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DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA - NP1

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UNIVERSIDADE PAULISTA
Bruna Peixoto Lobo R.A.: B95663-1
EXERCÍCIOS NP1 DE
DESDOBRAMENTOS DA TEORIA PSICANALÍTICA – 761R
São José dos Campos
2019
EXERCÍCIOS:
1) Durante sua vida, Melanie Klein afirmou sua fidelidade aos princípios da psicanálise tais como foram estabelecidos por Freud, porém isso não impediu de existirem diferenças significativas entre ambos. Das diferenças teóricas entre Freud e Klein, pode-se destacar:
C: Diferentemente de Freud, Klein postula a existência de um ego arcaico que estabelece relações objetais desde o início da vida.
Justificativa: Para Klein, as relações de objeto existem desde o nascimento, sendo o primeiro objeto o seio da mãe. Este poderá ser incorporado como o seio bom e um seio mau. Essa cisão entre bom e mau objeto, ocasiona em uma separação entre o amor e o ódio. Assim, desde o início as relações de objeto são moldadas por uma interação entre introjeção e projeção, e entre objetos e situações internas e externas. Seriam estas interações que conduzem a formação do ego e do superego arcaico.
2) No livro "Melanie Klein, Estilo e Pensamento", os autores Cintra e Figueiredo (2004) consideram que a obra de M. Klein deve ser conhecida não apenas pelas teses, teorias e conceitos que a psicanalista propõe, mas também pelo estilo de escrita e dos pensamentos da autora. Isto se deve ao fato que...
Assinale a alternativa CORRETA:
C: A teoria elaborada por Klein resulta numa clínica muito diferente de tudo que havia disponível para o trabalho analítico infantil; traduz como ninguém os processos e mecanismos psíquicos mais arcaicos e profundos que integram a formação do sujeito psíquico Kleiniano.
Justificativa: No livro, Melanie Klein é apresentada pelos autores como a empreendedora da primeira transformação criativa do freudismo – embora tantas vezes tenha sido acusada de “antifreudiana”. O seu pensamento é marcado desde o início por uma preocupação com a hybris, com o excesso e a insaciabilidade do desejo e com a violência pulsional.
3) Melanie Klein dedicou-se primordialmente à compreensão do brincar da criança, enfatizando a importância das atividades lúdicas na comunicação inconsciente dos conflitos infantis e, desta forma, destaca os casos de crianças com sérias inibições ao brincar. Sobre o brincar da criança inibida em análise, que aspectos abaixo apontam às advertências de Klein? Identifique a questão CORRETA:
B: Quaisquer elementos verbais ou não verbais no brincar fornecem dados sobre ansiedades, fantasias e sentimentos devendo ser compreendidos e interpretados pelo analista. 
Justificativa: A liberação da vida fantasmática ocorre, principalmente, através da atividade lúdica, uma vez que esta é a principal atividade da criança pequena. Ela ainda não expressa seus sentimentos e desejos subjetivos por meio de palavras. Desta forma, é preciso estimular a brincadeira das crianças, já que através da atividade lúdica ela está, consequentemente, liberando suas fantasias inconscientes.
 
4) Klein (1997), ao contrário de Freud, identificava no brincar a possibilidade de interpretação, na situação transferencial, a partir da brincadeira produzida pela criança. Desta forma, as brincadeiras eram, para a autora, equivalentes às fantasias, que dariam acesso à sexualidade infantil e à agressividade, e em decorrência disso concebeu a relação transferencial e contratransferencial entre a criança e analista. Considerando a perspectiva kleiniana do brincar na clínica leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta:  
 
I.  A associação livre do adulto é um equivalente do brincar infantil para Klein, pois traduz ao analista o simbolismo do mundo interno da criança.
II. A teoria kleiniana permite a compreensão de processos transferenciais em idades muito tenras.
III. Klein estima que uma análise só pode começar quando a criança já atingiu o período de latência.
IV. Klein sugere interpretar a angústia no momento em que ela aparece no tratamento.
V. Klein desenvolveu a técnica do brincar e da utilização de jogos como meio de comunicação com as crianças.
 
Verifique as alternativas abaixo e assinale a alternativa CORRETA:  
D: São corretas as afirmativas I, II, IV e V. 
