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1 A INFLUÊNCIA DOS DESENHOS ANIMADOS NO COMPORTAMENTO E NA REPRODUÇÃO LÚDICA DAS PRÁTICAS CORPORAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA 1 Autor: Johnathan Charllys de Oliveira 2 RESUMO O objetivo deste artigo foi investigar as possíveis influências que os desenhos animados pudessem estabelecer sobre o comportamento e desenvolvimento das crianças nas diversas formas de manifestações lúdicas e corporais nas aulas de educação física. Os desenhos animados possuem um grande valor simbólico na aquisição de cultura, melhora no repertório linguístico e visual, além de estimular a fantasia, imaginação e criatividade. Porém concluímos que os educandos carecem de maior acompanhamento e orientação quanto ao uso mais adequado da televisão, para que os desenhos possam ser mais um recurso no processo de ensino e aprendizagem nas aulas de educação física desenvolvendo a lateralidade, coordenação, equilíbrio, ritmo e conhecimento de partes do corpo. PALAVRAS-CHAVE: Desenhos animados; brincadeiras; jogos; educação física. INTRODUÇÃO Certa oportunidade estava acompanhando um grupo de crianças brincando no recreio e percebi que imitavam um personagem de desenho animado chamado Ben 10 3 . No comportamento de imitação, era evidente a encenação fantástica com direito a mudança na entonação de voz, estratégias e diferentes formas de locomoção para alcançar os adversários imaginários, usando de ações rápidas e lentas com reações de movimentos corporais diversos diante do perigo eminente. Compunha esse imaginário, objetos inanimados ganhando vida, relógio ganhando superpoderes, e a batalha da imitação terminou com o herói e o vilão na secretaria da escola por conta de voadoras e socos que passaram da medida. Logo nas observações, pude perceber que essas práticas eram transferidas também para as práticas corporais nas aulas de educação física. Posterior ao fato acima citado, nessa observação empírica, pudemos então recorrer às pesquisas bibliográficas para melhor compreender e embasar nossos questionamentos iniciais, complementando e enriquecendo ainda mais o presente estudo. As principais características dos desenhos são a linguagem lúdica que carregam em seus personagens uma rede de relações 1 TCC de Pós-graduação Lato Sensu em Educação Física Escolar, sob a orientação da Professora Sonia Maria da Silva Rodrigues, Mestre em Ciências da Educação Superior _ UEG / PUC. 2 Pós-graduando em Educação Física Escolar pela Universidade Estadual de Goiás _ ESEFFEGO (2011) 3 Desenho animado apresentado pelo SBT (TV aberta) e CartoonNetwork (TV fechada), em que o personagem principal (um garoto), usa uma espécie de relógio (Ominitrix), para poder se transformar em seres alienígenas que possuem superpoderes, para salvar a terra. 2 significativas que permitem as crianças construir e reconstruir seu conhecimento. E ao perceber o fascínio que os desenhos animados exercem sobre as crianças, nos propormos a delinear o perfil do grupo estudado fazendo analises desses comportamentos e suas implicações na reprodução dos jogos e brincadeiras. Os desenhos animados demonstram constituir um ótimo material de uso pedagógico, o que norteou este estudo no intuito de compreender quais as possíveis influências desses desenhos na construção e reprodução das práticas corporais nas aulas de educação física. Portanto nos dedicamos em identificar e analisar o comportamento dos alunos, para perceber o nível de influência dos desenhos animados nas práticas corporais nas aulas de educação física. Em função desta análise não é possível à escola ignorar esse instrumento de modo a beneficiar a criança em seu desenvolvimento, abrindo novos espaços de discussão, reflexão e práticas para as aulas de educação física. Estudos como o de Vygotsky (1998) demonstram que as crianças usam da imaginação para satisfazer suas necessidades de diversão, medos, aventuras, conflitos em um processo de amadurecimento cognitivo, emocional e psicomotores. Vygotsky (1998b) não faz uma separação entre imaginação e realidade, ao contrário, mostra que a imaginação do homem se apoia na realidade existente, como vemos na epígrafe abaixo: A criança relaciona-se com a TV do mesmo modo que se relaciona com o que está a sua volta. Para ela, a TV constitui-se em um jogo simbólico, como são as brincadeiras infantis. A criança é receptiva das mensagens veiculadas