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Política Cambial: Conceitos e Regimes Cambiais

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Introdução à unidade de ensino
 Explorando a temática I
 Explorando a temática II
Unidade 10 - Política cambial
#115395402
#115395400
#115395401
Introdução à unidade de ensino
https://student.ulife.com.br/Category/Index?lc=pVtpoL7u94CDmR465GyTTg==
Dando continuidade à apresentação das políticas macroeconômicas que o governo tem e utiliza para atingir os principais objetivos econômicos (menor e mais instável inflação,
menor nível da taxa de desemprego e maior crescimento econômico), vamos nesta unidade abordar mais uma, a política cambial.
Inicialmente, iremos definir alguns conceitos e características importantes, como câmbio e taxa de câmbio, compreendendo o significado de desvalorização e de valorização,
valorização nominal e real, e abordar o fluxo do mercado quando se observa a demanda e a oferta de moeda estrangeira.
A movimentação cambial está alicerçada em um sistema denominado regime cambial. Iremos apresentar seu conceito e definir cada um dos sistemas ou regimes existentes:
câmbio fixo, intermediário e de flutuações.
Feitas essas explanações, nossa atenção estará voltada à política cambial, apresentando as ferramentas de ação, taxa de câmbio, incentivos e desincentivos às exportações
ou importações, e como é o procedimento de instrumentalização das ferramentas. Destacaremos no final a relação existente entre taxa de câmbio, taxa de juros e inflação.
Explorando a temática I
https://student.ulife.com.br/Category/Index?lc=oqa1XYOMvhNS76wJCPPqlA==
Política cambial
Nunca é demais destacar a importância das relações externas para o desempenho da economia de um país. Não apenas por possuir distintas dotações de fatores de produção,
o que lhe permite produzir apenas uma pequena parcela do conjunto de bens que sua população necessita, mas também por poder se aproveitar das vantagens inerentes à
divisão internacional do trabalho - motor do aumento da produtividade e da geração de riqueza em escala internacional.
Como se sabe, a divisão do trabalho permite o aumento da especialização, do treinamento e da capacitação, levando a uma produtividade maior. Ao lado dessa condição,
permite ganhos com a redução de custos, seja pela elevação do tamanho das plantas produtivas para o atendimento de demandas em escala global, seja pelo aproveitamento
de recursos nos lugares onde são mais abundantes e, portanto, mais baratos ou ainda de maior qualidade.
Assim, se um país tem limitações à sua capacidade de produção que o impeçam de produzir algum bem necessário à sua população, o comércio pode permitir que ele tenha
acesso e possa dispor desses bens desejados, ampliando a capacidade de consumo de seus habitantes. Para a realização das trocas, bastaria apenas que ele se
especializasse na produção de bens e/ou serviços em que detivesse vantagens produtivas relativamente maiores ou desvantagens relativas menores que o outro país com que
faz negócios.
Dessa forma, pelo comércio, é possível atender à população de forma mais satisfatória, aumentando seu grau de bem-estar. Entretanto, sendo realizado entre países distintos,
com interesses e objetivos antagônicos em alguns momentos, o comércio e as relações econômicas internacionais padeceriam do problema da existência de diferentes moedas
ou meios de pagamento.
Símbolo da soberania do Estado, a moeda pode transformar-se em obstáculo ao desenvolvimento das relações comerciais amistosas e harmônicas. E justamente por assumir
essa importância e por seu significado, a moeda dá origem a uma série de questões que abrangem, por exemplo, a relação entre os valores de troca de cada uma delas, a
política cambial adotada pelos distintos países e o fato de o câmbio ser administrado ou flutuante.
