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unid_2 Direito empresarial

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5 ESTABELECIMENTO COMERCIAL
O estabelecimento comercial está regulamentado a partir do 
art. 1.142 do Código Civil (Brasil, 2002). Vejamos:
Art. 1.142 do Código Civil: “Considera-se estabelecimento 
todo complexo de bens organizado, para o exercício da empresa, 
por empresário, ou por sociedade empresária”.
Nicolò (1971, p. 412) declarou que:
Se a organização dos bens para a produção de produtos 
e serviços é o estabelecimento, e se o empresário é 
o que exerce uma atividade econômica organizada, 
não se pode assumir relevo aquela qualidade de 
empresário, considerada sob o perfil jurídico-formal, 
sem a contemporânea existência de uma entidade 
objetiva, ou seja, daquela organização de bens que a 
lei qualifica estabelecimento.
Para Diniz (2009, p. 684-686), o empresário organiza um 
conjunto de bens para exercer uma atividade econômica, 
sendo esses bens organizados o próprio estabelecimento, ou 
seja, o estabelecimento é instrumento essencial da atividade 
empresarial, é a base física.
Aclarando mais a definição, podemos dizer que 
estabelecimento é o complexo de bens de natureza variada, 
materiais ou corpóreos (por exemplo, mercadorias, máquinas, 
imóveis, veículos, equipamentos etc.) e de bens imateriais ou 
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incorpóreos (patentes, marcas, modelo de utilidades, invenções, 
ponto etc.) devidamente conjugados e dinamizados pelo 
empresário para que a atividade empresarial, que é a empresa, 
atinja sua finalidade.
O art. 1.143 do Código Civil (Brasil, 2002) diz que “o 
estabelecimento pode ser objeto unitário de direitos e negócios 
jurídicos”, assim, tem-se que o estabelecimento comercial é um 
conjunto de bens, materiais e imateriais, organizado e idôneo 
para exercício da empresa, tendo este um valor patrimonial e, 
portanto, podendo ser negociado.
Em suma, diz-se que esse complexo de bens consiste numa 
unidade patrimonial, ou seja, formam um novo bem, uma 
universalidade jurídica especial com valor patrimonial. Aliás, 
é mais interessante, economicamente, que o estabelecimento 
seja vendido na sua totalidade e não proceder à venda de bens 
isoladamente, visto que a totalidade dos bens tem valor bem 
superior.
5.1 Estabelecimento virtual
Atualmente, vivemos na era da tecnologia virtual. Quem 
nunca comprou um objeto pela internet? Ou, pelo menos, quem 
nunca entrou num site de compras e serviços oferecido na 
rede?
Pois pensando nisso é que Diniz (2009) preocupou-se em 
definir também esse novo instituto que faz parte de nossa 
realidade. Assim, tem-se que o estabelecimento virtual tem um 
endereço eletrônico e é identificado pelo seu nome de domínio, 
cujo registro compete ao Núcleo de Informação e Coordenação 
do Ponto BR-NIC.br. (Resolução nº 1 (Brasil, 2005) do Comitê 
Gestor da Internet do Brasil – CGI-br).
O nome de domínio (por exemplo, www.yahoo.com.br) o 
identificará na rede de computadores e proporcionará a conexão 
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entre o emitente e o destinatário de informações via internet. 
Ainda se pode acrescentar que o nome de domínio é o endereço 
que possibilita a localização de um computador ou de um serviço 
colocado à disposição na internet.
A Resolução nº 2 do CGI-br (Brasil, 2005) consagra o 
princípio do first to file, pelo qual o direito ao nome de domínio 
será dado àquele que o requerer em primeiro lugar ao órgão 
competente, desde que preenchidos os dados normativos 
exigidos em lei.
Diniz (2009, p. 691) divide os estabelecimentos virtuais em 
duas espécies:
• Originário: se sua criação estiver desvinculada de qualquer 
atividade econômica organizada anterior.
• Derivado: se for expressão digital de um estabelecimento 
comercial físico preexistente de um empresário, ou seja, 
já existia o estabelecimento físico e agora passa a utilizar 
também o instrumento da internet para implementar seu 
negócio.
Vejamos exemplos de dois sites de serviços oferecidos na 
internet:
• http://www.submarino.com.br/ – trata-se de um 
estabelecimento virtual originário.
• http://www.casasbahia.com.br/ – trata-se de um 
estabelecimento virtual derivado, uma vez que existe o 
estabelecimento físico.
Note que, no caso de estabelecimento virtual originário, 
não são partes integrantes: o ponto empresarial, visto que não 
necessita de um prédio para oferecer seus produtos e serviços; 
máquinas, mercadorias, utensílios, pois ficarão em outro local, 
ou seja, num depósito, por exemplo.
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No caso do estabelecimento virtual derivado, o local onde o 
empresário supervisiona as operações do site é o estabelecimento 
físico, pois este existe independente da página de serviços aberta 
na internet.
5.2 Características do estabelecimento virtual 
(estabelecimento empresarial digital)
De acordo com Ridolfo (2005):
1) Interatividade. É a capacidade de produzir 
informação qualitativa baseada na coleta em 
tempo real das manifestações relacionadas aos 
atos de consulta, visita ou compra efetiva de 
bens ou serviços ofertados no estabelecimento 
empresarial digital.
2) Dinamicidade. Mais que uma característica, 
uma necessidade que obriga o Estabelecimento 
Empresarial Digital a ofertar, conjuntamente com 
seus bens e serviços, informações genéricas e/ou 
específicas, atualizadas no menor lapso de tempo 
admissível, e que comporão todo o arcabouço 
informativo comercial, técnico, financeiro e 
mercadológico que suportará e/ou norteará a 
conduta do consumidor.
3) Customização. É a possibilidade, derivada da 
análise das manifestações dos canais interativos 
de adequarem-se bens e serviços ofertados no 
estabelecimento empresarial digital às reais 
necessidades da demanda, ajustando-os em tempo 
real.
4) Navegabilidade. Característica tecnológica 
interna do estabelecimento empresarial digital 
que deve permitir uma condição favorável de 
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identificação e intelecção de produtos, serviços 
e informações próprias do estabelecimento 
visitado.
5) Acessibilidade. É a característica do 
estabelecimento empresarial digital por meio 
do qual se tornou possível induzir ou identificar 
necessidades correlatas ou adjacentes aos 
bens e/ou serviços originalmente ofertados no 
estabelecimento digital, remetendo o interessado 
direta e simultaneamente ao outro estabelecimento 
digital indicado.
Um exemplo dessa característica pode ser visto no http://
compare.buscape.com.br, site eletrônico que faz o trabalho de 
pesquisar os produtos elegidos e indicar lojas com preços mais 
atraentes.
6) Conectividade. Característica por meio da 
qual um estabelecimento empresarial digital pode 
ser acessado por diferentes meios tecnológicos 
(Ridolfo, 2005).
Exemplos: computadores, telefones, notebooks etc.
7) Escalabilidade. Característica da infraestrutura 
tecnológica que sustenta e mantém um 
estabelecimento empresarial digital por meio 
da qual lhe deve ser conferida a capacidade de 
ser visitado ou consultado por um número não 
necessariamente planejado e crescente de visitantes 
(Ridolfo, 2005).
De fato, hoje a internet tem cada vez mais atingido 
grandes seguidores. Digamos que é a grande tendência 
mundial com relação ao comércio. O que será que vem 
depois?
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Resumindo
• Estabelecimento é elemento essencial da empresa, pois o 
empresário, para exercê-la, deverá organizar um conjunto de 
bens.
• É o complexo de bens da natureza variada, reunidos e 
organizados pelo empresárioou sociedade para serem 
úteis ao desenvolvimento da exploração de sua atividade 
econômica.
• Físicos.
• Vírtuais.
Importância
Conceito
Tipos de 
estabelecimentos
Consiste num 
endereço eletrônico 
- nome de domínio, 
perante o qual os 
internautas podem 
comprar os produtos 
e serviços oferecidos.
Pode ser originário, 
quando desvinculado 
de outro já pre-
existente ou ser 
derivado quando está 
conectado com outro 
estabelecimento 
físico.
Estabelecimento 
virtual:
navegabilidade
conectividade escalabilidade
acessibilidade
customização
Características do 
estabelecimento 
virtual:
interatividade e 
dinamicidade;
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5.3 Elementos do estabelecimento empresarial
Como denota Diniz (2009), o estabelecimento, por ser 
um complexo organizado de bens necessários à empresa, 
constituindo seu ativo permanente e sendo o fato gerador de 
lucro ou de sua expectativa, possui elementos integrantes:
Corpóreos: têm existência 
material - móveis e imóveis 
(estoque de produtos, 
terrenos, máquinas etc).
Incorpóreos: têm existência 
imaterial, ex.: patentes, 
marcas, nome empresarial.
Estabelecimento formado 
por bens corpóreos e 
incorpóreos:
Falaremos especialmente sobre um dos importantes 
elementos imateriais que caracterizam a empresa, ou seja, o 
nome empresarial ou comercial, como também é conhecido.
5.4 Nome empresarial
O nome empresarial é o elemento incorpóreo do 
estabelecimento, que identifica o empresário no exercício 
da atividade econômica e tem proteção legal exaustiva pela 
importância que desempenha na reputação do empresário 
junto aos fornecedores, financiadores e, principalmente, 
consumidores.
