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LIVRO FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

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Indaial – 2019
Formação e Desenvolvimento 
De Coleções
Prof. ª Daniella Camara Pizarro
Prof. ª Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos
1a Edição
Formação e Desenvolvimento de Coleções.indd 1 31/10/2019 14:13:15
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. ª Daniella Camara Pizarro
Prof. ª Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
P695f
 Pizarro, Daniella Camara
 Formação e desenvolvimento de coleções. / Daniella 
Camara Pizarro; Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2019.
 161 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0383-6
1. Bibliotecas - Serviços de informação. - Brasil. I. Mattos, Miriam de 
Cássia do Carmo Mascarenhas. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 025.2
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III
apresentação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo!
É uma satisfação estar aqui para refletirmos sobre esta importante temática 
curricular, a qual comumente chamamos de Formação e Desenvolvimento de 
Coleções. Este livro didático pretende propiciar a você conhecimentos exigidos 
na ementa desta referida disciplina. Vamos conhecê-la? Nesta direção, a ementa 
de “Formação e Desenvolvimento de Coleções”, do Curso de Biblioteconomia da 
UNIASSELVI, propõe que trabalhemos os “Fundamentos, processos de formação 
e desenvolvimento de coleções em unidades de informação. Princípios, políticas e 
instrumentos para a formação e desenvolvimento de coleções bibliográficas. Seleção, 
aquisição, avaliação e processo de formação e desenvolvimento de coleções”.
Para facilitar nossa caminhada, vamos trabalhar esses conteúdos 
reagrupados e inter-relacionados de forma coerente em três unidades. 
Na Unidade 1, vamos compreender o que significa o desenvolvimento 
de coleções, bem como reflitir algumas questões: por que, para quem, onde 
e como desenvolvemos coleções. E, por fim, compreender a finalidade da 
Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções. 
Na Unidade 2, vamos entender como se dá o ciclo do desenvolvimento de 
coleções e suas etapas, tais como: estudo da comunidade, o processo de seleção, 
aquisição e desbastamento, e ainda: a dinâmica de avaliação da própria coleção.
Na Unidade 3, abordaremos o que chamamos de “tópicos especiais”, 
ou seja, temas que, embora não falem diretamente sobre formação e 
desenvolvimento de coleções, são necessários para a problematização dos 
processos que permeiam o tema na sociedade contemporânea, entre eles 
movimento de acesso aberto e direitos autorais. 
Sugerimos que leia atentamente cada unidade deste livro didático, bem 
como após cada leitura, concentrar-se na realização das autoatividades. Elas vão 
ajudar você a reforçar e fixar seu aprendizado nesta disciplina. É importante 
lembrar que devemos ter uma boa gestão do tempo de estudo na qual possamos 
praticar uma leitura atenta, calma e que possamos nos concentrar nas reflexões 
aqui propostas. Desejamos um ótimo estudo e que este material possa contribuir 
na sua formação para sua prática futura como bibliotecário!
Tudo de bom!
Prof.ª Daniella Camara Pizarro
Prof.ª Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos
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IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
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V
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VI
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VII
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES:
 CONCEITOS IMPORTANTES .................................................................................. 1
TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: 
 POR QUE FAZER? ............................................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 O QUE É COLEÇÃO? ........................................................................................................................... 4
3 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ............................................................. 6
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 14
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 15
TÓPICO 2 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER? ......... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER ............................... 20
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 25
TÓPICO 3 – POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES............. 29
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 29
2 POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ................................ 29
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 50
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 51
UNIDADE 2 – ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ......................................... 53
TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO ................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55
2 ESTUDO DE COMUNIDADE ...........................................................................................................55
3 SELEÇÃO ............................................................................................................................................... 62
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO, 
 DESBASTAMENTO E AVALIAÇÃO ........................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 AQUISIÇÃO .......................................................................................................................................... 75
3 DESBASTAMENTO ............................................................................................................................. 83
3.1 CRITÉRIOS PARA DESCARTE ..................................................................................................... 84
4 AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................... 85
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 89
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 97
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 99
sumário
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VIII
UNIDADE 3 – TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E 
 DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ................................................................. 101
TÓPICO 1 – MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS 
 RELAÇÕES NAS ATIVIDADES DE BIBLIOTECONOMIA .................................. 103
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 103
2 ACESSO ABERTO: LUTA ENTRE DAVI E GOLIAS .................................................................... 105
3 ENTENDA O QUE É O MOVIMENTO ACESSO ABERTO ........................................................ 106
3.1 VOLTANDO UM POUCO A HISTÓRIA ..................................................................................... 112
4 ACESSO ABERTO NA AMÉRICA LATINA .................................................................................. 117
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 123
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 124
TÓPICO 2 – DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES? ...................................... 125
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 125
2 UM POUCO SOBRE O “DOSSIÊ COPYSOUTH” ......................................................................... 125
3 DIGITAL RIGHTS MANAGEMENT (DRM) .................................................................................... 132
4 LEI Nº 9.610: OS DIREITOS AUTORAIS ........................................................................................ 135
4.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL: DIREITO DO AUTOR E O DIREITO DO CIDADÃO 
AO ACESSO A INFORMAÇÃO .......................................................................................................... 137
5 ACESSO ABERTO E DIREITOS AUTORAIS: IMPACTOS PARA 
 PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO ............................................................................................ 138
5.1 SOFTWARES E SERVIÇOS DE BASES DE DADOS, UTILIZADOS PELAS BIBLIOTECAS 
UNIVERSITÁRIAS .......................................................................................................................... 138
5.2 REDES SOCIAIS E COMPARTILHAMENTO ............................................................................. 139
5.3 CÓPIAS PARA FINS EDUCATIVOS, DE PRESERVAÇÃO E ACESSO A DEFICIENTES ... 141
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 147
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 151
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 153
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 154
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1
UNIDADE 1
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
DE COLEÇÕES: CONCEITOS 
IMPORTANTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
• conhecer os conceitos gerais sobre a temática Formação e Desenvolvimen-
to de Coleções;
• compreender a importância de sua reflexão e aplicação nas bibliotecas 
unidades de informação;
• atentar-se às diferentes denominações existentes deste processo, por 
exemplo: Gestão Estoques Informacionais;
• entender de forma global o porquê e como se faz a Formação e Desenvol-
vimento de Coleções;
• compreender a finalidade da Política de Formação e Desenvolvimento de 
Coleções;
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. 
TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: POR 
QUE FAZER?
TÓPICO 2 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO 
FAZER?
TÓPICO 3 – POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
COLEÇÕES
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2
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3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
COLEÇÕES: POR QUE FAZER?
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos começar a trabalhar os principais conceitos relacionados 
à área de Formação e Desenvolvimento de Coleções, no intuito de promover uma 
reflexão mais aprofundada acerca do papel de uma coleção e do bibliotecário nas 
Unidades de Informações. Vamos voltar nossa atenção para este processo que 
compõe várias atividades centrais para uma unidade de informação?
Ao pararmos para pensar sobre a coleção, podemos dizer que ela se apresenta 
com um conjunto que informações e itens bibliográficos que atendem a necessidades 
informacionais de diversas pessoas que procuram uma determinada biblioteca. 
Você já pode visualizar a responsabilidade que tem o bibliotecário na formação e 
desenvolvimento de uma coleção e quanto assertivo ele deve ser?
Nessa direção é de extrema importância que os profissionais bibliotecários 
reflitam sobre algumas questões antes de iniciar sua prática: por que, para quem, 
onde e como desenvolvemos coleções? A importância destas reflexões acrescentam 
aos bibliotecários uma visão desta temática para além do enfoque tecnicista.
Formar e desenvolver coleções envolvem questões sociais, éticas e políticas, 
as quais constantemente vão direcionar suas decisões técnicas. Assim, lembramos 
que precisamos conhecer profundamente as necessidades da comunidade a ser 
atendida e pensar em políticas de seleção e de aquisição de itens bibliográficos, 
avaliar periodicamente a pertinência da coleção e, ainda, incluir estratégias de 
preservação para que cada coleção possa ser sempre desfrutada em sua plenitude.
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES:CONCEITOS IMPORTANTES
4
2 O QUE É COLEÇÃO?
Você observou que utilizamos aqui os termos acervo e coleção. Porém, 
existem diferenças entre eles? O que você acha? A compreensão dos objetivos e a 
missão de uma determinada biblioteca, suas especificidades e seu público, possibilita-
nos pensar sobre a composição de suas coleções.
Nesse sentido, não podemos nos esquecer de considerar o contexto 
institucional a que a biblioteca está relacionada, as atividades desenvolvidas por essa 
organização, seus documentos e políticas. Por exemplo, quando tratamos de uma 
biblioteca universitária temos que levar em conta os projetos político-pedagógicos 
dos cursos e seus currículos, entre outros fatores.
