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Teoria do currículo

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Faculdade de Ciências Aplicadas Piauiense – FACAPI 
Graduação em Pedagogia 
Professor Esp. Domingos José 
________________________________________________________________________ 
PLANO DE ENSINO – Teoria do Currículo 
Maio de 2020 
Olá, caros alunos! Esta é a nossa UNDIADE I. Nesta Unidade vamos estudar sobre a: 
Reflexão sobre a educação e escola 
Os elementos que caracterizam uma instituição escolar 
 A estrutura organizacional 
 A proposta pedagógica 
 A ação docente 
 Ambiente sociocultural 
Uma escola para os novos tempos 
 As mudanças na economia: novo paradigma produtivo 
 A revolução informacional 
 A despolitização da sociedade 
 A crise ética 
 A exclusão social 
 A escola para os novos tempos 
 A educação para a igualdade entre os sexos 
 Educação multicultural 
A construção de uma escola cidadã 
 Educar para e pela cidadania 
 O decálogo da escola cidadã 
 
 
 
 
CONTEÚDO - UNDIADE I 
 
1. Reflexão sobre a educação e escola 
1.1 Os elementos que caracterizam uma instituição escolar 
 Gestão Escolar e a estrutura organizacional 
Concepções de gestão escolar 
O estudo da escola como organização de trabalho não é novo, há toda uma pesquisa 
sobre administração escolar que remonta aos pioneiros da educação nova, nos anos 30. 
Tais estudos eram identificados com o campo de conhecimentos denominado 
Administração e Organização Escolar ou, simplesmente Administração Escolar. Nos anos 
80, com as discussões sobre reforma curricular dos cursos de Pedagogia e de 
Licenciaturas, a disciplina passou em muitos lugares a ser denominada de Organização 
do Trabalho Pedagógico ou Organização do Trabalho Escolar. 
Gerir uma escola é um trabalho nada fácil. São vários aspectos que precisam de atenção 
ao mesmo tempo: pedagógico, financeiro, estrutural, questões relacionais entre 
professores, pais, alunos e alunas, dentre outros; e as constantes mudanças 
socioculturais não permitem mais uma administração centralizada. Hoje, precisam-se 
dividir as responsabilidades e decidir coletivamente as ações e objetivos. 
Neste processo, surge o conceito de Gestão que, segundo Buss (2008) é compreendida 
como uma inovação no ato de administrar, pois se trata de buscar a participação do 
coletivo, minimizando a hierarquia e o poder individualizado. Na opinião de Luck (2000, 
apud Buss, p. 22), “o conceito de gestão está associado ao fortalecimento da 
democratização do processo pedagógico, à participação responsável de todos nas 
decisões necessárias e na sua efetivação mediante um compromisso coletivo com 
resultados educacionais cada vez mais efetivos e significativos”. 
O conceito de Gestão está ligado a outras demandas, tais como a exigência de uma 
educação de qualidade, a emergência da sociedade do conhecimento, as conquistas 
políticas educacionais contemporâneas, as pesquisas científicas no campo da 
administração e gestão da educação escolar. Neste sentido, o gestor (diretor da escola) 
deverá concentrar seu olhar em três direções sistematicamente. Segundo Buss (2008, p. 
23): 
 Gestão pedagógica: é a ação mais importante, institui objetivos para o ensino-
aprendizagem, propõe metas para a concretização das propostas pedagógicas e 
sua avaliação. O articulador é o Gestor Escolar. 
 Gestão de Recursos humanos: Gestão de pessoas: alunos, professores, 
comunidade escolar em geral. 
 Gestão Administrativa: zela pela parte física da escola, burocrática da instituição, 
direitos e deveres de todos os agentes da unidade e cumprimento do regimento 
interno escolar. 
Neste sentido, a ação do gestor vai além dos aspectos administrativos, burocráticos, 
escriturários. Ele torna-se o principal catalisador, que se compromete com a comunidade 
em proporcionar um serviço de qualidade, com competências para organizar os trabalhos 
administrativos burocráticos, liderar politicamente, ou seja, ter a legitimidade da sua 
função e acima de tudo exercer o trabalho pedagógico. 
Porém, diferentes concepções de gestão têm-se configurado no cenário educacional 
brasileiro. Dentre elas, destacam-se três das concepções: 
Com base nos estudos existentes no Brasil sobre a organização e gestão escolar e nas 
experiências levadas a efeito nos últimos anos, Libâneo (2001) fez uma divisão de forma 
esquemática, trazendo três das concepções de organização e gestão: 
1. A técnico-científica (ou funcionalista), 
2. A autogestionária e a 
3. Democrático-participativa 
1. A concepção técnico-científica baseia-se na hierarquia de cargos e funções visando 
a racionalização do trabalho, a eficiência dos serviços escolares. Tende a seguir 
princípios e métodos da administração empresarial. Algumas características desse 
modelo são: 
 Prescrição detalhada de funções, acentuando-se a divisão técnica do trabalho 
escolar (tarefas especializadas). 