A Constituição Federal (Brasil, 1988) em seu art. 5o, inciso 
XXIX, determina que “a lei assegurará proteção (...) ao nome de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnológico do país”.
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Perceba que o legislador constituinte tratou desse instituto como 
direito fundamental do homem e, por que não dizer, da sociedade.
As leis nº 8.934 (Brasil, 1994) e nº 9.276 (Brasil, 1996) vêm 
regulamentar o tema, discorrer sobre seu funcionamento e 
ainda temos um capítulo inteiro no Código Civil (Brasil, 2002) 
que estabelece diversas normas sobre o assunto, as quais iremos 
analisar cuidadosamente.
5.5 Definição do nome empresarial
Nos moldes do art. 1.155 do Código Civil, nome empresarial 
“é a firma ou a denominação adotada em conformidade com 
este capítulo, para o exercício da empresa”.
A Lei nº 8.934 (Brasil, 1994) determina que o registro do 
nome empresarial deve ocorrer mediante à junta comercial, na 
respectiva sede da empresa.
O empresário, seja pessoa física ou pessoa jurídica, tem 
um nome empresarial, e é com este que irá se apresentar nas 
relações comerciais. Assim, tem-se que o nome empresarial é 
a designação com que o empresário efetua seu registro, exerce 
sua atividade econômica e assina seus documentos.
Outros elementos identificadores que habitam o comércio e a 
empresa não se confundem com o nome empresarial, como a marca, 
o nome de domínio, entre outros. Vejamos: o nome empresarial 
identifica o sujeito que exerce a empresa; a marca identifica os 
produtos e serviços; o nome de domínio identifica a página na rede 
mundial de computadores etc. (Coelho, 2009, p. 72).
5.6 Princípios que regem o nome empresarial
• Princípio da veracidade: impõe que a firma seja constituída 
sob o patronímico do empresário, ou se firma social, sob 
os dos sócios que compõem a sociedade. Por este se veda 
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qualquer tipo de informação inverídica na composição 
do nome empresarial. Por exemplo: na formação da 
firma do empresário individual deverá constar o nome do 
empresário – “J. Cauduro Meias”.
• Princípio da autenticidade: por este, a firma individual ou 
social deverá transparecer o nome do empresário e dos 
sócios integrantes da sociedade. Por exemplo: se um dos 
sócios morreu ou se retirou da sociedade e o nome dele 
constava na firma, deverá ser alterada a fim de retirar o 
nome do sócio do nome empresarial.
Art. 1.165 do Código Civil (Brasil, 2002): “O nome do sócio que 
vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado 
na firma social”.
5.7 Espécies de nomes empresariais
• Firma.
• Firma social.
• Denominação.
A firma, assim como a denominação, pode ser examinada 
sob dois aspectos: estrutural ou com relação à função de cada.
Com relação à estrutura, a firma só pode ter por base nomes 
civis, do empresário individual ou dos sócios da sociedade 
empresarial. Já a denominação deve designar o objeto da 
sociedade e pode adotar por base nome civil ou qualquer outra 
expressão linguística – nome fantasia (Coelho, 2009).
Firma: individual ou social
• Deve conter os nomes civis do empresário ou dos sócios, 
no caso de sociedade empresária.
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Denominação
• Deve conter o objeto da empresa e pode conter nome 
fantasia ou o nome civil de sócio.
Muitas vezes fica difícil de verificar pelo nome empresarial 
se se trata de firma ou de denominação, por isso examinaremos 
um segundo aspecto que deve ser levado em consideração:
Com relação à função, “os nomes empresariais se diferenciam 
na medida em que a firma, além da identidade do empresário, 
é também a sua assinatura, ao passo que a denominação é 
exclusivamente elemento de identificação do exercente da 
atividade profissional” (Coelho, 2009). Por exemplo:
• O empresário individual adota a firma, este deve assinar o 
respectivo instrumento não com seu nome civil, mas com 
seu nome empresarial. Se o nome civil deste é Ambrósio 
Souza Pestana, mas sua firma inscrita no Registro 
Público de Empresas Mercantis é Souza Pestana, Livros 
infantis, a assinatura apropriada para os instrumentos 
obrigacionais relacionados com seus negócios mercantis 
deve coincidir com a firma adotada, inclusive “Livros 
infantis”.
• Já o representante legal que assine em nome de 
determinada sociedade que adotou denominação para 
seu nome empresarial, deve assinar seu nome civil 
nos instrumentos negociais, não podendo assinar a 
denominação da empresa.
Como já mencionamos, então temos três tipos de nomes 
empresariais. Vamos analisar quando se aplica um ou outro.
a) Firma: é usada pelo empresário individual, por aquele que 
comercia isoladamente.
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A firma deve ser composta pelo nome civil do empresário, 
podendo usá-lo de forma abreviada ou por extenso.
Ainda, se desejar, poderá incluir o ramo de atividade a que 
se dedica.
Exemplos: “Ambrósio Souza Pestana” ou “A. S. Pestana” ou 
“Souza Pestana” ou “S. Pestana, Livros infantis” etc.
b) Firma social ou razão social: é utilizada pela pessoa jurídica, ou 
seja, pela sociedade empresarial, exceto a sociedade anônima.
Segundo Requião (2010), ”as sociedades empresárias, constituídas 
em razão das qualidades de seus sócios (sociedade de pessoas), formam 
a sua razão social na base do patronímico dos sócios que forem 
responsáveis ilimitadamente pelas obrigações sociais”, de acordo 
com o art. 1.157, do Código Civil: “A sociedade em que houver sócios 
de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os 
nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao 
nome de um deles a expressão ’e companhia’ ou sua abreviatura”.
Vejamos:
• Nas sociedades em nome coletivo todos os sócios têm 
responsabilidade ilimitada, então aqui todos poderão 
constar no nome empresarial. A lei exige que se adote a 
firma social,que pode ter por base o nome civil de um, de 
alguns ou de todos os sócios. Os nomes podem ser usados 
por extenso ou abreviados. Se não constar o nome de todos 
os sócios, deverá constar a expressão “e companhia” ou “& 
Cia”. É possível agregar o ramo da atividade desenvolvida.
Exemplos: “Ambrósio Silva, Bruno Pestana & Caio Souza”, 
“Ambrósio Silva & Cia”, etc.
• Nas sociedades em comandita simples, somente os sócios 
comanditados poderão constar na firma, uma vez que 
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somente estes tem responsabilidade ilimitada perante as 
obrigações sociais. As demais regras são as mesmas do 
item anterior.
• A sociedade limitada está autorizada por lei a optar pela 
firma ou denominação, o que preferir, uma vez que aqui 
todos os sócios respondem limitadamente às obrigações 
sociais assumidas.
Se optar pela firma, poderá incluir o nome civil de um, 
alguns ou de todos os sócios, por extenso ou abreviadamente, 
valendo-se da expressão “e companhia”.
Se optar pela denominação, deverá constar o objeto social 
e poderá incluir ou uma expressão fantasia ou nome civil de 
sócios. Falaremos no item a seguir, exemplificando.
Adotando firma ou denominação é fundamental que conste 
no nome desse tipo de sociedade a expressão “Ltda.” Para 
deixar claro que a responsabilidade dos sócios é essencialmente 
limitada, em caso de omissão poderá gerar responsabilidade 
ilimitada para eles.
Exemplos: “Ambrósio Souza & Cia Ltda.” Ou “A. Souza & 
Pestana, Livros infantis Ltda.” etc.
• A sociedade anônima só pode adotar denominação de 
que deve constar a referência ao objeto social.
Art. 1.160 do Código Civil (Brasil, 2002): “A sociedade 
anônima opera sob denominação designativa do objeto social, 
integrada pelas expressões ’sociedade anônima’ ou ’companhia’, 
por extenso ou abreviado”.
Pelo artigo citado, tem-se que é obrigatório a inclusão das 
expressões “sociedade anônima ou companhia” juntamente com 
o objeto social.
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Também é possível incluir nomes civis de pessoas que 
fundaram ou contribuíram para o êxito da companhia.
Exemplos: “S/A Aurora – Livros infantis” ou “Aurora Livros infantis 
Sociedade Anônima” ou “Indústria Diógenes de Almeida S.A.” etc.
5.8 Alteração do nome empresarial
O nome empresarial poderá ser alterado de forma voluntária 
desde que haja vontade do empresário, quando individual, ou 
dos sócios quando haja sociedade empresarial.
Porém, em certas situações específicas, a lei obriga a mudança 
do nome empresarial. Isso se deve em respeito ao princípio da 
veracidade e da autenticidade implícitos neste tópico. Então, 
passemos a analisar as situações que obrigam a sociedade 
empresarial a mudar seu nome:
a) Na saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo 
nome civil constava da firma social. Por quê? Enquanto 
não for alterado o nome empresarial, o sócio que saiu 
nessas condições, ou seu espólio, continua a responder 
pelas obrigações sociais nas mesmas condições em que 
respondia quando ainda integrava o quadro associativo 
(Arts. 1.158, § 1º, e 1.165 do Código Civil – Brasil, 2002).
Art. 1.158, § 1o, do Código Civil (Brasil, 2002): “A firma será 
composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas 
físicas, de modo indicativo da relação social”.
