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DIREITO INTERNACIONAL Agenor Pereira da Costa EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS – 2º Ciclo • O Decreto 7030 de 14 de dezembro de 2009 que promulgou e incorporou a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, apresenta, além da extinção do documento tratado, sua denúncia por parte de um Estado, a retirada de qualquer deles (aqui não é o Estado que deseja se retirar, mas é retirado) como também aborda a possibilidade da suspensão de sua obrigação. Art. 59, 1 do Dec. 7030/2009 • Não obstante o artigo acima, devido a eleição da Carta na O.N.U como hierarquicamente superior ou mesmo quando houver conflitos de normas internacionais e as normas cogentes .(inderrogáveis/perentórias) assim discutidas pela CDI ( Comissão de Direito Internacional da ONU)como p.ex: Genocidio, agressão, pirataria, uso ilegal da força, haverá a extinção dos tratados anteriores aos sucessivos. Porém, além da incompatibilidade as partes do tratado anterior (se não estiver suspenso), deverão estar presentes no tratado atual. Art. 30, 3 do Decreto 7030/2009. ‘ EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS – 2º Ciclo • Muito embora o artigo 59 do Dec. 7030 apresente o tópico extinção dos tratados, a doutrina tem identificado algumas impropriedades, identificando até extinção em artigo diverso, mesmo que parcial onde só será extinto o tema incompatível (derrogação, ver slide anterior). • Especificamente sobre a extinção do Art. 59, 1, “b” será, diferentemente do caso anterior, total (ab-rogação). Dessa forma, devido não ser possível a aplicação de dois tratados ao mesmo tempo é que temos a extinção pela derrogação ou ab-rogação. Estando suspenso um tratado, não haverá aplicação conjunta e observação de conflito de tratados. • Artigo 59 • Extinção ou Suspensão ; o termo suspensão surge para deixar claro que tratados suspensos não serão alvos da extinção em Virtude da Conclusão de um Tratado Posterior • 1. Considerar-se-á extinto um tratado se “todas” as suas partes concluírem um tratado posterior sobre o mesmo assunto e: caso as partes não sejam as mesmas as regras de um tratado ou outro abrange as partes que os compõe. Não haverá extinção e as regras que não conflitarem com o tratado posterior continuam vigendo entre aquelas partes.. • Se resultar do tratado posterior, ou ficar estabelecido por outra forma, que a intenção das partes foi regular o assunto por este tratado; ou (regulando todo o assunto não tem como haver existência e vigência de duas normas) • b)as disposições do tratado posterior se forem de tal modo incompatíveis com as do anterior, que os dois tratados não possam ser aplicados ao mesmo tempo. • 2. Considera-se apenas suspensa a execução do tratado anterior se depreender do tratado posterior, ou ficar estabelecido de outra forma, que essa era a intenção das partes. Suspensa a obrigação não temos conflitos entre os documentos. Apenas se os documentos existirem e estarem vigendo. PARAMOS AQUII DRM 301 EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS – 2º Ciclo Regra geral acerca da extinção dos tratados: Trata-se da ab-rogação que juntamente com a derrogação compõem o gênero revogação. Regra semelhante do Direito Interno, salvo quanto a vontade das partes internacionais. Dessa forma o Art. 54, “a” do Decreto 7030/2009 menciona que a depender das regras dos tratados ou a depender da vontade de todas as partes mencionadas no tratado para decidir sobre sua extinção o tratado deixará de existir e viger. Para tal haverá consultas a todas as partes, mesmo aquelas não eleitas para decidir. O quantitativo geralmente é a maioria, porém não é regra obrigatória. Em resumo será em conformidade com o que está determinado no próprio texto do tratado, uma vez que ao pactuarem deverão se vincular e acatar tais regras que elegem alguns Estados para decidir sobre sua extinção. EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS – 2º Ciclo Regra geral acerca da extinção dos tratados (ab-rogação): O próprio Art 54 na sua alínea “b” menciona com propriedade a extinção do tratado, por consentimento unanime das partes e, é devido a este comando desta alínea que se depreende ser a decisão parcial na alínea “a” e nesta alínea “b” ser total. Outrossim, a extinção se dará a qualquer momento, porém consultados os demais. Isto devido a regra previamente negociada entre as partes e a questão da vinculação dos pactuantes que não poderão contestar a decisão. Dessa forma a decisão tomada por todos é soberana, não cabendo contestação