 Poder centralizado do diretor, destacando-se as relações de subordinação em que 
uns têm mais autoridades do que outros. 
 Ênfase na administração (sistema de normas, regras, procedimentos burocráticos 
de controle das atividades), às vezes descuidando-se dos objetivos específicos da 
instituição escolar. 
 Comunicação linear (de cima para baixo), baseada em normas e regras. 
 Maior ênfase nas tarefas do que nas pessoas. 
Atualmente, esta concepção também é conhecida como gestão da qualidade total. 
2. A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade coletiva, ausência de 
direção centralizada e acentuação da participação direta e por igual de todos os membros 
da instituição. Outras características: 
 Ênfase nas inter-relações mais do que nas tarefas. 
 Decisões coletivas (assembleias, reuniões), eliminação de todas as formas de 
exercício de autoridade e poder. 
 Vínculo das formas de gestão interna com as formas de auto-gestão social (poder 
coletivo na escola para preparar formas de auto-gestão no plano político). 
 Ênfase na auto-organização do grupo de pessoas da instituição, por meio de 
eleições e alternância no exercício de funções. 
 Recusa a normas e sistemas de controle, acentuando-se a responsabilidade 
coletiva. 
 Crença no poder instituinte da instituição (vivência da experiência democrática no 
seio da instituição para expandi-la à sociedade) e recusa de todo o poder instituído. 
O caráter instituinte se dá pela prática da participação e auto-gestão, modos pelos 
quais se contesta o poder instituído. 
3. A concepção democrática-participativa baseia-se na relação orgânica entre a 
direção e a participação do pessoal da escola. Acentua a importância da busca de 
objetivos comuns assumidos por todos. Defende uma forma coletiva de gestão em que 
as decisões são tomadas coletivamente e discutidas publicamente. Entretanto, uma 
vez tomadas as decisões coletivamente, advoga que cada membro da equipe assuma 
a sua parte no trabalho, admitindo-se a coordenação e avaliação sistemática da 
operacionalização das decisões tomada dentro de uma tal diferenciação de funções e 
saberes. 
Outras características desse modelo: 
 Definição explícita de objetos sócio-políticos e pedagógicos da escola, pela 
equipe escolar. 
 Articulação entre a atividade de direção e a iniciativa e participação das 
pessoas da escola e das que se relacionam com ela. 
 A gestão é participativa mas espera-se, também, a gestão da participação. 
 Qualificação e competência profissional. 
 Busca de objetividade no trato das questões da organização e gestão, mediante 
coleta de informações reais. 
 Acompanhamento e avaliação sistemáticos com finalidade pedagógica: 
diagnóstico, acompanhamento dos trabalhos, reorientação dos rumos e ações, 
tomada de decisões. 
 Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados. 
Atualmente, o modelo democrático-participativo tem sido influenciado por uma corrente 
teórica que compreende a organização escolar como cultura. Esta corrente afirma que a 
escola não é uma estrutura totalmente objetiva, mensurável, independentedas pessoas, 
ao contrário, ela depende muito das experiências subjetivas das pessoas e de suas 
interações sociais, ou seja, dos significados que as pessoas dão às coisas enquanto 
significados socialmente produzidos e mantidos. Em outras palavras, dizer que a 
organização é uma cultura significa que ela é construída pelos seus próprios membros. 
Esta maneira de ver a organização escolar não exclui a presença de elementos objetivos, 
tais como as ferramentas de poder externas e internas, a estrutura organizacional, e 
os próprios objetivos sociais e culturais definidos pela sociedade e pelo Estado. 
Uma visão sócio-crítica propõe considerar dois aspectos interligados: 
Por um lado, compreende que a organização é uma construção social, a partir da 
Inteligência subjetiva e cultural das pessoas; 
Por outro, que essa construção não é um processo livre e voluntário, mas mediatizado 
pela realidade sociocultural e política mais ampla, incluindo a influência de forças externas 
e internas marcadas por interesses de grupos sociais, sempre contraditórios e às vezes 
conflitivos. 
Ou seja, mesmo o modelo democrático-participativo não tem garantia de uma 
participação efetiva democrática e participativa das pessoas. A escola, segundo Libâneo, 
precisa buscar relações solidárias, formas participativas, mas também valorizar os 
elementos internos do processo organizacional: o planejamento, a organização e a 
gestão, a direção, a avaliação, as responsabilidades individuais dos membros da equipe e 
a ação organizacional coordenada e supervisionada, já que precisa atender a objetivos 
sociais e políticos muito claros, em relação à escolarização da população. 