a TV, ela recria de acordo com suas experiências em um processo de troca de conhecimentos. Ela incorpora o que vê e ouve de maneira criativa, retirando o que lhe interessa naquele momento. (POUGY apud PROCÓPIO, 2005, p.02.). É possível afirmarmos que, a grande maioria das pessoas acredita categoricamente que os desenhos animados podem sim influenciar na organização, escolha, comportamento e consequentemente na forma de brincar das crianças. A partir do nosso problema, outras questões foram levantadas a titulo de curiosidade, como: seria verídica essa hipótese? Seriam os desenhos uma possibilidade para adquirir novas formas de habilidades cognitivas ou mais um empecilho para aprendizagem e desenvolvimento motor através dos jogos e brincadeiras? Existem hoje vários estudos como os de: Wallon (1979), Piaget (1994), Vigotsky (1998) Huizinga (1971), Kishimoto (1998) e outros, retratando o papel do brinquedo e das brincadeiras através dos jogos no processo de desenvolvimento e aprendizagem infantil. Que ambos possuem um espaço de honra e destaque na formação e desenvolvimento das crianças, 3 penso que já se trata de um assunto bem discutindo e definido por aqueles que estudam sobre as infâncias e suas respectivas fases. Então, dando continuidade a essa linha de raciocínio, pretendemos dar alguns passos adiante nessa pesquisa, caracterizada pelo comportamento e a organização na forma de brincar das crianças, tendo como viés a possível influência que desenhos podem ou não exercer sobre os mesmo. MATERIAIS E MÉTODOS Quanto à classificação do tipo de pesquisa em função da sua natureza e objetivos, este estudo se trata de uma pesquisa exploratória com um estudo de caso. Participam alunos regularmente matriculados e frequentando a Escola Municipal Buena Vista no turno vespertino tendo 210 alunos no ciclo II, dentre os quais 16 destes alunos com idade entre 07 e 12 anos foram selecionados para servir a amostragem. Para André (1995) os processos de busca e análise vão se consolidando como uma abordagem quantitativa é uma forma numérica com maior exatidão para sustentar e analisar os resultados obtidos onde é possível fazer com maior precisão uma interpretação qualitativa. Os dados foram coletados por meio da análise do caderno de bordo 4 da turma e coordenação, questionários para os alunos, teste do brinquedo, além dos registros pessoais, e observação, como instrumentos e técnicas da pesquisa. Foram elaborados questionários com perguntas abertas e fechadas para analisar o perfil dos alunos. Com o perfil definido sobre a influência dos desenhos no comportamento das crianças, pudemos em outra situação aplicar o teste do brinquedo. Numa terceira etapa da realização desta pesquisa foi levantado o perfil dos alunos e realizado o teste do brinquedo, pudemos então fazer uma relação entre o perfil dos alunos e o objeto de estudo, visando compreender a possível influência que os desenhos pudessem interferir no comportamento e na manifestação lúdica das práticas corporais, ou seja, a forma do brincar nas aulas de educação física. Entre os métodos de análise de conteúdo na discussão, optou-se pela utilização do método de categorização, sendo agrupados em três temáticas: perfil dos alunos; influências dos desenhos no comportamento das crianças; reprodução lúdica das práticas corporais nas aulas de Educação Física.4 Espaço para registro de ocorrências individuais e coletivas de cada turma, relacionadas ao comportamento e disciplina dos educandos. 4 SELEÇÃO DA AMOSTRA Foram crianças que no próximo estágio (ciclo III), estarão sendo iniciadas aos cuidados ministrados pelo professor pesquisador nas aulas de educação física e, portanto consideramos importante analisar este grupo comparando seus comportamentos com as atitudes dos seus heróis favoritos afim de antever o grupo a futuramente ser alvo de intervenções pedagógicas necessárias. Desta forma será possível fazer um prognostico das intervenções necessárias para otimização do trabalho pedagógico. As crianças inqueridas frequentam a mesma escola, morando no Residencial Buena Vista da mesma, região sudoeste de Goiânia. Todas estudam no turno vespertino. Segundo ao IDETECH 5 , as crianças da amostra pertencem a famílias de classe média baixa, sendo o grupo homogêneo. No entanto existe um ou outro caso onde as crianças apresentam algumas carências, não só a nível econômico (materiais), como também