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Urgência e Emergência no Contexto do SUS

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3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA NO 
CONTEXTO DO SUS 
 
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 
 
0800 283 8380 
 
www.faculdadeunica .com.br 
 
2 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ............................ ......................................................... 4 
UNIDADE 2 – A SAÚDE NO BRASIL ..................... ................................................... 8 
2.1 A ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE ................................................................................... 8 
2.2 MARCOS HISTÓRICOS E LEGAIS – UMA BREVE RETROSPECTIVA ATÉ O SUS ................. 11 
2.3 O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE .................................................................................. 15 
2.4 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS ..................................................... 20 
UNIDADE 3 – CONCEITOS BÁSICOS ..................... ............................................... 23 
3.1 URGÊNCIA ............................................................................................................. 25 
3.2 EMERGÊNCIA ......................................................................................................... 26 
3.3 PRONTO-SOCORRO ................................................................................................ 26 
3.4 SALA DE URGÊNCIA ................................................................................................ 27 
3.5 RECURSOS ............................................................................................................ 27 
UNIDADE 4 – ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA PARA ATENDIMENT O DE 
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS ........................... ................................................... 29 
4.1 ORGANIZAÇÃO ....................................................................................................... 29 
4.2 ESTRUTURA ........................................................................................................... 31 
UNIDADE 5 – DIRETRIZES DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNC IAS E 
EMERGÊNCIAS (RUE) ............................................................................................. 36 
5.1 O PLANO DE AÇÃO REGIONAL .................................................................................. 37 
5.2 PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE ..................................................... 38 
5.3 ATENÇÃO BÁSICA ................................................................................................... 41 
UNIDADE 6 –COMPONENTES DA RUE ..................... ............................................ 44 
6.1 SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL ÀS URGÊNCIAS (SAMU) ..................................... 44 
6.2 UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO (UPAS) ......................................................... 46 
6.3 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM UNIDADE HOSPITALAR ................................................. 47 
6.3.1 Hospital geral ................................................................................................... 48 
6.3.2 Hospital Especializado Tipo I ........................................................................... 49 
6.3.3 Hospital Especializado Tipo II .......................................................................... 49 
3 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de 
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
6.4 LEITOS DE RETAGUARDA ......................................................................................... 49 
6.5 UNIDADES E HOSPITAIS ESPECIALIZADOS DE CUIDADOS PROLONGADOS (UCP E HCP)
 .................................................................................................................................. 50 
6.6 SOS EMERGÊNCIAS ............................................................................................... 55 
6.7 ATENÇÃO AO PACIENTE CRÍTICO .............................................................................. 56 
6.8 ATENÇÃO DOMICILIAR ............................................................................................. 57 
6.9 FORÇA NACIONAL-SUS .......................................................................................... 59 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62 
ANEXOS ................................................................................................................... 64 
 
4 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
A abordagem do tema urgência e emergência é muito complexa. Se 
pensarmos no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), aumenta essa 
complexidade, principalmente porque envolve a necessidade de mobilização coletiva 
e onde os riscos de sequelas permanentes ao usuário e/ou risco de morte estão em 
jogo. Sem querer julgar ou apontar erros, acertos, problemas, desajustes, 
competências, o noticiário e as reportagens mostram cotidianamente os problemas 
enfrentados por aqueles que necessitam dos serviços de saúde no país, tanto que 
temos ai no seu auge, o programa “Mais Médicos”. Mas a verdade é que o SUS é a 
porta de entrada dos milhões de brasileiros que se encontram em situações de risco 
de morte. 
A área de urgência e emergência compreende a assistência pré-hospitalar 
realizada nos locais onde a vítima se encontra, exigindo do profissional de 
enfermagem qualificação para oferecer os cuidados imediatos e seguros ao 
paciente, qualquer que seja seu estado, bem como compreende também os prontos-
socorros, de todo modo saber diferenciar urgência de emergência é o primeiro passo 
para planejar o atendimento à vítima (SANTOS, 2012). 
A enfermagem em cuidados intensivos e a enfermagem em emergência, em 
parceria com a equipe multiprofissional, têm um objetivo comum de restabelecer a 
estabilidade hemodinâmica do cliente criticamente doente e as decisões da triagem 
requerem o julgamento rápido e eficaz de dados objetivos e subjetivos do cliente. 
Igualmente existem dilemas éticos que atingem a prestação de cuidados ao cliente 
criticamente doente e aos clientes em situações de emergência (HUDDLESTON; 
FERGUSON, 2006). 
Mas ainda não é chegado o momento de discutirmos essas dimensões do 
cuidado em urgência e emergência. O foco do momento é a Rede de Atenção à 
Saúde (RAS) e a Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE). 
A Rede de Atenção à Saúde (RAS) é definida como arranjos organizativos 
de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que, 
integrados por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam 
5 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.garantir a integralidade do cuidado (Portaria MS/GM nº 4.279, de 30 de dezembro de 
2010). Caracterizam-se pela formação de relações horizontais entre os pontos de 
atenção, sendo a Atenção Primária à Saúde o centro de comunicação. 
Entre as redes de atenção prioritárias do Ministério da Saúde, a Rede de 
Atenção às Urgências foi constituída considerando que o atendimento aos usuários 
com quadros agudos deve ser prestado por todas as portas de entrada dos serviços 
de saúde do SUS, possibilitando a resolução integral da demanda ou transferindo-a, 
responsavelmente, para um serviço de maior complexidade, dentro de um sistema 
hierarquizado e regulado, organizado em redes regionais de atenção às urgências 
enquanto elos de uma rede de manutenção da vida em níveis crescentes de 
complexidade e responsabilidade (Portaria MS/GM n. 1.600, de 7 de julho de 2011). 
A organização da Rede de Atenção às Urgências tem a finalidade de 
articular e integrar no âmbito do SUS todos os equipamentos de saúde, objetivando 
ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de 
urgência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna, e deve ser implementada 
gradativamente, em todo o território nacional, respeitando-se os critérios 
epidemiológicos e de densidade populacional. Constituem a base do processo e dos 
fluxos assistenciais de toda a Rede de Atenção às Urgências o acolhimento com 
classificação do risco, a qualidade e a resolutividade na atenção, que devem ser 
requisitos de todos os pontos de atenção (BRASIL, 2013). 
É composta pelos seguintes componentes: 
� Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde – objetiva estimular e fomentar o 
desenvolvimento de ações de saúde e educação permanente voltadas para a 
vigilância e prevenção das violências e acidentes, das lesões e mortes no 
trânsito e das doenças crônicas não transmissíveis, além de ações 
intersetoriais, de participação e mobilização da sociedade, visando à 
promoção da saúde, prevenção de agravos e vigilância à saúde; 
� Atenção Básica em Saúde – objetiva a ampliação do acesso, fortalecimento 
do vínculo e responsabilização e o primeiro cuidado às urgências e 
emergências, em ambiente adequado, até a transferência/encaminhamento a 
6 
 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
outros pontos de atenção, quando necessário, com a implantação de 
acolhimento com avaliação de riscos e vulnerabilidades; 
� Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de 
Regulação Médica das Urgências – objetiva chegar precocemente à vítima 
após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, 
traumática, obstétrica, pediátrica, psiquiátrica, entre outras) que possa levar a 
sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário garantir 
atendimento e/ou transporte adequado para um serviço de saúde 
devidamente hierarquizado e integrado ao SUS; 
� Sala de Estabilização – objetiva funcionar como local de assistência 
temporária para estabilização de pacientes críticos/graves, vinculado a um 
equipamento de saúde, articulado e conectado aos outros níveis de atenção, 
para posterior encaminhamento à Rede de Atenção à Saúde pela Central de 
Regulação das Urgências; 
� Força Nacional de Saúde do SUS – objetiva aglutinar esforços para garantir a 
integralidade na assistência em situações de risco ou emergenciais para 
populações com vulnerabilidades específicas e/ou em regiões de difícil 
acesso, pautando-se pela equidade na atenção, considerando-se seus riscos; 
� Unidades de Pronto-Atendimento (UPA 24h) e o Conjunto de Serviços de 
Urgência 24 horas – objetiva prestar atendimento resolutivo e qualificado aos 
pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica 
e prestar primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica ou de trauma, 
estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial, 
definindo, em todos os casos, a necessidade ou não de encaminhamento a 
serviços hospitalares de maior complexidade; 
� Atenção Hospitalar – objetiva organizar a atenção às urgências nos hospitais, 
atendendo à demanda espontânea e/ou referenciada, e funcionar como 
retaguarda para os outros pontos de atenção às urgências de menor 
complexidade. É constituído pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas 
enfermarias de retaguarda clínicas e de longa permanência, pelos leitos de 
cuidados intensivos e pela reorganização das linhas de cuidados prioritárias: 
7 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
Cardiologia – Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Neurologia e Neurocirurgia – 
Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Traumatologia; 
� Atenção Domiciliar – objetiva a reorganização do processo de trabalho das 
equipes que prestam cuidado domiciliar na atenção básica, ambulatorial e 
hospitalar, com vistas à redução da demanda por atendimento hospitalar e/ou 
redução do período de permanência de pacientes internados, a humanização 
da atenção, a desinstitucionalização e a ampliação da autonomia dos 
usuários (BRASIL, 2013). 
Veremos cada um desses componentes em seus pormenores. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma 
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
UNIDADE 2 – A SAÚDE NO BRASIL 
 