Taxa de câmbio
Quanto à taxa de câmbio, trata-se do preço em moeda nacional de uma divisa ou moeda estrangeira, ou seja, o preço da moeda estrangeira em termos de moeda nacional ou
vice-versa. Assim, por exemplo, tanto faz afirmar que um dólar americano vale dois reais (US$ 1,00 = R$ 2,00) ou que um real vale meio dólar. É importante destacar que na
prática, no mercado de câmbio, são usados seis decimais (R$ 1 = US$ 0, 500000), tendo em vista que o valor movimentado na transação pode ser expressivo, o que requer
mais precisão no cálculo. Há também uma distinção entre a taxa de compra e a taxa de venda da divisa estrangeira para o público, a segunda é maior que a primeira, de forma
que a instituição que efetua a transação aufere uma receita, que lhe permitirá cobrir seus custos na operação de câmbio e obter lucro. (VICECONTI E NEVES, 2007, p. 257)
Regimes cambiais
O valor da taxa de câmbio pode ser determinado pelo confronto de oferta e demanda de divisas ou pela interferência do governo no mercado cambial. Dessas duas
possibilidades, definem-se três regimes para o mercado cambial: o regime de câmbio flutuante (aqui existe um tipo intermediário chamado flutuante sujo), o regime de câmbio
fixo e o regime de câmbio misto (também chamado de bandas cambiais).
No regime de câmbio flutuante, a taxa de câmbio irá oscilar livremente de forma a garantir o equilíbrio entre a oferta e a demanda por moeda estrangeira. Aqui, a oferta é
determinada pelos exportadores e pelos demais residentes do país que recebem renda do exterior e outros recursos de não residentes, como turistas e investidores estrangeiros
no país. Já a demanda é determinada pelos importadores e pelos residentes que transferem renda e demais recursos para o resto do mundo, como residentes que viajam para o
exterior e residentes que investem no exterior.
Perceba que no regime de câmbio flutuante quanto maior for a taxa de câmbio, menor será a demanda pela moeda estrangeira, já que os produtos importados ficarão mais
caros assim como viajar para fora do país. Contrariamente, quanto menor for a taxa de câmbio, maior será a procura pela moeda estrangeira. Fica óbvio que, no que diz respeito
à oferta de divisas, tais relações são inversas. Veja que no câmbio flutuante podemos considerar a moeda como uma mercadoria como qualquer outra.
Ainda em relação ao regime de câmbio flutuante, destacamos o conceito intermediário chamado flutuante sujo por ser este praticado no Brasil. Como a oferta e a demanda de
moeda estrangeira oscilam muito, ou seja, tem grande volatilidade, o Banco Central brasileiro considera em alguns momentos que é necessário intervir nesse mercado. Ele irá
comprar divisas estrangeiras quando julgar que a oferta está maior, ou seja, quando a taxa de câmbio estiver baixa. Contrariamente, o Banco Central irá vender divisas
estrangeiras quando julgar que a oferta está menor, ou seja, quando a taxa de câmbio estiver alta. Para fazer esse julgamento (se a taxa de câmbio está alta ou baixa), um dos
fatores considerados pelo Banco Central é o nível das exportações, pois a taxa de câmbio precisa ser alta de forma a estimular as exportações (somos grandes exportadores de
produtos agrícolas), mas ao mesmo tempo não pode ser alta a ponto de tornar esses mesmos produtos caros para o mercado interno.
No regime de câmbio fixo, a taxa de câmbio é determinada (fixada) pela autoridade monetária, o Banco Central. Como o mecanismo de oferta e demanda por moeda estrangeira
existe independente do regime cambial, o Banco Central precisa comprar e vender as divisas por um valor fixo. Você deve ter percebido que nesse caso o Banco Central
precisará ter reservas suficientes para ser o grande vendedor e comprador desse mercado.
Assim, por exemplo, se o governo fixar o câmbio em U$ 1,00 (um dólar americano), o Banco Central deverá dispor de reservas suficientes para, a essa taxa, trocar por dólar
qualquer quantidade de moeda nacional. Se julgar que não possui as reservas suficientes, ou se, por alguma razão, julgar que não é conveniente perder um montante muito
grande de reservas, só lhe restará a alternativa de desvalorizar o câmbio, ou seja, tornar mais caro, em moeda doméstica, o dólar americano e, assim, desestimular sua
demanda (PAULANI e BRAGA, 2006, p. 146).