afetivo (atenção, carinho). A escola pertence a uma região considerada de risco pelas constantes ocorrências de furtos, drogas e violência, segundo a DERFRFVA 6 . INSTRUMENTOS Foram apreciados vídeos, desenhos e palestras sobre o tema, além de ter sido efetuado um conjunto de leituras a partir de livros, site e mesmo revistas, com o objetivo de selecionar conceitos, adquirindo conhecimento e propriedade significativa para o estudo em questão. Para aplicação do questionário, usamos termo de consentimento e esclarecimento destinado aos pais. Para promoção da dinâmica de grupo, usamos um Datashow para apresentar desenhos. E por fim separamos um espaço para brincar com fantasias e brinquedos temáticos, e com isso de acordo com Sarmento apud Esperança (2006) suscitaram reflexões que nos permitiram compreender as infâncias em questão a partir de modos e de lógicas particulares de organização e de relacionamento, os quais evidenciam um processo de aprendizagem interativa entre crianças. DISCUSSÃO Tamanho da tela, qualidade de alta definição da imagem, cores empregadas, o ritmo de efeitos especiais no campo sonoro e visual, sala com ambiente escuro e atenção focalizada das 5 Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano. 6 Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos. 5 crianças, são indicativos de elementos que podem caracterizar técnicas conhecidas por mensagens subliminares 7 , segundo Calazans (1998). Dessa forma, conhecer como se processa o conteúdo dos desenhos animados como sendo um fato analisado capaz de influenciar ou alterar o comportando das crianças e saber se os desenhos animados fazem com que a mesma recorra à imitação em suas práticas corporais quando brincam, foi o estímulo à nossa curiosidade e deu início a proposta deste estudo de caso. Não é de hoje que a cidade de Goiânia tem se comparado a grandes metrópoles em praticamente todos os níveis e patamares. Sobreviver hoje em dia em cidades superlotadas e de trânsito mal planejado, contribuem para que haja uma considerável queda na qualidade de vida das pessoas, bem como no seu nível de stress. Calazans (1998) chega a comentar sobre hábitos cada vez mais rotineiros como o de famílias que conformam-se em morar em cubículos claustrofóbicos, casais que trabalham de 10 à 16 horas fora, deixando as crianças em creches, escolas de tempo integral, cursos extracurriculares e principalmente sozinhas vendo televisão. E estes pais estressados ou desinteressados, compensam a falta de carinho e calor humano com aparelhos de alta tecnologia (videogames, televisores com telas enormes e em alta definição). Como não se bastasse somasse ao hábito cultural das famílias de assistirem televisão enquanto fazem suas refeições, com a sala escura, unindo a interessante programação, quase sempre temática, para melhor prender a atenção, com as cores, o ritmo subliminar empregado e o tamanho das telas do aparelho televisor, com o minúsculo espaço físico das moradias que leva as crianças muito perto da televisão, com a tela preenchendo praticamente todo o seu campo visual. A partir desse quadro apresentado sobre a influência da televisão na vida das famílias e suas crianças, é que apresentamos e analisamos os resultados obtidos no questionário aplicado, onde é possível delinear o perfil dessas crianças fazendo analises desses comportamentos e suas implicações na reprodução dos jogos e brincadeiras. 7 Técnicas utilizadas para que apenas pequena parte da informação consiga atingir a nossa consciência, porém nosso subconsciente absorve toda ela. Elas são usualmente direcionadas para nossas necessidades básicas e instintivas, tais como: segurança, saciedade e sexo. Elas podem ser inseridas na forma visual e/ou auditiva nos mais diversos meios de comunicação e propaganda como, por exemplo, televisão, revistas, jornais, rádio e outros. São irreconhecíveis no plano da consciência, mas em certas condições podem afetar o subconsciente e mais tarde ações ou atitudes. (Calazans, F. Midiologia Subliminar Aplicada ao Pânico Pokemon Multimidiático: da Videosfera dos Vídeo-Games e Desenhos Animados às Histórias em Quadrinhos e Merchandising da Grafosfera, 1998). 6 Para melhor compreensão, a discussão será apresentada a partir das categorias firmadas em materiais e métodos nas três temáticas, sendo elas: 1- Perfil dos alunos; 2- Influências dos desenhos no comportamento das crianças; 3- Reprodução lúdica das práticas corporais nas aulas de Educação Física. 