2.1 A atenção básica de saúde 
O Brasil é um país de dimensões continentais, que quando se descortina à 
nossa frente nos mostra municípios e regiões brasileiras vivendo os mais 
diversificados contextos e nos levam a perceber que a gestão do Sistema Único de 
Saúde (SUS) – nosso sistema de saúde atual – tem uma missão muito complexa e 
desafiadora, principalmente em se tratando de participar da construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária. 
Para o SUS atingir os seus objetivos, é preciso qualificar permanentemente 
a gestão pública de saúde em todas as esferas governamentais, pois ao gestor 
público, em qualquer nível que se encontre, federal, estadual ou municipal, cabe 
uma grande responsabilidade. Eles não são meros agentes administrativos. Eles 
formulam e produzem políticas e estratégias institucionais, dirigem, comandam, 
conduzem e difundem as decisões. 
Muito além de qualificar os gestores, precisamos de uma equipe 
multiprofissional,qualificada, e, evidentemente, estrutura física equipamentos que 
deem o suporte básico para as múltiplas dimensões de necessidades da população. 
Segundo a ANVISA (2007), Serviços de Saúde são estabelecimentos 
destinados a promover a saúde do indivíduo, protegê-lo de doenças e agravos, 
prevenir e limitar os danos a ele causados e reabilitá-lo quando sua capacidade 
física, psíquica ou social for afetada. 
Para Novaes (2004), os serviços de saúde são hoje estruturas 
organizacionais e técnicas extremamente diversificadas, incluindo desde 
consultórios individuais e unidades básicas até hospitais terciários e especializados, 
bem como serviços de apoio diagnóstico e terapêutico. A condição essencial para 
sua identificação é ser o espaço onde se localizam os profissionais e as tecnologias 
materiais responsáveis pela realização da atenção à saúde da população. 
Ainda de acordo com as análises de Novaes, os serviços se transformam 
continuamente no que diz respeito ao perfil tanto dos profissionais, com uma 
ampliação nas categorias inseridas nos processos assistenciais, com especialização 
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horizontal (tipos de profissionais) e vertical (tipos de especialistas nas categorias 
profissionais), quanto das tecnologias materiais incorporadas e dos procedimentos 
diagnósticos e terapêuticos realizados. Isso faz com que os serviços de saúde, 
atualmente sempre integrados a “sistemas de atenção à saúde”, constituam-se em 
objetos que desafiam categorizações e dificultam as análises que buscam identificar 
e mensurar a sua participação e o seu impacto sobre os problemas de saúde de 
populações especificadas. 
Enfim, poderíamos dizer que os serviços de saúde possuem duas funções 
básicas: cuidar da doença e prevenir a doença, através da fiscalização de ambientes 
propícios ao surgimento de doenças e das mais diversas campanhas de 
conscientização da população. 
Qualquer tentativa de definir condensadamente a atenção básica à saúde, 
não conseguiria o intento, portanto, eis na íntegra a sua concepção segundo o 
Ministério da Saúde, que nos mostra ser a atenção básica, a sua condição mais 
próxima de serviço de saúde para a população: 
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no 
âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a 
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção 
da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, 
democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a 
populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade 
sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas 
populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que 
devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu 
território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-
se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do 
cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da 
humanização, da equidade e da participação social (BRASIL, 2007). 
A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na 
complexidade, na integralidade e na inserção sociocultural e busca a promoção de 
sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de 
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sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo 
saudável (BRASIL, 2007). 
Como gestores dos sistemas locais de saúde, os municípios e o Distrito 
Federal são os responsáveis pelo cumprimento dos princípios da Atenção Básica, 
pela organização e execução das ações em seus territórios. 
Sucintamente, temos abaixo as responsabilidades de cada esfera gestora 
em relação a atenção básica: 
a) Nível Federal: 
� elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica; 
� cofinanciar o sistema de atenção básica; 
� ordenar a formação de recursos humanos; 
� propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da 
atenção básica; 
� manter as bases de dados nacionais. 
b) Estadual: 
� acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu 
território; 
� regular as relações intermunicipais; 
� coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em 
seu território; 
� cofinanciar as ações de atenção básica; 
� auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu 
território. 
c) Municipal: 
� definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território; 
� contratualizar o trabalho em atenção básica; 
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� manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e 
gerência); 
� cofinanciar as ações de atenção básica; 
� alimentar os sistemas de informação; 
� avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão 
(BRASIL/DAB, 2007). 
 