Art. 1.165 do Código Civil (Brasil, 2002): “O nome de sócio que 
vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado 
na firma social”.
b) Na alteração da categoria do sócio, quanto à sua 
responsabilidade pelas obrigações sociais, se o nome 
civil não integrava o nome empresarial. Por quê? É o 
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caso, por exemplo, do sócio comanditado, que tinha 
responsabilidade ilimitada e agora passa a ser sócio 
comanditário; se este não tirar seu nome civil do nome 
empresarial, continuará a responder pelas obrigações 
sociais de forma ilimitada.
Art. 1.157, do Código Civil (Brasil, 2002): “A sociedade em 
que houver sócios com responsabilidade ilimitada opera sob 
firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, 
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão 
‘e companhia’ ou sua abreviatura”.
c) Alienação do estabelecimento por ato entre vivos: 
nesse caso, o empresário ou sociedade empresarial não 
podem alienar o nome empresarial (art. 1.164 do Código 
Civil, Brasil, 2002). Porém, na hipótese de alienação 
do estabelecimento empresarial, por ato entre vivos, o 
adquirente pode usar o nome do alienante, precedido do 
seu, com a qualificação de sucessor de.
Art. 1.164 do Código Civil (Brasil, 2002):
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo Único: O adquirente de estabelecimento, 
por ato entre vivos, pode, se o contrato permitir, usar 
o nome do alienante, precedido de seu próprio, com a 
qualificação de sucessor.
d) Em caso de transformação do tipo societário, ou seja, 
imagine que a sociedade era limitada e passa a ser 
sociedade anônima, assim, deverá mudar de firma para 
denominação. Se tal atitude não for tomada, perante 
terceiros a sociedade continuará sendo limitada.
e) Finalmente, em caso de lesão a direito de outro empresário: 
é o caso de haver dois nomes empresariais similares. Dessa 
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forma, o segundo registro deverá ser anulado, uma vez 
que pode gerar inúmeros prejuízos para o primeiro, em 
função de confusão de clientes, crédito etc.
Resumindo
Alteração do nome empresarial:
• Deve conter o objeto da empresa e pode conter nome 
fantasia ou o nome civil de sócio.
De forma obrigatória, conforme os casos abaixo enumerados
Na saída, retirada, exclusão 
ou morte de sócio cujo 
nome civil constava na 
firma social.
Alteração da categoria 
do sócio, quanto à sua 
responsabilidade pelas 
obrigações sociais, se o 
nome civil não integrava o 
nome empresarial.
Alienação do 
estabelecimento por ato 
entre vivos.
Em caso de transformação 
do tipo societário.
Em caso de lesão a direito 
de outro empresário. 
5.9 Exclusividade do uso do nome empresarial
Segundo Requião (2010, p. 270), “o registro da firma ou 
denominação ocorre automaticamente com o arquivamento dos 
atos constitutivos da sociedade e suas alterações, conforme as 
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assinaturas constantes dos instrumentos, ficando dispensadas 
quaisquer outras formalidades”.
É importante salientar que, uma vez arquivado, ao ato 
constitutivo da sociedade é garantido o direito de uso exclusivo 
do nome empresarial adotado. Não será permitido o uso de 
homônimo, uma vez que isso pode gerar sérios prejuízos a 
ambas sociedades.
Se por um acaso ocorrer a identidade de nomes empresariais, 
o empresário que haja feito uso dele antes terá direito de 
obrigar o outro a acrescer ao seu nome distintivos suficientes, 
alterando-o totalmente, conforme arts. 35, V, da Lei de Registro 
de Empresa (Brasil, 1994) e 1.163 do Código Civil (Brasil, 2002) e 
3o, § 2o da Lei das Sociedades Anônimas (Brasil, 1976).
Para que haja proteção ao nome empresarial, faz-se necessário 
o respectivo registro na junta comercial onde esteja situada a 
matriz da sociedade. Há que se cuidar que a exclusividade seja 
garantida somente no território daquela unidade federativa, ou 
seja, se o nome foi registrado no Estado de São Paulo, somente 
neste será dado direito à exclusividade de seu uso. Se for 
interesse do empresário garantir seu uso de forma exclusiva em 
todo território nacional, será necessário que registre em todas 
as juntas comerciais das unidades federativas, nos moldes do 
art. 1.166 do Código Civil (Brasil, 2002).
Art. 1.166 do Código Civil (Brasil,2002): “A inscrição do 
empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou 
as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso 
exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado”.
Requião (2010) alega que para uma grande empresa, com 
uma cadeia de filiais ou de estabelecimentos, preservar e garantir 
o monopólio de seu nome, não basta tê-lo registrado na sua 
sede, mas estendê-lo a outras juntas comerciais, onde deseje 
operar. Enfim, para assegurá-lo em todo país, será necessário que 
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efetue o arquivamento da certidão, em breve teor do relatório 
da empresa passado pela junta em que tenha sede principal, em 
todas as juntas brasileiras.
Essa certidão deverá conter os seguintes dados:
a) Nome empresarial.
b) Endereço completo da sede.
c) Atividade econômica da empresa e data de sua 
constituição.
d) Número de identificação do seu registro – NIRE.
e) Número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas 
Jurídicas – CNPJ.
f) Nome ou nomes dos representantes legais da empresa.
Com relação a prazo, ressalta-se que não existe um prazo 
de validade para o nome empresarial. Via de regra ele irá 
existir enquanto houver personalidade jurídica da empresa. No 
entanto, este pode perder a proteção e, consequentemente, a 
exclusividade, quando expirar o prazo de duração da sociedade 
e ela entrar em liquidação.
E ainda poderá perder o direito ao uso do nome se a 
sociedade no período de 10 anos consecutivos não proceder 
a qualquer tipo de arquivamento no registro competente. 
Dessa forma, entender-se-á que está inativa e será proposto o 
seu cancelamento na junta comercial, conforme art. 1.168 do 
Código Civil (Brasil, 2002).
Art. 1.168 do Código Civil (Brasil, 2002): “A inscrição do 
nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer 
interessado, quando cessar a atividade para a qual foi adotado, 
ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que a 
inscreveu”.
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5.10 O nome empresarial pode ser alienado?
Literalmente, a resposta é depende. Depende se se trata de 
firma ou denominação. Passemos a analisar este tópico.
Atualmente, o direito brasileiro considera o nome empresarial 
como elemento constitutivo da empresa comercial. O art. 7º, do 
Decreto nº 916 (Brasil, 1890), incluía o nome como elemento 
constitutivo do estabelecimento comercial, só sendo admitida 
sua cessão e transferência com o estabelecimento.
Hoje a questão é saber se se trata de firma ou de denominação.
Se a sociedade adotou firma ou firma social, a princípio não 
será possível sua alienação, porque o nome empresarial coincide 
com o nome civil do empresário ou dos sócios da sociedade, e dessa 
forma são direitos personalíssimos e, portanto, inalienáveis.
O que se permite nesses casos, é que o adquirente da empresa 
use o nome empresarial acrescido da expressão “sucessor de”, 
conforme art. 1.164 do Código Civil (Brasil, 2002).
Por exemplo: Pedro Silva & Cia., Sucessor de João Souza & Cia.
Com relação às sociedades que adotaram denominação, 
nome este composto independente de nomes civis dos sócios que 
a integram, mas tomada de expressões de fantasia livremente 
escolhidas, a questão muda totalmente.
Nesse caso, a denominação poderá sim ser alienada, por qualquer 
título, e inclusive independente da venda do estabelecimento.
5.11 Acessórios do nome empresarial
a) Título de estabelecimento.
b) Insígnia.
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c) Expressão ou sinal de propaganda.
a) Título de estabelecimento
É o nome, a designação pela qual o local da situação da 
empresa é conhecido popularmente.
Por exemplo: UNIP, enquanto seu nome empresarial é 
Associação Unificada.
É a designação dada ao local onde se exerce a atividade 
empresarial, utilizada em sua fachada, identificando-o.
Diniz (2009) diz que o título de estabelecimento não 
necessita ser registrado, no entanto, mesmo assim goza de 
proteção indireta com relação ao uso exclusivo, de natureza 
penal conforme os arts. 195, V e 209 da Lei 9.279 (Brasil, 
1996).
Agora, é importante salientar que a forma mais segura de 
garantir o uso exclusivo do título de estabelecimento é registrá-lo 
como marca. É o que acontece na maioria das vezes na prática.
b) Insígnia
É o sinal externo ou representação gráfica do estabelecimento 
(logotipo, figura, emblema, desenho etc.), que individualiza 
e costuma-se utilizar em correspondências. Por exemplo, o 
jacarezinho da Lacoste, o palhaço do McDonald’s etc.
c) Expressão ou sinal de propaganda
É a legenda, anúncio, palavra, música que revela a qualidade 
dos produtos e serviços e servem como atrativos da clientela 
por fazê-la lembrar da marca e da empresa. Por exemplo: “Lojas 
Marabraz, melhor preço ninguém faz”; “Brastemp não tem 
comparação”; “Tomou Doril a dor sumiu”.
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Atualmente não há regulamentação específica sobre esse 
tema, não podendo ser registrados, porém, a Lei 9.279 (Brasil, 
1996) tipifica como crime do art. 191 o ato de reproduzir ou 
imitar, de modo que possa induzir em erro ou confusão.
