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PROCURADORES Já vimos que no âmbito laboral as partes (empregado e empregador) são dotadas de capacidade postulatória, possuindo o chamado jus postulandi, salvo no TST. Por outro Lado, nada impede que as partes sejam representadas por advogado regularmente constituído nos autos mediante instrumento de mandato (procuração). Nesse caso, o advogado não será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato considerado urgente. Desse modo, deverá exibir a procuração no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período por despacho do juiz. O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos (art. 104, §§ 1° e 2°, do CPC). Uma vez que é possível pedir prazo para posterior juntada de procuração para evitar a preclusão, consoante parecer do TST, admite-se que o advogado, independentemente de intimação, exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso, prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso (Súmula 383, I, do TST). O TST também entende que, verificada a irregularidade de representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido art. 76, § 2°, do CPC (Súmula 383, II, do TST). Nessa esteira, o art. 791, § 3º, da CLT (incluído pela Lei 12.437 /2011) dispõe que a constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. Nesses casos, os poderes concedidos são para o foro em geral, chamados ad iudida, não englobando os poderes previstos no art. 105 do CPC (receber citação inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica). Ressalte-se que o advogado com poderes para o foro em geral não poderá assinar declaração de hipossuficiência econômica, sendo esta uma inovação do atual Código de Processo Civil. Uma vez que o art. 15 do CPC determina que este será aplicável subsidiária e supletiva mente no Processo do Trabalho, acreditamos que o procurador somente poderá declarar a situação econômica do reclamante quando tiver poderes expressos para tanto. O TST, por meio da OJ 200 da SDI-I, firmou entendimento no sentido de considerar inválido o substabelecimento de advogado investido de mandato tácito (OJ 200, SDI-1, do TST). A procuração pode ser assinada digitalmente na forma da Lei (art. 105, § 1. º, CPC). A procuração deverá conter o nome do advogado, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo (art. 105, § 2., CPC). O atual Código determinou que se o outorgado integrar sociedade de advogados, a procuração também deverá conter o nome dessa, seu número de registro na Ordem dos Advogados do Brasil e endereço completo (art. 105, § 3, CPC). Salvo disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o cumprimento de sentença (art. 105, § 4°, CPC). Com base no art. 75, I e II, do CPC, a União será representada pela Advocacia- Geral da União; os Estados e o Distrito Federal, por seus procuradores; e os Municípios, por prefeitos ou procuradores, o que torna dispensável a juntada da procuração, visto que os atos de nomeação são publicados pelo Diário Oficial. É essencial que tal signatário ao menos se declara exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. Nesse sentido, atente-se para a Súmula 436 do TST: "SÚMULA 436 DO TST. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 52 da SBDI-I e inserção do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que ci signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil". À luz do art. 272, § 5, do CPC, os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil. Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados. No mesmo contexto, confira a Súmula 427 do TST: "SÚMULA 427, TST. INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS. PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVOGADO DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE INDICADO. NULIDADE. Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações sejam realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em nome de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência de prejuízo." Ressalte-se, entretanto, que o TST, no art. 16 da IN 39/2016, deixa claro que para efeito de aplicação do § 5° do art. 272 do CPC, não é causa de nulidade processual a intimação realizada na pessoa de advogado regularmente habilitado nos autos, ainda que conste pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais sejam feitas em nome de outro advogado, se o profissional indicado não se encontra previamente cadastrado no Sistema de Processo Judicial Eletrônico, impedindo a serventia judicial de atender ao requerimento de envio da intimação direcionada. A decretação de nulidade não pode ser acolhida em favor da parte que lhe deu causa (CPC, art. 276). O art. 107 do CPC relaciona os direitos do advogado. Observe: "Art. 107. O advogado tem direito a: I - examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos; II - requerer, como procurador, vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias; . III - retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe couber falar por determinação do juiz, nos casos previstos em lei. § 1 Ao receber os autos, o advogado assinará carga em livro ou documento próprio. § 2. Sendo o prazo comum às partes, os procuradores poderão retirar os autos somente em conjunto ou mediante prévio ajuste, por petição nos autos. § 3. 