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153 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S C O R P O E E N V E L H E C I M E N T O : U M A R E F L E X Ã O – A R T I G O D E R E V I S Ã O C l a u d i a F e i o d a M a i a L i m a 1 M a r i a d a C o n c e i ç ã o C o s t a R i v e m a l e s 2 r e s u m o Objetivo: refletir sobre questões que permeiam o envelhecer e o corpo, envolvendo mudanças e significado para a sociedade moderna. Método: trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada a partir do levantamento de publicações indexadas nas bases de dados Medline, SCIELO e LILACS, no período de agosto de 2009 a junho de 2010. O corpus do estudo foi composto por onze publi- cações. Resultados: transformações do corpo são inerentes ao envelhecimento, no qual se encontram embutidas questões refe- rentes ao bem-estar, à saúde, à dor, à doença e ao processo de envelhecer. Através da relação “eu-corpo-outro-mundo”, vive-se a corporeidade de modo significativo para si, e deseja-se o reco- nhecimento desse valor pelos outros. No entanto, juventude e vigor 1 Graduada em Enfermagem. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Vínculo Institucional: Professora assistente da Universidade Federal da Bahia (UFRB). E-mail: claudia- feiolima@yahoo.com.br 2 Graduada em Enfermagem. Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Vínculo Institucional: Professora assistente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). E-mail: mariarivemales@hotmail.com 154 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S tornam-se elementos centrais numa sociedade que tem o corpo como meio de expressão e de construção de identidades. O corpo do velho é o corpo “diferente”, comparado – em desvantagem – com o modelo de corpo e beleza jovem vigente na sociedade. Conclusão: reconhecer as transformações do corpo na maturi- dade significa incluí-lo no registro da diferença, recolocando-o num lugar de valor, mantendo-o no circuito do desejo, sem exageros e negação de si. p a l a v r a s - c h a v e Idoso. Corpo Humano. Enfermagem. 1 I n t r o d u ç ã o O corpo é tudo aquilo que somos, mas também aquilo que nos escapa, que nos ultrapassa, que não nos pertence. É nele que marcas/símbolos cultu- rais são inscritos e funcionam como um modo de classificar, agrupar, ordenar, qualificar e diferenciar, posicionando de diferentes modos os sujeitos na escala social e determinando quem pertence ou não a certas classificações de corpo: magro, alto, belo, branco, jovem, heterossexual, saudável, entre outros. Esses marcadores identitários não são fixos ou estáveis, são objetos de uma contínua construção. Visto desta perspectiva, o corpo é um construto social e cultural alvo de diferentes e múltiplos marcadores identitários (ANDRADE, 2003). Assim que o corpo chega, a sociedade toma conta dele, sendo concebido e vivido como se fosse um objeto inacabado, incompleto (MALYSSE, 2000). Enquanto construto social, o corpo é produzido como um elemento discursivo de múltiplas instâncias econômicas, sociais e culturais e cada sociedade ou grupo social dispõe de maneiras específicas de conceber e lidar com o corpo, interpretando-o e representando o seu estado de saúde ou doença de forma distinta. A experiência do corpo, segundo Chammé (1996), pode nortear-se entre dois pólos: o de saúde e o de doença. Porém, seus determinantes não serão necessariamente ditados pela exclusividade do acometimento biológico, mas também pelas condições culturais e simbólicas que configuram sua ampla e complexa identidade. Nesse sentido, a doença, como fenômeno social, é capaz de estabelecer uma relação entre as ordens biológica e social, atingindo concomitantemente 155 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O Sao indivíduo, no que deve à biologia – o seu corpo – à sociedade e as rela- ções sociais (CANESQUI, 2003). Tais relações estarão constantemente sob controle, mediante as condições de riscos e alteração do estado de saúde, que, uma vez instalados, nunca são considerados como definitivo, por entender que saúde e doença estão constantemente sob uma condição tanto provisória, quanto suspeitável. No decorrer