Os pedidos de registro de expressão ou sinal de propaganda 
em andamento no Inpi serão definitivamente arquivados e os 
que foram registrados vigorarão até que encerre o prazo previsto 
naquela lei hoje revogada.
Resumindo
 
Acessórios
do nome 
empresarial:
Expressão ou sinal de 
propaganda
É a legenda, anúncio, palavra, 
música que revela a qualidade 
dos produtos e serviços e servem 
como atrativos da clientela por 
fazê-la lembrar da marca e da 
empresa.
Insígnia
É o sinal externo ou 
representação gráfica 
do estabelecimento que 
indiviadualiza e costuma-se 
utilizar em correspondência. Ex.: 
jacarezinho do Lacoste.
Título do estabelecimento
 
É o nome, a designação pela qual 
o local da situação da empresa 
é conhecido popularmente. Ex.: 
UNIP.
 
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EXERCÍCIOS
1. No que consiste o nome empresarial?
2. Quais são os tipos de nome empresarial aceitos no 
ordenamento jurídico brasileiro?
3. Quando estes tipos de nomes empresariais são usados, 
ou seja, para que tipo de empresários ou sociedades 
empresariais?
4. O que se deve fazer para assegurar o uso com exclusividade 
do nome empresarial?
5. Onde devem ser arquivados os atos constitutivos?
6. Qual a delimitação territorial para o uso do nome 
empresarial com exclusividade?
7. O registro do nome empresarial tem prazo de vigência?
Resolução dos exercícios
1. É a firma ou a denominação adotada para o exercício da 
empresa. O nome identifica o sujeito da empresa.
2. Firma, firma social e denominação.
3. O termo ”firma” será usado para empresário individual; 
“firma social” para as sociedades empresariais, exceto para 
as sociedades anônimas; “denominação” será usado para 
as SAs.
4. O uso exclusivo do nome empresarial será concedido 
quando for realizado o arquivamento do ato constitutivo 
da sociedade no registro competente.
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5. Registro de Empresas Mercantis e Atividades Afins, ou seja, 
na junta comercial mais próxima da sede da empresa.
6. A proteção com relação ao nome empresarial será 
garantida no território da unidade federativa onde estiver 
localizada a junta comercial que realizou o arquivamento 
do ato constitutivo. Se houver necessidade, cabe à 
empresa registrar em todas as juntas nacionais, assim, 
terá proteção em todo território brasileiro.
7. Não tem prazo de vigência o registro do nome 
empresarial.
6 DAS MARCAS
A marcaé o sinal distintivo de determinado produto, 
mercadoria ou serviço.
A Constituição Federal (Brasil, 1988), em seu art. 5o, XXIX, 
protege a propriedade de marcas tendo em vista o interesse 
social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país.
De acordo com o art. 129 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), fica 
garantido em território nacional a propriedade da marca e o seu 
uso exclusivo àquele que obtiver o registro segundo disposições 
legais.
6.1 Função e natureza jurídica das marcas
Segundo Requião (2010), a marca, no início, limitava-se 
a apontar a origem ou procedência do produto, abrangendo 
apenas a indústria.
O fim imediato da garantia do direito à marca é 
resguardar o trabalho e a clientela do empresário. Não 
assegurava nenhum direito do consumidor, pois, para 
ele, constituía apenas uma indicação da legitimidade 
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da origem do produto que adquirisse. Atualmente, 
todavia, o direito sobre a marca tem duplo aspecto: 
resguardar os direitos do produtor e do comerciante, 
e, ao mesmo passo, proteger os interesses do 
consumidor, tornando-se instituto ao mesmo tempo 
de interesse público e privado. O interesse do público 
é resguardado pelo Código do Consumidor − Lei no 
8.078, de 11 de setembro de 1990 − e por outras leis, 
inclusive penais, que reprimem a fraude e falsificações 
fora do campo da concorrência desleal (Requião, 
2010, p. 286).
6.2 Requisitos das marcas
A Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) apresenta os requisitos que 
deverão ser observados para se proceder ao registro de uma 
determinada marca.
De acordo com o art. 122 da lei, “são suscetíveis de registro 
como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não 
compreendidos nas proibições legais”.
Os sinais serão palavras, denominações, monogramas, 
emblemas, símbolos, figuras ou quaisquer outros que não 
estejam, de algum modo, vetados pelo art. 124 da lei citada.
Os requisitos para registrar uma marca são:
a) Originalidade.
b) Novidade.
c) Licitude.
a) Originalidade
É muito sutil a diferença entre originalidade e novidade, mas 
ela existe e vamos buscar esclarecer neste momento.
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Originalidade significa que a marca deve ser intrinsecamente 
idônea e capaz de individuar os produtos de uma determinada 
empresa. Não podem, de forma alguma, “representar ou 
reproduzir denominações, nome, sinal genérico e indicação 
descritiva de uso comum” (Requião, 2010).
Assim, ficam impedidas as reproduções de “brasões, armas, 
medalha, emblema, distintivos e monumentos, oficiais, públicos 
ou correlatos, nacionais, estrangeiros ou internacionais” 
(Requião, 2010).
b) Novidade
A marca, além de original, deve apresentar novidade, ou 
seja, deve ser formada de elementos inconfundíveis de outras 
já apropriadas. Não pode apresentar colidências com registro já 
existente.
Entende-se que para atender o requisito da novidade, a marca 
deve ser diferente de qualquer outra já anteriormente criada e 
independe de classe, ou seja, ela deve ser distinta de qualquer 
outra já existente ou adotada por qualquer outro comerciante.
Em suma, original é a coisa, a ideia inédita e a novidade pode 
não sê-lo, ensejando, porém, o registro, desde que não colida 
com outra já existente.
c) Licitude
O direito somente tutela as relações e os bens que não 
afetem a moral e os bons costumes. Por esse motivo, o art. 124, 
III, da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) proíbe o registro de marcas que 
contenham “expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal 
contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou 
imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, 
crença, culto religioso ou ideia e sentimento dignos de respeito 
e veneração”.
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6.3 Espécies de marcas
É no art. 123 da citada lei que aparecem as espécies de 
marcas que temos atualmente. Vejamos:
“I – marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir 
produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de 
origem diversa” (Brasil, 1996).
Exemplo: Wall Mart, Carrefour etc.
II – marca de certificação: aquela usada para atestar 
a conformidade de um produto ou serviço com 
determinadas normas ou especificações técnicas, 
notadamente quanto à qualidade, natureza, material 
utilizado e metodologia empregada; e (Brasil, 1996)
Exemplo: o Inmetro fiscaliza se os brinquedos seguem as 
normas exigidas de segurança.
“III – marca coletiva: aquela usada para identificar produtos 
ou serviços provindos de membros de uma determinada 
entidade” (Brasil, 1996).
Exemplo: a Cuca é Cooperativa dos Usineiros de 
Cana-de-açúcar.
6.4 Marcas não registráveis
Conforme estabelece o art. 124 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996):
Art. 124 Não são registráveis como marca:
I – brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, 
distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, 
estrangeiros ou internacionais, bem como a respectiva 
designação, figura ou imitação;
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II – letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando 
revestidos de suficiente forma distintiva;
III – expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal 
contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda 
a honra ou imagem de pessoas ou atente contra 
liberdade de consciência, crença, culto religioso ou 
ideia e sentimento dignos de respeito e veneração;
IV – designação ou sigla de entidade ou órgão público, 
quando não requerido o registro pela própria entidade 
ou órgão público;
V – reprodução ou imitação de elemento 
característico ou diferenciador de título de 
estabelecimento ou nome de empresa de terceiros, 
suscetível de causar confusão ou associação com 
estes sinais distintivos;
VI – sinal de caráter genérico, necessário, comum, 
vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver 
relação com o produto ou serviço a distinguir, ou 
aquele empregado comumente para designar uma 
característica do produto ou serviço, quanto à 
natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e 
época de produção ou de prestação do serviço, salvo 
quando revestidos de suficiente forma distintiva;
VII – sinal ou expressão empregada apenas como meio 
de propaganda;
VIII – cores e suas denominações, salvo se dispostas 
ou combinadas de modo peculiar e distintivo;
IX – indicação geográfica, sua imitação suscetível 
de causar confusão ou sinal que possa falsamente 
induzir indicação geográfica;
X – sinal que induza a falsa indicação quanto à 
origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade 
do produto ou serviço a que a marca se destina;
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XI – reprodução ou imitação de cunho oficial, 
regularmente adotada para garantia de padrão de 
qualquer gênero ou natureza;
XII – reprodução ou imitação de sinal que tenha sido 
registrado como marca coletiva ou de certificação por 
terceiro, observado o disposto no art. 154;
XIII – nome, prêmio ou símbolo de evento esportivo, 
artístico, cultural, social, político, econômico ou 
técnico, oficial ou oficialmente reconhecido, bem 
como a imitação suscetível de criar confusão, salvo 
quando autorizados pela autoridade competente ou 
entidade promotora do evento;
XIV – reprodução ou imitação de título, apólice, moeda 
e cédula da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Territórios, dos Municípios, ou de país;
XV – nome civil ou sua assinatura, nome de família 
ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com 
consentimento do titular, herdeiros ou sucessores;
XVI – pseudônimo ou apelido notoriamente conhecidos, 
nome artístico singular ou coletivo, salvo com 
consentimento do titular, herdeirosou sucessores;
XVII – obra literária, artística ou científica, assim como 
os títulos que estejam protegidos pelo direito autoral 
e sejam suscetíveis de causar confusão ou associação, 
salvo com consentimento do autor ou titular;
XVIII – termo técnico usado na indústria, na ciência e 
na arte, que tenha relação com o produto ou serviço 
a distinguir;
XIX – reprodução ou imitação, no todo ou em parte, 
ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, 
para distinguir ou certificar produto ou serviço 
idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar 
confusão ou associação com marca alheia;
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XX – dualidade de marcas de um só titular para o 
mesmo produto ou serviço, salvo quando, no caso de 
marcas de mesma natureza, se revestirem de suficiente 
forma distintiva;
XXI – a forma necessária, comum ou vulgar do produto 
ou de acondicionamento, ou, ainda, aquela que não 
possa ser dissociada de efeito técnico;
XXII – objeto que estiver protegido por registro de 
desenho industrial de terceiro; e
XXIII – sinal que imite ou reproduza, no todo ou em 
parte, marca que o requerente evidentemente não 
poderia desconhecer em razão de sua atividade, 
cujo titular seja sediado ou domiciliado em território 
nacional ou em país com o qual o Brasil mantenha 
acordo ou que assegure reciprocidade de tratamento, 
se a marca se destinar a distinguir produto ou serviço 
idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar 
confusão ou associação com aquela marca alheia.