2.2 Marcos históricos e legais – uma breve retrospe ctiva até o SUS 
Para falarmos do atual sistema de saúde pública que está em vigência no 
Brasil, precisamos voltar no tempo e relembrar alguns fatos importantes que 
marcaram a saúde no Brasil no século XX, ressaltando de antemão as garantias 
decorrentes da atenção à saúde no Brasil: 
� universalidade – direito a todas as pessoas ao atendimento público de saúde, 
independentemente de sexo, raça, renda, ocupação ou outras características 
sociais ou pessoais; 
� equidade – significa atenção à saúde com recursos e serviços de forma justa, 
alocando mais a quem tem menos, a fim de reduzir as desigualdades; 
� integralidade – atender a pessoa como um todo com a realização de ações de 
atenção à saúde na sua totalidade, quer seja curativa, preventiva, individual 
ou coletiva; e, 
� participação popular – participação dos usuários dos serviços de saúde e da 
sociedade civil organizada, através dos Conselhos de Saúde (permanentes, 
deliberativos e paritários) e das Conferências de Saúde (periódicas, 
consultivas e paritárias); que completou, em 2008, 20 anos de existência. 
Foi a partir da promulgação da Constituição Federal, em 1988, que a saúde 
passou a ser direito de todos e dever do Estado, prevendo a redução do risco de 
doenças e outros agravos e acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
promoção, proteção e recuperação da saúde, que devem ser garantidos por meio da 
adoção de políticas públicas, sociais e econômicas. 
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A organização da redede serviços de saúde, de forma regionalizada (local, 
municipal, regional, estadual e federal) e hierarquizada (atenção básica, atenção de 
média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar), se deu com a implantação do 
Sistema Único de Saúde (SUS), que foi regulamentado em 19 de setembro de 1990 
através da lei nº 8.080. 
Esta lei define o funcionamento do SUS, instituindo-o legalmente como um 
sistema dinâmico de organização contínua e crescente das ações de atenção à 
saúde do povo brasileiro. Fazem parte do SUS as equipes de Saúde da Família; as 
Unidades Básicas de Saúde (UBS); hospitais públicos municipais, estaduais e 
federais – incluindo os universitários; fundações e institutos de pesquisa (como 
Butantã, Adolfo Lutz e Vital Brasil); laboratórios; hemocentros (bancos de sangue); 
serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Ambiental; 
além de hospitais e serviços privados de saúde contratados ou conveniados pelo 
Poder Público. 
O nascimento da saúde pública no Brasil deu-se na transição do século XIX 
para o século XX, no período compreendido entre o fim da monarquia e o início da 
“República Velha”. Configurou-se em um processo de elaboração de normas e 
organizações sanitárias e de mudança nas práticas dominantes até então. Ficou 
conhecido como “sanitarismo campanhista”, tendo sido marcante nos estados do Rio 
de Janeiro e São Paulo, visando principalmente sanear os espaços de circulação 
das mercadorias exportáveis predominando até meados dos anos 1960. 
Na década de 1920 surgem, no bojo da industrialização incipiente, as Caixas 
de Aposentadoria e Pensões (CAPs), organizadas pelas empresas e administradas 
com a participação dos trabalhadores, regulamentadas por lei. Elas foram a primeira 
participação do Estado brasileiro na assistência individual à saúde, mas a 
acessibilidade e o alcance dessas CAPs era limitado a algumas empresas ligadas 
ao comércio exportador, ferroviário, marítimo e bancário (CARPINTERO; GARCIA, 
2000 apud LORA, 2004). 
No início de 1930, existiam mais de 180 Caixas (daí vem a expressão, usada 
até hoje, de que as pessoas que estão em licença médica estão na Caixa), e Getúlio 
Vargas reestruturou a Previdência Social, incorporando praticamente todas as 
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categorias de trabalhadores urbanos. Assim, foram criados seis grandes institutos 
nacionais de previdência por categoria profissional, os chamados Institutos de 
Aposentadoria e Pensão (IAPs), cujo financiamento dos benefícios era repartido 
entre trabalhadores, empregadores e governo federal. Esta forma de organização e 
financiamento da saúde durou mais de três décadas. 
Na década de 1960, foram unificados para criar o Instituto Nacional de 
Assistência Médica e Previdência Social. Em 21 de novembro de 1966, durante o 
governo militar no Brasil, foi promulgado o Decreto-Lei nº 72, que unificou os 
Institutos de Aposentadoria e Pensões e criou o Instituto Nacional de Previdência 
Social (INPS). Após 11 anos, a lei nº 6.439, de 1º de setembro de 1977, estabelece 
o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas) e cria como 
autarquia federal o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
(Inamps). 
Assim, o Inamps passou a prestar o atendimento médico–hospitalar, que 
continuou sendo apenas aos que contribuíam com a previdência social, ou seja, aos 
empregados com carteira profissional assinada. O atendimento à saúde era 
condicionado ao pagamento da previdência. 
O Inamps contava com uma rede própria de serviços, que foi incorporada 
por decreto ao Ministério da Saúde, em 1990 e, com a regulamentação do SUS, 
transferida parcialmente às Secretarias Estaduais da Saúde. Somente em 27 de 
julho de 1993, com a lei nº 8.689, ocorre a extinção do Inamps e a totalidade de suas 
atividades finalmente são incorporadas ao Ministério da Saúde, porém, sem a 
transferência correspondente dos recursos financeiros, gerando a crise financeira da 
saúde que se estende até os dias atuais. 
Esta situação compõe os marcos administrativos nas políticas de saúde 
pública no Brasil de 1923 a 1975, período em que é possível evidenciar a 
duplicidade assistência/previdência, caracterizada pelo privilégio exercido pela 
prática médica curativa, individual, assistencialista e especializada, em detrimento 
da saúde pública, bem como o desenvolvimento de um sistema que priorizava a 
capitalização da medicina e a sua produção privada. 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
O Ministério da Saúde esteve, desde sua origem, ligado às ações 
preventivas por meio de campanhas sanitárias, assumindo, na área de assistência 
médica, apenas as funções de criação e manutenção de grandes hospitais para 
enfermidades crônicas (OIKAWA, 2001 apud LORA, 2004). 
Com o golpe militar de 1964, os institutos de previdência foram unificados no 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), sob controle estatal. A criação do 
Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (Funrural), incluiu os 
trabalhadores rurais no sistema previdenciário. Posteriormente, mediante 
contribuição individual, os benefícios foram estendidos aos empregados domésticos 
e trabalhadores autônomos. 
Desta forma, ampliou-se o acesso à assistência médica da população 
brasileira, porém apenas uma fração da sociedade tinha o direito ao acesso aos 
serviços: aqueles que contribuíam previamente à previdência, ou seja, o restante da 
população, que não tinha carteira de trabalho assinada (lembrando que as mulheres 
nesta época não faziam parte do mercado formal de trabalho, ou seja, na maioria 
eram donas de casa ou trabalhavam dentro do lar), recorriam às práticas populares 
de cuidados com a saúde (chás, ervas, curandeiros, curiosas/parteiras, fórmulas 
manipuladas por boticários e tantas outras modalidades conhecidas até hoje pela 
população que vive em áreas rurais) ou recorriam às Santas Casas, geralmente 
quando a enfermidade era grave, que as cuidava e abrigava até a morte. 
Na década de 1970, desde o seu início, vários estudos e pesquisas foram 
sendo publicados, demonstrando que o modelo de desenvolvimento que o Brasil 
tinha adotado concentrava renda, não distribuía benefícios sociais e, portanto, 
tratava mal a saúde de sua população. 
Em 1975, a Lei nº 6229, organizou o Sistema Nacional de Saúde e 
estabeleceu as principais competências das distintas esferas de governo. Essa 
organização tinha forte característica centralizadora no nível federal e nítida 
dicotomia entre as ações coletivas (competência do Ministério da Saúde) e 
individuais (competência do Ministério da Previdência e Assistência Social), o que 
fazia com que não se estabelecesse um comando único em cada esfera de governo. 
No nível federal, além das competências do Ministério da Previdência e Assistência 
15 
 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
Social e do Ministério da Saúde, também se definiamcompetências para os 
Ministérios da Educação, do Trabalho e do Interior. 
Esse sistema recebeu fortes críticas de setores acadêmicos (Universidades, 
Departamentos de Medicina Preventiva e Social e Escolas de Saúde Pública) e de 
setores da sociedade civil. 
Já na década de 1980, principalmente a partir de 1985, no interior do 
processo de redemocratização do país, deu-se o nascimento de um considerável 
movimento de múltiplos atores políticos, chamado Movimento da Reforma Sanitária. 
O grande marco histórico nesse processo foi, sem dúvida alguma, a VIII 
Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em março de 1986, que contou com a 
participação de diversos setores organizados da sociedade. 
 Segundo Lora (2004), houve um consenso de que para o setor da saúde no 
Brasil não era suficiente uma mera reforma administrativa e financeira, mas sim uma 
mudança em todo o arcabouço jurídico-institucional vigente, que contemplasse a 
ampliação do conceito de saúde segundo os preceitos da reforma sanitária. 
Este encontro foi importante para legitimar as propostas de unificação do 
sistema no Ministério da Saúde de garantia, pelo Estado, de condições dignas de 
vida e de acesso universal e igualitário às ações e serviços de promoção, proteção e 
recuperação da saúde, em todos os seus níveis a todos os habitantes do território 
nacional (BRASIL, 1987). 
 