Se, por acaso, atuarmos em uma unidade especializada em assuntos jurídicos, 
teremos que nos basear nos documentos legislativos que norteiam as ações e processos 
da organização prestadora dos serviços, seja ela pública ou privada.
IMPORTANT
E
IMPORTANT
E
 Litton, em 1975, no prefácio de sua obra Como se forma um acervo bibliográfico já nos 
alertava que a formação do acervo de livros em uma biblioteca é tarefa exclusiva do bibliotecário.
 As coleções devem refletir fielmente o tipo de instituição que esse unidade está ligada, 
seja uma biblioteca especializada, pública, escolar, universitária, comunitária, entre outras.
 A formação de acervo bibliográfico proporciona ao bibliotecário a oportunidade de 
concretizar um trabalho cativante. “É animador receber os pacotes contendo as publicações novas 
há pouco solicitadas para atender às necessidades de determinados leitores, preencher lacunas 
específicas da coleção e proporcionar um melhor serviço de informação” (LITTON, 1975, p. 2).
 Uma coleção reflete o cenário e os objetivos de determinado tipo de biblioteca. De 
forma geral, Barros e Kobayashi (2005) afirmam que seu acervo é composto por diversos tipos 
coleções! Cada coleção é agrupada por tipos de publicação, tais como: obras de coleção geral, 
de referência, de periódicos, de folhetos, de pastas e de apostilas, itens audiovisuais, artefatos 
digitais/eletrônicos, entre outros).
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
5
Portanto, o acervo bibliográfico corresponde ao montante total dos livros de 
uma biblioteca, podendo compreender diversas coleções diferentes. Segundo visão 
das autoras Romani e Borszcz (2006), esse acervo comumente é dividido em: coleção 
de referência, didática, informativa (de consulta e estudo), de lazer e institucional.
A Coleção de referência consiste naquela formada por fontes de informação 
secundárias, em que as obras dão suporte à pesquisa documental, tais como: anuário, 
estatísticas, atlas (geográfico, corpo humano etc.), bibliografias (gerais, específicas, 
pessoais etc.), índices, resumos, biografias (coletivas, individuais etc.), cadastros, 
catálogos, dicionários (de línguas, termos técnicos etc.), enciclopédias (gerais, 
especializadas), guias e tabelas. Destaca-se que estes materiais podem se encontrar em 
qualquer formato, desde que a biblioteca disponha de meios para acessá-los.
No caso da Coleção Informativa de Consulta e Estudo, também chamada de 
Coleção Básica e/ou Corrente, as fontes de informação apoiam a pesquisa e o ensino, 
uma vez que a coleção abrangerá títulos voltados à especialidade de cada área e conterá 
o que há de mais atual e de real valor na literatura especializadas. Por exemplo: livros, 
normas técnicas, material audiovisual, periódicos, multimeios, hemeroteca e outros.
Para as referidas autoras, a Coleção Lazer pode ser formada por obras 
literárias, recreativas, com a finalidade de proporcionar lazer à comunidade 
de usuários, geralmente livros, material audiovisual, periódicos, entre outros. 
Diferentemente da Coleção Institucional. Esta é formada pelo conjunto de 
materiais relacionados com a memória institucional, tais como documentos que 
IMPORTANT
E
 O acervo de biblioteca é composto de diversas coleções que refletem tipos de fontes 
de informação específicas. Essas fontes, frequentemente, são categorizadas como primárias, 
secundárias e terciárias.
• Fontes primárias: são os conteúdos que vêm diretamente das fontes com originalidade. 
Consiste na informação que não pode ser alterada ou disfarçada por opiniões e/ou seleções. 
Compõem a literatura primária e são publicadas da mesma forma em que são produzidos 
por seus autores, como por exemplo, podem formar as coleções de legislação, de normas 
técnicas, de patentes, de periódicos, de projetos de pesquisa em andamento, de relatórios 
técnicos, de teses e de dissertações, entre outras.
• Fontes secundárias: são aquelas que possuem informações baseadas nos documentos 
primários e são arranjadas segundo um plano definitivo que acaba por guiar o leitor aos 
documentos primários. Temos como exemplo, as coleções de manuais, as coleções 
científicas, bases de dados e bancos de dados, as coleções de bibliografias e de biografias, 
catálogos de bibliotecas, coleções de dicionários bilíngues e multilíngues e de enciclopédias, 
sejam elas em formato físico ou eletrônico.
• Fontes terciárias: são as que subsidiam o leitor na pesquisa de fontes primárias e secundárias. 
Servem como sinalizadores de localização ou indicadores sobre os documentos primários 
ou secundários, tais como: coleções de bibliografia de bibliografia, de guias bibliográficos, de 
revisões de literatura etc. (BAGGIO; COSTA; BLATTMAN, 2016; CUNHA, 2001).
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
6
envolvem a instituição como: relatórios, material didático, fotografias, vídeos, 
filmes, obras raras, catálogo de produtos, descritivos de patentes, diretórios, 
manuais técnicos, guias, livros técnicos, periódicos especializados etc.
No tangente à Coleção Didática, Romani e Borszcz (2006) a caracterizam por 
aquela que é formada por obras recomendadas pelos professores como literatura 
obrigatória para o aprendizado do conteúdo dos currículos dos cursos oferecidos 
pela instituição: livros-texto, manuais, apostilas e outros.
Portanto, podemos compreender que as coleções podem estar relacionadas 
aos diferentes tipos de fontes de informação (primária, secundária e terciária) e/ou 
à finalidade do material (didática, lazer, informativa, institucional etc.).
3 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
Agora que diferenciamos uma coleção de um acervo, podemos avançar e 
pensar um pouco, em termos sócio-históricos, à área da Biblioteconomia. Como 
surgiu o processo de formação e desenvolvimento de coleções enquanto prática 
realizada pelos bibliotecários?
Carece lembrar que aproximadamente após os anos de 1950, o advento 
das tecnologias de informação e comunicação proporcionaram um aumento 
considerável na produção e disseminação de informações, e consequentemente, 
dos registros bibliográficos em diversos suportes (físico e digital) e gêneros (textual, 
audiovisuais, sonoros, pictográficos, entre outros).
Assim, este fenômeno de explosão bibliográfica ou informacional, como 
podemos nos referir, exigiu um aprimoramento na postura dos profissionais.
Os bibliotecários ao redor do mundo sentiram a necessidade de um 
comportamento mais proativo, de modo que os acervos e as coleções ficassem mais 
disponíveis e prontos para serem acessados por seus usuários, uma vez que existia, 
frequentemente e acumulativamente, grande quantidade de produção de informações.
Dentro desse cenário, as tecnologias de informação e comunicação 
influenciaram ativamente na concepção da formação e desenvolvimento de coleções. 
No Brasil, mais especificamente após a década de 1960, a comunidade bibliotecária 
começa a voltar sua atenção e preocupação para este fato (VERGUEIRO, 1989).
Para Vergueiro (1989), um bom montante de bibliotecários de outros países 
ao redor do mundo (convém destacar que nosso país demorou um pouco mais) 
deposita seu olhar compenetradosob as coleções das bibliotecas. De forma que 
pudessem desenvolvê-las, selecioná- las, desbastá-las, enfim, dar um destino mais 
coerente e útil, o qual atendesse integralmente as necessidades informacionais dos 
usuários da informação.
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
7
Autoras como Dias e Pires (2003, p. 8), corroboram com a ideia explanada 
acima e afirmam que: “até a década de 1960, havia grande preocupação por parte 
dos administradores de serviços de informação documentária, em acumular material 
bibliográfico, pois as coleções volumosas constituíam sinais de status e o foco estava 
centrado na oferta de documentos”.
E mais, Vergueiro (1989, p. 13) já nos alertava: “chegou o tempo da biblioteca 
abrir-se à todas as fontes de informação e o bibliotecário tornar-se a ponte entre 
o acervo sobre o qual tem a responsabilidade e um usuário cuja exigência cresce 
exponencialmente”.
Com o advento da informação eletrônica, expressivas mudanças aconteceram 
nos acervos das bibliotecas. Nota-se que na década de 1990, passou-se a discutir: 
“como administrar o acervo a partir dos ‘impactos’ das novas tecnologias de 
comunicação e informação (NTCI), especialmente sob o ponto de vista da mudança 
do paradigma ‘posse X acesso’ aos itens de informação nas bibliotecas” (CORRÊA; 
SANTOS, 2015, p. 3).
Assim, Figueiredo (1993) aborda um pouco mais esta atividade que se apoia 
na “seleção de livros”, enquanto uma das atividade centrais do bibliotecário. Nesse 
sentido, a autora rememora as falas dos importantes: bibliotecário estadunidense 
Jesse Shera e do bibliotecário francês Gabriel Naudé.