As concepções de gestão escolar refletem, portanto, posições políticas e concepções 
de homem e sociedade. O modo como uma escola se organiza e se estrutura tem um 
caráter pedagógico, ou seja, depende de objetivos mais amplos sobre a relação da escola 
com a conservação ou a transformação social. 
A concepção técnico-científica ou funcionalista, por exemplo, valoriza o poder e a 
autoridade, exercidas unilateralmente. Enfatizando relações de subordinação, 
determinações rígidas de funções, hipervalorizando a racionalização do trabalho, tende a 
retirar ou, ao menos, diminuir nas pessoas a faculdade de pensar e decidir sobre seu 
trabalho. Com isso, o grau de envolvimento profissional fica enfraquecido. 
As duas outras concepções (A autogestionária e a Democrático-participativa) valorizam o 
trabalho coletivo, implicando a participação de todos nas decisões. Embora ambas 
tenham entendimentos das relações de poder dentro da escola, concebem a participação 
de todos nas decisões como importante ingrediente para a criação e desenvolvimento das 
relações democráticas e solidárias. Adotamos, neste livro, a concepção democrático-
participativa. 
A Estrutura Organizacional de uma Escola 
Toda a instituição escolar necessita de uma estrutura de organização interna, geralmente 
prevista no Regimento Escolar ou em legislação específica estadual ou municipal. O 
termo estrutura tem aqui o sentido de ordenamento e disposição das funções que 
asseguram o funcionamento de um todo, no caso a escola. Essa estrutura é comumente 
representada graficamente num organograma, um tipo de gráfico que mostra a 
interrelações entre os vários setores e funções de uma organização ou serviço. 
Evidentemente a forma do organograma reflete a concepção de organização e gestão. A 
estrutura organizacional de escolas se diferencia conforme a legislação dos Estados e 
Municípios e, obviamente, conforme as concepções de organização e gestão adotada, 
mas podemos apresentar a estrutura básica com todas as unidades e funções típicas de 
uma escola. 
 
 
No nosso estudo, vamos usar uma estrutura* definida por Libâneo (2001): 
 
 
 
 
 
• Conselho de escola - tem atribuições consultivas, deliberativas e fiscais em questões 
definidas na legislação estadual ou municipal e no Regimento Escolar. Essas questões, 
geralmente, envolvem aspectos pedagógicos, administrativos e financeiros. Os conselhos 
têm representatividades, de professores, alunos e funcionários; além de pais e 
comunidade (Paro, 1998; Cizeski e Romão, 1997 in: Libâneo. 2001). 
• Direção - O diretor coordena, organiza e gerencia todas as atividades da escola, 
auxiliado pelos demais componentes do corpo de especialistas e de técnicos-
administrativos, atendendo às leis, regulamentos e determinações dos órgãos superiores 
do sistema de ensino e às decisões no âmbito da escola e pela comunidade. 
Quando tem diretor-adjunto, este desempenha as mesmas funções na condição de 
substituto eventual do diretor. 
• Setor técnico-administrativo - responde pelas atividades-meio que asseguram o 
atendimento dos objetivos e funções da escola, incluindo serviços auxiliares (Zeladoria, 
Vigilância e Atendimento ao público) e Multimeios (biblioteca, laboratórios, videoteca etc.). 
A Secretaria Escolar cuida da documentação, escrituração e correspondência da escola, 
dos docentes, demais funcionários e dos alunos. Responde também pelo atendimento ao 
público. A composição da secretaria varia de instituição para instituição, mas deve ter um 
secretário e escriturários ou auxiliares da secretaria. 
• Setor Pedagógico - compreende as atividades de coordenação pedagógica e 
orientação educacional. As funções desses especialistas variam confirme a legislação 
estadual e municipal, sendo que em muitos lugares suas atribuições ora são unificadas 
em apenas uma pessoa, ora são desempenhadas por professores. Como são funções 
especializadas, envolvendo habilidades bastante especiais, recomenda-se que seus 
ocupantes sejam formados em cursos de Pedagogia ou adquiram formação pedagógico-
didática específica. 
Conselho Escolar 
Direção Setor técnico-administrativo 
Setor Pedagógico Coordenação pedagógica 
Corpo Docente 
Instituições Auxiliares 
* Elaborado por Domingos José 
O coordenador pedagógico ou professor coordenador supervisiona, acompanha, 
assessora, avalia as atividades pedagógico-curriculares. Sua atribuição prioritária é 
prestar assistência pedagógico-didática aos professores em suas respectivas disciplinas, 
no que diz respeito ao trabalho com os alunos. Outra atribuição que cabe ao coordenador 
pedagógico é o relacionamento com os pais e a comunidade, especialmente no que se 
refere ao funcionamento pedagógico-curricular e didático da escola e comunicação e 
interpretação da avaliação dos alunos. 