do século XX, a imagem do que é saúde sofre um deslo- camento em relação a conceitos de períodos anteriores. A conquista de um corpo saudável e belo passa a ser entendida como um objetivo individual a ser atingido por meio de um exercício intencional de autocontrole, envol- vendo força de vontade, restrição e vigilância constantes (ANDRADE, 2003). Na modernidade, o que se verifica é uma utopia centrada no corpo, na saúde em aliança com a beleza. Através dos meios de comunicação, circulam as informações sobre os problemas de saúde e as formas de se chegar à aparência da beleza (SILVA, 2001). Na medida em que o sujeito, através de seu corpo, exibe as condições de ordem ou de desordem nele instaladas, cabe-lhe, ainda, simbolicamente, a tarefa de apresentá-lo como se fosse um verdadeiro passaporte que permite ao seu portador efetuar e efetivar a ampliação ou restrição das suas relações interativas (CHAMMÉ, 1996). Por outro lado, em função do mercado de consumo, o corpo sofre por um processo de construção e reconstrução. Ele consome a si mesmo como imagem bela que se permite vender, sendo importante um corpo belo, jovem e saudável, que exaltado e padronizado pelos modelos atuais em nossa sociedade, desva- loriza o envelhecimento, e consequentemente, leva a não percepção social da velhice, por ser o corpo em declínio revelador da finitude do ser. Nessa perspectiva, o presente estudo evidencia o conhecimento situacional das publicações evolutivas a respeito das questões que permeiam o envelhecer e o corpo, envolvendo mudanças e significado para a sociedade moderna. 2 M é t o d o Trata-se de um estudo bibliográfico, desenvolvido com publicações científicas. A coleta de dados foi realizada no período de agosto/2009 a Junho/2010, a partir do levantamento de publicações indexadas nas bases de dados Medline (National Library of Medicine, USA), SCIELO (Scien- tific Eletronic Library Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do 156 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S Caribe em Ciências da Saúde), utilizando-se as seguintes palavras-chave: corpo humano, idoso, envelhecimento. Foram incluidas publicações da literatura nacional que tratassem sobre a temática do estudo e estivessem disponíveis eletronicamente. O corpus da pesquisa foi composto por onze publicações. As fases da pesquisa ocorreram, respectivamente, a partir da identificação e localização de referencial teórico que abordasse o tema em estudo, do fichamento e arquivamento do material encontrado, da obtenção das informações pertinentes ao estudo, e por fim, da redação do trabalho. Na análise bibliográfica, foi utilizada a abordagem qualitativa, uma vez que essa permite entrar em profundidade na essência do tema proposto. As publicações foram analisadas de modo a refletir sobre questões que permeiam o envelhecer e o corpo, envolvendo mudanças e significado para a sociedade moderna. Por se tratar de uma revisão bibliográfica, não foi necessária a apro- vação por um Comitê de Ética em Pesquisa. 3 R e s u l t a d o s As publicações selecionadas e incluidas no estudo são apresentadas e descritas na tabela 1 em ordem cronológica de publicação. 157 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S Ta be la 1 – P ub lic aç õe s da li te ra tu ra n ac io na l i nc luid as n o es tu do . A no A ut o re s T ítu lo O b je tiv o d o e st ud o R es ul ta d o s d e in te re ss e p ar a es ta r ev is ão 19 96 C H A M M É, S e- ba st iã o Jo rg e M od os e m od as d a do en ça e d o co rp o. C om pr ee nd er o p ro ce ss o da “ C on st ru çã o S oc ia l d a S aú de ”. Tr at a so br e a co ns id er aç ão d os p ro ce ss os d e co ns tru çã o, d es co ns tru çã o e de e vo lu çã o do im ag in ár io e d as re pr es en ta çõ es s oc ia is v iv en ci a- do s pe lo s su je ito s e se us c or po s. 20 00 M A LY S S E, S té ph an e R ém y A lé m d o co rp o: a ca rn e co m o fic çã o ci en tíf ic a. R ea liz ar u m a re fle xã o cr íti ca s ob re o li vr o de D av id L e B re to n L’ ad ie u au c or ps . P ar a D av id L e B re to n, o in di ví du o, n a so ci ed ad e co nt em po râ ne a, p en sa o c or po c om o um m at er ia l, co m o um s im pl es s up or te e v eí cu lo d a pe ss oa , as si m a nd an do e p en sa nd o, e le p ar ec e se a fa st ar ca da v ez m ai s do s eu p ró pr io c or po e c on ce bê -lo co m o um a m at ér ia im pe rfe ita , c or rig ív el e fi na lm en - te d is pe ns áv el . 