Segundo Shera (1976) apud Figueiredo (1993, p. 12), o bibliotecário tem “como 
sua responsabilidade básica, a de colocar nas estantes da sua biblioteca, aqueles livros 
que mais contribuem para o desenvolvimento intelectual da sua clientela”. E ainda 
para o francês Naudé, segundo Clarke (1971) apud Figueiredo (1989, p. 11):
A arte de constituir e organizar uma biblioteca requer mais do que as 
modestas práticas de um vendedor de livros; o bibliotecário na verdade, 
tem que conhecer tanto os livros como pessoas, o bastante para fornecer 
os livros apropriados para seus leitores, sem hesitação, assim como os 
farmacêuticos têm que conhecer tanto as drogas como as pessoas para 
prescreverem as drogas necessárias aos seus pacientes.
Dessa forma, esses profissionais vêm sentindo o chamado para apenas 
deixarem de serem meros armazenadores de estoques de informações, como vinham 
fazendo há muitos anos. E sim, começam a se preparar para uma prática da mediação 
da informação em que o foco ficasse na apropriação da informação pelo usuário.
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
8
Dias e Pires (2003, p. 8) sinalizam que no cenário da segunda metade do 
século XX:
a função do profissional da informação passa a ser considerada elemento 
de ligação entre o universo de fontes de informação documentária e 
as necessidades dos usuários. Os acervos passaram a ser seletivos, 
dinâmicos e integrados à comunidade, o que vem exigindo mudança 
radical na forma de gerenciar a coleção
/ acervo: a gestão científica e a adoção de sistema de avaliação para 
subsidiar a tomada de decisão e o planejamento desses cuidados.
Nesse sentido, as autoras afirmam ainda que a formação e desenvolvimento 
de coleções, enquanto área do conhecimento, apresentava pouca produção na 
literatura científica nacional. Já outros países como os Estados Unidos têm extensa 
produção Bibliográfica nesta área.
Porém, apesar da pouca literatura brasileira na área, observou-se que 
aproximadamente na década de 1970, os profissionais brasileiros já apresentavam 
essa preocupação com as coleções. Como consequência disso, a educação dos 
profissionais em nível de graduação passou a inserir a disciplina “Formação e 
Desenvolvimento de Coleções”, que se tornou obrigatória no currículo mínimo 
DICAS
 Você conhece um do livros clássicos (e sempre atual, apesar de ter seu conteúdo 
escrito em 1935) A Missão do Bibliotecário do autor espanhol Ortega Y Gasset? Sugiro que se 
você ainda não o leu, faça-o com urgência, pois a obra apresenta reflexões estimulantes sobre o 
que seu autor chamava de a “nova missão do bibliotecário”.
 José Ortega y Gasset (1883-1955), filósofo espanhol e pesquisador do conhecimento, 
foi convidado, com honras, para palestrar no Congresso Internacional de Bibliotecários. Na 
ocasião, Ortega y Gasset, já antevia o que referia-se como a “nova missão” do bibliotecário, uma 
vez que para ele, o artefato livro não era apenas um objeto material organizado nas estantes, mas 
algo vivo.
 Ao fazer a leitura da obra, você poderá compreender que o autor se referia a uma 
urgente e necessária mudança de perspectiva no olhar profissional bibliotecário. Uma mudança 
na qual o foco central deslocara-se da organização do acervo e das coleções para a informação 
neles contida. Assim sendo, o processo de formação e desenvolvimento de coleções deveria ser 
proativo e protagonizar outro fenômeno correlacionado a ele: a mediação da informação e a 
apropriação da mesma pelo seu leitor.
 O livro ainda nos leva a questionar: será essa já é uma realidade constituída na ação 
dos bibliotecários atualmente? Ou ainda, o enfoque da ação destes profissionais prevalece de 
forma mecanicista, concentrado na organização da informação; ou o seu agir concentra-se na 
necessidade daquele ser humano que recorre a biblioteca?
 Não podemos nunca nos esquecer que a atuação do bibliotecário não é para a 
organização da informação, e sim, para seus leitores: para pessoas. É a partir do conhecimento de 
suas necessidades que o bibliotecário vai pensar nas melhores formas possíveis de organização 
da informação.
FONTE: ORTEGAYGASSET, J. Missão do bibliotecário. Brasília: Briquet de Lemos, 2006.
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
9
dos cursos de Biblioteconomia. E, enfatiza-se que ainda hoje, após a nova Lei de 
Diretrizes e Bases para Educação, promulgada em 1996, continua sendo fortemente 
contemplada nas matrizes curriculares.
E ainda no contexto brasileiro, nas décadas de 1980 e 1990, no Brasil, 
encontramos entre os autores que mais estudaram a temática: Waldomiro Vergueiro 
e Nice Figueiredo, cujas essenciais contribuições apresentaram a sistematização 
do processo e atividades administrativas que orientam o trabalho do bibliotecário 
voltado às coleções e aos acervos. Tais pesquisadores constituem-se como nosso 
principal marco teórico desde então quando se trata das atividades voltadas ao 
gerenciamento de coleções (CORREA; SANTOS, 2015).
Foi por meio dessas leituras que a formação bibliotecária, principalmente em 
nível de graduação, abordou de forma metódica a necessidade de planejar ações para 
“transformar suas tarefas anteriormente realizadas de modo intuitivo ou a partir de 
uma visão ‘artística’ da profissão, para um enfoque mais organizado e sistêmico” 
(CORREA; SANTOS, 2015, p. 3).
A denominação “formação e desenvolvimento de coleções” vem sendo usada 
para definir atividades referentes à composição do acervo bibliográfico. Enfatiza-se 
que a professora e pesquisadora da Universidade do Estado de Santa Catarina – 
UDESC, Dra. Elisa Cristina Delfini Correa, propõe uma nova nomenclatura para a 
“Formação e Desenvolvimento de Coleções”. O novo termo “Gestão de Estoques 
Informacionais”, já está sendo utilizado em artigos da área, inclusive, por outros 
autores, e também se desponta em alguns cursos de graduação para designar nome 
de disciplina: “Gestão de Estoques Informacionais”.
NOTA
 O renomado Professor Waldomiro de Castro Santos Vergueiro tornou-se uma 
referência nacional, principalmente com a publicação de sua tese intitulada Bibliotecas Públicas 
e a Mudança Social: a contribuição doDesenvolvimento de Coleções nos anos de 1990.
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
10
Para fins deste material didático, vamos adotar o termo “desenvolvimento 
de coleções”, o qual foi utilizado para compor a ementa desta disciplina aqui na 
UNIASSELVI.
Pois bem, o que é “desenvolvimento de coleções”? Podemos iniciar esta 
resposta explicando que é um processo decisório e um conjunto de atividades que 
carecem um planejamento. Dessa forma, determinam-se critérios, etapas e métodos 
que objetivam a formação de um acervo ideal com diversas coleções (estoques 
informacionais) que respondam às necessidades de um usuário, instituição ou 
comunidade.
O desenvolvimento de coleções é um processo que, para Vergueiro (1989) e 
Weitzel (2013), perpassa por algumas etapas definidas como: estudo de comunidade, 
atividades de seleção e aquisição, avaliação e desbastamento e descarte.
DICAS
No nosso campo da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, como em outras áreas do 
conhecimento científico, algumas nomenclaturas são representadas de formas diferentes 
para denominar alguns conceitos semelhantes, processos e pessoas que se relacionam com 
estas áreas.
A multiplicidade de pensamentos é característica do fazer científico contemporâneo, ou 
pós-moderno, como podemos chamar. Nessa direção, é possível que cada pesquisador 
justifique por meio de pesquisas e fundamentações conceituais e teórica suas sugestões e 
novos termos.
Ressalta-se que não se trata da questão de verdadeiro ou falso. A denominação escolhida 
pelos profissionais e pesquisadores que a utilizam reflete seus posicionamentos e pontos de 
vista. Observe os casos a seguir:
• Denominações para as ações que abrangem o planejamento das coleções escolhidas 
para compor o acervo das bibliotecas / unidades de informação: Formação e 
Desenvolvimento de Coleções e/ou Gestão de Estoques Informacionais.
• Termos usados para caracterizar os receptores das práticas e serviços oferecidos pelas 
bibliotecas e unidades de informação: clientes, usuários, leitores e interagentes.
E aí, dentro destes termos qual lhe apetece mais? Qual você considera mais apropriado?
