da nossa aula. O tema é relevante e já foi cobrado algumas 
vezes no Exame de Ordem. 
 Sugerimos ler e reler a Súmula 331 até decorar todos os seus itens! 
 Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto 
ao assunto apresentado, estamos à disposição para auxiliá-los (as). 
 
 Grande abraço e bons estudos, 
 
 
 
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Direito do Trabalho p/ OAB 
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6. Lista de legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula 
CF/88 
CF/88, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia 
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a 
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para 
cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; 
CLT 
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade 
cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os 
tomadores de serviços daquela. 
Legislação específica 
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa, 
para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou 
à acréscimo extraordinário de serviços. 
Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho temporário a pessoa física 
ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposição de outras empresas, 
temporariamente, trabalhadores, devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos. 
Lei 8.666/91, art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional 
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade 
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade (...). 
TST 
SUM-331, I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o 
vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 
6.019, de 03.01.1974). 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de 
emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, 
da CF/1988). 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de 
vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a 
de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que inexistente a 
pessoalidade e a subordinação direta. 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a 
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que 
haja participado da relação processual e conste também do título executivo judicial. 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem 
subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa 
no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização 
do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como 
empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações 
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas 
decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral.

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