1- PERFIL DOS ALUNOS De forma unanime, os entrevistados relataram possuir pelo menos uma televisão em sua residência. É fato que a cada ano que se passar aumenta-se a renda familiar brasileira, entre as classes C e D (IBGE, 2008/2009). Isso nos revela a grande importância deste aparelho no cotidiano das famílias. A propósito, 63% dos entrevistados relataram ter entre dois e três aparelhos televisor e 37% possui apenas um. Neste grupo foi verificado que nenhum dos entrevistados possui mais de três aparelhos televisor em casa. A região ajuda a explicar esses dados, já que se trata de uma população tipicamente de classe média baixa. Isso nos mostra bem a relação entre o número de aparelhos de TV e a forma como se processa o consumo de imagens na infância, deste grupo específico. Segundo os dados obtidos pelo questionário, as crianças revelaram assistir TV apenas nos turnos matutino e noturno, já que estudam no período vespertino. Resumindo, a grande maioria deste grupo de criança prefere a programação matutina, sendo que 75 % dos entrevistados preferem a programação matinal e apenas 25% a noturna. Este é um dado preocupante por se tratar de um período ocioso, que na maioria das vezes as crianças optam por assistir televisão ao invés de brincar. O problema não é apenas assistir televisão, mas sim abrir mão de um momento importante na formação das crianças, já que ao assistir ela é apenas uma expectadora de algo já elaborado e pronto, e quando brinca ela se torna protagonista de sua própria história através da sua imaginação. Por fim, aqui o mais importante é a moderação, o equilíbrio nesta escolha, que deve ser sempre que possível mediada e orientada pelos pais, responsáveis e quando necessário, educadores. Quando questionadas a cerca do tempo de permanência a frente da televisão em dias úteis, temos 50% que permanecem mais de 3 horas por dia durante a semana, 38% entre 2 e 3 horas e apenas 12% permanecem com uma hora diária por semana. Ao passo que durante os fins de semana 63% das crianças inqueridas consomem mais de 3 horas, 25% entre 2 e 3 horas e 12% com uma hora. 7 Segundo Noberto (2005), o Instituto Nielsen fez uma pesquisaonde indica que as crianças norte-americanas assistem em média entre 21 e 23 horas semanais de televisão e que, se se mantiverem essa média, chegarão aos 70 anos tendo permanecido de 7 a 10 anos diante desta. Cientistas sociais ligados a OMS 8 , UNICEF 9 e ONU 10 tem mostrado que em todas as formas de programação violenta há três possíveis efeitos do visionamento de violência na televisão: 1) as crianças podem tornar-se menos sensíveis à dor e ao sofrimento dos outros; 2) são capazes de ter mais receio do mundo que as rodeia; 3) e têm mais tendência a comportar- se de uma maneira agressiva e prejudicial em relação aos outros. Ao avaliarmos os principais locais de visionamento da televisão em casa, percebemos que 85% assistem TV na sala e 12% no quarto e outros 3% em outros lugares. Compartilhamos com a ideia Jeffrey Kluger (2006) 11 quando afirma que a televisão instalada nos quartos, pode interferir no acompanhamento do conteúdo assistido pela criança, além de contribuir para que atrapalhe os estudos e o sono. Já a televisão instalada na sala permite com que todos estejam acompanhando uma mesma programação além oportunizar um espaço para que todos estejam juntos num mesmo ambiente, compartilhem gostos e preferências além da discussão daquilo que está sendo assistido. Um dado específico e importante para este grupo, quando inqueridas quanto à forma com que assistem televisão, percebemos que 25% assistem televisão em silêncio e 75 % comentam a cerca do assunto que estão observando. Como possibilidade, isso pode contribuir para o aumento do repertório linguístico, além de poderem ponderar, refletir e analisar o que assistem sobre uma ótica diferente. Por outro lado, concluímos que nem sempre, o fato de discutirem sobre o que assistem garante que o monitoramento do conteúdo será aplicado. A pergunta era se os pais deixam que seus filhos assistam qualquer desenho animado. A resposta nos mostrou que 75% dos entrevistados contam com a permissão de seus pais para ver qualquer desenho animado sem nenhuma restrição. E apenas 25% monitoram o que assistem. 8 Organização Mundial da Saúde, agência subordinada a ONU, com sua sede em Genebra, na Suíça, tem como objetivo desenvolver ao máximo o nível de saúde de todos os povos. 