O orientador educacional, onde essa função existe, cuida do atendimento e do 
acompanhamento escolar dos alunos e também do relacionamento escola-pais-
comunidade. 
• Corpo Docente - é constituído pelo conjunto dos professores em exercício na escola, 
que tem como função básica realizar o objetivo prioritário da escola, o ensino. Os 
professores de todas as disciplinas formam, junto com a direção e os especialistas, a 
equipe escolar. Além do seu papel específico de docência das disciplinas, os 
professores também têm responsabilidades de participar na elaboração do plano escolar 
ou projeto pedagógicocurricular, na realização das atividades da escola e nas decisões 
dos Conselhos de Escola e de classe ou série, das reuniões com os pais (especialmente 
na comunicação e interpretação da avaliação), da APM e das demais atividades cívicas, 
culturais e recreativas da comunidade. 
• Instituições Auxiliares - Paralelamente à estrutura organizacional, muitas escolas 
mantêm Instituições Auxiliares tais como: a APM (Associação de Pais e Mestres), o 
Grêmio Estudantil e outras como Caixa Escolar, vinculadas ao Conselho de Escola (onde 
este existia) ou ao Diretor. 
Dentro da Gestão Escolar e a estrutura organizacional das escolas, visto nos tópicos 
acimas, temos também os Elementos Constitutivos do Sistema de Organização e 
Gestão da Escola: 
Nos elementos anteriores, vimos o que é Gestão Escolar e os tipos de gestão; as três 
concepçõesde gestão; e como é a estrutura organizacional de uma escola. Mas 
dentro de tudo isso tem ainda os elementos ou processo organizacional educacional, 
que são, na prática, instrumentos de ação mobilizados para atingir os objetivos escolares. 
Tais elementos ou instrumentos de ação são: 
Planejamento - processo de explicitação de objetivos e antecipação de decisões para 
orientar a instituição, prevendo-se o que se deve fazer para atingi-los. 
Organização - Atividade através da qual se dá a racionalização dos recursos, criando e 
viabilizando as condições e modos para se realizar o que foi planejado. 
Direção/Coordenação - Atividade de coordenação do esforço coletivo do pessoal da 
escola. 
Formação continuada - Ações de capacitação e aperfeiçoamento dos profissionais da 
escola para que realizem com competência suas tarefas e se desenvolvam pessoal e 
profissionalmente. 
Avaliação - comprovação e avaliação do funcionamento da escola. 
 
 A proposta pedagógica 
A proposta pedagógica da escola está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação de 1996 (que é flexível nesse ponto de cada escola ter sua proposta) e tem 
como objetivo principal garantir a autonomia das instituições de ensino no que se refere à 
gestão de suas questões pedagógicas. Na prática, trata-se de um documento que define 
a linha orientadora de todas as ações da escola, desde sua estrutura curricular até suas 
práticas de gestão. 
A proposta pedagógica geralmente está baseada em uma linha educacional proposta e 
descrita em determinada teoria pedagógica, como a Construtivista, por exemplo. Como a 
LDB permite que cada escola esteja livre para elaborar sua proposta pedagógica, esse 
documento ganha muita importância e vai incluir nos planos de ensinos, os interesses 
de seus alunos e da comunidade onde está inserida. 
A proposta pedagógica é a identidade da escola: estabelece as diretrizes básicas e a 
linha de ensino e de atuação na comunidade. Ela formaliza um compromisso assumido 
por professores, funcionários, representantes de pais e alunos e líderes comunitários em 
torno do mesmo projeto educacional. 
Professores, alunos, coordenação, pais e comunidade devem opinar, comentar e 
apresentar tópicos que sejam relevantes e adequados à realidade da instituição e ao local 
onde está inserida. 
Entretanto, apesar de poder adaptar os conteúdos e disciplinas com certa liberdade, as 
instituições de ensino devem estar atentas às orientações contidas nas diretrizes 
curriculares elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação e nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN). Além disso, a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC) estabelece uma série de aprendizagens que devem ser lecionadas, assim como 
dez competências gerais que os alunos devem desenvolver ao longo da Educação 
Básica. 
Outro ponto importante para se ter em mente é que a proposta pedagógica é um dos 
pilares do Projeto Político Pedagógico (PPP) das escolas. Ainda assim, vale ressaltar 
que o PPP vai além, ao contemplar também as diretrizes sobre a formação dos 
professores e para a gestão administrativa. 