0 Na hipótese do § 2., é lícito ao procurador retirar os autos para obtenção de cópias, pelo prazo de 2 (duas) a 6 (seis) horas, independentemente de ajuste e sem prejuízo da continuidade do prazo. § 4. O procurador perderá no mesmo processo o direito a que se refere o§ 3. se não devolver os autos tempestivamente,salvo se o prazo for prorrogado pelo juiz". Por último, podemos ainda destacar as seguintes Súmulas e Orientações Jurisprudenciais envolvendo o tema MANDATO, in verbis: "SÚMULA 395 DO TST - MANDATO E SUBSTABELECIMENTO. CONDIÇÕES DE VALIDADE (nova redação dos itens I e II e acrescido o item V em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016. I - Válido é o instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda (§ 4. 0 do art. 105 do CPC de 2015) (ex-OJ n.º 312 da SBDI-1 DJ 11.08.2003). II - Se há previsão, no instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o mandato só tem validade se anexado ao processo o respectivo instrumento no aludido prazo (ex-OJ n. 0 313 da SBDI-1- DJ 11.08.2003). III - São válidos os atos praticados pelo substabelecido, ainda que não haja, no mandato, poderes expressos para substabelecer (art. 667, e parágrafos, do Código Civil de 2002) (ex- OJ n. 0 108 da SBDI-1 - inserida em 01.10.1997). IV - Configura-se a irregularidade de representação se o substabelecimento é anterior à outorga passada ao substabelecente ( ex-OJ n. 0 330 da SBDI-1 - DJ 09.12.2003). V - Verificada a irregularidade de representação nas hipóteses dos itens II e IV, deve o juiz suspender o processo e designar prazo razoável para que seja sanado o vício, ainda que em instância recursal (art. 76 do CPC de 2015). "OJ 75, SDI-I/TST. SUBSTABELECIMENTO SEM O RECONHECIMENTO DE FIRMA DO SUBSTABELECENTE. INVÁLIDO (ANTERIOR À LEI 8.952/1994) Não produz efeitos jurídicos recurso subscrito por advogado com poderes conferidos em substabelecimento em que não consta o reconhecimento de firma do outorgante. Entendimento aplicável antes do advento da Lei 8.952/1994". "OJ 374, SDI-1. Agravo de instrumento. Representação processual. Regularidade. Procuração ou substabelecimento com cláusula Limitativa de poderes ao âmbito do Tribunal Regional do Trabalho. É regular a representação processual do subscritor do agravo de instrumento ou do recurso de revista que detém mandato com poderes de representação Limitados ao âmbito do Tribunal Regional do Trabalho, pois, embora a apreciação desse recurso seja realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho, a sua interposição é ato praticado perante o Tribunal Regional do Trabalho, circunstância que Legitima a atuação do advogado no feito". "SÚMULA 456 DO TST. REPRESENTAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. PROCURAÇÃO. INVALIDADE. IDENTIFICAÇÃO DO OUTORGANTE E DE SEU REPRESENTANTE (inseridos os itens II e III em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016. I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam. II - Verificada a irregularidade de representação da parte na instância originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a providência couber ao reclamante: ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe couber (art. 76, § 1º , do CPC de 2015)". JUSTIÇÃO GRATUITA Beneficiários da justiça gratuita O benefício da justiça gratuita está previsto no art. 790, §§ 3° e 4°, da CLT. Observe: "Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. (Redação dada pela Lei no 10.537, de 27 .8.2002) ( ... ) . § -3° É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a trasladas e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. § 4° O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo." Em primeiro lugar, esclarece-se que o benefício da justiça gratuita é devido às pessoas físicas e jurídicas, uma vez que o art. 790, § 3°, da CLT vale-se da palavra "aqueles" para se referir aos que farão jus à gratuidade da justiça. A CLT está em consonância com o disposto no art. 5°, LXXIV, da CF, segundo ·o qual "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos". A justiça gratuita, portanto, será