futura, pois todos foram consultados. EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS – 2º Ciclo Regra geral acerca da extinção dos tratados (ab-rogação): Ainda diante da ab-rogação dos tratados temos aquela que é denominada como predeterminada onde: predeterminado em um tratado há a extinção devido a existência de termo certo para seu fim e consequente extinção como é o caso de um prazo de vigência. Ou mesmo, caso o tratado apresente uma condição resolutiva que resolve o seu teor como é o caso de um evento futuro e incerto, seja afirmativo ou negativo como “caso venha surgir um tratado versando sobre determinado assunto que comporte o atual ou negativo como caso a sociedade internacional não possa prosseguir se o tratado não atingir o numero mínimo de Estados. Pode também estar predefinido no articulado a hipótese de sua extinção pela execução total do objeto do tratado, logo, cumprida a sua função e desaparecido o objeto o tratado perde o sentido. EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS – 2º Ciclo • Regra geral acerca da extinção dos tratados (ab-rogação): Ao lado das causas predeterminadas, temos as supervenientes que não estão previstas no teor do documento jurídico-político e ocorrem após o desenvolvimento do pactuado como ocorre com decisão de todos os Estados em dar cabo do compromisso, já visto no Art. 54, “b” por ex. Neste exemplo, sem que haja menção ao fato de um novo tratado superveniente será ab-rogação, implícita ou tácita.. Pode ocorrer pela denuncia (Vontade expressa dos Estados em não mais fazer parte da associação internacional) neste caso se há denuncia a ponto de não ser possível sequer manter um tratado bilateral, extinção. EXTINÇÃO DOS TRATADOS INTERNACIONAIS – 2º Ciclo • Regra geral acerca da extinção dos tratados (ab-rogação): Ab-rogação superveniente também ocorre: • Quando há violação grave e substancial que exige extinção total do tratado. É o caso da quebra do principio da reciprocidade do Art. 60 do Dec. 7030/2009 onde um determinado Estado alega inadimplemento de um tratado exigindo sua extinção. • Impossibilidade superveniente de cumprimento do tratado. Regula o assunto o art. 61 da Convenção de 1969, segundo o qual a terminação do tratado terá lugar caso uma parte fique impossibilitada de cumpri-lo, quando essa impossibilidade resulte da destruição ou do desaparecimento definitivo de um objeto indispensável ao cumprimento do tratado. • Mudança fundamental das circunstâncias. Isto quando a existência dessas circunstâncias tiver constituído uma condição essencial do consentimento das partes em obrigarem-se pelo tratado (houve coação que violou a vontade livre) e quando essa mudança tiver por efeito a modificação radical do alcance das obrigações ainda pendentes de cumprimento em virtude do tratado. • Rompimento das relações diplomáticas e consulares. A Convenção de Viena de 1969, em uma regra bastante simples, dispõe que o rompimento das relações diplomáticas ou consulares entre partes num tratado não afeta as relações jurídicas estabelecidas entre elas pelo tratado, salvo na medida em que a existência de relações diplomáticas ou consulares for indispensável à correta aplicação do tratado internacional. • Estado de Guerra: Certos tratados, quando diante do período de guerra podem extinguir-se entre os Estados beligerantes inimigos. Frise-se, porém, que o tema dos efeitos da guerra sobre os tratados tem ligação mais estreita com a suspensão da execução dos tratados que propriamente desagua na sua extinção, exceção dos Tratados que regram a própria guerra devido seremimunes a extinção ( Com. Genebra e Haia p.ex.) • A denúncia na Convenção de Viena de 1969. Entende-se por denúncia o ato unilateral pelo qual um partícipe em dado tratado exprime firmemente sua vontade de deixar de ser parte do compromisso internacional. A mesma difere da ab-rogação justamente pelo fato de ser levada a efeito unilateralmente por uma determinada parte no tratado, e não pela totalidade delas, dessa nem sempre haverá a extinção do documento salvo se o tratado for não-mutalizável. REFERÊNCIA Mazzuoli, Valério de Oliveira/Valério de Oliveira Mazzuoli. - 11. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2018. • Casella, Paulo Borba Manual de direito internacional público / Paulo Borba Casella, Hildebrando Accioly e G. E. do Nascimento e Silva. — 20. ed. — São Paulo : Saraiva, 2012. 1. Direito internacional público I. Silva, G. E. do Nascimento e. II. Accioly, Hildebrando. III. Título. CDU- 341)
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