20 03 A N D R A D E, S an - dr a S an to s do s S aú de e b el ez a do co rp o fe m in in o – al gu m as re pr es en - ta çõ es n o B ra si l d o S éc ul o XX . S itu ar o c or po , p rin ci pa lm en te o fe m in in o, co m o um c on st ru to h is tó ric o, s oc ia l e cu ltu ra l, pr od uz id o de m úl tip la s fo rm as n o te m po e n o es pa ço . Lo ca liz a al gu m as d as tr an sf or m aç õe s, p er m a- nê nc ia s e/ ou ru pt ur as o pe ra da s na s re pr e- se nt aç õe s de c or po fe m in in o na in te rre la çã o en tre s aú de e b el ez a no d ec or re r d o sé cu lo X X, si na liz an do c om o a m ed ic in a so ci al h ig ie ni st a ap ro pr io u- se d os d is cu rs os e ug ên ic os c om o in tu ito d e pr od uz ir no vo s co nc ei to s de h ig ie ne , de s aú de e d e co rp o em n om e da p op ul aç ão . 20 03 C A N ES Q U I, A na M ar ia O s es tu do s de an tro po lo gi a da sa úd e / do en ça n o B ra si l n a dé ca da d e 19 90 . R ev er e c om en ta r o s es tu do s an tro po - ló gi co s e qu al ita tiv os s ob re a s di m en sõ es so ci oc ul tu ra is d a sa úd e/ do en ça . In cl ui a d is cu ss ão s ob re a s ex ua lid ad e, d oe nç a e re la çõ es d e gê ne ro , t ra ça nd o al gu ns fa to re s qu e co nt rib uí ra m p ar a a ex pa ns ão d a pr od uç ão ac ad êm ic a pr op os ta n o ob je tiv o do e st ud o. 20 05 S A N TA N A , R o- si m er e Fe rre ira ; S A N TO S , I ra ci do s Te or iz an do o e nv e- lh ec er p ar a cu id ar da p es so a id os a: es tu do s oc io - po ét ic o. Id en tif ic ar , n as m an ife st aç õe s do im ag i- ná rio d e pe ss oa s id os as , c on ce ito s co m ad er ên ci a à te or iz aç ão d o en ve lh ec er q ue de m ar qu em s eu m od o de v iv er . Tr at a o en ve lh ec er c om o a un iã o da id ad e co m a ex pe riê nc ia ; a c on tin ui da de d o vi ve r. O e nv el he - ci m en to d es ej ad o in flu en ci a um a no va fo rm a de se p os ic io na r f re nt e à vi da , p ar a qu e el a lh e tra ga um c re sc im en to p es so al . C on tin ua ... 158 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S 20 08 P R O C H ET , Te re sa C ris tin a; S IL VA , M ar ia Jú lia P ae s da S itu aç õe s de de sc on fo rto v iv en - ci ad as p el o id os o ho sp ita liz ad o co m a in va sã o do e sp aç o pe ss oa l e te rri to ria l. Id en tif ic ar a s si tu aç õe s de d es co nf or to vi ve nc ia da s pe lo id os o ho sp ita liz ad o co m a in va sã o do e sp aç o te rri to ria l e p es so al . Ev id en ci a as s itu aç õe s de in va sã o te rri to ria l e in va sã o pe ss oa l d e de sa gr ad o do s id os os , o nd e a in va sã o pe ss oa l e st á at re la da à m an ip ul aç ão da u ni da de d o cl ie nt e se m s eu c on se nt im en to e ao d es re sp ei to à in tim id ad e co m a b an al iz aç ão da e xp os iç ão d o co rp o. 20 08 M A IA , G ab rie la Fe lte n da C or po e V el hi ce na C on te m po ra - ne id ad e. D is cu tir s ob re o te m a ve lh ic e, c or po e so ci ed ad e. Tr az re fle xõ es s ob re a p ro bl em at iz aç ão d as im a- ge ns c on st ru íd as e m to rn o do e nv el he ci m en to n a at ua lid ad e. 20 08 M A R IN , M ar ia Jo sé S an ch es et a l. D ia gn ós tic os d e en fe rm ag em d e id os as c ar en te s de um p ro gr am a de sa úd e da fa m ília (P S F) . Id en tif ic ar o s di ag nó st ic os d e en fe rm a- ge m , s eg un do a ta xo no m ia II d e N A N D A , so br e um g ru po d e id os as c on si de ra da s m ui to p ob re s. O s di ag nó st ic os d e en fe rm ag em id en tif ic ad os re ve la ra m -s e im po rta nt es n a ca ra ct er iz aç ão d as co m pl ex as n ec es si da de s ap re se nt ad as p el as id os as e n o gr an de a va nç o no d ire ci on am en to d a as si st ên ci a. 20 09 M EN EZ ES , Tâ ni a M ar ia d e; LO P ES , R eg in a Lú ci a M en do n- ça ; A ZE VE D O , R os an a Fr ei ta s. A p es so a id os a e o co rp o: u m a tra ns - fo rm aç ão in ev itá ve l. C om pr ee nd er a p er ce pç ão q ue o id os o te m d o pr óp rio c or po e m e nv el he ci m en to . D es cr ev em c in co u ni da de s de s ig ni fic ad o qu e fo - ra m c on st ru íd as n o es tu do . T ai s un id ad es p os si - bi lit ar am a c on st ru çã o da u ni da de d e si gn ifi ca çã o “o c or po e nc ar na do é p er ce bi do n o pr oc es so d e en ve lh ec im en to a p ar tir d e si gn os fí si co s” . 