No regime de câmbiomisto, a taxa de câmbio pode variar dentro de um limite mínimo e um limite máximo (sistema de bandas cambiais). Esses limites são determinados pelo
Banco Central. Assim, caso a taxa de câmbio atinja um desses limites, o Banco Central intervém comprando a uma taxa fixa, no caso de o câmbio atingir o limite mínimo, e
vendendo, no caso de o câmbio atingir o limite máximo.
Agora, vamos entender conceitos associados ao estudo da política cambial. Os termos desvalorização cambial (ou depreciação cambial) e valorização cambial (apreciação
cambial) são frequentes no noticiário de economia. De acordo com Viceconti e Neves (2007), no Brasil os termos desvalorização e valorização cambial são mais usados.
Entenda por meio de um exemplo: um aumento da taxa de câmbio de US$ 1,00 = R$ 2,00 para US$ 1,00 = R$ 2,50 significa uma depreciação da moeda nacional ou uma
desvalorização da moeda nacional, já que nesse caso são necessários mais reais para se obter um dólar. No caso contrário, a diminuição da taxa de câmbio significa a
apreciação ou valorização da moeda nacional.
Curiosidade: no dia 1 de julho de 1994, foi instituído o real como moeda e estabeleceu-se um teto máximo de R$1,00 = U$1,00 (1 real = 1 dólar) para a taxa cambial. No caso
brasileiro, não se tratava de regime cambial fixo, mas de um regime que ficou conhecido como "paridade semifixa" ou "política cambial da banda assimétrica", isso porque havia
um limite superior, mas não um inferior.
Leia o artigo a seguir que expõe o caso do Brasil de 1999 a 2014, destacando o período da mudança no regime cambial. Em 1999, o regime passa a ser flutuante. Nele, analisa-
se não apenas os valores da taxa de câmbio, mas também o porquê das desvalorizações ou valorizações cambiais durante o período de 1999 até o período de 2014. 
No dia 15 de janeiro de 1999, o Banco Central deixou o câmbio flutuar. Este que estava cotado por 1,21 antes da flutuação atingiu 2,16 no mês de março do mesmo ano,
mostrando grande desvalorização do real frente ao dólar. Esta depreciação se deu principalmente pela incerteza quanto à mudança do regime cambial (que passou de fixo para
flutuante), o que leva a um aumento da desconfiança externa quanto ao futuro do país trazendo menos investimentos externos e, consequentemente, uma menor entrada de
dólares no país. Em meados de 1999, quando as características de um regime flutuante começaram a se concretizar, em que o Banco Central só interviria na economia para
reduzir a volatilidade cambial e raramente para auxiliar as necessidades de financiamento do balanço de pagamentos, a taxa de câmbio também começou a se estabilizar e
permaneceu sem muitas alterações até o início de 2001.
Porém, a partir do primeiro trimestre de 2001, o preço do dólar disparou no Brasil. No dia 21 de setembro deste mesmo ano, a taxa de câmbio chegou a R$ 2,80, valor
extremamente alto. Os principais motivos que contribuíram para esta desvalorização do real foram a crise argentina e a recessão americana. A economia argentina influencia
diretamente a economia brasileira, pelo fato de que ambos são fortes parceiros econômicos e que possuem diversos acordos, além de manterem fortes relações de trocas de
mercadorias, e de pertencerem a um mesmo grupo econômico: o Mercosul. Logo, é fácil ver que crises econômicas na Argentina podem ser um indicador de que o Brasil pode
ser o próximo a entrar em crise, além de reduzir as exportações do país, visto que a Argentina é uma grande importadora brasileira. Portanto, o Brasil não só passou a receber
menos investimentos pelo aumento da desconfiança externa devido ao repasse da queda na expectativa brasileira pelos acontecimentos argentinos, mas também teve sua
balança comercial piorada, o que significa também menor entrada de dólares. Já a recessão americana influenciou o Brasil pelo aumento da incerteza em todo o mundo, além
de taxas de juros maiores nos EUA, atraindo mais investimentos para a América do Norte. A fim de amenizar esta depreciação, o Banco Central realizou a venda de parte das
suas reservas internacionais, conseguindo apreciar um pouco o real. 