Saiba mais e fundamente sua opinião a partir dos dois conhecidos artigos a seguir:
• De Formação e Desenvolvimento de Coleções para Gestão de Estoques de Informação: 
um panorama da mudança terminológica no Brasil, escrito por Elisa Cristina Delfini Correa 
e Luana Carla de Moura dos Santos. Disponível no link: https://periodicos.sbu.unicamp.br/
ojs/index.php/rdbci/article/view/8634631.
• Usuário, não! Interagente. Proposta de um novo termo para um novo tempo, escrito 
por Elisa Cristina Delfini Correa. Disponivel no link: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/
article/view/1518-2924.2014v19n41p23.
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
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Já as autoras Romani e Borszcz (2006, p. 27), consideram-no como um 
conjunto de:
atividades referentes ao desenvolvimento de coleção: avaliação, seleção, 
aquisição e descarte devem ser desenvolvidas por todas as unidades de 
informação, ou seja: bibliotecas, salas de leitura e núcleos de informação 
tecnológica. Estas unidades devem desenvolver uma coleção voltada 
às áreas de interesse dos seus usuários, levando em consideração as 
características da instituição a que está inserida (áreas de atuação).
O desenvolvimento de coleções é considerado, na visão de Pires e Dias (2003, 
p. 9), um processo cíclico, ou seja: “ininterrupto, com atividades regulares e contínuas, 
respeitando a especificidade de cada tipo de unidade de informação em função de 
seus objetivos e seus usuários”.
Veja adiante, a conhecida figura, originalmente, concebida pelo bibliotecário 
norte- americano G. Edward Evans. Porém, ela foi (e é ainda) amplamente utilizada 
para representar este processo, bastante abordado no Brasil, pelo Professor Waldomiro 
Vergueiro.
FIGURA 1 – PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
FONTE: Vergueiro (1989, p. 17)
Nessa perspectiva, desenvolver coleções requer sistematização, criação de 
procedimentos para seleção, aquisição, avaliação e desbastamento do acervo. As 
coleções devem evoluir harmoniosamente em todas as áreas, evitando, assim, o 
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
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crescimento desordenado que se faz sem metas ou objetivos definidos. Portanto, o 
desenvolvimento de uma coleção é um processo intelectual de construção de uma 
coleção da biblioteca que atende às prioridades institucionais e aos interesses da 
comunidade usuária (MIRANDA, 2017).
Ao analisarmos a Figura 1, podemos refletir que o processo de 
desenvolvimento de coleções está presente em todas as bibliotecas e deve ter na sua 
centralidade sob a coordenação de um bibliotecário. Ademais, a gestão da formação e 
do desenvolvimento do acervo, enquanto processo, sempre foi atividade presente nas 
bibliotecas de todas as épocas, seja por meio dos suportes iniciais, como os tabletes de 
argila da Antiguidade, ora até a modernidade, com o aparecimento das publicações 
eletrônicas (MIRANDA, 2017).
Atualmente, observa-se a preocupação com as coleções digitais, especialmente 
no que tange à aquisição de e-book. É certo que a informação digital propiciou tanto 
oportunidades quanto desafios aos bibliotecários no gerenciamento do acervo 
bibliográfico. Miranda (2017, p. 41) alerta que tais materiais têm algumas restrições 
a serem observadas, diferentemente dos livros impressos: “em alguns contextos, 
considerando a realidade brasileira, esse assunto está bastante avançado (bibliotecas 
acadêmicas, especializadas); em outros, a situação ainda está indefinida (bibliotecas 
públicas, escolares)”.
Portanto, a gestão de coleções englobará atividades como seleção, aquisição, 
processamento, armazenamento, desbaste e promoção do uso dos materiais da 
biblioteca. Ela também terá como objetivo principal disponibilizar as fontes de 
informação para os seus usuários. Assim, os bibliotecários precisam estar preparados 
e competentes para realizarem tais ações, de forma que satisfaçam as necessidades 
informacionais da comunidade (OLIVEIRA, 2019).
Por fim, lembramos que embora esse processo seja rotineiro e aconteça nas 
unidades de informação, ele não acontece sempre da mesma maneira. Cada unidade 
contém suas peculiaridades, sejam elas bibliotecas especiais (em penitenciárias, 
hospitais etc.), especializadas ou organizacionais, universitárias, escolares, públicas 
e/ou comunitárias.
Para cada tipo de biblioteca existem públicos diferenciados nas suas necessidades 
informacionais, além dos diferentes objetivos institucionais que vão influenciar no 
desenvolvimento de cada uma das etapas da formação e desenvolvimento de coleções.
ESTUDOS FU
TUROS
Veremos detalhadamente, nas próximas unidades, as etapas da formação e 
desenvolvimento de coleções, bem como suas finalidades, atividades e técnicas.
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TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
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Agora que já compreendemos o porquê do desenvolvimento de coleções, 
vamos dar continuidade a nossa reflexão. No próximo tópico, vamos explorar como 
fazer este processo e ainda, para quem e onde o concretizamos.
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Neste tópico, você aprendeu que:
• O acervo bibliográfico corresponde ao montante total dos livros de uma biblioteca, 
podendo compreender diversas coleções diferentes.
• A gestão da formação e do desenvolvimento do acervo, enquanto processo, sempre 
foi atividade presente nas bibliotecas de todas as épocas.
• A gestão de coleções engloba diversas ações e têm como objetivo principal 
disponibilizar as fontes de informação para os seus usuários.
• Desenvolver coleções requer sistematização,criação de procedimentos para 
seleção, aquisição, avaliação e desbastamento do acervo.
• O desenvolvimento de coleções é um processo cíclico definido pelas seguintes 
etapas: estudo de comunidade, atividades de seleção e aquisição, avaliação e 
desbastamento e descarte.
RESUMO DO TÓPICO 1
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1 As opções a seguir apresentam etapas ou fases do processo de desenvolvimento 
de coleções, à exceção de uma. Assinale-a.
a) ( ) Avaliação.
b) ( ) Desbastamento.
c) ( ) Gestão de estoques informacionais.
d) ( ) Aquisição.
e) ( ) Seleção.
2 Analise as assertivas a seguir e indique com V para as sentenças verdadeiras 
e com F as falsas. 
a) ( ) O desenvolvimento de coleções consiste em um processo mecânico, definido 
por duas etapas: aquisição e desbastamento.
b) ( ) Um acervo bibliográfico pode ser composto por diversas coleções.
c) ( ) Um acervo bibliográfico pode ser composto por diversificadas fontes de 
informação.
d) ( ) O termo Gestão de Estoques informacionais pode ser utilizado para se 
referir ao processo de desenvolvimento de coleções.
e) ( ) Uma coleção bibliográfica pode ser composta por diversos acervos.
f) ( ) Uma fonte de informação secundária como as obras de referência podem 
compor uma determinada coleção de uma biblioteca.
3 Uma política para o desenvolvimento de coleções deve estar consubstanciada 
na prática diária das atividades de seleção, aquisição, avaliação e:
a) ( ) Utilização.
b) ( ) Acesso.
c) ( ) Preservação.
d) ( ) Disseminação.
e) ( ) Desbastamento.
4 Assinale a alternativa mais alinhada sobre a responsabilidade do bibliotecário 
na condução das atividades da formação e desenvolvimento de coleções:
a) ( ) A função do profissional da informação passa a ser considerada elemento de 
ligação entre o universo de fontes de informação documentária e as necessidades 
dos usuários uma vez que os acervos passaram a ser seletivos, dinâmicos e 
integrados à comunidade.
b) ( ) O bibliotecário deve focar sua atenção na organização do acervo e das 
coleções de modo que se possibilite uma eficaz recuperação da informação.
c) ( ) Esse profissional, durante o desenvolvimento da coleção, deve atentar-se 
mais em atender os objetivos e planos da instituição em que está inserido do que 
atender as necessidades informacionais da comunidade usuária.
AUTOATIVIDADE
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d) ( ) Todas as etapas do desenvolvimento de coleções merecem atenção por parte 
do bibliotecário entretanto, a etapa de aquisição é a de maior responsabilidade pois 
mobiliza recursos financeiros da instituição em que a biblioteca está inserida.