Requião (2010) ainda acrescenta nas vedações com relação 
ao registro de marcas, as marcas coletivas ou de certificação que 
já tenham sido usadas no Brasil e cujos registros tenham sido 
extintos.
6.5 Modalidades de uso das marcas
Segundo o art. 131 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), a proteção 
às marcas abrange seu uso em papéis, impressos e documentos 
relativos à atividade de seu titular, sobretudo em relação às 
marcas de serviços.
Quanto às marcas de produtos, podem ser usadas de modo 
aderente, pregadas sobre os produtos ou mercadorias, em seus 
recipientes ou invólucros, bem como figurar em etiquetas ou 
rótulos (Requião, 2010).
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“Art. 131 A proteção de que trata esta Lei abrange o uso da 
marca em papéis, impressos, propaganda e documentos relativos 
à atividade do titular” (Brasil, 1996).
6.6 Tipos de marcas
Segundo Requião (2010), as marcas podem ser:
a) Verbais ou nominativas: adotam palavras ou expressões 
e “podem ser de fantasia, arbitrariamente formuladas, 
ou constar de denominações necessárias, como firma 
ou denominação empresarial, ou vulgares, ou nome de 
pessoa, do titular ou de terceiro mediante autorização 
expressa”.
Exemplos:
• Fantasia: OMO, Assolan, Confort, Kibon.
• Arbitrariamente formuladas: Apple para computadores.
b) Marcas emblemáticas ou figurativas: estas admitem figuras 
ou emblemas que podem “versar sobre desenhos, concretos 
ou abstratos, imagens, letras ou linhas, desde que se revistam 
de suficiente forma distintiva” (Requião, 2010).
• Desenhos: a árvore da Editora Abril.
• Letras e linhas: a marca Diesel de jeans.
c) Marcas mistas: formada por palavras e desenhos.
• Exemplo: Sadia com o peru.
Quem pode requerer o registro da marca?
É o art. 128 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) que disciplina o 
tema. Vejamos:
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Art. 128 Podem requerer registro de marca as pessoas 
físicas ou jurídicas de direito público ou de direito 
privado.
§ 1º As pessoas de direito privado só podem requerer 
registro de marca relativo à atividade que exerçam 
efetiva e licitamente, de modo direto ou através de 
empresas que controlem direta ou indiretamente, 
declarando, no próprio requerimento, esta condição, 
sob as penas da lei.
§ 2º O registro de marca coletiva só poderá ser requerido 
por pessoa jurídica representativa de coletividade, 
a qual poderá exercer atividade distinta da de seus 
membros (entidade de classe, cooperativa).
§ 3º O registro da marca de certificação só poderá 
ser requerido por pessoa sem interesse comercial ou 
industrial direto no produto ou serviço atestado.
§ 4º A reivindicação de prioridade não isenta o pedido 
da aplicação dos dispositivos constantes deste Título 
(Brasil, 1996).
6.7 Direitos inerentes ao titular das marcas
Ainda na Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) temos:
“Art. 130 Ao titular da marca ou ao depositante é ainda 
assegurado o direito de:
I – ceder seu registro ou pedido de registro;”
Essa “cessão deverá compreender todos os registros ou 
pedidos, em nome do cedente, de marcas iguais ou semelhantes, 
relativas a produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, 
sob pena de cancelamento dos registros ou arquivamento dos 
pedidos não cedidos”, conforme dita o art. 135 da lei. O Inpi fará 
a anotação “da cessão, fazendo constar a qualificação completa 
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do cessionário”, segundo art. 136, I, da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996). 
Essa anotação produzirá efeito em relação a terceiro a partir da 
data de sua publicação, conforme art. 137 da lei acima citada.
“II – licenciar seu uso;” (Brasil, 1996)
Sem que para isso haja prejuízo de seu direito de controlar 
direta e efetivamente as especificações, natureza e qualidade 
dos produtos e serviços. Esse contrato de licença, para produzir 
efeitos erga omnes, deverá ser averbado no Inpi, conforme arts. 
139 e 140 da lei.
“III – zelar pela sua integridade material ou reputação.” 
(Brasil, 1996)
O art. 132 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) determina algumas 
proibições que se aplicam ao titular da marca. Vejamos:
“I – impedir que comerciantes ou distribuidores utilizem 
sinais distintivos que lhes são próprios, juntamente com a marca 
do produto, na sua promoção e comercialização;” (Brasil, 1996)
Por exemplo, o supermercado Pão de Açúcar faz comerciais 
próprios, expondo logicamente produtos de determinadas marcas.
II – impedir que fabricantes de acessórios utilizem a 
marca para indicar a destinação do produto, desde 
que obedecidas as práticas leais de concorrência;
III – impedir a livre circulação de produto colocado 
no mercado interno, por si ou por outrem com seu 
consentimento, ressalvado o disposto nos §§ 3º e 4º 
do art. 68; e
IV – impedir a citação da marca em discurso, obra 
científica ou literária ou qualquer outra publicação, 
desde que sem conotação comercial e sem prejuízo 
para seu caráter distintivo (Brasil, 1996).
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Por exemplo: neste livro-texto, por inúmeras vezes, citamos 
marcas de produtos e serviços, porém sem qualquer intuito 
comercial, apenas para aclarar certos conceitos. Isso também é 
permitido e não há nada que o titular da marca possa fazer para 
impedir tal conduta.
6.8 Processo de registro das marcas
O registro de marcas é pleiteado perante a Diretoria de 
Marcas do Instituto Nacional de Propriedade Industrial – Inpi, 
por meio de requerimento dirigido ao presidente do instituto.
Não será permitida a acumulação de pedidos de registro de 
diversos sinais distintivos em um só requerimento.
O requerimento deverá ser instruído com um exemplar 
descritivo da marca (etiquetas) e comprovante de pagamento 
da contribuição relativa ao depósito.
O requerimento e a documentação que o acompanhar 
serão lavrados em língua portuguesa e, havendo documento 
estrangeiro, sua tradução simples deverá ser apresentada no 
ato de depósito, admitindo-se que o seja até sessenta dias 
subsequentes, sob pena de ser desconsiderado, conforme art. 
155, parágrafo único, da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996).
Art. 155. O pedido deverá referir-se a um únicosinal 
distintivo e, nas condições estabelecidas pelo Inpi, 
conterá:
I – requerimento;
II – etiquetas, quando for o caso; e
III – comprovante do pagamento da retribuição 
relativa ao depósito.
Parágrafo único. O requerimento e qualquer 
documento que o acompanhe deverão ser 
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apresentados em língua portuguesa e, quando houver 
documento em língua estrangeira, sua tradução 
simples deverá ser apresentada no ato do depósito ou 
dentro dos 60 (sessenta) dias subsequentes, sob pena 
de não ser considerado o documento.
Apresentado o requerimento, sofrerá exame formal 
preliminar, e estando devidamente instruído, será protocolado, 
sendo que a data de apresentação será tomada como a data de 
depósito, conforme art. 156 da citada lei.
Após, o pedido será submetido a exame, que se inicia com 
a sua publicação para apresentação de oposição, no prazo de 
sessenta dias, art. 158, da lei.
O depositante terá o mesmo prazo para se manifestar se 
caso haja oposição.
Eventual oposição deverá ter por base:
 • Colidência, total ou parcial, com o sinal que o depositante 
não poderia desconhecer em razão de sua atividade.
 • Colidência com marca notória.
Durante o exame poderão ser feitas exigências, com prazo 
de sessenta dias para cumprimento. Se não forem atendidas, 
arquiva-se o pedido.
O exame se encerrará com decisão fundamentada que defira 
ou não o pedido de registro, a decisão poderá ser submetida 
a recurso dirigido ao presidente do Inpi, também no prazo de 
sessenta dias. A decisão adotada no recurso é irrecorrível, pelo 
menos por via administrativa.