20 10 M EN D O N Ç A , M ar ia P on te s; S Q U A S S O N I, C ar ol in a El is a- be th ; Z A N N I, K ar in a P ic ci n. En ve lh ec er e a pr en - de r: um m od el o de at ua çã o co m e nf o- qu e na e du ca çã o em s aú de . D es cr ev er o tr ab al ho re al iz ad o po r u m ei xo te m át ic o do D ep ar ta m en to d e Te ra pi a O cu pa ci on al d a U ni ve rs id ad e Fe de ra l d e S ão C ar lo s – U FS C ar , d a ár ea d e ge ro n- to -g er ia tri a, ju nt o a um g ru po d e pe ss oa s em p ro ce ss o de e nv el he ci m en to , d en tro da p er sp ec tiv a da E du ca çã o em S aú de . O m od el o de E du ca çã o em S aú de fo i p ro m ot or de m ud ança s e pe rm iti u ao s pa rti ci pa nt es a v i- vê nc ia e d es co be rta d e su as c ap ac id ad es fr en te ao p ro ce ss o de e nv el he ci m en to , p ro m ov en do a ab er tu ra a n ov os in te re ss es e h ab ilid ad es . 20 10 S IL VA , A ila do s S an to s; S A N TO S , I ra ci ; B ER A R D IN EL LI , Li na M ig ué is B od y im ag e of th e el de rly in th e re fle x of s el f- ca re fo r h ea lth y ag in g: A so ci al -p oe tic s tu dy . A na lis ar a d im en sã o im ag in at iv a de id os os so br e se u au to cu id ad o vi sa nd o ao e nv el he - ci m en to s au dá ve l. Ev id en ci ou -s e qu e os id os os m an ife st ar am s ua pr eo cu pa çã o co m o d es cu id o co m o c or po e m su as d im en sõ es fí si ca , i nt el ec tu al / em oc io na l, so - ci al e sp iri tu al , r es sa lta nd o a vu ln er ab ilid ad e pa ra as d oe nç as c rô ni ca s, n a at ua lid ad e um g ra nd e pr ob le m a de s aú de p úb lic a. C on tin ua çã o 159 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S4 D i s c u s s ã o 4 . 1 O C o r p o q u e E n v e l h e c e Há o pressuposto de que infância, juventude, maturidade e velhice são conceitos construídos historicamente, regulados por valores e representações sociais, que vão orientar a inclusão e a exclusão das pessoas no campo social (BIRMAN, 1996). Por outro lado, Marin et al (2008) citam que se deve levar em conta que profundas transformações vêm ocorrendo na estrutura etária da popu- lação, caracterizada pela acentuada longevidade, atribuída, em especial, às melhores condições de vida das pessoas, no que se refere ao acesso às novas tecnologias de atendimento à saúde. A temática do envelhecimento vem ganhando maior destaque em dife- rentes campos, em virtude do aumento significativo da população em idade avançada e dos possíveis problemas que tal fato acarretará à sociedade. Essa maior visibilidade ampara-se em estatísticas populacionais que salientam o fenômeno do crescimento, em escala mundial, do grupo de idosos no total da população. Tal transformação na estrutura etária brasileira tem exigido uma revisão dos estereótipos comumente associados à velhice (MAIA, 2008). As principais razões para a transição demográfica e epidemiológica são os avanços da ciência e a melhoria das condições sanitárias, tendo revelado como consequência o aumento absoluto e relativo da população idosa brasileira. Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, essa transição tem ocorrido de forma acelerada, o que vem tornar necessária a organização dos serviços de saúde e, principalmente, o conhecimento dos profissionais de saúde para se tornarem hábeis em lidar com essa clientela (PROCHET; SILVA, 2008). O fato de se estar envelhecendo, de modo tão acelerado, traz transfor- mações nos valores éticos, estéticos e no modo como se percebe o processo de envelhecer. Mendonça, Squassoni, Zanni (2010) relatam que muitas são as transformações inerentes ao envelhecimento, entre elas, as relacionadas ao corpo, sendo caracterizadas como de difícil elaboração, ainda que possam ser aspectos relativizados. Cada um tem uma imagem corporal de si mesmo, e essa imagem muda em cada etapa de vida. Sendo a velhice uma dessas etapas, é nela que se concentra o momento mais dramático de mudança de imagem corporal, pela dificuldade de aceitação da imagem envelhecida em uma sociedade que tem como referência a beleza da juventude. 