Com todos esses documentos, o professor vai para a fase final do processo que é 
planejamento. É o plano de ação que, em um determinado período, vai levar a escola a 
atingir suas metas. Do planejamento, depois, sairão os planos de aula, adaptados ao 
cotidiano em classe. Isso é parta da Ação Docente, nosso próximo tópico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A ação docente 
A ação docente, também chamada de Práxis Docente, é o trabalho docente, desde a sua 
escolha de ser professor e vai além da sala de aula. Paulo Freire (2009) no livro clássico 
“Pedagogia da Autonomia” enquanto fala de seus objetivos em analisar a prática 
pedagógica do professor, destaca um dos papeis do professor que é proporcionar 
Quem participa e o 
que deve conter a 
proposta pedagógica 
da escola? 
 
Quais os principais 
desafios de fazer um 
planejamento escolar? 
O que é uma proposta 
pedagógica? 
autonomia do educando, mas isso não quer dizer ir para a sala de aula e deixar o aluno 
fazer o que quiser. O professor precisa respeitar o conhecimento prévio do aluno e deixar 
que ele construa conceitos e significados, porém, a ação docente requer planejamento. 
Freire destaca alguns pontos importantes da Ação do Docente e uma delas é interagir 
com o discente, pois "não há docência sem discência" e que, "quem forma se forma e re-
forma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser formado". O ensino não 
depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem não é algo apenas de 
aluno. "Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das 
diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem 
ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender" (p. 25). 
O aluno precisa tomar consciência do que sabe e ele sempre sabe algo e nada pode ser 
ignorado. O educador deve considerar e valorizar as competências individuais. Ficar 
atento às experiências de todos. Criar um ambiente de aceitação pode garantir que se 
estabeleçam relações de confiança e respeito às diferenças e o cuidado com o outro. 
Refletir sobre sua atuação para melhorar a autoavaliação. 
Fazer seu planejamento, obedecendo aos documentos que norteiam a educação é 
importante, mas só planejar não significa uma boa pratica. Ao final da aula, sempre se 
questionar: alcancei os objetivos? Em que preciso melhorar? O educador deve refletir e 
repensar seu discurso. Errou? Procurar mudar sua prática. 
Procure um modelo didático que facilite mudanças. Há que se pensar numa construção 
feita a partir da experiência e da investigação. Essa construção requer ações 
fundamentais dos professores em sala de aula, quais sejam: despertar o interesse e a 
curiosidade do aluno; usar exemplos, fazendo conexões do conteúdo com a vida real e as 
experiências pessoais; estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas individuais e 
em grupos; utilizar métodos vivenciais de ensino como jogos, simulações, estudos de 
caso e laboratórios. 
Celso Vasconcelos destaca que, ao elaborar o planejamento, todo professor deve ter em 
mente que ele inevitavelmente será (pouco ou muito) modificado – mesmo que tenha 
boas reflexões sobre os três aspectos fundamentais: finalidade, realidade e plano de 
ação. 
 
 Ambiente sociocultural 
Na elaboração do currículo, não podemos ignorar, de maneira alguma, os sujeitos sociais 
que participam, criam, interagem e influenciam nesse currículo. Ele precisa ser feito na 
sua totalidade. É importante compreender que todas as instâncias que constituem a 
escola fazem parte do currículo, isto é, o público, a instituição material, os funcionários, os 
objetos que circundam ela, e todas as casualidades especificidades sociais e culturais da 
escola. Devem ser trabalhadas as diferenças no contexto da escola em escala global, 
regional e local; analisadas as escalas mais minuciosas como a diferenças entre turmas, 
turnos e alunos. 
De acordo com Nilda Alves (2001) a escola é o reflexo das pessoas que a constituem, e a 
cultura predominante da região. Sendo assim, a uma imensa diversidade de padrões 
culturais de escola para escola, nas classes, alunos e professores que são perceptíveis 
no cotidiano. 
Pensar um currículo que não seja único, nem no estado na cidade e nem mesmo na 
escola, pode responder muitas perguntas que já foram teses de mestrados e as 
responsas ainda não são conclusivas. É preciso mergulhar na realidade escolar cotidiana 
para assim poder analisa e compreender os porquês, as diferenças na qualidade do 
ensino de uma escola para outra, as vezes com os mesmos professores. Com os mesmo 
diretores pedagógicos, com o mesmo secretário municipal ou estadual de educação. Por 
que umas têm sucesso de aprovação de alunos em olimpíadas e vestibulares e as outras 
não? 
Para elaboração de um currículo escolar devemos levarem consideração as vertentes 
caracterizadas pela: ontologia (trata da natureza do ser); epistemologia (define a natureza 
dos conhecimentos e o processo de conhecer); axiologia (preocupa-se com a natureza do 
bom e mau, incluindo o estético). 