Deferido o pedido de registro, será expedido certificado 
de registro, que comprova, a existência da marca registrada, 
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assegurando o exercício dos direitos que lhe são próprios ao 
titular.
O certificado de registro é documento formal e o seu conteúdo 
vem traçado pelo art. 164 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996):
“Art. 164 Do certificado deverão constar a marca, o número 
e data do registro, nome, nacionalidade e domicílio do titular, os 
produtos ou serviços, as características do registro e a prioridade 
estrangeira.”
6.9 Prazo de vigência do registro
No direito brasileiro, a propriedade de marcas sobre 
produtos e serviços é temporária. O art. 133 da Lei nº 9.279 
(Brasil, 1996) estabelece que o registro de determinada 
marca vigorará por dez anos, contados da data de concessão 
do registro, podendo ser prorrogado por períodos de igual 
tempo, sucessivamente.
O pedido de prorrogação poderá ser feito no último ano de 
vigência do registro, provando-se o pagamento da contribuição 
relativa a novo período.
Se o interessado perder o prazo, admite-se que requeira nos 
seis meses seguintes ao final do prazo de vigência de uso da 
marca, desde que pague uma contribuição adicional, devida 
juntamente com a retribuição normal.
6.10 Perda dos direitos inerentes ao uso das 
marcas
Segundo o artigo 142 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996):
Art. 142 O registro da marca extingue-se:
I – pela expiração do prazo de vigência;
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II – pela renúncia, que poderá ser total ou parcial em 
relação aos produtos ou serviços assinalados pela 
marca;
III – pela caducidade; ou
IV – pela inobservância do disposto no art. 217.
Portanto, o registro pode extinguir-se:
a) Pela expiração do prazo de vigência: segundo o art. 
133 da citada lei, o prazo de validade do registro 
é de dez anos, podendo ser prorrogado. Se não for 
conforme determina a lei, extinguir-se-ão os direitos 
mencionados.
b) Pela renúncia pura e simples pelos interessados com 
relação à marca.
c) Pela caducidade, segundo o art. 143 da citada lei, 
requerida por qualquer pessoa com legítimo interesse, 
se o uso da marca no Brasil não tiver iniciado dentro de 
cinco anos de sua concessão ou tiver sido interrompido 
por mais de cinco anos consecutivos, ou, se no mesmo 
prazo, a marca tiver sido usada com modificações 
que alterem seu caráter distintivo original, tal como 
constante no registro. Segundo o § 1º do artigo citado, 
não haverá caducidade se o titular justificar o desuso 
por razões legítimas.
d) Pela ausência de representante no Brasil, se seu titular 
tiver domicílio em outro país.
Por fim, vale lembrar a importância da marca, afinal, além 
de resguardar o direito de seu titular, tutela os interesses do 
consumidor e seu uso em desacordo com a lei traz consequências 
civis e até penais.
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Resumindo
c) Lícita: não proibida 
por lei.
A marca para ser registrada 
precisa preencher três requisitos 
essenciais:
a) Originalidade significa que 
a marca deve ser capaz de 
individualizar os produtos de 
uma determinada empresa.
b) Novidade: ela deve ser 
distinta de qualquer outra 
já existente ou adotada por 
qualquer outro comerciante.
Marca é o sinal distintivo 
de determinado produto, 
mercadoria ou serviço.
EXERCÍCIOS
1. O que é marca?
2. Qual a finalidade de se proteger o direito de uso de uma 
marca?
3. Quais são os requisitos para registrar uma marca?
4. Quais são as espécies de marca no direito pátrio?
5. Quais são os tipos de marca?
6. Onde será requerido o registro de uma marca?
7. Qual o prazo de vigência de registro da marca?
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Resolução dos exercícios
1. É o sinal distintivo de determinado produto, mercadoria 
ou serviço.
2. A finalidade é dupla, ou seja, de um lado, protege o detentor 
da marca e, por outro, protege os direitos da clientela.
3. Originalidade, novidade e licitude.
4. São espécies de marcas:
• Marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir 
produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, 
de origem diversa.
• Marca de certificação: aquela usada para atestar a 
conformidade de um produto ou serviço com determinadas 
normas ou especificações técnicas, notadamente quanto 
à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia 
empregada.
• Marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou 
serviços provindos de membros de uma determinada entidade.
5. São tipos de marcas:
• Marcas verbais ou nominativas: estas adotam palavras ou 
expressões. Elas podem ser de fantasia, arbitrariamente 
formuladas, ou constar de denominações necessárias, 
como firma ou denominação empresarial; ou vulgares, 
ou nome de pessoa, do titular ou de terceiro mediante 
autorização expressa.
• Marcas emblemáticas ou figurativas: estas admitem 
figuras ou emblemas – estes podem versar sobre desenhos, 
concretos ou abstratos, imagens, letras ou linhas, desde 
que se revistam de suficiente forma distintiva.
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• Desenhos: a árvore da Editora Abril.
• Letras e linhas: a marca Diesel de jeans.
• Marcas mistas: formada por palavras e desenhos.
6. O registro da marca será requerido junto ao Inpi, solicitação 
encaminhada ao presidente do instituto.
7. O prazo de vigência do registro da marca é de 10 
anos, podendo ser prorrogado por períodos iguais e 
sucessivos.
7 PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Com o passar do tempo, criou-se uma nova modalidade 
de direitos, vinculada diretamente à empresa: os direitos sobre 
bens intelectuais. Justamente por possuírem natureza imaterial 
esses direitos foram chamados de incorpóreos. Começou-se 
pelas marcas, já estudadas, e acabou pelo reconhecimento das 
invenções.
Atualmente, os bens incorpóreos, como a invenção, o modelo 
de utilidade, o desenho industrial e as marcas, fazem parte dos 
direitos de propriedade industrial esão regulamentados pela Lei 
nº 9.279 (Brasil, 1996).
7.1 História
O direito ao privilégio de invenção não é antigo, tendo 
sido reconhecido pela primeira vez nas corporações de 
comércio da Idade Média. A patente, que é o diploma oficial 
que assegura o monopólio da exploração do invento, passou 
a ser deferida pelo príncipe. A primeira patente que se 
tem conhecimento “parece ter sido deferida em 1331, por 
Eduardo III da Inglaterra, sendo encontrada outra” somente 
em 1561, que foi o reconhecimento do salitre para fabricação 
(Requião, 2010).
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Bastante tempo depois, em 1787, os Estados Unidos 
asseguraram, em sua Constituição, o direito dos inventores 
como estímulo ao desenvolvimento industrial.
No Brasil, temos os direitos de exclusividade do inventor 
reconhecidos pela primeira vez na Constituição do Império no 
século XIX.
Atualmente, o direito de propriedade industrial está 
consagrado em nossa Constituição Federal (Brasil, 1988), como 
direito fundamental de todos os seres humanos.
Art. 5o, XXIX, da Constituição Federal (Brasil, 1988): “a 
lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio 
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações 
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas 
e a outros distintivos, tendo em vista o interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do país”.
Finalmente, temos a Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) que trata com 
detalhes sobre os direitos de propriedade industrial.
Quatro são os bens imateriais protegidos pelo direito 
industrial:
a) A patente de invenção.
b) A patente de modelo de utilidade.
c) O registro de desenho industrial.
d) O registro de marca.
Uma autarquia federal, o Instituto Nacional de Propriedade 
Industrial (Inpi), concede os direitos industriais, portanto, estes 
são concedidos pelo Estado. Nasce, assim, o direito à exploração 
exclusiva do objeto da patente ou do registro a partir do ato 
concessivo correspondente.
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Resumindo
Desenho 
industrial Marca
InvençãoModelo de 
utlidade
Direitos de 
Propriedade 
Industriais: bens 
imateriais sobre 
bens intelectuais, 
são eles:
7.2 Patentes
É o título oficial, formal que concede o direito de 
propriedade exclusiva com relação às invenções e os modelos 
de utilidade.
O art. 6o, § 2º, da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) diz que: “A 
patente poderá ser requerida em nome próprio, pelos herdeiros 
ou sucessores do autor, pelo cessionário ou por aquele a quem 
a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços 
determinar que pertença a titularidade”.
Esse artigo ainda menciona, no § 3o da lei citada, que “quando 
se tratar de invenção ou de modelo de utilidade realizado por 
duas ou mais pessoas, a patente poderá ser requerida por todas 
ou qualquer delas, mediante nomeação ou qualificação dos 
demais, para ressalva dos respectivos direitos”.
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Também podem ser patenteados a invenção e o modelo de 
utilidade.
Passemos, agora, a analisar cada um desses institutos:
a) Invenção
De acordo com Ferreira (1962), invenção “é mais a ação ou processo 
de inventar do que o invento. Este é o resultado feliz daquele”.
A invenção, de modo geral, consiste na criação de uma 
coisa até então inexistente; a invenção apresenta-se como uma 
solução de um problema técnico, que visa à satisfação de fins 
determinados, de necessidades de ordem prática, conforme 
ensinamentos de Requião (2010, p. 343).
Coelho (2009, p. 85) define invenção como “ato original do 
gênio humano”. Ou seja, toda vez que alguém projeta algo que 
desconhecia, estará produzindo uma invenção.