160 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S Com a população em crescimento, os anos ainda são concebidos como parte do passar do tempo, expressados no corpo. No imaginário social, o processo de envelhecimento é apontado pelo desgaste, pelas limitações e perdas físicas e dos papéis sociais. As perdas, de maneira frequente, são vistas como problemas de saúde, manifestando-se, em grande parte, na aparência do corpo (MENEZES; LOPES; AZEVEDO, 2009). No corpo encontram-se embutidas as questões referentes ao bem-estar, à saúde, à dor, à doença e ao processo do envelhecimento. Através da relação “eu-corpo-outro-mundo”, o ser humano vive sua corporeidade de modo signi- ficativo para si próprio, e deseja ser reconhecido nesse valor significativo pelos outros. Nos domínios da subjetividade, trata-se do corpo de um sujeito, que fala de si, que se representa na sua história. História enquanto processo consti- tuído, através das imbricações dos acontecimentos de sua vida de sujeito, cujos elos associativos conferem um sentido a sua existência (PY, 1999). Os idosos apresentam condições específicas que os tornam mais vulne- ráveis a perdas, tanto do ponto de vista funcional como emocional, social e econômico, predispondo-os, principalmente, à presença de múltiplas doenças, baixa autoestima, depressão, incapacidade para realizações e pobreza, com grandes interferências na qualidade de vida (MARIN et al., 2008). Todavia, para Fontes (2007), o aparecimento de doenças crônicas, prevalentes neste período da vida, leva à existência de incapacidades, que podem prejudicar ainda mais o desempenho funcional do indivíduo, o que de algum modo acaba por interferir profundamente em sua relação com o mundo que o cerca. Envelhecer e adoecer não são sinônimos. É reconhecido que algumas doenças são próprias do envelhecimento, e que, com o decorrer do tempo, elas provocam mudanças corporais. Assim, existem dificuldades enfren- tadas pelos idosos, decorrentes de alterações na integralidade do seu corpo, demonstrando que ele possui um forte significado da vivência. Na aproximação da velhice, o corpo em modificação, suscita senti- mentos de perda. É preciso, contudo, que o sujeito desse corpo se ponha à tarefa de reconhecer a si mesmo, confrontando a imagem que se fez ideal, com a realidade das suas capacidades e dos seus limites. A idade, para alguns idosos, significa causa de espanto e perda do corpo belo, do padrão jovem exposto pela mídia, que classifica na sociedade quem é velho ou jovem. Por outro lado, a idade é apenas um fator social criado para padronizar aspectos sociais e sua importância é sociocultural. Porém, ela é experenciada diferentemente por cada pessoa (SANTANA; SANTOS, 2005). 161 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O SO corpo velho é um corpo que não perfila ao parâmetro de (re)cons- trução a partir de um conjunto de discursos, práticas e procedimentos que visam a torná-lo culturalmente adequado, capaz de atender as exigências de uma corporeidade supostamente considerada como ideal. Sua presença torna-se uma anomalia em uma sociedade voltada para a perfectibilidade, necessitando, por isso, ser escamoteado ou corrigido (FONTES, 2007). A negação da velhice se dá por um duplo aspecto. Através da cons- trução de práticas que tendem a encobrir os problemas próprios da idade mais avançada, oferecendo oportunidades de afastar os efeitos do envelhe- cimento com a renovação do corpo, das identidades e da autoestima. Como também aqueles velhos, que em situação de dependência, pobreza e aban- dono não podem adequar-se aos modelos de uma velhice bem sucedida, podendo acabar sendo afastados dos circuitos sociais. Na contemporaneidade, conforme Pitanga (2006) há uma obsessão pelo corpo jovem e uma tentativa de corrigir a marca de