Uma escola para os novos tempos 
 As mudanças na economia: novo paradigma educacional 
Com as mudanças que ocorrem na economia, através de forma de produções baseadas 
nas novas tecnologias e no capitalismo financeiro, a sociedade vem se transformando, ou 
seja, ocasionando um processo de globalização. Isso tem impacto direto na educação e 
na construção dos currículos. Os mercados de trabalhos globalizados também exigem um 
novo projeto educativo para esses trabalhadores, independentemente da área, das 
atribuições ou do nível hierárquico em que atuem. A criança tem cada vez mais 
informações disponíveis e mesmo que você lecione em uma escola da zona rural de uma 
cidade pequena do Piauí, da Bahia ou do Ceará, tenha certeza, a criança já teve contato 
e alguma forma com ocorrências em diversas partes do mundo. Se ele fizer 
questionamentos, não use da “pedagogia tradicional” e diga que o assunto não está no 
livro didático. Vivenciar a realidade local é um dos trunfos da “nova pedagogia”, mas 
nunca esquecer da globalização. 
 A revolução informacional 
A Revolução Técnico-Científico-Informacional ou Terceira Revolução Industrial entrou em 
vigor na segunda metade do século XX, principalmente a partir da década de 1970, 
quando houve uma série de descobertas e evoluções no campo tecnológico. 
Tecnologias ligadas às telecomunicações: antenas via satélite, torres de telefonia móvel, 
cabos de fibra óptica, redes de computadores, satélites, satélites de TV e rádio e tudo que 
possibilita a velocidade das informações e automaticamente dos capitais e bens. 
A educação não ficou, nem poderia ficar de fora dessa “revolução” e tem impactado na 
forma de pensar, de relacionar e de agir do ser humano e apresenta um novo cenário que 
requer outra postura do profissional inserido na era digital. Gómez (2015) diz que a 
educação atual exige competências atualizadas dos profissionais de educação, como: 
 Capacidade de utilizar e comunicar de maneira disciplinada, crítica e criativa o 
conhecimento e as ferramentas simbólicas que a humanidade foi construindo 
através dos tempos. 
 Capacidade para viver e conviver democraticamente em grupos humanos cada vez 
mais heterogêneos, na sociedade global. 
 Capacidade de viver a atuar autonomamente e construir o próprio projeto de vida. 
Educação 4.0 - e a Teoria do Conectivismo na Revolução Digital – é marcada pela 
incerteza e complexidade da vida pessoal, social e profissional, onde o ser humano 
encontra-se saturado de informação que se encontra presente nas diferentes plataformas 
requer novas competências. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento 
Econômico do ano 2002, in Goméz (2015), define competência como: 
[...] a capacidade de responder às demandas complexas e realizar 
várias tarefas adequadamente. É uma combinação de habilidades 
práticas, conhecimentos, motivação, valores, atitudes, emoções e 
outros componentes sociais e comportamentais que estão 
mobilizados conjuntamente para alcançar uma atuação eficaz. 
Na educação 4.0 o docente precisa contribuir para que o educando desenvolva as 
competências, numa interrelação inseparável de conhecimentos (conteúdos), e 
habilidades para investigar a natureza complexa dos fenômenos do contexto da era 
digital. No contexto das grandes mudanças do mundo contemporâneo, as instituições de 
ensino devem propor um currículo flexível e criativo para que os estudantes se tornem 
autores de suas próprias vidas; como aprendizes que se autodirigem ao longo da vida; 
pesquisadores éticos com rigor científico; comunicadores eficazes; cidadãos solidários e 
comprometidos com a construção de uma sociedade humana justa e igualitária; criadores 
singulares em suas áreas de especialização e interesse; colaboradores afetivos nos 
grupos e na comunidade. 
 A despolitização da sociedade 
Existe uma educação em curso que vai oferecer ao aluno a oportunidade de estudar 
aquilo que lhe interessa. Será uma educação por área. “Se gosto de exatas e pretendo 
me formar em área de exatas, por que estudar humanas? Não vou precisar disso pra 
nada”. Em algum momento já falamos isso. É a despolitização da sociedade em que a 
educação se insere. 
O físico indiano Sugata Mitra, professor da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, 
disse, durante em Israel, a 25ª Conferência Internacional de Educação Democrática 
(IDEC) e a 1ª Conferência Hadera pela Educação Inovadora, realizadas em Hadera, 
Israel, em 2017, que: 
“Deveríamos superar definitivamente a tentativa de transmitir às novas gerações um 
suposto “conhecimento acumulado da humanidade” e construir um currículo que se 
oriente pela busca das grandes questões da humanidade que, em última instância, 
referem-se a formar pessoas saudáveis, felizes e produtivas. Tudo o que aprendemos ou 
investigamos na escola deveria ser orientado exclusivamente nesta direção, tirando do 
ambiente escolar tudo o que nos adoece, entristece ou desmobiliza”. 
Seria excluir do mundo dos conhecimentos o que a humanidade acumulou ao longo 
de milhares de anos? 