Porém este cenário não durou por muito tempo. A partir de meados de 2002, o real voltou a se depreciar e o principal motivo foi a incerteza quanto à política econômica que
seria adotada com possível eleição de Luís Inácio Lula da Silva. Em 22 de outubro de 2002, a taxa de câmbio chegou a 3,95, valor impressionante. No dia 27 de outubro, Lula foi
eleito presidente do país com 53 milhões dos votos e, no dia 28 de outubro, houve uma pequena apreciação e o câmbio fechou o dia em 3,74. Ao longo do seu governo, foram
sendo verificadas políticas econômicas mais conservadoras e com ambições mais altas, como metas elevadas de superávit primário e busca pela queda da inflação, o que fez
com que as expectativas do governo fossem superadas e o risco e desconfiança em relação ao Brasil começarem a cair, atraindo dólares e investimentos, e apreciando o real. 
De 2003 até 2005, não houve fatos muito marcantes no mercado internacional nem ações frequentes do Banco Central. A taxa de câmbio flutuou mais livremente neste período,
porém lembrando que o Banco Central intervém de certa forma com compras/vendas de reservas e também com os swaps cambiais (swaps são contratos para troca de riscos:
o Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte americana. No vencimento desses contratos, o
investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do Banco Central a variação do dólar no período). 
Em 2006, o FED (Banco Central Americano) elevou as taxas de juros nos Estados Unidos por causa de um aumento significativo da inflação no país causado em grande parte
pela elevação do preço do petróleo. Como já falamos, com taxas de juros mais altas no exterior, investimentos que poderiam ser destinados ao Brasil têm seu rumo alterado
pela maior perspectiva de lucro fora. E com isso houve mais uma vez uma depreciação do real em 2006, porém esta foi mais controlada pelo Banco Central. 
Em 2007, o cenário continuou desfavorável para nosso país, por causa de um início da crise americana que fez surgir uma aversão internacional ao risco, reduzindo os
investimentos no Brasil. 
Porém em 2008 a crise americana se intensificou e para tentar controlar a péssima situação americana, o FED injetou grande quantidade de moeda na economia, o que levou a
uma redução nas taxas de juros americanas, além de uma maior quantidade de moeda em circulação no mundo, o que contribui para um aumento de empréstimos e
investimentos. Com esta redução dos juros americanos, tornou-se mais vantajoso investir no Brasil em muitos casos, por este possuir taxas de juros mais elevadas, mesmo
sendo um país de maior risco. Logo, visando maiores retornos, muitos investidores trouxeram seus investimentos para o Brasil, o que levou a uma maior entrada de dólares no
país, e uma apreciação do real, que permaneceu por volta de 1,55 em 2008, tendo pequenas oscilações.
Em 2009, 2010 e 2011, pelos mesmos motivos citados acima (situação ruim da economia americana) e também por um aumento da taxa SELIC brasileira, o real manteve-se
apreciado. 
Em meados de 2012, este cenário começou a ser modificado. E em 2013, foi concretizada uma grande desvalorização do real. Existiram vários motivos causadores dessa
depreciação. Um deles foi a queda da taxa SELIC para 7,5%, o que fez com que fosse menos atrativo investir no Brasil. Outro motivo, e um dos principais deles, foi a melhoria
da economia americana, que fez com que o FED reduzisse os estímulos monetários nos EUA. Desta forma, menos dinheiro circulou naquela economia, reduzindo a quantidade
de moeda para empréstimos e investimentos. Além de que, com a recessão americana, as taxas de juros aumentaram, e taxas de juros mais altas em um país extremamente
seguro de se investir como os Estados Unidos é garantia de maior entrada de investimentos na América do Norte e menosno Brasil. Tudo isto foi o bastante para que o câmbio
ficasse entre 2,20 e 2,45 em 2013. 