9 Fundo das nações unidas para infância, é uma agência subordinada a das Nações Unidas que tem como objetivo promover a defesa dos direitos das crianças, ajuda a dar respostas às suas necessidades básicas e contribuir para o seu pleno desenvolvimento. 10 Organização Mundial da Saúde, agência subordinada a ONU, com sua sede em Genebra, na Suíça, tem como objetivo desenvolver ao máximo o nível de saúde de todos os povos. 11 Em reportagem a edição on line da revista Time (02/06/06) publicou que as crianças dormem melhor se assistem menos televisão. 8 2- INFLUÊNCIA DOS DESENHOS NO COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS Gráfico 1_ (Goiânia / 2011) Quando propomos o tema, não esperávamos que nossa primeira grande surpresa, levando em consideração a faixa etária, fosse descobrir que para este grupo, a modalidade preferida a ser assistida não eram os desenhos animados, mas sim as novelas. Aqui, segundo estes dados, os desenhos apenas dividem a igual preferência com esportes e uma porcentagem um pouco menor com programações associadas à clips e musicais. Diante dos dados, refletimos acerca das consequências do acesso a informações do mundo adulto na infância. Maior controle dos pais com relação ao conteúdo assistido e principalmente uma boa orientação com relação ao mesmo, pode levar a criança compreender o porquê de assistir ou não a determinado conteúdo. É fundamental que se exerça o controle sobre a influência da televisão no comportamento das crianças, buscando uma maior interação a fim de que seja possível estimular os pontos positivos e evitar reforçar os aspectos negativos, pois poderão tornar-se comprometedoras do desenvolvimento saudável da criança. (SILVA; OLIVIER, 2002, p.10). 25% 0% 25% 0% 37% 0% 13% O que você mais gosta de assistir na tv? Desenhos Jornal Esportes Reality Show Novelas Seriados Musicais 9 Gráfico 2_ (Goiânia / 2011) Quando questionados com quem costumam ver desenhos animados, levantamos que boa parte dos participantes desta pesquisa revelou que geralmente assistem estes conteúdos com a presença do pai ou da mãe, mas a maioria dessas crianças ainda continua sem supervisão de um responsável adulto. E talvez por isso, temos que a maioria ainda opte por assistir com alguém da mesma faixa etária. Além dos adultos não demostrarem interesse, pelo conteúdo infantil revelam também pouco domínio para mediarem o que, quando e como assistir. …pode-se permitir que a criança escolha os programas que serão assistidos, a cada semana, essa escolha pode ser uma ocasião em que os pais participaram da tomada de decisões, não para imporem vontades, mas para ajudar a criança a optar por determinados valores. (BARRY apud SILVA; OLIVIER, 1994, p.12). Se somarmos a porcentagem dos que são acompanhados pelo pai ou pela mãe, temos apenas 37%. Ou seja, 50% supostamente, costumam ver desenhos animados sem a supervisão de um adulto, já que amigos, irmão e primos costumam ter a mesma faixa etária. E dos que assistem sozinhos temos um total de 13%. Nos dias que correm é de notar o fato de que a televisão está a ocupar o espaço de diálogo entre as famílias. Muitas vezes são as famílias que só se conseguem reunir à hora das refeições, e esta hora em vez de se destinar a dialogar, é usada para assistir a programas de televisão. Quantas são as crianças que ao chegarem em casa, a única presença que encontram é a da televisão? Tal problemática irá refletir não apenas nas famílias, mas na relação entre pais e filhos. (NOBERTO, 2005, P.18) 0% 12% 12% 25% 38% 13% Com quem costuma ver desenhos animados? Primos Amigos Mamãe Papai irmãos Sozinho 10 Gráfico 03_ (Goiânia / 2011) Faz-se necessário lembrar que este gráfico representa apenas 13% dos entrevistados como visto e discutido no gráfico anterior. No entanto, é inquestionável que a criança precisa de um acompanhamento televisivo, de alguém que comente com ela aquilo que visiona, observando-a atentamente, fazendo com que esta desenvolva o seu próprio raciocínio e que seja diretamente influenciada, pois embora não sejam elas as únicas a serem condicionadas pelos programas violentos, são as mais receptivas. Hoje em dia, existem sons muitas das vezes assustadores, ou em contrapartida, silêncios avassaladores, para além da iluminação exagerada que transmite um ambiente de medo e angústia. Tudo isto, faz com que