Justificativa: No caso de crianças pequenas, suas fantasias inconscientes são expressas, simbolicamente, através de sua atividade lúdica, cabendo ao analista a interpretação destas brincadeiras, de forma a elucidar as fantasias subjacentes a elas e analisá–las. Qualquer tipo de brincadeira é um possível continente de fantasias e desejos inconscientes. Klein enfatiza a importância da criança brincar livremente, para que suas fantasias, sua agressividade e suas angústias possam ser liberadas naturalmente. Jogos infantis; brincadeiras com bola, boneca, carrinhos, blocos; massinha; desenhos; pinturas; obras de arte feitas com barbante, cola, tesoura, papel e água; narrativas de sonhos diurnos, todos estes são meios de expressão da vida fantasmática inconsciente que existe em todas as crianças.
5) A violência tem sido tema de debate nos mais variados contextos sociais e motivo de preocupação. Diferentes compreensões relacionam a violência com a pobreza, falta de amor, falta de Deus, de uma crença num mundo mais benigno, desigualdade social, a lei de Talião (dente-por-dente e olho-por-olho). A psicanálise compreende esse tema sob outros aspectos, e Klein, a partir de Freud, deu destaque ao tema da agressividade, considerando que:
D: A destrutividade, por ser uma potencialidade inata, move a cultura.
Justificativa: A partir da observação e da interpretação da brincadeira infantil, Klein promove uma investigação acerca dos primórdios da vida psíquica. Ela não tardou a reconhecer e enfatizar a importância decisiva das pulsões agressivas (destrutivas) para a gênese do psiquismo. Até então, a teoria freudiana havia apenas valorizado o papel desempenhado pela sexualidade. 
6) A teoria de Melanie Klein é considerada um desdobramento da teoria psicanalítica porque mantém algumas das características fundamentais da obra de Freud...
B: Utiliza-se do princípio fundamental da associação livre com adultos, tem como objetivo explorar o inconsciente e atinge este objetivo por meio da análise da transferência.
Justificativa: A técnica kleiniana é psicanalítica e se fundamenta rigorosamente em conceitos psicanalíticos freudianos, sendo seu contexto formal o mesmo da análise freudiana. Não é só o cenário formal que é o mesmo da análise clássica: respeita-se também, em todos os aspectos essenciais, os princípios psicanalíticos tal como foram apresentados por Freud.
7) Um dos fundamentos da teoria kleiniana toma como base o desenvolvimento primitivo do psiquismo, por isso na construção de sua teoria sobre o desenvolvimento emocional infantil, Klein investiu na compreensão da vida mental do bebê, que se configura em algumas considerações do referencial kleiniano, de onde se depreende:
E: Que a mãe, nos primeiros meses de vida do bebê, representa todo o mundo externo.
Justificativa: Para o bebê, seu primeiro contato com o mundo externo acontece através do seio de sua mãe. Ao perceber que esse seio não está sempre disponível quando necessita, o bebê passa a sentir o afeto do ódio. Assim, chora até recebe-lo. Quando o bebê percebe que é capaz de suportar a espera pelo seio, começa a perceber que essa mãe não é parte nem criação dele, mas sim, um objeto do qual ele depende e sem o qual não sobreviveria.
8) O desenvolvimento das investigações psicanalíticas apresenta uma série de indícios do quanto estamos subjetivamente implicados naquilo que fazemos. Pensamos então que nossas relações, nossas escolhas, e atuações, até mesmo como analistas, traz muito da maneira de como vivemos nossas experiências. Quando buscamos relacionar a história, o estilo de pensamento e o desenvolvimento de sua técnica psicanalítica é CORRETO afirmar que Melanie Klein:
D: Acabou por tornar-se uma grande opositora de Anna Freud, pois com grande esforço traduziu em palavras todo universo simbólico que emerge durante a análise de crianças,observando-as e considerando-as aptas à estabelecer relações transferenciais. 
Justificativa: A teoria psicanalítica, sugerida por Anna Freud, para as crianças, os compreende como pacientes desprovidos da capacidade de realizar transferência e nem tão pouco associar livremente, devido a sua imaturidade psíquica. Klein acreditava que, apesar de muito semelhante, a técnica analítica com crianças tem suas diferenças com as técnicas analíticas de adultos, uma vez que no psiquismo das crianças ainda não existe a associação verbal plenamente estruturada, portanto, dificultando o processo de associações livres. Por outro lado, não somente acredita que a criança seja capaz de realizar transferência, como também que a criança o faz espontaneamente, e que a mesma deve sim ser interpretada.