2.3 O Sistema Único de Saúde 
O Sistema Único de Saúde (SUS) nasceu com a Constituição de 1988, mas 
só foi regulamentado em 1990 com a Lei Orgânica da Saúde de nº 8.080 e nº 8.142. 
Reafirmando: o SUS é definido como o conjunto de ações e serviços de 
saúde prestados por órgãos e instituições públicas e por entidades privadas 
conveniadas ou contratadas, tendo como princípios a universalidade, equidade, 
integralidade. 
Destes princípios derivam outros que são organizativos, a saber: 
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� hierarquização – entendida como um conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para 
cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; referência e 
contrarrefrência; 
� participação popular – ou seja, a democratização dos processos decisórios 
consolidado na participação dos usuários dos serviços de saúde nos 
chamados Conselhos Municipais de Saúde; 
� descentralização da política administrativa – consolidada com a 
municipalização das ações de saúde, tornando o município gestor 
administrativo e financeiro do SUS (Lei nº 8080/90). 
Os objetivos e as atribuições do SUS foram assim definidos: 
� identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da 
saúde; 
� formular as políticas de saúde; 
� fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, 
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações 
assistenciais e das atividades preventivas; 
� executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica; 
� executar ações visando a saúde do trabalhador; 
� participar na formulação da política e na execução de ações de saneamento 
básico; 
� participar na formulação da política de recursos humanos para a saúde; 
� realizar atividades de vigilância nutricional e de orientação alimentar; 
� participar das ações direcionadas ao meio ambiente; 
� formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos, e outros insumos de interesse para a saúde e a participação 
na sua produção; 
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� controlar e fiscalizar os serviços, produtos e substâncias de interesse para a 
saúde; 
� fiscalizar e a inspecionar alimentos, água e bebidas para consumo humano; 
� participar no controle e fiscalização de produtos psicoativos, tóxicos e 
radioativos; 
� incrementar o desenvolvimento científico e tecnológico na área da saúde; 
� formular e executar a política de sangue e de seus derivados. 
Assim, o Estado adotou uma política de ampliação do acesso à atenção, 
promovendo a um maior número de pessoas um leque mais diversificado de ações e 
serviços de saúde. Esta universalização do acesso à atenção vem sendo 
implementada ao longo das duas últimas décadas por uma série de mecanismos 
legais, institucionais e organizacionais, objetivando unificar e descentralizar a 
atenção à saúde (OIKAWA, 2001 apud LORA, 2004). 
Dentro do universo das experiências que foram surgindo, seja em nível local 
ou regional, lembremos que a Saúde da Família distinguiu-se como uma estratégia 
de real implantação do Sistema Único de Saúde e de seus princípios doutrinários e 
organizacionais. 
Ressaltemos que existem muitas formas de organização dos sistemas de 
serviços de saúde, mas os mais conhecidos, de acordo com Mendes (2002), são 
dois: 
a) Os que se organizam através de um conjunto de serviços de atenção à 
saúde, isolados, e sem comunicação entre si, no qual atua uma atenção 
básica de forma precária e descontínua. 
b) Os sistemas constituídos de uma rede integrada de pontos de atenção à 
saúde, organizados pela atenção básica, que presta uma assistência 
continuada a uma população previamente determinada e se responsabiliza 
pelos resultados econômicos e sanitários relacionados a essa comunidade. 
Nos sistemas fragmentados, predomina uma estrutura piramidal, como 
mostra a figura 1, no qual os serviços são acessados de forma hierárquica, segundo 
18 
 
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uma complexidade crescente. Entretanto, essa forma de conceber a organização do 
sistema entende a Atenção Básica enquanto menos complexa do que as demais. 
Para Mendes (2002), a Atenção Básica compreende uma série de 
conhecimentos interdisciplinares, além de atitudes e habilidades altamente 
especializadas. 
No sistema integrado de organização dos serviços, o sistema piramidal é 
substituído por uma rede horizontal integrada, na qual não há hierarquização dos 
serviços. Na rede horizontal, os diferentes pontos de atenção à saúde constituem 
“nós” dessa rede, que é coordenada pela atenção básica para que haja uma 
interação qualificada entre eles. Portanto, como centro da comunicação desse 
sistema, a Atenção Básica tem um papel altamente resolutivo, fundamentalmente 
organizador e, sobretudo, de responsabilização pelo usuário em qualquer ponto da 
rede (Figura 2). 
Figura 1 – Estrutura piramidal 
 
Alta complexidade>>>>>>>>>>>>>>> 
 
Média complexidade>>>>>>> 
 
 
Atenção primária>>>>> 
Fonte: Mendes (2002). 
 
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Figura 2: Rede horizontal – sistema integrado de or ganização dos serviços 
 
 HOSPITAL 
 
 CENTRO DEHOSPITAL/DIA 
ENFERMAGEM 
 
 
 UNIDADE 
 BÁSICA 
 DE SAUDE 
 
 
 
 ATENÇÃO AMBULATÓRIO 
 DOMICILIAR ESPECIALIZADO 
 
Fonte: Mendes (2002). 
Outro aspecto importante da nova proposta de regionalização do SUS diz 
respeito ao modelo assistencial. A organização piramidal do sistema de saúde por 
níveis hierarquizados de “complexidade”, ao reproduzir a ideia de centro-periferia, 
discrimina negativamente os municípios menores, reproduzindo desigualdades e 
induzindo relações competitivas, incompatíveis com a proposta de regionalização 
solidária, que demanda formas de articulação mais igualitárias, horizontais e 
flexíveis. 
O modelo vertical de organização do sistema de saúde também tende a 
desconsiderar a densidade cognitiva da atenção básica e sua importância para a 
organização regionalizada do sistema de saúde com eficiência e qualidade. 
A instalação e fortalecimento das comissões intergestoras regionais e de 
fóruns de participação e controle social, com representação dos conselhos 
municipais, constitui uma das estratégias para viabilizar a cogestão regional. 
Segundo Mendes (2002), através de tecnologias de informação pretende-se 
promover uma maior transparência e compartilhamento dos processos de gestão, 
possibilitando acompanhamento e controle dos fluxos intermunicipais de pacientes; 
20 
 
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fortalecimento do controle social e disseminação de informações e criação de canais 
virtuais de debate, entre outros. 
 