a criança se envolva e acredite cada vez mais nesta realidade que para ela é simplesmente “pura e real”. A televisão tem um efeito de fascínio sobre a criança porque a imobiliza e a mantém presa, assim a criança pode não ter as condições necessárias para um desenvolvimento saudável. (PIAGET apud NOBERTO, 2005, p.12). Conforme se pode notar, 63% dessas crianças assistem sozinhas porque gostam, e logo preferem assim. Já as demais quase se equivalem suas porcentagens nos motivos, pelos quais assistem sozinhas, dentre essas estão pais ocupados, de fato estão sozinhas ou se há alguém em casa, não há interesse em acompanha-las. 12% 12% 63% 13% Se assiste sozinho, indique o porquê? Pais ocupados Está sozinho Gosta assim Ninguém quer ver com você 11 Gráfico 04_ (Goiânia / 2011) Quando as crianças observam seus personagens ou heróis favoritos conquistarem aquilo que tanto querem por meio de atos ou ações violentas, ficam mais aptas a imitar esses mesmos comportamentos, o que se formos a verificar, é normal neste processo de imitação ao herói. Os jogos simbólicos surgem durante osegundo ano de vida, com o aparecimento da linguagem. É quando aparecem as brincadeiras de faz-de-conta, com uso de símbolos. No jogo simbólico as brincadeiras ultrapassam a simples satisfação de manipulação. Ela assimila a realidade extrema ao seu eu, encontra satisfação fantasiosa supera conflitos, preenche desejos. (PIAGET apud MATUSHITA e MENDES, s.d. ano, p. 27). 0% 75% 0% 12% 0% 13% Se pudesse ser um desenho animado gostaria de ser como ele em que? Falar Lutar Cantar Vestir Amigo de ser Forma de ajudar 12 Gráfico 05_ (Goiânia / 2011) A violência que é mostrada como eficaz, ensina aos mais pequenos o que é “premiado” na nossa sociedade. Isso faz com que a imitação nos comportamentos da vida real aumente, não só com a violência, mas também com o desrespeito pelos outros. Os heróis violentos prejudicam mais o desenvolvimento das crianças comparativamente com os vilões violentos. Postman apud Esperança e Dias (2006) adverte que a televisão não faz distinção entre adulto e crianças, uma vez que o acesso às informações que é vinculada acontece de forma indiferenciada. 3- REPRODUÇÃO LÚDICA DAS PRÁTICAS CORPORAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Tentando buscar uma forma direta e prática de relacionar como poderíamos estabelecer um paralelo entre a forma de brincar com o conteúdo televisivo apresentado nos desenhos animados, criamos um ambiente propício para observar e analisar o comportamento do grupo através de uma simples dinâmica, o teste do brinquedo. Fizemos uma seleção de desenhos animados preferidos e citados pelo próprio grupo e separamos um espaço para que pudessem assistir a alguns episódios, sem que houvesse algum tipo de intervenção pedagógica ou orientação com relação ao conteúdo apresentado no mesmo. Noberto apud Lurçat (2005, p.25) afirma que: “a criança tem maior dificuldade em distinguir o real do imaginário, a criança só pode fazer essas distinções se for ajudada a desenvolver a capacidade de raciocínio, se lhe forem fornecidos os meios para contextualizar a experiência corrente”. 0% 11% 11% 11% 23% 0% 11% 0% 11% 22% Considera teus heróis favoritos como: Amigos Imortais Poderosos Simpáticos Engraçados Invencíveis Lutadores Calmos Bonitos 13 Logo em seguida, trouxemos brinquedos e algumas fantasias com os mesmos personagens do desenho visionado. O interessante foi perceber que falas e comportamentos foram representados conforme se seguiu no roteiro do episódio apresentado. Pôde notar-se que as crianças apenas imitaram, não usaram da imaginação. E os desenhos animados foram inventados de certo modo para colocar a criança num mundo de fantasia, criando e recriando a sua imitação, levando-a a sonhar, onde o mais importante não seria de todo apenas o imitar. Percebemos que, dentre os inúmeros brinquedos para o grupo, brinquedos estes que se baseiam nesses programas, serviram apenas como instrumento que conduziu o grupo a imitar e a reproduzir as mesmas personagens nos comportamentos observados. A televisão incita às crianças a representarem as cenas, onde nestas situações, o papel imaginário e criativo se retrai, sendo debilitado, retirando das crianças, por tanto, os benefícios de um bom desenvolvimento. Quanto mais inesperadas forem as cenas de violência, mais influências terão no telespectador, sem o levar a um ato propriamente