9) Quando M. Klein elaborou o conceito de fantasia inconsciente afirmou que no funcionamento psíquico os objetos internos são originados das relações com os objetos externos numa constante mediação das fantasias inconscientes. O conceito de objetos internos é apreensível em qual das afirmações:
B: Apesar de originar-se dos objetos e relações externas, os objetos internos não se reduzem a estes, pois a força que lhes dá vida própria são as fantasias inconscientes, por isso mantêm-se independente da realidade externa.
Justificativa: Segundo Klein, o mundo interno é um espaço povoado por objetos e carregado de pulsões, instintos, funções e relações. Com os objetos internos, totais ou parciais, o sujeito vive relações pessoais marcadas pelas identificações. É um lugar onde nada é caracterizado com nitidez e estabilidade, podendo objetos, impulsos e funções passar de um extremo a outro, do prazer mais intenso ao horror mais insuportável. Com o desenvolvimento, vai se fazendo alguma diferenciação entre corpo próprio, objetos internos ou externos, mundo externo, eu e não eu, diferenciação esta que progressivamente se torna mais nítida.
10) O conceito de mundo interno é lente pela qual o analista de concepção kleiniana enxerga o funcionamento do sujeito, pois...
B: Estas imagos são os produtos da introjeção que, como mecanismo de defesa arcaico, altera as experiências reais.
Justificativa: Para Klein, a introjeção é essencial para o psiquismo, pois é através dela que se constroem os objetos internos, o que permite a formação do ego e do superego. Os objetos que se introjetam nunca são uma cópia fiel dos objetos externos, mas que estes se encontram deformados por uma projeção das pulsões e sentimentos do sujeito.
11) Segundo Melanie Klein, na posição esquizo-paranóide, o bebê constrói um mundo interno e este é parcialmente um reflexo de seu mundo externo. O mecanismo responsável por essa construção é:
D: A introjeção. 
Justificativa: Inicialmente, existe um predomínio dos impulsos destrutivos na criança, que enxerga o mundo externo também como destrutivo e persecutório. A posição esquizo-paranóide caracteriza-se por esses impulsos e, nessa fase, o conflito acontece em função da sobrevivência do ego. Nessa posição, existem mecanismos mentais como a projeção, introjeção, objeto bom/ idealizado, objeto mau/ persecutório, idealização, negação e identificação projetiva.
12) Posterior a posição esquizo-paranóide o bebê começa a perceber que o objeto que odeia (seio mau) é o mesmo que ama (seio bom), identificando que ambos os registros (bom e mau) fazem parte da mesma pessoa. Com isso, o bebê teme perder o seio bom, em decorrência do medo da retaliação por seus ataques de ódio e voracidade. A este conjunto de vivências, fantasias, ansiedades e defesas Klein denomina “posição depressiva” e estabelece algumas condições para a superação desta posição. Examine as alternativas abaixo e identifique qual delas melhor descreve estas condições, assinale a que julgar CORRETA:
A: Ao alcançar a posição depressiva o bebê se torna mais capaz de enfrentar sua realidade psíquica, sente que a “maldade” do objeto é devida em grande parte à sua própria agressividade e à projeção decorrente. Esse insight origina uma dor psíquica e culpa quando a posição depressiva está em seu ápice.
Justificativa: Quando o bebê entra na posição depressiva e se defronta com o sentimento de ter atacado, agredido e destruído o seio bom, sua culpa e entra em desespero por tê-lo perdido, despertando nele, o desejo de restaurá-lo. Nessa etapa, o ego do bebê já está mais desenvolvido e percebe que seus ataques foram contra a mãe. A reparação surge como mecanismo de defesa contra a ansiedade depressiva e será responsável pela recriação ou reconstituição (em fantasia) de sua mãe.
13) O sentimento raivoso para com outra pessoa (primeiramente para com a mãe) por ela possuir algo desejável que não pode ser desfrutado; sentimento que visa não só despojá-la do objeto desejado, mas também estragá-la e destruí-la, depositando, para isso, dentro dela, maldades: excrementos e partes más do self; o sentimento que visa destruir a criatividade da mãe (sua capacidade de produzir e cuidar) e se caracteriza como uma projeção destrutiva é...
B: A inveja.
Justificativa: A inveja diz respeito ao modo de relacionamento com o objeto e se diferencia do puro sentimento de ódio voltado à destruição de um objeto detestado. O bebê nessa posição, deseja destruir esse seio que ora lhe parece bom, ora lhe parece mau, para não ter de passar novamente por situações de frustração. O que faz o ódio se transformar em inveja é que há nesta, em primeiro lugar, a presença do bom em relação ao objeto, que é um aspecto reconhecido e desejado pelo sujeito. Em segundo lugar, o objeto é odiado não por sua simples maldade, mas por ser detentor de boas qualidades que faltam ao sujeito, das quais ele se sente despojado. 