2.4 Política Nacional de Atenção às Urgências 
Historicamente, o pronto atendimento era realizado pelos municípios. Em 
2003, quando foi instituída a política de atenção às urgências em nível nacional, 
diversos municípios já tinham serviço de urgência e emergência estruturado. Por 
exemplo, no Estado de São Paulo, no período de 1983 a 1988, foi implantada a 
Comissão de Recursos Assistenciais de Pronto-Socorros (Craps), visando constituir 
um sistema inter-hospitalar para integrar o atendimento médico na Região 
Metropolitana de São Paulo (RMSP). Em 1992, com apoio do Ministério da Saúde e 
participação da Secretaria de Estado da Saúde e de todos os municípios da RMSP, 
foi criado um grupo de trabalho com a finalidade de elaborar uma proposta de 
regionalização e hierarquização do atendimento médico de urgência. Em julho de 
1992, foi criado o Programa Integrado de Atendimento Médico de Urgência (PAMU), 
fundamentado no Acordo Básico Interinstitucional celebrado entre as três esferas de 
Governo – Federal, Estadual e Municípios da Região Metropolitana (Manual do 
Programa Integrado de Atendimento Médico de Urgência, 1993).(FORTES et al., 
2010). 
A Política Nacional de Atenção às Urgências foi instituída por meio da 
Portaria nº 1.863/GM, em 29 de setembro de 2003, que rege a implantação dos 
serviços de atendimento móvel de urgências nos municípios brasileiros e da Portaria 
nº 2.972/GM, de 9 de dezembro de 2008, que orienta a continuidade do Programa 
de Qualificação da Atenção Hospitalar de Urgência no Sistema Único de Saúde. 
Pode-se afirmar que os atendimentos das urgências e emergências têm 
como base quatro estratégias que devem estar interligadas, como engrenagens de 
um motor, que são: 
� organização de redes assistenciais; 
� humanização no atendimento dos pacientes; 
� qualificação e educação permanente dos profissionais de saúde que 
trabalham na área; e, 
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� implantação e operação de central de regulação médica de urgências. 
Segundo o Conselho Federal de Medicina, em sua Resolução CFM nº 1.451, 
de 10 de março de 1995, urgência significa a ocorrência imprevista de agravo à 
saúde, com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência 
médica imediata. Define ainda, a emergência como sendo constatação médica de 
condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou 
sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. Note-se que 
esses conceitos estão relacionados ao fator tempo como determinante do 
prognóstico vital. 
Entretanto, esses termos podem ter outra interpretação, como imprevisto ou 
interrupção de ordem do curso da vida para pacientes e familiares, perturbação de 
sua organização para as instituições, e outras ainda, como (...) relativo a emergir, ou 
seja, alguma coisa que não existia, ou que não era vista, e que passa a existir ou ser 
manifesta, representando, dessa forma, qualquer queixa ou novo sintoma que um 
paciente passe a apresentar. Assim, tanto um acidente quanto uma virose 
respiratória, uma dor de dente ou uma hemorragia digestiva, podem ser 
consideradas emergências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 
Como podemos ver, o uso desses termos pode causar dúvidas. Pensando 
nisso, a Coordenação Geral de Urgência e Emergência, do Ministério da Saúde, 
propôs a utilização do termo urgência para todos os casos que necessitem de 
cuidados agudos, deixando de lado a diferenciação da terminologia urgência e 
emergência. 
A Política Nacional de Atenção às Urgências faz parte do SUS e sua 
organização é orientada pelas portarias do Ministério da Saúde e legislação do SUS. 
No serviço de atenção às urgências, como em qualquer outra área de saúde, 
atuam profissionais com diversas formações, experiências e tempo de exercício na 
área. 
Especificamente em relação a recursos humanos, alguns fatores repercutem 
negativamente no trabalho, como a informalidade na contratação e a organização 
vertical do trabalho, habilitação inadequada para atuação em urgências, despreparo 
22 
 
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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios 
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
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profissional, baixo investimento na qualificação e educação permanente, a não 
implementação do plano de cargos, carreiras e salários do SUS. 
Em relação à formação e qualificação de profissionais, a Portaria nº 
1.864/GM/2003 aponta a necessidade de promover profundo processo de 
capacitação e de educação permanente dos trabalhadores da saúde para o 
adequado atendimento às urgências e emergências, em todos os níveis de atenção 
do sistema, bem como estimular a adequação curricular nas instituições formadoras. 
Em 07 de julho de 2011, por meio da Portaria nº 1.600, houve a 
reformulação da Política Nacional de Atenção às Urgências e instituição da Rede de 
Atenção às Urgências no SUS. As diretrizes instituídas serão vistas adiante. 
23 
 
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UNIDADE 3 – CONCEITOS BÁSICOS 
 
Retrospectivamente, a história do atendimento em emergências começa 
com Florence Nightingale que foi a primeira enfermeira em emergência, aoprestar 
cuidados aos feridos da Guerra da Criméia, em 1854. 
Em 1970, foi organizada nos EUA a Associação de Enfermeiras em 
Emergência (Emergency Department Nurses Association - EDNA). Também foi nos 
EUA que, em 1980, surgiu um exame baseado na competência, fornecendo a 
certificação em enfermagem em emergência por 4 anos. 
A EDNA desenvolveu os padrões de prática de enfermagem em emergência, 
publicado em 1983, a serem usados como diretriz para critérios de excelência e 
resolutividade, com os quais o desempenho é medido e avaliado (HUDDLESTON; 
FERGUSON, 2006). 
Basicamente, as unidades de cuidados de emergência prestam cuidados 
pré-hospitalares realizados pelos serviços médicos de emergência (EMS), por 
profissionais clínicos em emergência e paramédicos fornecem estabilização 
hemodinâmica e transporte dos clientes. Quando o transporte do resgate acontece 
por via aérea, os profissionais de enfermagem fornecem cuidados durante o 
transporte pré e intra-hospitalar e se comunicam com o pronto-socorro durante o 
transporte do cliente. 
Hoje as tecnologias avançaram bastante e temos ainda técnicas 
especializadas que são usadas para monitorar o estado do cliente continuamente; 
mas ressaltemos que podem apresentar riscos à segurança dos clientes, tais como 
possível exposição à choque elétrico. 
A triagem classifica os clientes para avaliação e prioridades de tratamento. 
Essas decisões de triagem requerem o julgamento rápido e efetivo de dados 
objetivos e subjetivos para se determinar o tipo de prioridade, mesmo porque as 
situações de emergência são um risco potencial à vida; incluem condições como 
angústia ou parada respiratória, parada cardíaca, dor torácica intensa, convulsões, 
hemorragia, traumatismo grave que resulta em tórax aberto ou feridas abdominais, 
24 
 
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choque, envenenamentos, superdosagem de fármacos e de drogas, temperatura 
acima de 40°C, parto de emergência e complicações no parto. 
As situações de urgência são sérias, mas não põem em risco a vida. O 
tratamento deve ser implementado tão logo seja possível. Incluem condições tais 
como dor torácica sem angústia respiratória, fraturas de grande porte, queimaduras, 
nível diminuído de consciência, traumatismos, náuseas ou vômitos, dor abdominal 
intensa, temperatura entre 39 e 40°C, sangramento, pânico e ansiedade. 
A gravidade da elevação da temperatura está relacionada com a idade; os 
jovens frequentemente apresentam elevações de temperatura na faixa moderada 
sem outros sintomas, enquanto os idosos podem apresentar uma elevação de 
temperatura de não mais que 38°C e estar extremamente doentes. 
As situações em que não se caracteriza emergência não são agudas e são 
consideradas de gravidade pequena a moderada; incluem dor nas costas crônica ou 
outros sintomas, cefaleia moderada, queimaduras de pequeno porte, fraturas, 
torções e infecções das vias respiratórias superiores ou das vias urinárias. 
E quais são as funções do profissional de enfermagem em atendimento de 
emergência? 
1º. Provedora de cuidados: fornece cuidados diretos abrangentes ao cliente e à 
família. Prescreve os direitos dos clientes. 
2º. Educadora: fornece orientações ao cliente e à família com base em suas 
necessidades de aprendizagem e habilidades e na gravidade da situação, e 
possibilita ao cliente assumir mais responsabilidade para atender às 
necessidades de cuidados de saúde. 
3º. Administradora: coordena as atividades de outros membros na equipe 
multidisciplinar para atingir o objetivo específico de fornecer cuidados de 
emergência. 
4º. Implementar o serviço de triagem para determinar prioridades com base na 
avaliação e na previsão das necessidades do cliente. 
5º. Fornecer medidas diretas para reanimar o cliente, se necessário. 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
6º. Fornecer cuidados preliminares antes de o cliente ser transferido para a área 
de cuidados primários. 
7º. Fornecer orientações sobre saúde ao cliente e à família. 
8º. Supervisionar o cuidado do cliente e o pessoal auxiliar. 
9º. Fornecer suporte e proteção ao cliente e à família. 
De antemão, embora tenhamos um momento do curso específico para 
falarmos das implicações legais e éticas no atendimento de clientes em emergência, 
vale de imediato elencar algumas dessas implicações: 
Implicações legais Implicações éticas 
� Negligência. 
� Imperícia. 
� Consentimento informado (termo de 
consentimento). 
� Consentimento implícito. 
� Diretrizes antecipadas, incluindo 
procuração permanente e testamentos 
em vida. 
 