de agressão. Pelo contrário, quantas mais vezes a violência aparecer sob a forma facilmente imitável, mais incitará à imitação. (LAZER apud NOBERTO, 2005, p.24). Piaget (1976) diz que: “a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades vividas intelectuais da criança.” Estas não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Ele afirma ainda: O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem que se forneçam às crianças um material convincente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET, apud CURY, 2011, p.27). No dizer de Melo (2006), toda criança deve brincar e jogar, pois é de fundamental importância para o seu desenvolvimento. Desde cedo à criança deve ser estimulada a brincar e jogar, pois é através da brincadeira e dos jogos que ela desenvolve conceitos que são levados para o resto da vida, além de desenvolver qualidades físicas fundamentais para uma boa coordenação motora. 14 Cury apud Melo e Melo (2006, p.28) entendem que quando a criança está jogando ela passa por três momentos: um primeiro momento de magia, implicando que o jogador exerça uma transformação mágica do objeto e do mundo. O contato com a realidade nesse momento é temporariamente perdido, a criança penetra num universo de ficção; um segundo momento de ludismo, referindo-se ao saber que o jogador tem sobre o caráter fictício de sua ação. Ele está lúcido, não alucina. Sabe que se trata apenas de um jogo e, finalmente, um terceiro momento, de ilusão, representando um estado complementar entre a magia e o realismo, estado que permite o engajamento no jogo. Para Melo (2006), não é o jogo em si que torna a atividade importante para o desenvolvimento da criança, mas a oportunidade da criança, desenvolver o plano imaginativo, a capacidade de planejar, antecipar fatos, representar papéis, situações do dia-a-dia imaginando situações, ou seja, o oposto do que a televisão e a programação de desenhos animados fazem contra as crianças com seus roteiros já prontos e elaborados numa sequência maçante e na maioria das vezes improdutiva, já que está ocupando o momento de ociosidade, que deveria ser preenchido com atividade. Segundo Melo (2006), as aulas de educação física se apresentam como um excelente espaço para dar ao aluno a oportunidade de desenvolver as suas potencialidades, de forma democrática e não excludente. A educação física é formadora e deve utilizar de diversidade de atividades para chegar ao seu objetivo, como o aumento da base motora, a afetividade, a ética, o prazer, as emoções, a moralidade, a cooperação, a beleza, a sociabilidade, a habilidade, enfim, ser uma fonte de novos conhecimentos. Como descrito por Melo (2006), o que devemos utilizar como atividade em uma aula de educação física? Como fazer com que essa aula seja prazerosa? Acredito que, para uma aula ser proveitosa, antes de qualquer coisa ela tem que ter um significado para o aluno. Uma aula totalmente fora do contexto desse aluno não vai alcançar os objetivos esperados, além do que ele não vai realizar as atividades com o prazer necessário e, com isso, não vai haver uma melhora significativa no seu desenvolvimento. A escola tem por obrigação fazer com que todos (os habilidosos e os menos habilidosos) tenham acesso a uma prática da educação física de qualidade e mais que isso, aprendam a gostar de se exercitar. 15 Cury apud Melo (2006) fala que: A escola deixou de ser uma aventura agradável. Paralelamente a isso, a mídia os seduziu com estímulos rápidos e prontos. Eles tornaram-se amantes do “fast-food” emocional. A Televisão transporta os jovens e crianças, sem que eles façam esforços, para dentro de uma excitante partida esportiva, para o interior de uma aeronave, para o cerne de uma guerra e para dentro de um dramático conflito policial. Melo (2006) afirma que essa quantidade de informações faz com que as crianças e adolescentes percam o prazer em tudo aquilo que já não trás as mesmas emoções que a mídia oferece. Essasinformações são repletas de cores e sons. Quando se quer vender algo pela televisão, passa a ser uma covardia. Basta olhar a briga dos fabricantes de cervejas, uma é a número um, a outra é bem loura, temos ainda a que desce redondo, tem um bar da Boa e tudo isso repleto de artistas e lugares maravilhosos. Como descrito por Melo (2006), já uma sala de aula não oferece nenhum atrativo, e penso que há uma relação intrínseca com as aulas de educação