concedida em duas hipóteses; a) aqueles que receberem salário igual ou inferior a 40% do Limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social e b) aqueles que receberem mais, porém não tiverem recursos para arcar com as despesas do processo. Discute-se se as pessoas físicas e jurídicas devem comprovar sua situação econômica para valerem-se do benefício da justiça gratuita. O debate deve-se à redação do § 4°, do art. 790, da CLT, que determina que "o benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo". Entende-se, de forma majoritária, que para a pessoa física basta a mera declaração de ausência de recursos, sendo tal comprovação exigida apenas para a pessoa jurídica. A nosso ver, esta é a interpretação correta pelo seguinte motivo. Antes mesmo do disposto no art. 790, § 4°, da CLT, a Constituição, em seu art. 5°, LXXIV, já se referia à comprovação da insuficiência de recursos e os Tribunais entendiam que para a pessoa ·física bastava a simples declaração de tal insuficiência, sendo inexigível qualquer demonstração de pobreza. Depois, a CLT determina a comprovação da insuficiência de recursos, mas não esclarece em quais situações ou como a prova deve ser realizada, hipóteses em que o art. 769 da CLT e 15 do CPC autorizam a aplicação supletiva do CPC, neste caso do art. 99, § 3 °, do CPC. Por seu turno, o art. 99, § 3 °, do CPC, prevê a presunção de veracidade da alegação de que não há recursos financeiros para arcar com as despesas processuais apenas para a pessoa natural, sendo que a pessoa jurídica deverá comprovar tal impossibilidade financeira. Abrangência da Justiça Gratuita Segundo o art. 790-B, caput e § 4°, da CLT, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita. Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida, ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. Nos termos do art. 791-A da CLT, ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência, sendo vedada a compensação (art. 791, § 3°, CLT). Determina o art. 791-A, § 4°, da CLT que vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. Nos termosdo art. 844, caput, da CLT, o não comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação. Determinam os §§ 2° e 3° do art. 844 da CLT que a ausência do reclamante importará na sua condenação ao pagamento de custas processuais, ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável. O pagamento de tais custas é condição para a propositura de nova demanda; O art. 790-B, caput e § 4°, da CLT, o art. 791-A, § 4°, da CLT e o art. 844, § 2°, da CLT apontam inconstitucionalidade material por impor restrições inconstitucionais à garantia da gratuidade da justiça àqueles que apresentam insuficiência de recursos, .violando as garantias constitucionais de amplo acesso à jurisdição e a assistência judiciária integral aos necessitados, especificamente o art. 5°, XXXV da CF, que determina que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito" e o art. 5°, LXXIV, da CF, que garante que "o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso". A Procuradoria-Geral da República ajuizou a ADin 5. 766 com tais fundamentos. Também está abrangida pela gratuidade da justiça a memória de cálculos quando exigida para a instauração da execução (art. 98, VII, do CPC). Esta foi uma importante definição do legislador aplicável ao processo do trabalho, pois o art. 879, § 6°, da CLT preceitua que "tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade", mas não define quem fará o pagamento, mormente nos casos de gratuidade da justiça. Nesta hipótese, aplica-se o CPC, de modo que o beneficiário de tal gratuidade estará isento de antecipar os honorários do perito. Institui o art. 98, VIII, do CPC que ainda estão incluídos pela gratuidade da justiça os depósitos previstos em lei para interposição de recurso, para propositura de ação e para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório. Frise-se, inclusive, que tal benefício abrange o depósito recursal, nos termos do art. 899, § 10, da CLT. NÃO EXTENSÃO DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA As multas processuais que lhe sejam impostas não se incluem nos benefícios da gratuidade da justiça (art. 98, § 4, do CPC). A concessão do benefício confere ao beneficiário o direito de não ter de adiantar as despesas, mas se no final o beneficiário for vencido será responsável por elas. Reza o art. 98, § 2., do CPC que "a concessão da gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência". O responsável será condenado nas verbas de sucumbência adiantadas ou não. Uma vez vencido o beneficiário da gratuidade da justiça, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade, podendo ser executadas, se nos cinco anos subsequentes o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos ( art. 98, § 3., do CPC). Caso em cinco anos não seja demonstrada a mudança de sua situação financeira, as despesas não poderão mais ser exigidas. REQUERIMENTO DA JUSTIÇA GRATUITA O pedido de gratuidade da justiça será feito na petição inicial, na contestação, na petição de ingresso do terceiro no processo ou em recurso (art. 99 do CPC). O pedido superveniente poderá ser formulado por meio de simples petição nos próprios autos, não sendo o processo suspenso (art. 99, § 1. 