passagem do tempo. É justamente esse conhecimento que leva ao enaltecimento do corpo belo e vigoroso, provocando a depreciação do corpo velho e conseqüente busca incessante de adiar ou aniquilara velhice. O desenvolvimento de uma gama enorme de tecnologias, na atualidade, permite a produção de novos discursos, novos modos de subjetivação e novas formas de pensar, sentir e viver a velhice (SIBILIA, 2002). A adoção de uma nova representação para as pessoas em idade avançada, associada à produ- tividade, passa a compor os discursos sobre a velhice na atualidade. Acom- panhando essa modificação, novos estilos de vida estão sendo propostos, culminando na produção de uma nova imagem para a velhice (MAIA, 2008). Assim, vivemos um deslizamento, um cruzamento de fronteiras entre o corpo e as tecnologias, colocando em cheque conceitos, como saúde e beleza, pois não há um limite que possa ser estabelecido para determinar o que é saúde e o que é beleza (SILVA, 2000). Juventude e vigor tornam-se elementos centrais numa sociedade que tem o corpo como meio de expressão e de construção de identidades. O corpo passa a ser submetido a um regime em que nada pode vazar ou fugir ao controle, gerando um corpo belo, jovem e vigoroso, mesmo que, contradito- riamente, seja iminente a importância de se discutir juventude e longevidade. Instaura-se, portanto, um cenário que nos leva a pensar sobre a rejeição e o temor em envelhecer em virtude do mito da “eterna juventude”. Se por um lado há um aumento da longevidade e da população de idosos, por outro, observa- se um obscurecimento da velhice, na medida em que se recorre a técnicas que evitem o progresso da decadência física. Esse imperativo espalhou-se de tal 162 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S forma que afetou o cotidiano dos indivíduos e aprisionou o devir em corpos que lutam para alcançarem o inatingível – a eternidade. O que parece estar em evidência, para Maia (2008) é a dificuldade em lidar com a velhice e seus imperativos, como a aproximação da morte e a decadência física. Com o investimento maciço sobre a dimensão corporal, na sua aparência, saúde, performance ou longevidade é comum a presença do modelo biomédico dominante na definição do envelhecimento, conside- rando-o exclusivamente em termos de declínio da idade adulta, como um estado patológico, uma doença a ser tratada. Essa discussão demonstra que tais percepções referem-se a uma relação bioideológica com a velhice. É sobre seus corpos, a partir dos sinais visíveis do envelhecimento e da metáfora médica, que os sentimentos e discursos são produzidos. Ao mesmo tempo em que estão numa dimensão não produtiva, de descarte, resíduos da natureza são novamente requisitados, postos em circulação através de atividades, produtos e serviços (MOTTA, 2002). O corpo do velho é o corpo “diferente”, comparado – em desvantagem – com o modelo de corpo e beleza jovem vigente na sociedade, manipulável para se aproximar deste (MOTTA, 2006). Sendo o envelhecimento evidenciado por um padrão cultural e estético antagônico, o envelhecer pode passar a ser vivido como um defeito que pre cisa ser disfarçado por meio de artifícios que prometem o reju venescimento (SILVA; SANTOS; BERARDINELLI, 2010). Assim, é preciso que a pessoa idosa não procure na imagem do corpo os padrões de beleza da mídia, pois se sabe que a sociedade desempenha papel de destaque na forma como conduz os indivíduos para a importância que atribuem a seus corpos. Portanto, à luz dessas questões é que se considera a necessidade de dar maior atenção a essa estetização da existência, em que somos o que aparen- tamos ser, fazendo do corpo o espelho da alma. 5 C o n c l u s ã o Ao colocar em foco as questões aqui discutidas, podem ser pensados outros modos de viver na velhice, uma vez que tem sido posta em pauta a necessidade de se (re)pensar as experiências nessa fase de vida. Formas essas que permitem a construção de novas identidades, não mais sob uma ótica negativa, mas também que não se radicalize na idéia da mesma sem problemas, superável. A velhice se apresenta de alguma maneira, através da imagem do corpo, e mesmo que o indivíduo encontre