Os conteúdos são extremamente importantes já que são os conhecimentos 
historicamente acumulados pela humanidade. Não podemos esperar que os estudantes 
reinventem a roda, a pólvora e a lâmpada, mas o que disse Sugata Mitra já é 
compartilhado por muita gente no Brasil, inclusive algumas mudanças já presentes no 
“novo ensino médio” com o aluno tento opções de escolhas de aprofundamento em seu 
itinerário formativo 
 A crise ética 
Furar fila, comprar produtos piratas, sonegar impostos. São muitos os "pequenos" desvio 
de ética que vezes achamos comuns. Como desviar milhões dos cofres públicos, 
enriquecer ilicitamente e a gente justificar que “roubou, mas pelo menos fez”, coloca em 
cheque a ética social. Atualmente, as redes sociais têm servido de embates para disputas 
politica partidário, passando a agressões verbais e ganhando as ruas com agressões 
físicas a jornalistas, a pessoas que pensam contrario. Tudo isso tem mostrado um fosso 
nas discussões que realmente deveria ser debatidas, como construção e UTI’s mostrada 
na crise do novo coronavírus que não existem, escancarando, assim, uma crise ética. 
O assunto é tão amplo que deve ser aprofundado com pesquisas adicionais e discussões 
 A exclusão social 
Exclusão social é um conceito que caracteriza a exclusão ou afastamento de grupos de 
um determinado seguimento. Durante muito tempo, a exclusão econômica, onde por 
questões financeiras, o grupo excluído, também chamado de minoria social, não tem o 
acesso a bens e serviços básicos e que garantem a condição de vida digna, conceituava 
de forma geral a exclusão social, mas novos grupos foram incluídos e hoje, além das 
condições financeiras, outros fatores também influenciam na exclusão de grupos do 
sistema imposto e determinado como correto pela sociedade como: 
Exclusão de gênero: geralmente, mulheres e grupos que não se adequam ao gênero de 
nascimento, como os transexuais. 
Exclusão Cultural: existente por conta das práticas culturais de determinados grupos. 
Por exemplo, os mitos e rituais de algumas aldeias são considerados fora do padrão 
sociocultural predominante. 
Exclusão Étnica: - existente em relação a minorias étnicas, como por exemplo negros e 
indígenas. 
Exclusão Patológica: o indivíduo é excluído pela sociedade por ser portador de alguma 
doença (física, mental ou imunológica) ou por alguma necessidade especial. Cadeirantes 
e grupos portadores de AIDS e autistas, por exemplo, são excluídos por conta de suas 
condições. 
Exclusão Religiosa: grupos excluídos por não seguirem a religião oficial e imposta pela 
sociedade. Por exemplo os muçulmanos e membrosde religiões de matriz africana, que 
sofrem preconceito no Brasil. 
A Exclusão social é responsável por outra exclusão: a exclusão educacional. Nas 
últimas décadas, ocorreu um forte crescimento das matrículas no ensino primário e 
fundamental, ainda que tenha sido insuficiente para garantir a universalização da escola 
obrigatória no país. Em 1980, 40% da população brasileira entre 7 e 14 anos estava fora 
da escola. Já em 2017, 99,2% das crianças e adolescentes desta mesma faixa etária 
frequentam a escola. Os dados são do último Censo Escolar, elaborado pelo Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 
Mesmo com esse avanço, o levantamento do Inep também mostra que 2 milhões de 
crianças e adolescentes estão fora da escola. São nos anos finais do ensino básico que 
os números se acentuam: 1,3 milhão de adolescentes de 15 a 17 anos não está 
estudando. 
Muitas são as causas deste insucesso dos alunos na educação, desde a básica. Uma 
delas é a necessidade de buscar trabalho. Entre os jovens, 16% dos que terminam o 
Ensino Fundamental não ingressam no Ensino Médio. E entre os que ingressam, mais da 
metade concluirá a Educação Básica depois de atingir a maioridade. 
O analfabetismo ainda pode ser encontrado tanto nas zonas rurais (26% da população) 
como nas zonas urbanas (8%). Dos 14,4 milhões de analfabetos brasileiros, mais de 10 
milhões eram pretos e pardos. Quanto mais dificuldade financeira, mas dificuldade de 
acesso e permanência na escola. 
 A escola para os novos tempos 
Atualmente, as instituições escolares são pressionadas a repensar seus papéis devido 
aos paradigmas dos novos tempos: avanços tecnológicos; globalização; difusão de 
informações; mudanças de qualificação profissional; fortalecimento das leis do mercado, 
diminuindo o papel do estado; mudanças na ciência e no conhecimento; agravamento da 
exclusão social; etc. 
QUAL O PAPEL DA ESCOLA DIANTE DESSE NOVO PARADIGMA? - Possibilitar o 
contato dos alunos com acultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela 
estética, pela ética. Posicionar-se contra a exclusão: econômica, política, cultural e 
pedagógica. 