Da invenção se origina o direito do inventor, que se funda no 
direito natural. O inventor é sujeito do direito sobre a invenção, 
de que é resultante o direito de obter a patente, isto é, do 
reconhecimento do Estado ao privilégio de uso exclusivo.
Por exemplo: a invenção da roda que move os veículos. 
Imagine se ela fosse quadrada?
b) Modelo de utilidade
É toda disposição ou forma nova obtida ou introduzida 
em objetos conhecidos, desde que se prestem a um 
trabalho ou uso prático. A disposição ou forma nova 
refere-se a ferramentas, instrumentos de trabalho ou 
utensílios que nele são empregados para aumentar 
ou desenvolver a sua eficiência ou utilidade (Requião, 
2010).
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Os modelos de utilidade
se destinam simplesmente a melhorar o uso ou 
utilidade do objeto, e dotá-lo de maior eficiência ou 
comodidade em seu emprego ou utilização, por meio 
de nova configuração que lhe é dada, da disposição 
ou combinação diferente de suas partes, de novo 
mecanismo ou dispositivos, em uma palavra: mediante 
modificação vantajosa introduzida nos objetos 
comuns (Gama Cerqueira apud Requião, 2010).
Por exemplo: a caixinha tetra pak acabou melhorando 
muito a sua finalidade e podemos dizer até que praticamente 
substituiu o saquinho no qual era embalado o leite a bem pouco 
tempo atrás.
Coelho (2009, p. 85) diz que modelo de utilidade “é o objeto de 
uso prático suscetível de aplicação industrial, com novo formato 
de que resulta melhores condições de uso ou fabricação”.
7.3 Requisitos para a concessão da patente
Para ser concedida a patente, que é título da concessão do 
privilégio de invenção ou modelo de utilidade, é necessário que seja:
a) Original.
b) Nova.
c) Suscetível de utilidade industrial.
d) Lícita.
Passemos a analisar esses elementos:
“Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos 
de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial” (Brasil, 
1996).
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a) Originalidade: é o elemento criador que distingue a 
invenção, constituindo sua essência, o seu elemento 
íntimo. A originalidade é o elemento criador que a 
invenção encerra. Concebe-se como uma criação que 
resulta da atividade inventiva do homem.
Originalidade está, como já se mencionou, intimamente 
ligada à atividade inventiva, assim, será considerada original 
a invenção que despertar no espírito dos técnicos da área o 
sentido de um real progresso.
b) Novidade: este é um conceito mais prático, pois decorre 
da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) e esta, por sua vez, exige 
que a invenção seja nova, no sentido de que não tenham 
precedentes, ou seja, quando não compreendidos no 
estado da técnica.
Art. 11 A invenção e o modelo de utilidade são 
considerados novos quando não compreendidos no 
estado da técnica.
§ 1º O estado da técnica é constituído por tudo 
aquilo tornado acessível ao público antes da data 
de depósito do pedido de patente, por descrição 
escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, 
no Brasil ou no exterior, ressalvado o disposto nos 
arts. 12, 16 e 17.
Segundo Rizzardo (2004):
“Estado da técnica” é, pois, tudo aquilo que 
compõe o acervo da civilização técnica, que 
oferece produtividade, conforto e bem-estar aos 
indivíduos. O que já compuser este acervo, no 
momento do depósito do pedido de patente, não 
constituiu invenção nova e nem, portanto, pode ser 
privilegiável.
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De forma mais simples, poderíamos dizer que novidade 
encerra a qualidade da invenção ser desconhecida pela 
comunidade científica, técnica ou industrial.
c) Industriabilidade ou aplicação industrial
A invenção deve ser suscetível de exploração industrial. Deve 
ter utilidade, sendo passível de aproveitamento ou exploração 
industrial, ou melhor, utilizável na indústria.
Segundo o art. 15 da Lei nº 9.279 (Brasil,1996), somente a 
invenção e o modelo de utilidade suscetíveis de aproveitamento 
industrial podem ser patenteados. Quem criar uma máquina 
que somente irá funcionar com um combustível inexistente não 
terá direito à patente por faltar a sua invenção o requisito da 
industriabilidade.
Enfim, a industriabilidade é a qualidade da invenção de 
permitir uma aplicação industrial, isto é, de ser utilizada em um 
ramo qualquer da produção.
d) Licitude
A invenção, o modelo de utilidade e o desenho industrial 
devem estar de acordo com os bons costumes e em consonância 
com a moral comum. Por esse motivo a citada lei, em seu art. 18, 
enumera diversos pontos que não serão patenteáveis. Vejamos:
Art. 18 Não são patenteáveis:
I – o que for contrário à moral, aos bons costumes e à 
segurança, à ordem e à saúde públicas;
II – as substâncias, matérias, misturas, elementos 
ou produtos de qualquer espécie, bem como a 
modificação de suas propriedades físico-químicas e 
os respectivos processos de obtenção ou modificação, 
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quando resultantes de transformação do núcleo 
atômico; e
III – o todo ou parte dos seres vivos, exceto os 
micro-organismos transgênicos que atendam aos três 
requisitos de patenteabilidade – novidade, atividade 
inventiva e aplicação industrial – previstos no art. 8º 
e que não sejam mera descoberta (Brasil, 1996).
7.4 Prazo de duração das patentes
O prazo de duração das patentes é por tempo determinado. 
O prazo da patente de invenção é de 20 anos e o da patente 
do modelo de utilidade é de 15 anos, contados do depósito do 
pedido de patente.
Agora, para garantir ao inventor um tempo razoável de 
aproveitamento de sua criação, o prazo de duração do direito 
industrial não poderá ser inferior a 10 anos, no caso de invenções 
e, de 7 anos, para os modelos de utilidade, contados esses prazos 
da data de expedição das patentes.
As patentes não são prorrogáveis, findo esse tempo, as 
criações passam para o domínio público.
Art. 40 A patente de invenção vigorará pelo prazo de 
20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 
de 15 (quinze) anos contados da data de depósito.
Parágrafo único. O prazo de vigência não será 
inferior a 10 (dez) anos para a patente de invenção 
e a 7 (sete) anos para a patente de modelo 
de utilidade, a contar da data de concessão, 
ressalvada a hipótese de o Inpi estar impedido 
de proceder ao exame de mérito do pedido, por 
pendência judicial comprovada ou por motivo de 
força maior (Brasil, 1996).
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7.5 Condições legais para a concessão de 
patente
De acordo com o art. 6o, § 1o, da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), “salvo 
prova em contrário, presume-se o requerente legitimado a obter a 
patente”. Significa dizer que a autoridade competente que expede a 
patente não investiga a qualidade do requerente inventor.
Cabe ao verdadeiro inventor intervir no processo de 
concessão de patente, apresentando sua oposição, no prazo de 
36 meses da publicação do depósito, demonstrando e provando 
sua autoria e a usurpação de que foi vítima.
Se ninguém se opuser ao pedido de patente, a lei presume 
que o requerente seja seu verdadeiro inventor.
7.6 Procedimento para requerer a patente
O pedido de patente deverá contar com os seguintes 
elementos, conforme art. 19 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996):
Art. 19 O pedido de patente, nas condições 
estabelecidas pelo Inpi, conterá:
I – requerimento;
II – relatório descritivo;
III – reivindicações;
IV – desenhos, se for o caso;
V – resumo; e
VI – comprovante do pagamento da retribuição 
relativa ao depósito.
Segundo o art. 20 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), “apresentado 
o pedido, será ele submetido a exame formal preliminar e, se 
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devidamente instruído, será protocolizado, considerada a data 
de depósito a da sua apresentação”. Se o pedido não atender 
as exigências formais, o depositante terá prazo de 30 dias para 
cumprir as exigências solicitadas, sob pena de arquivamento do 
pedido.
Segundo o art. 22 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), “o pedido 
de patente de invenção terá de se referir a uma única invenção 
ou a um grupo de invenções inter-relacionadas de maneira a 
compreenderem um único conceito inventivo”.
Segundo o art. 23 da referida lei:
O pedido de patente de modelo de utilidade terá de se 
referir a um único modelo principal, que poderá incluir 
uma pluralidade de elementos distintos, adicionais ou 
variantes construtivas ou configurativas, desde que 
mantida a unidade técnico-funcional e corporal do 
objeto (Brasil, 1996).
O art. 24 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) traz que ”o relatório 
deverá descrever clara e suficientemente o objeto, de modo 
a possibilitar sua realização por técnico no assunto e indicar, 
quando for o caso, a melhor forma de execução”.
Já o art. 31 da mesma lei traz que “publicado o pedido de 
patente e até o final do exame, será facultada a apresentação, 
pelos interessados, de documentos e informações para 
subsidiarem o exame” (Brasil, 1996).
7.7 Exame técnico do pedido
Segundo o art. 33 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), “o exame 
do pedido de patente deverá ser requerido pelo depositante ou 
por qualquer interessado, no prazo de 36 (trinta e seis) meses 
contados da data do depósito, sob pena do arquivamento do 
pedido”.
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Segundo o art. 34:
Requerido o exame, deverão ser apresentados, no 
prazo de 60 (sessenta) dias, sempre que solicitado, sob 
pena de arquivamento do pedido:
I – objeções; busca de anterioridades e resultados de 
exame para a concessão de pedido correspondente em 
outros países, quando houver reivindicação de prioridade;
II – documentos necessários à regularização do pedido;
III – tradução simples do documento em outro idioma 
(Brasil, 1996).