uma imagem mais ou menos convincente ou satisfatória de si mesmo, não pode fugir das modificações que o corpo 163 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O Svai apresentando com o passar dos anos. Portanto, reconhecer as transfor- mações do corpo na maturidade significa incluí-lo no registro da diferença, recolocando-o num lugar de valor que o faz permanecer no circuito do desejo, contudo sem exageros e negação de si mesmo. Envelhecer pode trazer limites, incapacidades, mas também pode abrir novas possibilidades de projetos e valores. É importante considerar os aspectos sócio-culturais que envolvem o corpo e o envelhecimento, incluindo valores morais, que através de reflexões, intervenções e vivências, podem construir um contexto social mais inclusivo, de forma a permitir um envelhe- cimento ativo e qualificado. Assim, para atuar junto a essa parcela da população, é necessário se pautar na integralidade do cuidado. O enfermeiro, por sua vez, deve exercer seu papel assumindo um dimensionamento ampliado (SILVA; SANTOS; BERARDINELLI, 2010) e, muitas vezes, distinto das bases de formação e de atuação dos profissionais de saúde que, por muitos anos, vem privilegiando o tecnicismo e deixando de lado os aspectos subjetivos do envelhecimento (MARIN et al., 2008). Nesse sentido, a enfermagem desempenha importante papel frente às peculiaridades da pessoa idosa, na medida em que dá ênfase ao potencial que ela é capaz de utilizar diante das modificações que são inerentes ao envelhe- cimento, possibilitando, dessa maneira, o envelhecer saudável, mesmo com as inevitáveis modificações do corpo. Portanto, os enfermeiros devem ampliar o entendimento quanto à urgência de estudos sobre o envelhecer considerando-o um fenômeno multifa- cetado, no qual a enfermagem tem um papel fundamental para contribuir com o envelhecimento saudável. Defende-se, aqui, um idoso que se coloca diante da vida através de um corpo autônomo e criativo, e que se utilize do avanço tecnológico na medida de suas reais necessidades e para o desenvolvimento de suas potencialidades. Ou seja, não seria negar a tecnologia, mas estar atento para não sucumbir diante dela. 164 Es tu d. in te rd is ci pl . e nv el he c. , P or to A le gr e, v . 1 8, n . 1 , p . 1 53 - 1 66 , 2 01 3. A R T IG O S B O D Y A N D A G I N G : A R E F L E C T I O N - R E V I E w A R T I C L E A b s t r a c t Objective: to reflect on questions related to the aging and the body, involving changes and significance for modern society. Methodo- logy: this is a bibliographical research from publications indexed in the virtual health library in the period from August 2009 to June 2010. The corpus of this study was composed of twenty publica- tions. Result: the transformations of the body are inherent to the aging, in wich they find inlaid referring questions to the welfare, to the health, pain, the illness and the process of aging. Through the relation “me-body-other-world”, lives it in significant way for itself, and desires the recognition of this value for the others. However, youth and vigor become central elements in a society that has the body as a way of expression and identity construction. The body of the old is “different” compared, disadvantaged, with the body model and young beauty in our society. Conclusion: to recognize the transfor- mations of the body at the maturity means to include it into the register of the difference, it in a value place, keeping it in the circuit of the desire, without a denial of itself. k e y w o r d s Aged Human Body. Nursing. referências ANDRADE, Sandra Santos dos. Saúde e beleza do corpo feminino – algumas repre- sentações no Brasil do Século XX. Movimento, Porto Alegre, v. 9, n. 1, p. 119-143,2003. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/2665>. Acesso em 15 de ago. de 2009. BIRMAN, Joel. Por uma estilística da existência: sobre a psicanálise, a modernidade e arte. São Paulo, ed. 34, 1996. CANESQUI, Ana Maria. Os estudos de antropologia da saúde/doença no Brasil na década de 1990. Ciência & saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, 2003. 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