14) Klein tem como um dos eixos de seu trabalho o atravessamento e a elaboração das posições esquizo-paranóide e depressiva. Pensar a sociedade segundo o pensamento kleiniano representa complementar e até mesmo ir além de Freud, que entendia a sociedade e suas instituições como organizações cuja função era o controle das forças pulsionais. Nesse sentido a alternativa que representa uma interpretação ética da cultura e da sociedade segundo o kleinismo é:
C: O grupo social que capacita os indivíduos a realizarem um reconhecimento do outro, a partir da responsabilidade e do cuidado.
Justificativa: Os objetivos da proposta terapêutica kleiniana apresentam-se em completo acordo com seus desenvolvimentos teóricos acerca da ética e da moral, indicando uma estreita relação entre o processo de surgimento dos comportamentos éticos e os objetivos da clínica, a saber, passagem para a posição depressiva. A ênfase da passagem da posição esquizo-paranóide para a posição depressiva é uma implicação clínica da reflexão de Klein acerca da ética e da consciência moral.
15) Melanie Klein ampliou e desenvolveu algumas ideias sobre o conceito de transferência, que como um conceito fundamental da teoria psicanalítica orienta o trabalho analítico kleiniano. Observe abaixo qual da afirmativas corresponde à concepção de transferência na perspectiva kleiniana:
 
I. Nesta teoria, a idade tem papel preponderante, por isso, crianças em idades muito tenras não são capazes de viver uma relação transferencial. 
II. Pelo trabalho constante da transferência, podemos considerar que quanto mais o paciente vai compreendendo sua realidade psíquica (objetos internos, envolvimento emocional com estes objetos e uso afetivo nas suas relações) maior será a evolução na sua maturação e crescimento emocional.
III. A transferência poderia ser realizada pelos pacientes psicóticos em oposição ao modelo freudiano que considerava ser difícil à prática da psicanálise com estes pacientes. 
IV. A transferência só era possível se fosse considerada a partir do modelo da posição depressiva, onde se supunha haver um mínimo de organização para seu estabelecimento. 
V. A instalação do Complexo de Édipo aos três anos de idade inaugurava a possibilidade de estabelecimento de relações transferenciais.
Está CORRETO o que se afirma em:
C: São corretas as afirmativasII e III.
Justificativa: Em pacientes com predominância da parte psicótica, mais regressiva, a atitude maternal de rêverie, holding, empatia, necessita predominar, embora, é claro, isso não significa tratar o paciente como a mãe o faz com o bebê. Em ocasiões em que o paciente se mostrar mais evoluído (predominância da parte neurótica ou sadia), o analista assumiria então o papel paternal esclarecedor, pelas interpretações.
16) Para a psicanálise kleiniana a transferência equivale a uma situação total e, nesta dimensão, o valor atribuído a ela define um lugar revelador dos aspectos do paciente. A partir desta consideração o quê significa a totalidade transferencial no processo analítico?
D: Só podemos afirmar haver a totalidade transferencial quando para além discurso verbal, são considerados os referentes não verbais, expressões faciais, maneiras de lidar, entonação e tudo mais que seja mostrado ao analista, que por esta via compreenderá a relação do paciente consigo, com o outro e com o mundo, interpretando ansiedades e fantasias.
Justificativa: A psicanálise kleiniana vê a transferência como uma situação total e não só o que aparece no material verbalizado na sessão, relacionando-se a conflitos, sentimentos relativos a situações repetidas, etc. A partir de Klein, a transferência é sempre vista como dirigida ao analista, que deve então interpretar a e na transferência, mostrando que o que aparece na análise é a realidade do mundo interno emergindo, se expressando e sendo experimentada naquele momento.
17) Um paciente de 24 anos que saíra muito frustrado de sua última sessão chega na sessão de análise subsequente e diz ao analista que irá interromper o trabalho por estar muito bem e não precisar mais de psicólogo para tratar de seus problemas. Acha que sozinho dará conta de trabalhar seus desamores e prefere ficar sem ninguém, que é melhor estar só do que mal acompanhado. Diante deste relato assinale um dos pressupostos kleinianos que pode estar relacionado com a situação descrita.
Assinale a resposta CORRETA. 
B: O paciente parece em estado de defesa maníaca, demonstra triunfar sobre o objeto ameaçador.