5 No Brasil, a temática relativa à formação e desenvolvimento de coleções vem 
sendo tratada de forma mais assertiva a partir da segunda metade do século 
passado, tanto no campo prático como teórico da Biblioteconomia. Assinale 
a alternativa que NÃO condiz com a realidade brasileira:
a) ( ) Já na década 1970, observou-se que os profissionais brasileiros já apresentavam 
essa preocupação com as coleções e com o seu desenvolvimento.
b) ( ) A educação dos profissionais, em nível de graduação, passou a inserir a 
disciplina “Formação e Desenvolvimento de Coleções”, a qual se tornou obrigatória 
no currículo mínimo dos cursos de Biblioteconomia.
c) ( ) No contexto brasileiro, nas décadas de 1980 e 1990, no Brasil, encontramos 
entre os autores que mais estudaram a temática: Waldomiro Vergueiro e Nice 
Figueiredo, cujas essenciais contribuições apresentaram a sistematização do processo 
e atividades administrativas que orientam o trabalho do bibliotecário voltado às 
coleções e aos acervos.
d) ( ) O termo alternativo “Gestão de Estoques Informacionais”, já está vem sendo 
utilizado em artigos da área, inclusive, por outros autores, e também, se desponta em 
alguns cursos de graduação para designar nome de disciplina: “Gestão de Estoques 
Informacionais”.
e) ( ) Há uma vasta e extensa produção científica e bibliográfica na área da 
Biblioteconomia sobre formação e desenvolvimento de coleções no Brasil, que 
ultrapassa inclusive os estudos estadunidenses.
6 Com relação às coleções bibliográficas, segundo as autoras Romani e Borszcz, 
na obra Unidades de Informação: conceitos e competências, assinale a 
alternativa CORRETA:
a) ( ) O acervo é um acervo comumente e é dividido em duas grandes coleções: 
didática e institucional.
b) ( ) O acervo é comumente e é dividido em três grandes coleções: didática, 
informativa e institucional.
c) ( ) A principal coleção que compõe o acervo de uma biblioteca é a de referência.
d) ( ) O acervo é comumente e é dividido em: coleção de referência, didática, 
informativa (de consulta e estudo), de lazer e institucional.
e) ( ) O acervo não comporta divisões e é denominado, com frequência, como 
Acervo Geral.
7 Ainda com relação às coleções bibliográficas, segundo as autoras Romani e 
Borszcz, na obra Unidades de Informação: conceitos e competências, indique 
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas. 
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a) ( ) A Coleção de referência consiste naquela formada por fontes de informação 
secundárias, as quais as obras dão suporte à pesquisa documental, tais como: 
anuário, estatísticas, atlas (geográfico, corpo humano etc.), bibliografias (gerais, 
específicas, pessoais etc.), índices, resumos, biografias (coletivas, individuais etc.), 
cadastros, catálogos, dicionários (de línguas, termos técnicos etc.), enciclopédias 
(gerais, especializadas), guias e tabelas.
b) ( ) A coleção informativa de Consulta e Estudo também pode ser chamada de 
Coleção Básica e/ou Corrente.
c) ( ) Um acervo bibliográfico pode ser composto por diversificadas fontes de 
informação.
d) ( ) O acervo é dividido em diversas coleções: referência, didática, informativa, 
de lazer e institucional.
e) ( ) A coleção lazer pode ser formada por obras literárias, recreativas, com a 
finalidade de proporcionar lazer à comunidade de usuários, geralmente livros, 
material audiovisual, periódicos, entre outros.
f) ( ) A coleção didática é formada por obras recomendadas pelos professores 
como literatura obrigatória para o aprendizado do conteúdo dos currículos dos 
cursos oferecidos pela instituição: livros-texto, manuais, apostilas e outros.
g) ( ) A coleção institucional consiste no conjunto de materiais relacionados com 
a memória institucional, tais como documentos que envolvem a instituição como: 
relatórios, material didático, fotografias, vídeos, filmes, obras raras, catálogo de 
produtos, descritivos de patentes, diretórios, manuais técnicos, guias, livros técnicos, 
periódicos especializados etc.
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TÓPICO 2
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
DE COLEÇÕES: COMO FAZER?
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Agora que já abordamos os conceitos de desenvolvimento de coleções e o 
porquê de realizá-lo, pretendemos discutir como fazê-lo, uma vez que este é um 
processo que requer planejamento e conhecimento da unidade de informação, bem 
como do seu cenário interno e externo.
Tal conjunto de atividades merece ser devidamente planejado. Nessa esteira, 
o bibliotecário é o principal orquestrador desse processo no qual deve estabelecer 
normas de seleção, aquisição, conservação e disseminação do material bibliográfico 
que compõe e/ou vai compor a coleção. Esta não é uma tarefa simples, e para tanto, 
sempre é bem-vindo o acompanhamento de uma equipe ou comissão de apoio.
Segundo Romani e Borszcz (2006), tal comissão, liderada por um bibliotecário, 
tem objetivo de apoiar o planejamento das atividades que envolvem a formação e 
desenvolvimento da coleção e do acervo. Além do referido profissional, recomenda-se 
que participem diversos representantes das principais áreas de atuação da organização 
a qual a unidadede informação está subordinada, bem como representantes do setor 
administrativo e financeiro. Dentre as principais atribuições desta comissão, encontra-se:
a) analisar e avaliar a política de seleção e seus princípios e normas;
b) ajudar na realização de uma reavaliação periódica do processo;
c) coordenar programas de desenvolvimento de acervo;
d) procurar conhecer as características de seus usuários, seus interesses culturais 
e suas principais atividades profissionais.
Nesse sentido, para que as propostas iniciais da comissão sejam 
implementadas, é necessário que a formação e desenvolvimento de coleções seja 
compreendida como um processo. Anteriormente, no Tópico 1, já adiantamos 
que esse conjunto de atividades é cíclico, ininterrupto, com atividades regulares e 
contínuas (DIAS; PIRES, 2003).
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
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Vergueiro (1989) também concorda com a ideia de que a formação e 
desenvolvimento de coleção consiste em um processo sistêmico já que é composto de 
um conjunto de etapas inter-relacionadas e que se retroalimentam, tais como: estudo 
de usuários, seleção aquisição e descarte e avaliação.
E ainda, esse processo tem por característica ser “[...] ininterrupto, sem começo 
ou fim, tendo necessariamente que se tornar uma atividade rotineira das bibliotecas, 
garantia única para sua total efetividade” (VERGUEIRO, 1989, p. 18)
Mais que um conjunto de atividades e etapas, o processo de formação e 
desenvolvimento de coleções envolve a gestão das informações de interesse das 
diversas áreas e, para isso, pode contar com metodologias específicas para planejar, 
decidir, operacionalizar e avaliar a formação e o desenvolvimento de coleções, de 
modo que se atenda a demandas específicas (DIAS; PIRES, 2003).
Ademais, a gestão de um acervo vai além da sua localização, agrupamento e 
conservação de títulos. Isso inclui também traçar metas que levem em consideração 
os objetivos da instituição, as demandas informacionais existentes e potenciais, o 
contexto social, político e econômico (CORRÊA; SANTOS, 2015).
2 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO 
FAZER
O desenvolvimento de coleções também pode ser entendido enquanto um 
conjunto de serviços de informação que requer um planejamento e o conhecimento 
da realidade onde a biblioteca está inserida, assim como seu ambiente interno e 
externo, sua missão, seus objetivos, seus usuários e suas funções.
Para tal, realiza-se um diagnóstico com intuito de conhecer as forças externas à 
unidade de informação e alguns fatores, como: direção da unidade, política, legislação, 
mudanças sociais e demográficas, mercado, tecnologia, entre outros (DIAS; PIRES; 
2003).
Nessa direção, atenta-se que para gerir um acervo, a tarefa de planejar está 
intrinsecamente relacionada às especificidades, aos objetivos e ao público-alvo 
de cada tipo de biblioteca. Para Oliveira (2019), o entendimento da finalidade da 
biblioteca e dos atores que com ela se relacionam é essencial.
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TÓPICO 2 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
21
Como vimos anteriormente, podemos deduzir, portanto, que pensar no 
desenvolvimento de coleções em uma biblioteca prisional será feito de forma diferente 
do que numa biblioteca universitária. Além da natureza das instituições serem 
diferentes (Penitenciária versus Universidade), existem peculiaridades inerentes a 
cada ambiência, as quais vão determinar o processo de seleção e aquisição dos itens 
bibliográficos e o relacionamento com a comunidade usuária.
 As bibliotecas contam com diversos serviços, funções e públicos. Elas podem ser 
divididas em biblioteca pública, biblioteca pública temática, biblioteca comunitária, biblioteca 
nacional, biblioteca escolar, biblioteca universitária, biblioteca digital, biblioteca especializada 
e biblioteca especial.
• Bibliotecas públicas: 
centro local de informação, disponibilizando prontamente para os 
usuários todo o tipo de conhecimento [...]. Portanto, as bibliotecas 
públicas baseiam-se na igualdade de acesso para todos [...]. 
Serviços e materiais específicos devem ser fornecidos para 
usuários inaptos, por alguma razão, a usar os serviços e materiais 
regulares, por exemplo, minorias linguísticas, pessoas deficientes 
ou pessoas em hospitais ou prisões (UNESCO, 1994, p. 1).