QUAL O PAPEL DA ESCOLA DIANTEDESSE NOVO PARADIGMA? - Prover a 
formação geral básica: capacidade de ler, escrever, formação científica, estética e ética; 
cognitivas e operativas; repensado na interação com as outras instâncias educativas da 
sociedade. 
 “Na escola, os alunos aprendem a atribuir significados às mensagens e informações 
recebidas de fora, dos meios de comunicação, da vida cotidiana das form de educação as 
proporcionada pela cidade, pela com unidade”. 
OBJETIVOS DA ESCOLA, ENQUANTOESPAÇO DE SÍNTESE - Desenvolvimento de 
capacidades cognitivas e operativas (conteúdos escolares) desenvolvimento da 
criatividade, da sensibilidade, da imaginação preparação para o processo produtivo e para 
o mundo tecnológico e comunicacional formação do cidadão para intervir e transformar 
formação ética. 
AMPLIANDO OS OBJETIVOS DA ESCOLA - Sendo função da escola interagir e 
articular-se com as práticas sociais, têm surgido novos movimentos de ação política, 
como: Educação para a igualdade entre os sexos; Educação ambiental; Educação 
multicultural. 
A construção de uma escola cidadã 
 Educar para e pela cidadania 
O termo cidadania se tornou, hoje, uma palavra de ordem. Foi incorporada pelo discurso 
pedagógico e acabou sendo a meta de toda escola brasileira. De acordo com Parâmetros 
Curriculares Nacionais - PCN (1997), a contribuição da escola é a de articular um projeto 
de educação comprometida com o desenvolvimento de capacidades que permitem intervir 
para transformá-la. Preconiza que o convívio escolar é um fator determinante para a 
aprendizagem de valores e atitudes. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica-CNE/CEB n.º 4, de 13 de julho 
de 2010, também apresentam normalizações importantes para o exercício da cidadania 
no âmbito escolar. São normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o 
planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, fixadas pelo Conselho 
Nacional de Educação (CNE). 
Assim contribuir para a formação de cidadãos seria contribuir para a formação de 
indivíduos cada vez mais livres e humanos. A escola ocupa um lugar importante nesse 
processo. 
 O decálogo da escola cidadã 
A escola cidadã começa com a autonomia da escola. Esta é marcada por resistência e 
conflitos internos. A autonomia da escola encontra suporte na Constituição de 1988, que 
instituiu a democracia participativa e a possibilidade do povo exercer o poder 
“diretamente” (art. 1º). A constituição estabelece como princípios básicos: o “pluralismo de 
ideias e de concepções pedagógicas” e a “gestão democrática do ensino público” (art. 
206). Esses princípios podem ser considerados como fundamentos da autonomia da 
escola. 
O grande desafio da escola pública está em garantir um padrão de qualidade (para todos) 
e ao mesmo tempo, respeitar a diversidade local. A escola cidadã é um projeto de 
“criação histórica” e pode ser considerada como horizonte. Os decálogos da escola 
cidadão são: 
1º) Mudar é possível - Devemos recusar a tese de que a escola pública não tem mais 
remédio. 
2º) Que escola? - A escola pública do futuro, como escola para e pela cidadania, tem por 
objetivo oferecer possibilidades concretas de libertação para todos. 
3º) Escola e empresa - Só o estado pode dar conta do nosso atraso educacional 
4º) Escola e estado - Não há mudança na escola sem uma concepção de estado. É a 
própria escola que deve mudar, por dentro. Mas ela, sozinha, não muda, sem uma 
concepção de educação. Daí a necessidade de novas diretrizes de governo. 
5º) Escola e sociedade - Para mudar, a escola precisa apoiar-se na sociedade, não basta 
que as análises dos governantes estejam corretas, é preciso que elas sejam legitimadas 
pela discussão coletiva. 
6º) Redes e movimentos - As redes em educação se constituem em espaços abertos que 
se auto reproduzem e assim se fortalecem, constituindo-se em movimentos em 
permanente mudança. 
7º) Era da informação - Na era da informação, a escola precisa deixar de ser lecionadora 
para ser gestora do conhecimento 
8º) Cultura e estrutura - A reestruturação física da escola deve associar-se a uma 
reestrutura espiritual e cultural. 
9º) Currículo e Avaliação - Mudar conteúdos atitudinais - Avaliar = ato de conhecimento 
que implica em predisposição para acolher um ser humano em sua totalidade. 
10º) Professor - O professor é um profissional do sentido e mediador do conhecimento. 
 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
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GÓMEZ, Ángel I. Pérez. Educação na era digital: A Escola Educativa. Porto Alegre: 
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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. Goiânia: 
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SACRISTÁN, G. O Currículo: uma reflexão sobre a prática.Porto Alegre: Artes Médicas. 
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