Já em 2014 presenciou-se dois tipos de situações diferentes. A primeira delas foi no início do ano até meados de março, quando o real continuava bastante depreciado, próximo
de 2,40. Isto ocorreu pelos maiores cortes na oferta de moeda americana e também pelas notas negativas recebidas pelo Brasil na Standards & Poor's em relação à capacidade
do país de pagar suas dívidas, levando a um aumento da desconfiança externa. Porém houve um segundo cenário a partir do fim de março, com a queda da aprovação da
presidente Dilma Rousseff, as ações brasileiras valorizaram, mais investimentos entraram no Brasil e o real sofreu uma apreciação, estando atualmente por volta de 2,22. 
Esta retrospectiva nos mostra que ações intervencionistas do Banco Central podem ser úteis para amenizar variações cambiais, mas na maioria das vezes não são tão
eficientes devido à imensa quantidade de fatores externos que influenciam a todo instante a economia doméstica. Trocas de ativos financeiros, mercadorias, e até mesmo de
informações e notícias causam muitas alterações nas variáveis macroeconômicas de um país. Por isso, não vale a pena pensar que políticas monetárias exageradas e
frequentes demais são a solução para o controle da economia de um país, muito pelo contrário. 
F o n t e : R E N N O , M a r i a . D e 1 9 9 9 a 2 0 1 4 . 2 4 a b r . 2 0 1 4 . I n : B l o g " N e p o m - N ú c l e o d e E s t u d o s d e P o l í t i c a M o n e t á r i a " . D i s p o n í v e l e m :
<https://nepom.wordpress.com/2014/04/24/de-1999-a-2014-o-que-houve-com-o-cambio-brasileiro>. Acesso em: 29 set. 2017.
https://nepom.wordpress.com/2014/04/24/de-1999-a-2014-o-que-houve-com-o-cambio-brasileiro
Explorando a temática II
https://student.ulife.com.br/Category/Index?lc=pw2zBM%20ItG4pT3VUZhmc4Q==
Efeito das variações na taxa de câmbio sobre exportações e importações 
A taxa de câmbio pode ser objeto de uma política econômica cujo objetivo seja a geração de um nível elevado de emprego e renda, como resposta à elevação das exportações.
Entretanto a fixação de um valor para a taxa de câmbio que estimule as exportações pode tornar cada vez mais caro o acesso do país à fonte de insumos que ele não possui na
quantidade ou qualidade requerida, aos bens de capital, aos pacotes tecnológicos que ele não tem condições de desenvolver, dado o estágio de seu aprimoramento.
Da mesma forma, a definição de uma taxa de câmbio voltada para ajudar o setor produtivo pode trazer perdas para os consumidores do país, que compõem a grande maioria da
população, condenados a pagar mais caro por produtos que julgam necessários para seu bem-estar.
Assista à videoaula a seguir e reflita sobre as estratégias dos países em relação ao comércio internacional.
Videoaula: Políticas protecionistas no comércio internacional
 
Efeito das variações na taxa de câmbio sobre a taxa de inflação
Um dos mais importantes instrumentos utilizados para o controle da inflação tem sido a valorização cambial, chamada, nesse contexto, de âncora cambial. Isso porque, ao
valorizar-se o câmbio, tornando a moeda nacional mais forte, estimula-se a compra de produtos importados, aumentando a concorrência com os nacionais, o que provoca uma
pressão para a queda nos preços internos. Geralmente, essa política cambial está acoplada a uma política de abertura comercial, isto é, de liberalização de importações, com
quedas acentuadas nas tarifas sobre importações e das barreiras protecionistas. Entretanto, como já destacado, essa política terá impactos negativos tanto para o setor
exportador, que perde mercado pelo maior valor relativo do seu produto, quanto para os setores que eram mais protegidos e passam a sofrer a concorrência dos importados
(VASCONCELLOS, 2006, p. 362).