• Bibliotecas públicas temáticas: possuem as características de uma biblioteca pública e 
apresentam um acervo temático para um público específico, exemplo: biblioteca pública 
infantil (SISTEMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS, c2019).
• Bibliotecas comunitárias: possuem aspectos diferenciados das públicas, são unidades 
dentro de bairros/comunidades que irão auxiliar na necessidade informacional de 
um determinado público. São geridas com recursos financeiros oriundos da própria 
comunidade (FERREIRA; SILVA, 2011).
• Biblioteca nacional: instituição considerada depósito legal já que em todos os países 
é responsável pela execução de uma política governamental para a preservação e 
disseminação da produção intelectual e identidade cultural de um país.
• Biblioteca escolar: oferece serviços de apoio à aprendizagem e livros da comunidade 
escolar e possibilita a formação e educação de cidadãos.
• Bibliotecas universitárias: acompanham a dinâmica do seu macro ambiente universitário 
e disponibilizam informações que possibilitem o desenvolvimento científico e tecnológico 
da comunidade acadêmica.
• Biblioteca digital: oferece recursos informacionais em texto completo nos formatos 
digitais, como: livros, periódicos, teses, imagens, vídeos, entre outros; os quais são 
armazenados e disponíveis para acesso eletrônico.
• Bibliotecas especializadas: consiste em uma unidade dedicada à publicações sobre um 
assunto específico e temáticas particulares. Exemplo: bibliotecas jurídicas, unidades de 
informação organizacionais, entre outras (UNESCO, 1994, 2000, 2008).
• Bibliotecas especiais: diferentemente das bibliotecas especializadas, prestam suporte 
por meio de seus serviços a um determinado público em especial que encontra-se 
em alguma situação específica, como, por exemplo: bibliotecas prisionais, bibliotecas 
hospitalares etc. (UNESCO, 1994, 2000, 2008).
ATENCAO
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
22
Por exemplo, em uma penitenciária, por ser um ambiente de segurança 
máxima, dificilmente a chefia de segurança liberará a presença de um livro de 
engenharia no acervo que trate da construção de túneis. Provavelmente, na 
Universidade, caso haja um curso de engenharia e arquitetura, o mesmo livro será 
muito bem-vindo.
De outra forma, no cárcere é importante que os bibliotecários contemplem 
livros jurídicos como o código de execução penal. É importante que os leitores da 
biblioteca tenham acesso à legislação para que possam requerer seus direitos, caso 
tenham dificuldades no apoio jurídico que devem ter.
Nessa direção, o profissional da informação responsável por gerir uma coleção 
deve possuir conhecimento da unidade de informação que atua, dos seus usuários, 
dos recursos financeiros e humanos, da missão, objetivos, valores, prioridades e o 
alinhamento com a organização mantenedora da biblioteca. Oliveira (2019) destaca 
algumas responsabilidades inerentes ao referido profissional:
a) selecionar materiais em todos os formatos para aquisição e acesso;
b) revisar e negociar contratos para adquirir ou acessar recursos eletrônicos;
c) gerenciar a coleta através do desbaste informado, cancelamento, armazenamento 
e preservação;
d) redigir e revisar políticas de desenvolvimento de coleções;
e) promover o marketing das coleções e recursos;
f) avaliar coleções e serviços relacionados, uso de coleções e experiências dos 
usuários;
g) responder aos desafios dos materiais selecionados;
h) realizar atividadesde contato e divulgação na comunidade;
i) preparar orçamentos, gerenciar alocações e demonstrar gestão responsável de 
fundos;
ESTUDOS FU
TUROS
 Antes mencionamos duas etapas muito importantes do processo de desenvolvimento 
de coleções: seleção e aquisição, as quais iremos abordar detalhadamente na Unidade 2 do 
nosso livro didático. Vamos aguçar nossa curiosidade?
 As coleções são formadas pela aquisição dos itens bibliográficos. Esta aquisição pode 
acontecer por meio de doação, compra e/ou permuta.
 Porém, antes da aquisição, é justamente no processo de seleção, enquanto atividade 
intelectual, que nos baseamos nas necessidades informacionais de usuários reais e potenciais 
para decidir a composição dos acervos, o número suficiente de obras mais demandadas, a 
qualidade e utilidade das mesmas.
 Você viu como alguns pontos centrais merecem toda atenção: o usuário, o assunto, o tipo 
de documento, a conservação da coleção e o seu custo? (FIGUEIREDO, 1993; VERGUEIRO, 1989).
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TÓPICO 2 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
23
j) trabalhar com outras bibliotecas para apoiar o compartilhamento de recursos e 
desenvolvimento e gestão de coleções cooperativas;
k) solicitar fundos suplementares para o desenvolvimento e gerenciamento de 
coleções por meio de concessões e doações monetárias.
Ademais, quando o bibliotecário assume de forma competente essa complexa 
tarefa de formação e o desenvolvimento de coleções acaba por promover com 
efetividade o uso da coleção.
Dessa forma, é possível:
avaliar a efetividade das decisões quanto ao reconhecimento das 
necessidades informacionais. Também inclui a averiguação do nível de 
satisfação dos usuários e do cumprimento dos objetivos institucionais. 
Mas, para obter sucesso, a Gestão de Coleções precisa ser flexível, pois 
reconhecer e absorver as mudanças do entorno podem definir o sucesso 
ou fracasso de uma coleção (OLIVEIRA, 2019, p. 46).
Ao pensarmos sobre a citação de Oliveira, não podemos deixar de considerar 
que o acervo deve ser desenvolvido com base em um plano preestabelecido que 
garanta sua continuidade e que também, se necessário, adeque-se no decorrer do 
percurso. Tudo isso deve estar contido em um instrumento que oriente e norteie as 
ações planejadas e/ou readequadas. Tal instrumento deve contemplar políticas e 
diretrizes para a seleção, aquisição e desbastamento de materiais informacionais e 
denomina-se o que chamaremos de Política de Formação e Desenvolvimento de 
Coleções.
Você verá que o desenvolvimento de coleções:
como atividade de planejamento, deve ter um plano detalhado 
pré- estabelecido, a fim de garantir um mínimo de continuidade ao 
processo e correções de rota, quando necessárias. É o que se costuma 
chamar, genericamente, de estabelecimento de uma política para o 
desenvolvimento da coleção, um documento onde se detalhará quem 
será atendido pela coleção, quais os parâmetros gerais da mesma e 
com que critérios esta se desenvolverá (VERGUEIRO, 1998, p. 23).
Mais adiante, no Tópico 3, abordaremos a finalidade e as diretrizes para a 
construção de Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções.
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24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A formação e desenvolvimento de coleções é um processo intelectual e operacional.
• Este processo conta com cinco etapas: estudo de comunidade, seleção, aquisição, 
desbastamento e avaliação.
• O bibliotecário pode contar com uma comissão de apoio para desenvolver as 
coleções.
• Quando o bibliotecário assume de forma competente essa complexa tarefa de 
formação e o desenvolvimento de coleções acaba por promover com efetividade o 
uso da coleção.
• A tarefa de planejar e gerir um acervo está intrinsecamente relacionada às 
especificidades, aos objetivos e ao público-alvo de cada tipo de biblioteca.
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1 A formação e desenvolvimento de coleções é melhor entendido enquanto:
a) ( ) Instrumento de gestão do acervo.
b) ( ) Processo intelectual.
c) ( ) Processo intelectual e de gestão do acervo.
d) ( ) Atividade corriqueira.
e) ( ) Estudo de cenários.
2 Analise as afirmações a seguir e indique V para as sentenças verdadeiras e 
F para as falsas:
a) ( ) O desenvolvimento de coleções consiste em um processo mecânico, 
definido por cinco etapas que não se retroalimentam.
b) ( ) um acervo bibliográfico pode ser selecionado e adquirido por um 
bibliotecário com ajuda de outros profissionais.
c) ( ) O desenvolvimento de coleções consiste em um processo sistêmico, 
definido por cinco etapas que se retroalimentam.
d) ( ) O bibliotecário é o único responsável por fazer a seleção das obras 
bibliográficas que comporão o acervo de uma biblioteca.
e) ( ) É importante a existência de uma comissão de formação e desenvolvimento 
de coleção; independente do protagonismo do bibliotecário da unidade.
f) ( ) A comissão de formação e desenvolvimento de coleção deve ser liderada 
pelo bibliotecário da unidade de informação.
3 Quanto ao desenvolvimento de coleções, assinale a opção CORRETA:
a) ( ) É capaz de utilidade ou inutilidade de um livro como critério para a seleção.
b) ( ) Não permite o desenvolvimento de políticas e diretrizes para a seleção e 
aquisição de livros.
c) ( ) Viabiliza o processo de seleção do acervo por meio de permuta.
e) ( ) Trata apenas da formação de coleções bibliográficas institucionais.
f) ( ) Para realizá-lo, basta apenas conhecer a instituição e o usuário da biblioteca.