Será elaborado um relatório de busca e parecer sobre o 
exame técnico realizado. Desse relatório abrir-se-á um prazo de 
90 dias para o depositante se manifestar.
Segundo o art. 37 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), “concluído 
o exame, será proferida decisão, deferindo ou indeferindo o 
pedido de patente”. Uma vez concedida, serão aplicados direitos, 
vantagens, prerrogativas e limitações conforme os preceitos 
legais da referida lei.
EXERCÍCIOS
1. No que consiste uma patente?
2. É possível se requerer patente de que coisas?
3. No que consiste uma invenção?
4. No que consiste um modelo de utilidade?
5. Quais são os requisitos para a concessão de patente?
6. Quais são os prazos de duração das patentes de invenção 
e de modelo de utilidade?
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Resolução dos exercícios
1. É o título formal que concede o direito de propriedade 
exclusiva acerca de uma invenção ou modelo de 
utilidade.
2. As patentes podem ser requeridas em face de uma 
invenção, ou de um modelo de utilidade.
3. A invenção, de modo geral, consiste na criação de uma 
coisa até então inexistente; a invenção apresenta-se 
como uma solução de um problema técnico, que visa 
à satisfação de fins determinados, de necessidades de 
ordem prática.
4. Modelo de utilidade é toda disposição ou forma nova 
obtida ou introduzida em objetos conhecidos, desde que 
se prestem a um trabalho ou uso prático.
5. Os requisitos para a concessão de uma patente são os 
seguintes: originalidade, novidade, suscetível de utilidade 
industrial e licitude.
6. Prazo: é o art. 40 que regulamenta o prazo das patentes. 
Vejamos: A patente de invenção vigorará pelo prazo de 
20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo de 
15 (quinze) anos contados da data de depósito. Parágrafo 
único.O prazo de vigência não será inferior a 10 (dez) 
anos para a patente de invenção e a 7 (sete) anos para 
a patente de modelo de utilidade, a contar da data de 
concessão.
7.8 Registro industrial
A marca e o desenho industrial são registráveis no Inpi para 
fins de concessão do direito de exploração exclusiva.
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Em tópico anterior já discorremos sobre as peculiaridades 
das marcas. Neste momento, trataremos especificamente sobre 
o desenho industrial.
7.9 Desenho industrial ou design
Segundo os arts. 94 e 95 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996):
Art. 94 Ao autor será assegurado o direito de obter 
registro de desenho industrial que lhe confira a 
propriedade, nas condições estabelecidas nesta Lei.
Art. 95 Considera-se desenho industrial a forma 
plástica ornamental de um objeto ou o conjunto 
ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado 
a um produto, proporcionando resultado visual novo 
e original na sua configuração externa e que possa 
servir de tipo de fabricação industrial.
Para Coelho (2009), o desenho industrial “diz respeito à forma dos 
objetos, e serve tanto para conferir-lhe um ornamento harmonioso 
como para distingui-los de outros do mesmo gênero”.
Segundo Requião (2010), “o desenho industrial, 
particularmente, constitui uma combinação de linha, de cores, 
de forma dirigida a conseguir um novo aspecto exterior de um 
produto”.
A importância desses desenhos é, principalmente, atender ao 
gosto diversificado dos consumidores, mais cores, mais linhas, mais 
formas, tudo para saciar o consumo desesperado da atualidade.
7.10 Titularidade dos desenhos industriais
É o art. 94 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996) que define: o 
requerente é o autor do desenho, pelo menos até que se 
comprove o contrário.
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Segundo o art. 6º, § 3º, da mencionada lei, é possível que 
o registro seja requerido em nome próprio, pelos herdeiros ou 
sucessores, pelo cessionário do desenhista, “ou por aquele a 
quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços 
determinar pertencer a titularidade” (Brasil, 1996).
7.11 Requisitos para registrar desenhos 
industriais
a) Novidade: ou seja, não compreendido no estado da 
técnica. Segundo Coelho (2009), “a forma criada pelo 
desenhista deve, para merecer a proteção do direito 
industrial, propiciar um resultado visual inédito”.
b) Originalidade: o desenho é original quando apresenta uma 
configuração própria, não encontrada em outros objetos 
(Coelho, 2009).
c) Licitude: a lei impede o registro de alguns desenhos, são 
eles definidos no art. 100 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996):
Art. 100 Não é registrável como desenho industrial:
I – o que for contrário à moral e aos bons costumes ou 
que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente 
contra liberdade de consciência, crença, culto religioso 
ou ideia e sentimentos dignos de respeito e veneração;
II – a forma necessária comum ou vulgar do objeto 
ou, ainda, aquela determinada essencialmente por 
considerações técnicas ou funcionais.
Segundo o art. 108 da lei citada, o registro do desenho 
industrial tem prazo de validade, ou seja, 10 anos, contados da 
data de depósito, e pode ser prorrogável por até três períodos 
sucessivos de 5 anos cada, devendo ser recolhida a retribuição 
a cada 5 anos.
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7.12 Do depósito do pedido
Segundo os arts. 101 e 102 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), o 
pedido de registro deverá conter:
I – requerimento;
II – relatório descritivo;
III – reivindicações;
IV – desenhos ou fotografias;
V – campo de aplicação do objeto;
VI – comprovante de pagamento da retribuição 
relativa ao depósito.
Art. 102 Apresentado o pedido, será ele submetido 
a exame formal e, se devidamente instruído, 
será protocolizado, considerada esta data de 
depósito.
Segundo o art. 104 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), o pedido 
do depósito deve restringir-se “a um único objeto, permitida 
uma pluralidade de variações, desde que se destinem ao 
mesmo propósito e guardem entre si a mesma característica 
distintiva preponderante, limitado cada pedido a 20 variações 
no máximo”.
Segundo o parágrafo único desse mesmo artigo, “o desenho 
deverá representar clara e suficientemente o objeto e suas 
variações, se houver, de modo a possibilitar sua reprodução por 
técnico” com conhecimento na matéria abordada pelo desenho 
(Brasil, 1996).
O art. 106 da referida lei traz que depositado o pedido, 
ele será automaticamente publicado e concedido o registro, 
expedindo-se o respectivo certificado (Brasil, 1996).
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Segundo o art. 107 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), no certificado 
deverão constar:
• O número e o título.
• Nome.
• Nacionalidade.
• Domicílio do titular.
• Prazo e vigência.
• Os desenhos.
• E, quando houver, relatório descritivo e reivindicações.
7.13 Da proteção conferida pelo registro
Do registro decorre o direito de seu titular impedir que 
terceiro faça uso do desenho, seja para desenvolver outros 
desenhos industriais, seja para produzir, a partir da concessão 
do registro, o modelo industrial que dele deriva, sem o 
consentimento do detentor dos direitos sobre o desenho 
registrado.
7.14 Extinção dos registros
Segundo o art. 78 da Lei nº 9.279 (Brasil, 1996), a extinção 
dos registros ocorre nas seguintes situações:
I – pela expiração do prazo de vigência;
II – pela renúncia de seu titular, ressalvado o direito 
de terceiros;
III – pela caducidade;
IV – pela falta de pagamento da retribuição;
V – pela ausência de procurador do titular residente no 
estrangeiro.
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Segundo o art. 228 da referida lei, “para os serviços previstos nesta 
Lei será cobrada retribuição, cujo valor e processo de recolhimento 
serão estabelecidos por ato do titular do órgão da administração 
pública federal a que estiver vinculado o Inpi” (Brasil, 1996).
EXERCÍCIOS
1. No que consiste o desenho industrial?
2. Quais são os requisitos para conseguir seu registro no 
Inpi?
3. Qual o prazo de vigência para o uso exclusivo dos 
desenhos?
Resolução dos exercícios
1. Desenho industrial diz respeito à forma dos objetos, e 
serve tanto para conferir-lhe um ornamento harmonioso 
como para distingui-lo de outros do mesmo gênero.
2. Originalidade, novidade e licitude.
3. Prazo de 10 anos, podendo ser prorrogado por até três 
períodos sucessivos de 5 anos cada.
8 TÍTULOS DE CRÉDITO
8.1 Histórico
Segundo Almeida (2009), o dinheiro é um instrumento 
de troca por excelência. Pode-se dizer que é a mercadoria 
por todos voluntariamente aceita para desempenhar as 
funções intermediárias nas aquisições de outras mercadorias 
e na obtenção de serviços indispensáveis, satisfazendo as 
necessidades humanas no convívio social. Por fim, é o meio 
normal de pagamento.
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A princípio, adotou-se como instrumento de troca os 
produtos de uso comum, como o gado e o sal. Passou-se pela 
fase metálica, chegando à fase financeira, quando surge então o 
papel-moeda (Almeida, 2009).
Assim, passamos pela fase monetária, caracterizada pela 
moeda como instrumento de troca ou denominador comum de 
valores. E, finalmente, chegamos à fase da economia creditória, 
ampliando-se o conceito de troca, segundo Almeida (2009, p. 2).
Com a criação dos títulos de crédito, o dinheiro em 
espécie é substituído. Os títulos de crédito desempenham 
uma extraordinária função econômica: proporcionando uma 
aplicação fácil ao capital particular, forçam

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