� Aspectos culturais e religiosos que 
limitam as opções de tratamento. 
� Alocação de recursos para cuidados de 
emergência que podem limitar as 
admissões ou promover altas precoces 
da unidade. 
� Não-reanimação cardiopulmonar ou 
implementação das medidas de suporte 
à vida nos casos de doenças em fase 
terminal. 
 
3.1 Urgência 
Urgência pode ser definida como ocorrência imprevista de danos à saúde, 
em que não ocorre risco de morte, ou seja, o indivíduo necessita de atendimento 
médico mediato (SOUZA; BARBOSA, 1999; SOARES, 1996). 
Santos (2012) cita como exemplos de prioridade moderada de atendimento: 
� dor torácica sem complicações respiratórias; 
� alguns tipos de queimadura; 
� fraturas sem sinais de choques ou outras lesões mais sérias; 
� vômito e diarreia, acompanhados ou não por estado febril abaixo de 39°C; 
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� sangramentos e ferimentos leves e moderados. 
 
3.2 Emergência 
Segundo os mesmos autores que definiram urgência, emergência é a 
constatação médica de condições de danos à saúde, que implicam em risco de 
morte, exigindo tratamento médico imediato. 
Aqui temos como exemplos de alta prioridade de atendimento. 
� parada cardiorrespiratória (PCR); 
� dor torácica acompanhada de desconforto respiratório; 
� politraumatismo em geral; 
� hemorragias de alta intensidade; 
� queimaduras extensas; 
� perda do nível de consciência; 
� intoxicações em geral; 
� ferimento por arma de fogo (FAF); 
� ferimento por arma branca (FAB); 
� estados de choque; 
� estado febril acima de 40°C; 
� gestações em curso com complicações. 
Tanto a urgência como a emergência requer do profissional de enfermagem 
atenção imediata em suas ações, ressaltando que o conhecimento técnico faz a 
diferença no final do atendimento (SANTOS, 2012). 
Existem outros conceitos que permeiam o atendimento para as urgências e 
emergências, como veremos abaixo: 
 
3.3 Pronto-socorro 
Local “físico” destinado ao atendimento de urgências e emergências 
constatadas (SOARES, 1996). Geralmente está localizado em um hospital ou 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
próximo a ele. É para o pronto-socorro que as vítimas são encaminhadas após o 
primeiro atendimento, independente de seu estado. 
 
3.4 Sala de Urgência 
Local destinado e equipado dentro do pronto-socorro para atendimento de 
urgências e emergências, independente de sua procedência. 
As salas de urgência e emergência devem estar localizadas em pontos 
estratégicos do pronto-socorro, ser de fácil acesso para entrada de ambulâncias e 
carros de resgate, além de ter pessoal qualificado e disponível para qualquer 
circunstância (SANTOS, 2012). 
 
3.5 Recursos 
Os recursos necessários são os recursos humanos, materiais e os serviços. 
� Recursos humanos são as equipes de enfermagem e médica que atuam 
durante as urgências e emergências. 
� Recursos materiais são equipamentos e materiais que as salas de urgência 
devem ter, necessários para estabilizar o quadro clínico do paciente. 
� Dos serviços fazem parte todo o pessoal de apoio, como laboratório, banco 
de sangue, centro de imagens. 
Existe um outro tipo de atendimento, com grau de prioridade mínimo, ou 
seja, sem risco nenhum de vida ao paciente, o qual é encaminhado aos locais de 
atendimento de emergência e urgência, ou seja, nos próprios prontos-socorros, mas 
não se classificam por atendimento de urgência ou emergência, e sim como 
atendimentos “especiais”, que requerem conduta médica e assistência de 
enfermagem, citando como exemplos: 
� estado de dor crônico; 
� cefaleias e enxaquecas; 
� distensões e luxações; 
� fraturas de pequeno porte; 
� queimaduras de 1º grau. 
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� infecções em geral. 
É de extrema importância que o pessoal que trabalha em atendimento de 
urgência/emergência esteja bem treinado e saiba priorizar o estado do paciente. 
Além dos profissionais bem preparados, também é importante que o Pronto-
Socorro esteja localizado em uma estrutura hospitalar, o que facilita a resolução do 
quadro do paciente (SANTOS, 2012). 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
UNIDADE 4 – ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA PARA 
ATENDIMENTO DE URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS 
 
4.1 Organização 
As redes de atenção à saúde tiveram sua origem na década de 20, no Reino 
Unido. No início dos anos 90, a atenção à saúde em urgência toma forma com os 
sistemas integrados nos Estados Unidos e, a partir daí, com as adaptações 
necessárias, em sistemas de saúde públicos e privados de outros países. 
Em 2000, a Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe critérios para o 
desenho das redes de atenção à saúde, sob a denominação de “integração do 
sistema”. Em sentido ampliado, a integração em saúde é um processo que consiste 
em criar e manter uma governança comum de atores e organizações autônomas, 
com a finalidade de coordenar sua interdependência e permitir cooperação para a 
realização de um projeto coletivo. Nessa perspectiva, integram-se diferentes 
subsistemas, relacionando a clínica e a governança a valores coletivos. 
Essas dimensões da integração correspondem, na tipologia proposta por 
Mendes (2001), à gestão da clínica e a dos pontos de atenção. As redes são 
conjunto de pontos de atenção à saúde que se articulam, pela via das tecnologias de 
gestão da clínica, numa rede capaz de prestar atenção contínua à população 
adscrita. 
Mendes (2002) afirma que a atenção primária à saúde deve cumprir, nas 
redes de atenção à saúde, três funções: resolução, coordenação e 
responsabilização. 
� A função de resolução consiste em solucionar a maioria dos problemas de 
saúde. 
� A função de coordenação consiste em organizar os fluxos e contrafluxos das 
pessoas e coisas pelos diversos pontos de atenção à saúde na rede. 
� A função de responsabilização consiste em se corresponsabilizar pela saúde 
dos usuários em quaisquer pontos de atenção em que estejam sendo 
atendidos. 
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e 
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
Segundo Melo e Silva (2011), na organização de redes de resposta às 
condições agudas, a atenção primária tem funções de resolução nos casos que lhe 
cabem (baixo risco) e de responsabilização, mas a função de coordenação passa a 
ser de outra estrutura (no caso: o complexo regulador). 
Para a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2000), a atenção 
primária à saúde deve ser parte integral dos sistemas de saúde e o melhor enfoque 
para produzir melhoria sustentável e equitativa na saúde dos povos das Américas. 
As autoras citam que a Secretaria de Estado de Saúde do Ceará (CEARÁ, 
2000) realizou experiência de vanguarda com processo de microrregionalização dos 
serviços de saúde, tendo como base a concepção de redes de atenção à saúde, que 
incorporou o nível das urgências e emergências na mesma. O Ministério da Saúde, 
pela Portaria nº 1.169/GM (BRASIL, 2004), instituiu a Política Nacional de Atenção 
Cardiovascular de Alta Complexidade. Trata-se, na realidade, da proposição de uma 
rede de ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e 
cuidados paliativos a ser implantada em todas as unidades federadas, respeitadas 
as competências das três esferas de governo. 
Igualmente, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (MINAS 
GERAIS, 2006) priorizou a implantação de redes de atenção à saúde e considerou 
que a situação da saúde do estado se caracteriza pelo rápido envelhecimento da 
população e por uma situação epidemiológica de dupla carga de doença. Essas 
redes são constituídas a partir de um processo de gestão da clínica, decorrendo de 
diretrizes clínicas desenvolvidas sob forma de linhas-guia. O estado foi dividido em 
75 microrregiões assistenciais que devem ser autossuficientes em atenção 
secundária e 13 macrorregiões, com autossuficiência em atenção terciária. 
É de fundamental importância que os profissionais conheçam a rede de 
atenção à saúde do seu município e os pontos que a compõem para facilitar o fluxo 
e o contrafluxo dos usuários, destacando-se o fluxo para a urgência e emergência, 
principalmente porque o ponto inicial de comunicação da rede de atenção à saúde é 
na Unidade Básica de Saúde (UBS) onde deve ser realizado o primeiro atendimento 
ao cidadão (MELO; SILVA, 2011). 
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recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 
Para atingir o objetivo de organização da rede de atenção à saúde em 
urgência, é necessário: 
� elaborar perfil demográfico e epidemiológico atual e projetado, do município; 
� descrever a rede de atenção à saúde existente no município; 
� conhecer o modelo de atenção à saúde do município; 
� avaliar os recursos humanos disponíveise sua qualificação; 
� avaliar a funcionalidade e a produção das Unidades Básicas de Saúde; 
� realizar o diagnóstico integral da rede, a análise da oferta, a estimativa de 
demanda atual e projetada e a identificação dos vazios de atenção e a 
proposição de alternativas de solução (MELO; SILVA, 2011). 
 