4 Sobre a atuação do bibliotecário, marque a opção INCORRETA:
a) ( ) O bibliotecário deve selecionar materiais em todos os formatos para aquisição 
e acesso.
b) ( ) O bibliotecário deve redigir e revisar políticas de desenvolvimento de 
coleções.
c) ( ) Esse profissional, durante o desenvolvimento da coleção, deve atentar-
se em atender os objetivos e planos da instituição, bem como as necessidades 
informacionais da comunidade usuária.
d) ( ) O profissional da informação deve preparar orçamentos, gerenciar alocações 
e demonstrar gestão responsável de fundos.
AUTOATIVIDADE
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e) ( ) O bibliotecário deve se abster ao limite de sua unidade apenas. Trabalhar 
com outras bibliotecas, compartilhando cooperativamente recursos e 
desenvolvimento e gestão de coleções pode ser complexo demais e exigir muitos 
recursos financeiros que a biblioteca não disponha.
5 Analise as afirmações a seguir e indique V para as sentenças verdadeiras e 
F para as falsas:
a) ( ) O tipo de unidade conhecido como Biblioteca Digital não comporta a gestão 
das coleções.
b) ( ) O desenvolvimento de coleções também pode ser entendido enquanto um 
conjunto de serviços de informação que requer um planejamento e o conhecimento 
da realidade onde a biblioteca está inserida, assim como seu ambiente interno e 
externo, sua missão, seus objetivos, seus usuários e suas funções.
c) ( ) A gestão de um acervo está atrelada a sua localização, agrupamento e 
conservação de títulos. Ela não deve considerar metas e os objetivos da instituição, 
as demandas informacionais existentes e potenciais, o contexto social, político e 
econômico.
d) ( ) Recomenda-se a criação de uma comissão de formação e desenvolvimento 
de coleções no sentido de respaldar a atuação do bibliotecário neste processo.
e) ( ) Entre as atribuições de uma comissão de formação encontra-se analisar e 
avaliar as política de seleção bibliográfica do acervo e seus princípios e normas.
f) ( ) A Política de Desenvolvimento de Coleções contempla diretrizes para a 
seleção, aquisição e desbastamento de materiais informacionais de uma biblioteca.
6 Entre as atribuições da comissão de formação e desenvolvimento de coleções, 
uma das alternativas a seguir é falsa. Assinale-as e indique a INCORRETA:
a) ( ) Analisar e avaliar sobre a política de seleçãoe seus princípios e normas.
b) ( ) Coordenar programas de desenvolvimento de acervo.
c) ( ) Ajudar na realização de uma reavaliação periódica do processo.
d) ( ) Coordenar programas de ações culturais na biblioteca.
e) ( ) Procurar conhecer as características de seus usuários, seus interesses 
culturais e suas principais atividades profissionais.
7 Assinale a alternativa mais adequada com relação à elaboração da política 
de desenvolvimento de coleções, o bibliotecário deve ter ciência:
a) ( ) Do estado atual da coleção, das áreas do conhecimento mais solicitadas, do 
perfil das necessidades informacionais da clientela, dos objetivos da instituição 
à qual a biblioteca está agregada, ou seja: conhecer o cenário interno e externo 
à biblioteca.
b) ( ) Do estado atual da coleção, das áreas do conhecimento mais solicitadas, 
do perfil das necessidades informacionais da clientela, dos objetivos da 
instituição à qual a biblioteca está agregada, e principalmente, do orçamento 
para aquisição.
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c) ( ) Do perfil das necessidades informacionais e objetivos da instituição à qual 
a biblioteca está agregada.
d) ( ) Das áreas do conhecimento mais solicitadas e do perfil das necessidades 
informacionais da clientela à qual a biblioteca está agregada.
e) ( ) Do estado atual da coleção e das áreas do conhecimento mais solicitadas.
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TÓPICO 3
POLÍTICA DE FORMAÇÃO E 
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já compreendeu o que é o processo de gestão de um acervo e 
de suas coleções, vamos abordar o último tópico desta unidade: as questões éticas e 
políticas que direcionam a maneira como uma coleção irá se desenvolver.
Para isso, começaremos pela Política de Desenvolvimento de Seleções. Por 
que, então, toda a biblioteca tem este instrumento?
No decorrer das cinco etapas que correspondem ao desenvolvimento de 
seleção – estudo de comunidade, seleção, aquisição, desbastamento e avaliação – 
é preciso recorrer ao planejamento prévio que foi estabelecido para a execução de 
tais fases. Nessa direção, a política referida garante que as ações sejam realizadas de 
acordo com o planejado e de forma padronizada.
Quando vamos fazer a seleção do material bibliográfico para compor o 
acervo, por exemplo, atendemos à exigência de alguns critérios que estão elencados 
na política. Da mesma forma, para adquiri-los, a aquisição precisa atender ao que 
está orientado no documento de política de desenvolvimento de coleção. E assim por 
diante, o desbastamento e avaliação também são regulamentados.
2 POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE 
COLEÇÕES 
Dessa forma, podemos garantir a excelência das ações e a efetividade do uso 
da coleção de nossa biblioteca. Vamos, agora, pensar em outra questão: Você sabe o 
que é política?
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
No contexto da formação e desenvolvimento de coleções, a política 
geralmente é refletida e materializada em um instrumento chamado Política de 
formação e desenvolvimento de coleções ou Política de Gestão de Estoques Informacionais. 
Assim, o intuito é estabelecer diretrizes para as ações e tomadas de decisões ligadas 
às fases do processo de formação e desenvolvimento de coleções.
Tal política reflete a atividade de planejamento já que conta com um plano 
detalhado pré- estabelecido visando à continuidade e sustentabilidade deste 
processo, e ainda: pode apresentar correções de rota e outros encaminhamentos, 
quando necessário. O estabelecimento de uma política para o desenvolvimento da 
coleção é um documento em que se detalha quem será atendido pela coleção, sob 
quais os parâmetros gerais e critérios a mesma se desenvolverá (VERGUEIRO, 1989).
Já na visão de Correa (2016), redigir um documento de política de gestão de 
estoques de informação é um dos mais importantes exercício de reflexão e democracia 
no fazer de um bibliotecário. A política de GEI não é somente um mero documento 
a mais no cenário da biblioteca. Ele representa o resultado de uma série de decisões 
negociadas entre diversos profissionais qualificados e a comunidade que interage com 
um rico material informativo, o qual foi selecionado e adquirido, segundo critérios 
específicos, para sejam disponibilizados da maneira mais organizada possível.
Esse conjunto de diretrizes e normas têm o objetivo de delinear ações e 
estratégias gerais, bem como determinar instrumentos e critérios que facilitem a 
tomada de decisão na composição e desenvolvimento de coleções. Tudo isso, claro, 
de forma alinhada com as perspectivas institucionais, com os diferentes tipos de 
serviço de informação e dos usuários do sistema (DIAS; PIRES, 2003).
NOTA
 O surgimento da política remonta à Grécia Antiga, e um dos grandes articuladores 
políticos desse período foi Aristóteles, que falava que a política era um mecanismo que tinha como 
fim último a felicidade dos homens. Uma definição mais moderna de política trabalha com a ideia 
de que a política é meramente o ato de buscar exercer o poder dentro de uma nação.
 A política é o nome que se dá para a capacidade do ser humano de criar diretrizes com 
o objetivo de organizar seu modo de vida. Essa palavra também faz menção a tudo que está 
vinculado ao Estado, ao governo e à administração pública com o objetivo final de administrar 
o patrimônio público e promover o bem público, isto é, o bem de todos.
 Para o ato de governar, uma característica fundamental é a capacidade de mediar 
conflitos entre as pessoas. Assim, o político deve conduzir sua gestão de forma a mediar os 
conflitos existentes na sociedade de forma a encontrar uma saída que seja boa para todos.
FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/politica/>. Acesso em: 9 ago. 2019.
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TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E 
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É preciso ter em mente que a política não necessariamente é um documento 
extenso, e sim completo e flexível. Nela, Vergueiro (1989) afirma que deve se 
contemplar todas ou pelo menos boa parte das decisões para que se possa atender 
ao máximo possível de imprevistos. “Deve ser explicitada por um documento 
flexível que permita acréscimos e modificações, o qual deve conter a identificação 
dos responsáveis, os critérios utilizados no processo, os instrumentos auxiliares, as 
políticas específicas e os documentos correlatos” (DIAS; PIRES, 2003, p. 25).
Dias e Pires (2003) nos deixam ainda ótimas contribuições sobre os itens que 
uma política deve contemplar:
• Quem será atendido pela coleção.