0 , do CPC). Do mesmo modo, no Processo do Trabalho, o benefício da gratuidade da justiça poderá ser requerido em qualquer fase do processo, e, na seara trabalhista, inclusive de ofício. Observe o disposto no art. 790, § 3., da CLT: "Art. 790, § 3. 0 , da CLT. É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social". No mesmo sentido, veja o entendimento do TST, de acordo com o disposto na OJ 269 da SDI-1 do TST: OJ 269 da SDI-1 do TST. JUSTIÇA GRATUITA. REQUERIMENTO DE ISENÇÃO DE DESPESAS PROCESSUAIS. MOMENTO OPORTUNO (inserido item II em decorrência do CPC de 2015) - Res. 219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 - republicada - DEJT divulgado em 12, 13 e 14.07.2017 I - O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso; II - Indeferido o requerimento de justiça gratuita formulado na fase recursal, cumpre ao relator fixar prazo para que o recorrente efetue o preparo (art. 99, § 7°, do CPC de 2015). Ressalte-se o disposto no item II da OJ 269 da SDI-1 do TST, acima transcrita, o qual está em conformidade com o art. 99, § 7°, do CPC, e estabelece que quando a concessão da gratuidade for feita em grau de recurso, o requerente estará dispensado de realizar o preparo. O relator examinará a gratuidade, e se indeferir fixará prazo para a realização do recolhimento. O atual diploma processual preceitua que a declaração de hipossuficiência de recursos por parte do advogado requer poderes especiais para tanto, nos termos prescritos em seu art. 105 CPC. O juiz somente poderá indeferir o pedido de gratuidade da justiça se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos Legais para a sua concessão. Porém, em atenção aos princípios da cooperação e do contraditório, antes de indeferir o pedido, o juiz deverá determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos (art. 99, § 2., do CPC). Consoante já exposto, presume-se verdadeira a alegação de insuficiência de recursos deduzida exclusivamente por pessoa natural ( art. 99, § 3º, do CPC), isto é, a pessoa jurídica terá de comprovar tal situação. IMPUGNAÇÃO DA JUSTIÇA GRATUITA Segundo o caput do art. 100 do atual CPC, deferido o pedido de gratuidade, a parte ex-adversa poderá oferecer impugnação na contestação. (se requerida na petição inicial); na réplica (se requerida na contestação); nas contrarrazões (se requerida no recurso); e no prazo de 15 dias (sé requerida em petição avulsa). A impugnação será feita nos próprios autos, sem suspensão do processo. RECURSO DA JUSTIÇÃO GRATUITA São quatro as decisões que se aplicam à gratuidade da justiça: a que concede a gratuidade, a que a indefere, a que a revoga e a que não a revoga. Todas elas são decisões interlocutórias. Acerca da decisão que concede o pedido de gratuidade da justiça cabe o pedido de sua revogação. Já quanto às decisões que a deferem ou indeferem e, também, em relação àquelas que não concedem de plano o pedido de gratuidade são impugnáveis no Processo do Trabalho por meio do recurso da decisão definitiva (art. 893, § 1, da CLT). SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL Ocorre a substituição processual quando a parte, em nome próprio, pleiteia direito alheio, desde que autorizado por lei. Nesse sentido, estabelece o art. 18 do CPC: "Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico". Acrescenta, todavia, a nova norma legal, no parágrafo único do artigo referido, que "havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial", regra que entendemos aplicável no Processo do Trabalho. A substituição processual, portanto, confere à parte legitimidade extraordinária, podendo o substitutopraticar todos os atos processuais, como a apresentação da petição inicial, da defesa, produção de provas, interposição de recursos etc., não lhe sendo dado, contudo, o direito de transigir, renunciar ou de reconhecer o pedido, uma vez que o direito material não lhe pertence, e sim ao sujeito da lide, ao substituído. A Carta Maior de 1988, no art. 8, III, previu que cabe ao sindicato a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas. O referido dispositivo constitucional ( art. 