4.2 Estrutura 
Quando uma pessoa sofre agravo agudo à saúde, deve ser acolhido em 
serviço do SUS mais próximo de sua ocorrência, seja numa Unidade de Saúde da 
Família, pronto atendimento ou pronto-socorro (FORTES et al., 2010). 
Caso haja necessidade de tratamento de maior complexidade, as centrais de 
regulação têm a responsabilidade de identificar, dentre os recursos disponíveis no 
território de abrangência, aquele que possa dar melhor resposta à demanda e 
redirecionar o atendimento. 
Compete, portanto, ao Poder Público, ordenar o atendimento às urgências e 
emergências, possibilitando acolhimento, atenção qualificada e resolutiva para 
pacientes com qualquer nível de gravidade. Os componentes pré-hospitalar fixo e 
móvel, hospitalar e pós-hospitalar fazem parte da estrutura de atenção às urgências. 
a) Componente pré-hospitalar fixo: 
A Portaria GM/MS nº 2.048 estabelece o acolhimento de clientes com 
quadros agudos em unidades de saúde de baixa complexidade, como os 
estabelecimentos da atenção primária, denominados pré-hospitalar fixo. 
Na estrutura física do componente pré-hospitalar fixo, como a unidade 
básica de saúde, Unidade Saúde da Família, ambulatório de especialidades e 
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serviço de apoio diagnóstico, os casos de urgência devem ser acolhidos em 
ambiente previamente estabelecido e organizado. 
É necessário que todos os membros da equipe técnica e administrativa, 
especialmente a equipe de enfermagem, conheçam a sala para o atendimento de 
urgência. É atribuição da equipe de enfermagem organizar os materiais médico-
hospitalares como laringoscópio com lâminas adulto e infantil, cânula endotraqueal, 
material para realização de punção venosa, sondas de aspiração e outros. Manter 
disponíveis medicamentos utilizados em caso de parada cardiorrespiratória (PCR) e 
insuficiência respiratória, materiais e equipamentos para oxigenoterapia, aspiração 
traqueal ventilação, desfibrilador externo automático (DEA) e outros deverão estar 
disponibilizados. 
Os recursos organizados permitem o atendimento e estabilização do cliente 
até que seja transferido de forma adequada para uma unidade de maior 
complexidade. 
Os profissionais médicos, enfermeiros técnicos e auxiliares de enfermagem 
que atuam no pré-hospitalar fixo são capacitados para estabilizar e encaminhar 
adequadamente o cliente. A criação de protocolos e rotinas e a sua aplicação 
auxiliam no tratamento, melhorando os resultados e contribuindo para melhor 
organização do trabalho e salvando vidas. 
Serviços de média complexidade ou intermediária podem funcionar até 24 
horas, são estruturados para acolher pacientes com quadros agudos ou crônicos 
agudizados, e funcionam à noite e finais de semana, diminuindo a sobrecarga dos 
hospitais de maior complexidade. 
Em alguns Estados do Brasil encontramos as Unidades de Pronto 
Atendimento (UPA); no Estado de São Paulo temos o pronto atendimento (PA) e, na 
cidade de São Paulo, a Assistência Médica Ambulatorial (AMA). Estes recursos 
foram implantados com base nos dados epidemiológicos de cada região. A equipe 
médica é composta de clínico geral e pediatra, podendo ser ampliado com 
ortopedistas e cirurgiões, equipe de enfermagem, equipe de apoio diagnóstico 
(laboratório e radiologia) e profissionais da área administrativa. 
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São disponibilizados medicamentos, leitos de observação de 6 a 24 horas 
em algumas unidades e ambulância para o transporte. A estrutura física e 
organização de fluxos devem funcionar de forma integrada, agilizando o 
desenvolvimento do trabalho. São necessários, para estes estabelecimentos, 
recursos como monitor cardíaco com desfibrilador e marca-passo externo, bomba de 
infusão, respirador, entre outros. Medicamentos como antibióticos injetáveis, drogas 
vasoativas e psicotrópicos fazem parte dos recursos pela condição clínica dos 
clientes acolhidos. 
A retaguarda hospitalar deve ser assegurada por meio de pactuações 
prévias entre gestores para garantir o acesso a hospitais de alta complexidade. 
b) Componente pré-hospitalar móvel: 
O componente pré-hospitalar móvel foi estruturado e organizado para 
prestação de serviços de saúde à pessoa que necessita de socorro em locais como 
domicílios, vias públicas, estabelecimentos comerciais, entre outros. 
Ao pedir ajuda por meio da central de regulação 192 (SAMU) ou 193 (Corpo 
de Bombeiro), o socorrista, parentes da vítima ou a própria vítima, recebe 
orientações do médico regulador que decide pelo envio de ambulância de suporte 
básico ou avançado com equipe habilitada em atendimento a situações de urgência, 
caso avalie que seja necessário disponibilizar esse recurso. O médico regulador 
autoriza o transporte do cliente diante do problema de saúde relatado pela equipe 
local de atendimento pré-hospitalar (APH), por meio de comunicação por telefone ou 
rádio. Em se tratando de situações não caracterizadas como risco iminente de vida, 
cabe ao médico regulador dar orientações sobre outras medidas a serem efetuadas 
pelo solicitante. 
As equipes de saúde do APH são compostas por médico, enfermeiro, 
técnico e/ou auxiliar de enfermagem, que recebem habilitação específica para esta 
atividade. É necessário que conheçam suas atribuições, normas e rotinas 
operacionais, bem como desenvolvam seu trabalho baseado em protocolos de 
atendimento. A educação permanente desses profissionais é primordial para 
assegurar a qualidade na prestação da assistência. Outros profissionais como 
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telefonista, rádio-operador, condutor de ambulância ou de veículos aquáticos e 
aéreos fazem parte da equipe de APH. 
As equipes são capacitadas para tripular veículos terrestre, aquático ou 
aéreo que se destine ao transporte de enfermos, atendendo a classificação da 
Portaria nº 2.048/GM. No APH, os encaminhamentos para os serviços hospitalares 
são designados pelo sistema regulador. Esses profissionais são habilitados por meio 
de cursos de resgate e emergências médicas (REM), participando de capacitações 
periódicas para o bom desempenho de sua função. 
c) Atendimento hospitalar: 
As unidades de emergência hospitalares ou prontos-socorros oferecem 
atendimento imediato e ininterrupto aos pacientes adultos ou crianças em estado 
crítico ou potencialmente crítico. O atendimento hospitalar é definido por grau de 
complexidade – tipo I, II e III. 
Toda infraestrutura referente a recursos materiais, equipamentos e 
medicamentos deve estar de acordo com as normas e compatível com serviço de 
emergência. 
As áreas físicas sãoestruturadas conforme a complexidade do hospital, 
considerando-se os tipos I, II e III. Assim, hospitais que recebem clientes de maior 
complexidade oferecem recursos humanos, materiais e tecnológicos compatíveis 
com a necessidade de cada caso. A estrutura física adequada é normatizada pela 
Resolução de Diretoria Colegiada (RDC), da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA). A Portaria RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002, estabelece 
normas técnicas para elaboração de projetos da estrutura física, arquitetônica, 
símbolos gráficos, desenho técnico e toda organização física para estabelecimentos 
assistenciais de saúde. 
De acordo com a ANVISA, há a necessidade de área física ampla, com 
número mínimo e suficiente de salas e quartos ou boxes com divisórias para 
acomodar os clientes com conforto e privacidade. As dependências são projetadas 
conforme as normas estabelecidas pela legislação, considerando-se o fluxo de 
pessoas que circulam no local. Essa área deve ter revestimento lavável, em cor clara 
e com cantos arredondados, como também dispor de boa iluminação e ventilação; 
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as considerações de segurança e conforto incluem um ambiente tranquilo, com a 
minimização de ruídos e agentes estressantes. 
A unidade de emergência é caracterizada pelo fluxo intenso de pessoas que 
circulam nessa área, em razão da rotatividade dos pacientes que procuram o serviço 
devido à gravidade das condições em que se encontram, motivadas por trauma, 
afecções não traumáticas, alterações de comportamento, entre outras (FORTES et 
al., 2010). 
A variedade dos agravos apresentados por esses pacientes justifica a 
diversidade de profissionais que atuam nessa unidade, com equipe multidisciplinar 
composta por profissionais de enfermagem, assistente social, fisioterapeuta, 
médicos de diferentes especialidades, entre outros, bem como a avançada 
tecnologia presente com equipamentos de alta precisão. Essa complexidade exige a 
capacitação permanente dos profissionais que nela atuam (FORTES et al., 2010). 
O processo de trabalho na unidade de emergência requer sólida 
fundamentação científica e prontidão no cumprimento imediato das atribuições por 
parte de cada profissional da equipe de atendimento. Ressaltamos, porém, que as 
situações imprevistas com as quais se deparam os profissionais nesses serviços 
requerem atenção não apenas no aspecto técnico-científico. A equipe 
multidisciplinar precisa estar preparada emocionalmente para a vivência de 
situações limítrofes que impactam os serviços de urgência em relação ao binômio 
vida e morte. O equilíbrio em lidar com essas situações tem repercussão na vida do 
paciente e de seus familiares, que se sentirão apoiados e mais seguros em relação 
ao atendimento que recebem da equipe (FORTES et al., 2010). 
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UNIDADE 5 – DIRETRIZES DA REDE DE ATENÇÃO ÀS 
URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS (RUE) 
 