• Como e quanto será destinado para aquisição de itens.
• Quais os recursos orçamentários advindos da instituição.
• Quais mecanismos de captação de recursos extra orçamentários.
• Qual filosofia norteará o desenvolvimento da coleção.
• Quais os objetivos e as metas específicas da organização para consolidar e 
garantir a oferta de uma coleção consistente, com crescimento harmonioso, 
mediante a distribuição equitativa dos recursos financeiros disponíveis.
• Como tomar decisão com base em dados que possuam exatidão, atualidade 
e confiabilidade quanto à tipologia de usuários/hábitos/gostos/necessidades – 
mediante elaboração de estratégias de pesquisa de mercado.
• Como serão feitas as avaliações do material incorporado e a ser incorporado, 
mediante compra, permuta e doação, apontando quando e sob quais condições 
o material poderá ingressar no acervo.
• Quais as formas para diagnosticar as demandas e as necessidades de recursos a 
serem disponibilizados para o seu atendimento.
• Quais as necessidades específicas dos diferentes segmentos da comunidade a 
serem atendidos, especificando os métodos para obterem informações.
DICAS
A políticaé delineada para nortear o planejamento global 
da coleção e seu crescimento. No documento diretriz são 
definidos os objetivos, a curto e a longo prazo, da unidade 
de informação para suas coleções, levando em conta o meio 
ambiente, a demando do usuário, as fontes disponíveis, a 
disponibilidade orçamentária, dentre outros pontos. Esse 
documento deve ser escrito, discutido, aprovado e conhecido 
por todos, dando suporte para a tomada de decisão racional, 
com base em objetivos e metas específicos, distribuindo os 
recursos de modo equitativo e de acordo com as necessidades 
dos usuários (DIAS; PIRES, 2003, p. 24).
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
• Quais serão os critérios de avaliação e reflexão a serem utilizados para uma 
analise sistemática e contínua dos pontos fortes e fracos do acervo.
• Quais os paramentos/critérios do material a ser incorporado e a ser descartado, 
considerando o conteúdo, o formato, a abrangência etc.
• Definição de fluxos de responsabilidades e atribuições.
• Definição de políticas quanto ao uso da coleção (circulação/consultas/
empréstimos/multas/reservas/renovação).
• Desenvolver medidas para propiciar coleta e facilitar a elaboração dos relatórios.
• Entrada de material versus retirada de material obsoleto.
• Escopo, tamanho e tipos de material.
• Criar manuais de serviços e procedimentos no uso da biblioteca.
• Estabelecer procedimentos para atender os usuários de modo pró ativo (na 
biblioteca, a distância e ambientes de trabalho).
• Estabelecer quais serviços devem ser oferecidos, tipos e níveis de prestação de 
serviços (para quem, preço etc.).
• Definir regras para garantia de acesso remoto, on-line e empréstimos entre 
bibliotecas.
• Respeitar o direito autoral, não permitindo a incorporação de obras reproduzidas 
na coleção.
• Declaração de que o usuário jamais deve deixar a biblioteca sem a informação 
desejada ou ao menos uma resposta.
Ademais, a política de formação e desenvolvimento de coleção tem objetivo 
de nortear o bibliotecário na sua conduta com a coleção. Dessa forma, a política 
é fundamental pois fornece-lhe, inclusive, subsídios para que este profissional 
argumente com autoridades superiores, quando for o caso (VERGUEIRO, 1989).
Já Weitzel (2013), ao elaborar um primeiro esboço da política, propõe 
alguns passos para o seu aprimoramento:
• Identificação da missão e objetivos institucionais em consonância com a 
mantenedora da biblioteca.
• Perfil da comunidade – traçar perfil da comunidade suas características, 
possíveis usuários e suas necessidades informacionais.
• Perfil das coleções – nesse quesito, levantam-se informações sobre o acervo, sua 
distribuição percentual, sua idade e os idiomas cobertos pelas coleções.
• Descrição das áreas e formatos cobertos pela biblioteca – aqui identifica-se o 
sistema de classificação utilizado, o nível da coleção segundo as diretrizes da 
ALA e a categoria dos gêneros literários (referência, básica, didática, corrente).
• Descrever a política e o processo de seleção que contenha critérios os quais 
nós devemos nos ater durante a seleção: critérios que abordam o conteúdo 
dos documentos, os usuários e aspectos adicionais, segundo abordaremos na 
Unidade 2.
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TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E 
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• Descrever o processo e a política de aquisição contemplando as rotinas 
administrativas e responsabilidade e tipo de aquisição, sobre o fluxo de 
pagamento e prestação de contas dos itens adquiridos via compra, doação e 
permuta, entre outras ações, conforme veremos na Unidade 2.
• Descrever o processo de desbastamento e descarte informando como os itens 
bibliográficos serão retirados de uma coleção ativa e quando seguem 
para serem remanejados ou em que situações são excluídos definitivamente da 
coleção, como apresentaremos na Unidade 2.
• Descrever o processo de avaliação – conforme abordaremos na Unidade 3, 
nesta etapa será definida as formas e critérios de avaliações da coleção.
• Detalhamento de outros aspectos importantes, tais como acordos cooperativos 
de aquisição de materiais, licenciamento de usos de fontes digitais, direitos 
autorais e de cópias, entre outras informações que não encontraram lugar 
apropriado nos passos anteriores.
• Documentos correlatos e avaliação da política – neste passo, sugere-se 
confeccionar o documento relativo à política, indicando as revisões periódicas 
e as alterações quando necessário.
Outro ponto importante é que a definição da política deve contar com a 
intensa participação do profissional da informação e da comunidade. O agir em 
conjunto e colaborativo traz ótimos resultados. A ação do bibliotecário “integrando 
a comunidade ao processo de seleção, possibilitando tornar disponíveis materiais, 
impressos ou não, de interesse, a fim de que a biblioteca participe efetivamente 
do desenvolvimento social dos indivíduos, integrando-os à comunidade” (DIAS; 
PIRES, 2003, p. 24, grifo nosso).
Nessa direção, a política pode ser proposta por uma equipe ou comissão 
composta por profissionais diversos e também por representantes da própria 
comunidade, tudo isso, aprovada pelos órgão competentes (VERGUEIRO, 1989). Dias 
e Pires (2003, p. 25) afirmam a importância da representatividade da comunidade 
para a “expansão racional, equitativa e equilibrada do acervo”. E ainda, sugerem que 
tal comissão de se responsabilizar por algumas ações, tais como:
• Analisar os objetivos gerais da organização à qual está inserida a biblioteca.
• Definir a extensão e a profundidade na cobertura temática da coleção, segundo os 
diferentes níveis da comunidade a ser atendida.
• Conhecer a situação da coleção a fim de elaborar o orçamento necessário para 
solucionar os problemas.
• Proceder à análise quantitativa da coleção.
• Cobrir áreas de maior demanda da comunidade, definindo as prioridades da 
seleção.
• Determinar critérios para intercâmbio de material bibliográfico.
• Determinar critérios para recebimento de doações e descartes.
• Procurar atender a todas as sugestões, comunicando ao solicitador sobre a aquisição 
ou não do item solicitado.
• Determinar critérios para preservação e conservação dos materiais (encadernação 
e restauração etc.).
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UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
• Definir critérios para avaliação do valor da coleção.
• Definir critérios para duplicação de documentos.
• Coordenar a reavaliação periódica da coleção, a fim de definir quando e sob quais 
condições o material será remanejado e descartado do acervo.
Ademais, Correa (2013), de forma inovadora, também deixa sua 
colaboração e nos traz aspectos importantes, que, usualmente, não constam nas 
políticas de desenvolvimento de coleções disponíveis na Internet, tais como:
• Estudo de Comunidade enquanto base para descrição da clientela/público-alvo 
onde se mapeia a oferta de produtos e serviços de informação conforme a clientela 
da unidade de informação e suas demandas.
• Participação e papel da biblioteca em programas cooperativos: a autora sugere que 
essa atuação deve ser planejada também na política, descrevendo os critérios e as 
formas de cooperação, a disponibilização (ou não) de recursos, indicando a relação 
custo/benefício dessa participação.
• Biblioteca 2.0 e Repositórios Digitais: embora esses itens possam estar contemplados 
no que tange ao acervo como formatos eletrônicos, acredita-se que eles merecem 
destaque já que carecem de planejamentos específicos com desenvolvimento de 
estratégias que exigem contratos com provedores, consórcios, licenças e acordos 
diferenciados.
• Conservação e Restauração: ao incluir estes aspectos na política, significa que está 
se pensando de forma estratégica e preventiva com vistas a estender ao máximo a 
vida útil de cada

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