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aula 5psicologia do Dto

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30/05/2020 Conteúdo Interativo
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Psicologia Judiciária
Aula 5 - Psicologia e violência: crianças, adolescentes,
mulheres e idosos
INTRODUÇÃO
A palavra violência tem origem na palavra latina vis, que significa força, exercer a superioridade física sobre alguém, constranger.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002, p.5) “violência é o uso da força física ou do poder real ou em ameaça
contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar
em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”.
Esse conceito, como você pode observar, expressa diferentes tipos e categorias de violência, tomando como base as suas
manifestações, isto é: dirigidas da pessoa contra si mesma (autoinfligida), violência interpessoal e violência coletiva.
A violência é um fenômeno pluricausal, sendo sua ocorrência e origem impossíveis de serem explicadas ou compreendidas a partir
de um só fator. Para que se possa entender a violência não podemos esquecer dos aspectos individuais, psicológicos, biológicos,
familiares, além dos fatores econômicos, sociais e culturais.
Nesta aula, examinaremos que numerosas formas de violência contra mulheres, crianças e idosos - incluindo a mais comum, a
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violência intrafamiliar - podem provocar problemas físicos, psicológicos e sociais e que não terminam necessariamente em lesão,
invalidez ou morte.
OBJETIVOS
Examinar a violência contra crianças e adolescentes.
Identificar os diferentes tipos de violência contra os idosos.
Analisar a violência contra a mulher.
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A violência intrafamiliar é aquela que ocorre entre os membros da família, nos diferentes subsistemas (conjugal, parental e
fraternal), especialmente em casa, mas não exclusivamente.
Essa é uma forma de violência que mais atinge crianças e adolescentes, segundo dados da SDH (Secretaria de Direitos
Humanos), cerca de 70% dos casos de violência contra crianças e adolescentes no Brasil acontece em residências, seja da vítima
ou do agressor. De acordo com Maciel e Cruz (2009), citando dados do IBGE, os pais são os agressores, seguidos dos irmãos
mais velhos. A partir desses dados, podemos pensar que a violência é um fenômeno aprendido nas relações interpessoais, sob
uma condição hierárquica e disciplinar. É uma forma de comunicação, na família, que determina regras, crenças e
comportamentos.
Vários autores, como Guerra (1998), Rosa (2004), Alberton (2005), Minayo (2006), e Cruz e Maciel (2009), classificam a natureza da violência
da seguinte maneira:
FÍSICA
Quando ocorre o uso da força física, intencional ou intenção percebida, não acidental, por parte da pessoa, em relação à criança e ao
adolescente. O dano físico pode ir desde a imposição de uma leve dor, como um tapa, até o assassinato.
PSICOLÓGICA
Quando ocorrem agressões verbais ou gestuais, com o objetivo de amedrontar, humilhar, rejeitar, restringir a liberdade ou isolar a criança ou o
adolescente de seu convívio social. Ocorre um abalo na autoestima, privando crianças e adolescentes de afeto, atenção, cuidados, bem-estar,
segurança e conforto.
SEXUAL
Quando ocorre um ato ou jogo sexual, relações hetero ou homossexuais, entre um adulto e uma criança ou adolescente, tendo por finalidade
estimular sexualmente ou obter estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outrem.
NEGLIGÊNCIA
Quando ocorrem omissão, ausência, recusa de cuidados necessários a crianças e adolescentes e esta situação não é resultado de ausência
de condições para realizá-los.
É importante chamar atenção para o fato de que a violência física contra crianças e adolescentes é a que é mais descrita nas
publicações científicas, inclusive com descrições das diferentes repercussões. No entanto, todas as formas de violência
expressam, em algum grau, situações de desconforto, estresse, constrangimento, sofrimento e tensão.
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De acordo com os artigos 13 e 56, I do Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), constata-se que o Conselho Tutelar é
mencionado explicitamente como destinatário da denúncia de maus-tratos, sendo esta obrigatória.
No entanto, além do Conselho Tutelar, para recebimento da denúncia de suspeita ou confirmação de maus-tratos, temos, também,
as autoridades competentes: o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Civil ou Militar. Segundo Elias (1994, p.215),
Desse modo, cada órgão competente para recebimento da denúncia de maus-tratos deve realizar sua atuação:
Juiz da Infância e Juventude
Analisa as situações de risco e aplica as medidas protetivas.
Juiz Criminal (Juizado Especial Criminal - JECrim e Juízo Comum)
Julga as infrações penais.
Ministério Público
Fiscaliza o Conselho Tutelar e tem legitimidade para tomar medidas judiciais com relação à suspensão ou destituição do poder
familiar e para aplicação de medidas protetivas à vítima e sua família.
Autoridade Policial
Investiga a conduta de maus-tratos, caso estes tenham resultado em infração à norma penal, preparando elementos para que o
Ministério Público possa interpor a ação correspondente.
Conselho Tutelar
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Aplica medidas de proteção à criança e ao adolescente vítima (art. 136, I e art. 101 do ECA) bem como medidas aos pais (art. 136,
II e o art. 129 do ECA); também comunica ao Ministério Público o fato que constitua infração administrativa ou penal contra criança
ou adolescente (art. 136, IV do ECA).
Atenção!
Além disso, o Ministério Público é incumbido de propor a ação penal pública incondicionada e a condicionada, a representação nos casos em
que a legislação permite, para punição do agressor. Isto é, defende os direitos fundamentais da criança e do adolescente previstos no art. 201,
VIII do ECA (1990).
Entretanto, vale ressaltar que o destinatário primeiro da denúncia é o Conselho Tutelar do Município onde reside a vítima. Assim,
mesmo que esta venha a receber atendimento em outra cidade, a denúncia deve ser realizada na cidade de origem, onde
ocorreram os maus-tratos.
Apesar dessa determinação geral, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) aponta alguns responsáveis específicos pela
notificação dos maus-tratos, que são listados devido a atuação perante a sociedade e o dever profissional de assegurar o
tratamento digno a criança e ao adolescente.
Desse modo, o artigo 56, inciso I, aponta aos dirigentes
de estabelecimentos de ensino fundamental o dever de
informar ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos
envolvendo seus alunos.
O artigo 245 do ECA aponta o médico, o professor e o
responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de
ensino fundamental, pré-escola ou creche como
responsáveis pela denúncia.
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No entanto, denunciar é exercício de
cidadania, sendo colocado para todos
este dever, que decorre da proteção
integral, fundamento que embasa todo
o ECA (1990).
Atenção!
Em abril de 2017, tivemos a sanção da Lei 13.431, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou
testemunha de violência. Apresenta como uma de suas inovações, a escuta especializada e o depoimento especial, de forma a garantir às
crianças e adolescentes, uma certa proteção física e emocional nomomento de seu depoimento.
Conheça o fragmento da lei que diz respeito a estes aspectos.
http://estacio.webaula.com.br/cursos/GON866/galeria/aula5/docs/fragmento_lei.pdf

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