Vimos na introdução deste módulo que a Rede de Atenção às Urgências e 
Emergências (RUE) se sobressai nas estratégias do SUS para ampliação do acesso 
e melhoria da qualidade de atenção à saúde, tendo em vista a relevância e 
premência das situações clínicas envolvidas, além do atual contexto de superlotação 
dos prontos-socorros. 
As seguintes estratégias são destacadas como prioritárias na RUE: 
� qualificação das portas hospitalares de urgência e emergência e da 
emergência, estratégicas para a RUE; 
� qualificação da atenção ao paciente crítico ou grave por meio da qualificação 
das unidades de terapia intensiva; 
� organização e ampliação dos leitos de retaguarda clínicos; 
� criação das unidades de internação em cuidados prolongados (UCP) e de 
hospitais especializados em cuidados prolongados (HCP); 
� qualificação da atenção por meio da organização das linhas de cuidados 
cardiovascular, cerebrovascular e traumatológica; 
� definição da atenção domiciliar organizada por intermédio das equipes 
multidisciplinares de atenção domiciliar (Emad) e das equipes 
multidisciplinares de apoio (Emap); e, 
� articulação entre os seus componentes. 
É fundamental a participação de atores de outros segmentos sociais para a 
proposição de políticas públicas intersetoriais efetivas e eficientes, envolvendo 
conselhos de saúde, gestores, trabalhadores, prestadores, usuários, conselhos de 
classe, instituições de ensino, setores da Educação, Segurança Social, Transportes 
e outros (BRASIL, 2013). 
 
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5.1 O plano de ação regional 
Plano de Ação Regional da Rede de Atenção às Urgências e Emergências 
(PAR) da RUE é o documento formal representativo dos pactos assistenciais e dos 
gestores elaborado pelo Grupo Condutor Estadual da RUE, que aborda as 
definições físico-financeiras, logísticas e operacionais necessárias à implementação 
desta rede temática. O PAR deve apresentar um diagnóstico do conjunto de serviços 
de saúde que atuam na atenção às urgências e emergências em uma determinada 
região de saúde, bem como as lacunas e necessidades, além das estratégias 
necessárias para superar os problemas detectados. 
As ações e os serviços de saúde devem ser organizados para que 
funcionem de forma harmônica e integrada, superando a lógica hegemônica de 
fragmentação da organização de serviços de saúde dentro de programas isolados, 
avulsos e sem conexão com as necessidades epidemiológicas da população e as 
condições sociodemográficas da região. 
A elaboração do PAR pelo Grupo Condutor da RUE deverá estar pautada na 
análise da capacidade instalada e na situação dos serviços de atendimento às 
urgências e emergências, no diagnóstico demográfico e epidemiológico da região de 
saúde por meio da análise de dados primários, além do dimensionamento da 
demanda e da oferta dos serviços de urgência e emergência existentes. A análise da 
situação da vigilância epidemiológica, da regulação, da avaliação, do controle, do 
apoio diagnóstico e do transporte para as urgências também deve subsidiar o PAR. 
O Plano de Ação Regional deverá conter o desenho da Rede de Atenção às 
Urgências e Emergências, contemplando o detalhamento técnico de cada 
componente, as metas a serem cumpridas, o cronograma de implantação (além dos 
mecanismos de regulação, monitoramento e avaliação), o estabelecimento de 
responsabilidades e o aporte de recursos pela União, pelo estado, pelo Distrito 
Federal e pelos municípios envolvidos, bem como a previsão de auditoria da 
execução das ações e dos recursos, quando necessário (BRASIL, 2013). 
O PAR da RUE deverá ser pactuado pela Comissão Intergestores Bipartite 
(CIB) ou pelo Colegiado de Gestão da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito 
Federal (CGSES/DF) e pela Comissão Intergestores Regional (CIR), quando houver, 
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