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SÍNDROME DE BURNOUT prof Carlos Schütte Jr CRP 04/15653 SÍNDROME DE BURN-OUT A Sensação de estar acabado ou Síndrome do esgotamento profissional é um tipo de resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho. Tem sido descrita como resultante da vivência profissional em um contexto de relações sociais complexas, envolvendo a representação que a pessoa tem de si e dos outros. SÍNDROME DE BURN-OUT O trabalhador que antes era muito envolvido afetivamente com os seus clientes, com os seus pacientes, com os seus alunos, ou com o seu trabalho em si, desgasta-se e, em um dado momento, desiste, perde a energia ou se “queima” completamente. O trabalhador perde o sentido de sua relação com o trabalho, desinteressa-se e qualquer esforço parece inútil. TRÊS ELEMENTOS CENTRAIS EXAUSTÃO EMOCIONAL: sentimentos de desgaste emocional e esvaziamento afetivo. DESPERSONALIZAÇÃO: reação negativa, insensibilidade ou afastamento excessivo do público que deveria receber os serviços ou cuidados do paciente. DIMINUIÇÃO DO ENVOLVIMENTO PESSOAL NO TRABALHO (REALIZAÇÃO NO TRABALHO): sentimento de diminuição de competência e de sucesso no trabalho. BURN-OUT X ESTRESSE Burn-out é uma resposta ao estresse laboral crônico. Envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, aos clientes, à organização e ao trabalho, sendo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. BURN-OUT X ESTRESSE Estresse caracteriza-se por um esgotamento pessoal que interfere na vida do indivíduo, mas não diretamente na sua relação com o trabalho. Pode estar associada a uma suscetibilidade aumentada para doenças físicas, uso de álcool ou outras drogas (para a obtenção de alívio) e para o suicídio. EPIDEMIOLOGIA Acomete principalmente profissionais da área de serviços ou cuidadores como, p.ex., profissionais da educação, da saúde, policiais, assistentes sociais, agentes penitenciários, professores, entre outros. Descrições recentes apontam aumento de burn-out em trabalhadores provenientes de ambientes de trabalho que passam por transformações organizacionais: dispensas temporárias do trabalho; diminuição da semana de trabalho; não reposição de substitutos; e, enxugamento (downsizing), na chamada reestruturação produtiva. EPIDEMIOLOGIA O risco de burn-out é maior para todos aqueles que vivem a ameaça de mudanças compulsórias na jornada de trabalho e declínio significativo na situação econômica. Todos os fatores de insegurança social e econômica aumentam o risco (incidência) de esgotamento profissional em todos os grupos etários. Os fatores predisponentes mais importantes são: papel conflitante, perda de controle ou autonomia e ausência de suporte social. EPIDEMIOLOGIA A relação de burn-out com o trabalho pode estar vinculada ao ritmo de trabalho penoso (CID10/Z56.3) ou a outras dificuldades físicas e mentais relacionadas ao trabalho (CID10/Z56.6). Caso haja evidências epidemiológicas da incidência da síndrome em determinados grupos ocupacionais, sua ocorrência poderá ser classificada como doença relacionada ao trabalho, do Grupo II da Classificação de Schilling. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS SEGUNDO SUA RELAÇÃO COM O TRABALHO CATEGORIA EXEMPLOS I. Trabalho como causa necessária. • Intoxicação por chumbo • Silicose • Doenças profissionais legalmente conhecidas II. Trabalho como fator contributivo, mas não necessário. • Doença coronariana • Doença do aparelho locomotor • Câncer • Varizes nos membros inferiores III. Trabalho como provocador de um distúrbio latente, ou agravador de doença já estabelecida. • Bronquite crônica • Dermatite de contato alérgica • Asma • Doenças mentais Adaptado de Schilling, 1984 QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO História de grande envolvimento subjetivo com o trabalho, função, profissão ou empreendimento assumido, que muitas vezes ganha o caráter de missão; Sentimentos de desgaste emocional e esvaziamento afetivo (exaustão emocional); Queixa de reação negativa, insensibilidade ou afastamento excessivo do público que deveria receber os serviços ou cuidados do paciente (despersonalização); QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO Queixa de sentimento de diminuição da competência e do sucesso no trabalho. Geralmente, estão presentes sintomas inespecíficos associados, como insônia, fadiga, irritabilidade, tristeza, desinteresse, apatia, angústia, tremores e inquietação, caracterizando síndrome depressiva e/ou ansiosa. TRATAMENTO E OUTRAS CONDUTAS PSICOTERAPIA: Se burn-out refere-se a um processo de desinvestimento afetivo no trabalho, o paciente fragilizado emocionalmente necessita de tempo e espaço para ressignificar sua inserção no trabalho e na vida. FARMACOTERAPIA: especialistas prescrevem antidepressivos e ansiolíticos (especialmente, benzodiazepínicos). INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAS: afastamento do trabalho através de licença para tratamento de um padecimento que compromete a capacidade de trabalhar. PREVENÇÃO Mudanças na cultura da organização do trabalho; Estabelecimento de restrições à exploração do desempenho individual; Diminuição da intensidade de trabalho; Diminuição da competitividade; Busca de metas coletivas que incluam o bem-estar de cada um. REFERÊNCIA BRASIL. Ministério da Saúde do Brasil. Doenças Relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001.
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