física. Continua a ser a mesma maneira de alguns anos atrás, o professor realizando exercícios puramente tecnicistas 12 . Muitas das escolas ainda apresentam o famoso “rola-bola”. O que isso trás de novidade para o aluno que está acostumado a receber uma quantidade razoável de informações por segundo que a televisão e a internet oferecem? Do ponto de vista segundo Melo (2006), as aulas de educação física não muda, não é diferente. A criança está acostumada a ver jogos de várias modalidades através dos meios de comunicação, tem acesso a campeonatos do mundo todo, acompanha show que são as finais de liga norte americana de basquetebol, futebol americano, Olimpíadas, Copa do Mundo de Futebol e outros eventos. Observa o dinamismo de uma partida de qualquer modalidade pela televisão, vê o lance de vários ângulos, veem várias vezes às jogadas para tirar qualquer dúvida, porém quando chega na hora de fazer a aula de educação física, a escola não oferece as condições necessárias para uma boa aula. Melo (2006) alega que, tais justificativas estão atrelados a fatores como: normalmente as quadras são descobertas, isso quando a escola tem quadra, não tem salas adequadas para ginástica, dança e outras atividades, o material quase sempre é, uma bola já gasta pelo uso e ainda tem professores que gostam de trabalhar com a reprodução dos gestos técnicos. Uma turma de quarenta alunos, uma bola velha de voleibol, trabalhando o toque, quem de vocês amigos leitores, estariam motivados para fazer essa aula? 12 Método que utiliza da reprodução de educativos e fundamentos para o processo de ensino e aprendizagem, por meio de repetições e valorização da técnica. 16 CONSIDERAÇÕES FINAIS Penso que quando alcançarmos família e escola, pais, responsáveis e educadores, poderemos colaborar com uma infância vivida e experimentada com maior responsabilidade, sem perder o caráter lúdico do brincar, já que esse viés assegura que nossas crianças serão respeitadas nos seus níveis sociais, afetivos e cognitivo. Tendo o jogo como um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, pode então, partir do pressuposto de que é brincando e jogando que a criança, ordena o mundo a sua volta, assimilando experiências e informações, sobretudo, incorporando atitudes e valores. É importante a utilização de uma metodologia lúdica neste processo. E, portanto os desenhos, podem ser grandes aliados como componente lúdico na aprendizagem significativa das crianças, se adaptarmos nossos objetivos aos conteúdos ministrados, para oportunizar a melhora no aspecto simbólico dos educando. Quando bem orientadas, percebemos as crianças que são capazes de “filtrar” o conteúdo televiso de forma mais crítica e reflexiva, sendo menos suscetíveis a imitação e reprodução das possíveis influências que os conteúdos visionados nos desenhos animados, podem produzir em suas manifestações corporais, formas de organização e relações sociais, bem como no comportamento. E por fim, já que os desenhos animados caracterizam-se como uma forma de jogo simbólico no mundo de faz-de-conta da criança, proporcionando um ambiente propício para desenvolvimento da criatividade, imaginação e fantasia, concluímos que se trata de um excelente meio, bem como qualquer outro conteúdo televisivo, quando bem orientado, para favorecer com o processo de ensino-aprendizagem nas aulas de educação física, e com isso poderemos, por exemplo, desenvolver valências importantes como lateralidade, percepção, coordenação, equilíbrio, ritmo e conhecimento de partes do corpo. 17 REFERÊNCIAS ANDRE, M. E. Etnografia da prática escolar. Campinas: SP. Papirus, 1995. (Série Prática Pedagógica). BARRY, T.B. Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. São Paulo – SP: Martins, 1994. CALAZANS, F. M. de A. Midiologia Subliminar Aplicada ao Pânico Pokemon Multimidiático: da Videosfera dos Vídeo-Games e Desenhos Animados às Histórias em Quadrinhos e Merchandising da Grafosfera. 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However, we concluded that students need more follow-up and orientation as to the most adequate use of television, so that cartoons may be one more resource in the process of teaching and learning in physical education classes, developing laterality , coordination, balance, rhythm, and knowledge of body parts. KEY-WORD: Cartoons; games; physical education.
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