Relação entre taxa câmbio, taxa de juros e inflação
A solução de alguns problemas está longe de envolver a solução de todos os problemas ao mesmo tempo. Há que se tentar ganhar tempo para evitar a frustração de não
conseguir se resolver todos os problemas de uma só vez. Isso não significa conformismo, mas a manutenção da atenção concentrada para que, ao tentar abordar todos os
problemas ao mesmo tempo, não acabemos gerando dilemas mais difíceis de serem negociados junto aos setores interessados. É preciso lembrar sempre que toda ação e
decisão afetam interesses e provocam reações naturais dos que se sentem lesados.
 
Por exemplo, devemos levar em conta que o fato de nossas exportações para a China encontrarem-se em declínio não retira a importância dos respectivos produtos em nossa
pauta de exportáveis. Adicionalmente, não há razão para temer que nós incorreremos em crescentes déficits na balança comercial (resultado das exportações e importações),
já que as medidas de política que vêm sendo adotadas caracterizam-se por seu cunho recessivo. Dessa forma, deverão ter também um impacto sobre nossas importações,
reduzindo-as.
Políticas protecionistas no comércio internacional
from EAD ANIMA
02:44
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Por outro lado, dado que nossas taxas de juros são extremamente elevadas, não há razão para manter uma política de juros tão maiores em comparação com as taxas
praticadas por outros países. 
A esse respeito, mesmo descontando-se a inflação prevista da taxa de juros paga em nosso país, como seria o procedimento correto, as aplicações dão mais de 4,5% de juros
ao ano, o que é uma taxa ainda bastante elevada. A argumentação de que uma taxa nesse nível é necessária para combater a inflação ignora que além da política monetária, de
juros elevados, o governo tem à sua disposição um arsenal de políticas de cunho fiscal capaz de surtir o mesmo efeito em relação à redução da demanda.
Resta ainda o fato de que o processo de degradação de nossa indústria chegou longe demais nos anos recentes. Parte disso se deve à força da valorização excessiva do real,
utilizado por muito tempo para controlar a inflação, como pode ser demonstrado na figura a seguir. Mas não é apenas a questão da variação cambial que explica a perda da
competitividade de nossa produção. E tampouco a legislação de reajuste salarial acima da inflação. Nesse caso, deve-se analisar outras causas que ajudem a revelar os
motivos que explicam a reduzida produtividade de nossa indústria, levando em conta os problemas ligados à questão educacional e outros ligados à nossa infraestrutura
deficiente.
FIGURA 1 - A importância do câmbio para o controle da inflação
 
 
Fonte: FEITOSA, Paulo. Dados retirados de: BANCO CENTRAL. In site "Banco Central". Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pt-br/paginas/default.aspx>. Acesso em: 10
abr. 2015. 
 
O mapa conceitual abaixo, intitulado "Atração de capitais por meio de taxas de juros e exportação de commodities: relações com a taxa de câmbio, resultado do balanço de
pagamentos e desindustrialização", procura demonstrar que em economia as variáveis importantes apresentam-se inter-relacionadas. 
 
FIGURA 2 - Atração de capitais por meio de taxas de juros e exportação de commodities: relações com a taxa de câmbio, resultado do balanço de pagamentos e
desinsdustrialização 
 
 
Fonte: Núcleo de Educação a Distância, NEaD, Anima, 2017. 
 
Encerramos aqui nosso estudo sobre a política cambial. Lembre-se de que em economia, como você já deve ter visto, as decisões de determinada política econômica podem
afetar outras variáveis além dessa política. Esse é o grande desafio em estudar economia.
Assista agora ao vídeo de encerramento da unidade.
Videoaula: Política cambial e o comércio internacional
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Política cambial e o comércio internacional
from EAD ANIMA
20:47
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