Justificativa: Como método alternativo de lidar com as ansiedades, o ego recorre, intensamente, à defesa maníaca. As defesas maníacas são geradas pela culpa do indivíduo ao perceber os estragos feitos por ele, pois se sente incapaz de consertar o que danificou, e sua consciência moral o ameaça com uma carga de culpa e remorso maior do que ele é capaz de suportar. Então, para se defender, o sujeito passa a desvalorizar o objeto prejudicado, julgando-o não necessário, assim isentando-se da culpa e remorso e aplacando a angústia pelo risco de perdê-lo.
18) Bianca numa sessão de ludoterapia mostra-se arrogante com a analista, comportando-se de forma altiva e indiferente. Não dirige o olhar, nem sua fala à analista, demonstra desdém aos objetos e itens da sala, vez ou outra reclama do que não encontra em sua caixa. A partir do que nos ensina Melanie Klein, como deve agir a analista nesta situação?
A: Dar o espaço necessário à expressão das insatisfações da criança, e só intervir quando puder interpretar as fantasias subjacentes às ações da criança, cujas insatisfações apresentadas revelam parte de seu mundo interno.
Justificativa: O analista não é o guardião da realidade e o suporte da verdade. O confronto deve ocorrer entre as formas de expressão e simbolização da fantasia e os mecanismos de defesa do paciente, refratários a admiti-las, expressá-las e simbolizá-las. A função analítica não é confrontar, mas constituir o campo do confronto intrapsíquico, vale dizer, situar-se no terreno das próprias fantasias e seus conflitos com o ego do paciente.
19) Uma paciente de 50 anos procura ajuda psicológica um ano depois da morte do marido. Na primeira entrevista ela fala dele desesperadamente. Relata que todos os dias sente como se fosse o primeiro dia sem ele. Não consegue cuidar dos filhos adolescentes. Não se conforma com a morte do marido, colocando-o como alguém perfeito, de quem dependia totalmente. Sente que a vida paralisou depois dessa perda. A intervenção inicial de um psicólogo de teoria kleiniana deve apontar para:
C: Ficar atento à relação que se estabelece com o psicólogo, pois dessa forma é possível analisar o que se atualiza nessa vivência de perda.
Justificativa: A transferência é um fenômeno psíquico em que todas as fantasias, ansiedades e defesas que compõem o mundo interno são expressas nas situações vividas no cotidiano. O indivíduo traz para cada nova relação que estabelece ou cada nova situação que vive, toda sua história, seus objetos internos, seus medos e esperanças e transfere-as para a situação atual. Embora a transferência não seja específica da relação analítica, ela é incrementada nesta relação. Klein afirma que, na medida em que o analista vai abrindo caminho em direção ao inconsciente do paciente, a premência em transferir suas experiências mais profundas e mais primitivas é reforçada e o setting analítico passa a ser o lugar privilegiado para a transferência e, especialmente, para sua explicitação.
20) Em uma sessão de ludoterapia a criança pega a arma e dá vários tiros no analista. Depois de matá-lo diversas vezes, o analista pergunta o que irá fazer agora já que ele estava morto e não poderia mais brincar com ele. A criança responde que irá ressuscitá-lo, quantas vezes forem necessárias, o analista pergunta como fará isto, a criança responde que com mágica, com a varinha do pirlim pimpim (fazendo sinal com os braços) como se tivesse com a varinha em mãos. A criança pede para que o analista se levante e comece a brincar com ele rapidamente.
Klein destaca que a reparação é sempre um trabalho penoso, pois implica reconhecer que se possa ter colocado em risco uma relação e se responsabilizar por isso.
Marque a alternativa CORRETA que mostre o tipo de reparação que a criança realizou na sessão com seu analista para dar conta de seus impulsos agressivos.
C: A criança fez o analista viver novamente na tentativa de reparar o estrago cometido pautado na onipotência, o que Klein chamou de reparação maníaca.
Justificativa: A tentativa de reparação desse estrago fantasisticamente causado, surgiria como um avanço na integração do ego e de seus objetos internos (integração). Mudar-se-ia de tipo psicótico de angústia para uma forma mais neurótica desse afeto, que seriam o pesar e a culpa, consistindo em reconhecer o objeto como um todo e perceber os sentimentos ambivalentes em relação a ele. Nessa tentativa de restaurar o objeto estragado pelos ataques sádicos, a criança que faz um uso saturado desse mecanismo de características obsessivas (reparação), pois não suportaria a culpa por ter atacado esse objeto amado. Assim, realiza uma 'eterna' tentativa de repará-lo.

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