8. º, III) gerou grande cizânia doutrinária e jurisprudencial, entendendo alguns que a Constituição havia autorizado a substituição processual ampla e irrestrita aos sindicatos e outros concedendo uma interpretação restritiva à possibilidade de substituição processual pelos entes sindicais. O Tribunal Superior do Trabalho adotou uma posição restritiva, consubstanciada no antigo Enunciado 310, já revogado, de que o art. 8., III, da CF/1988 não havia assegurado a substituição processual ampla e irrestrita aos sindicatos, apenas podendo agir nesta qualidade nos casos previstos na lei. Portanto, para o Tribunal Superior do Trabalho, os sindicatos somente poderiam atuar na qualidade de substituto processual, quando houvesse autorização legal para tanto, como ocorria nas ações de cumprimento de sentenças normativas e/ou convenção coletiva ou acordo coletivo (art. 872, parágrafo único, da CLT, c/c a Súmula 286 do TST), nas lides que envolviam delimitação de insalubridade ou periculosidade (art. 195, § 2.,. da CLT e OJ 121, SDI-I/TST), no caso de mandado de segurança coletivo (art. 5., LXX, CF/1988) ou mesmo em ações abrangendo aumentos e reajustes em face de aplicação de lei salarial (art. 3. 0 da Lei 8.073/1990). O Supremo Tribunal Federal, no entanto, sempre concedeu uma interpretação ampliativa ao art. 8, III, da Carta Maior, no sentido de que aos sindicatos restou assegurada a substituição processual geral e irrestrita, possuindo a mesmo legitimação extraordinária para agir em nome próprio na tutela dos interesses dos integrantes da categoria que representam. No julgamento do Recurso Extraordinário 202.063-0, de 27.06.1997, em acórdão da 1. ª Turma do STF, tendo como relator o Min. Octavio Gallotti, a Suprema Corte adotou igual posicionamento, no sentido de que o art. 8, III, da CF/1988, combinado com o art. 3 da Lei 8.073/1990, autorizou a substituição processual ao sindicato, para atuar na defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais dos seus associados. Curvando-se ao entendimento do Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Res. 119/2003 (DJ 01.10.2003), cancelou o antigo Enunciado 310, que impedia a substituição processual ampla e irrestrita pelos entes sindicais, não mais havendo, portanto, a necessidade de arrolar na petição inicial os substituídos, conforme era exigido pelo cancelado Enunciado 310 do TST. Impende destacar que o TST, por meio da OJ 121, da SDI-I, com redação dada pela Res. 129/2005, DJ 20.04.2005, reconheceu que o sindicato tem legitimidade para atuar na qualidade de substituto processual para pleitear diferença de adicional de insalubridade. O Tribunal Superior do Trabalho vem admitindo a substituição processual passiva quando o sindicato figura como réu na ação rescisória proposta em face de decisão proferida em processo no qual tenha atuado, nessa qualidade, no polo ativo da demanda originária, conforme se depreende pela transcrição da Súmula 406 do TST, DJ 22.08.2005, in verbis: "SÚMULA 406 DO TST. AÇÃO RESCISÓRIA. LITISCONSÓRCIO. NECESSÁRIO NO POLO PASSIVO E FACULTATIVO NO ATIVO. INEXISTENTE QUANTO AOS SUBSTITUÍDOS PELO SINDICATO ( conversã-0 das Orientações Jurisprudenciais 82 e 110 da SDI-II, Res. 137 /05 - DJ 22.08.2005). I - O litisconsórcio, na ação rescisória, é necessário em relação ao polo passivo da demanda, ·porque supõe uma comunidade de direitos ou de obrigações que não admite solução díspar para os litisconsortes, em face da indivisibilidade do objeto. Já em relação ao polo ativo, o litisconsórcio é facultativo, uma vez que a aglutinação de autores se faz por conveniência e não pela necessidade decorrente da natureza do litígio, pois não se pode condicionar o exercício do direito individual de um dos litigantes no processo originário à anuência dos demais para retomar a lide (ex-OJ n.º 82 - inserida em 13 .03 .2002). II - O Sindicato, substituto processual e autor da reclamação trabalhista, em cujos autos fora proferida a decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar como réu na ação rescis_ória, sendo descabida a exigência de citação de todos os empregados substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio passivo necessário". Por último, no âmbito da jurisdição civil coletiva, quanto aos direitos individuais homogêneos, este de natureza individual e divisível, em que cada titular pode buscar a reparação individual do dano, a legitimação para propositura de eventual ação civil pública é extraordinária, ocorrendo também a denominada substituição processual por parte dos entes legitimados, dentre eles, o Ministério Público e os sindicatos. SUCESSÃO PROCESSUAL DAS PARTES E DOS PATRONOS A sucessão processual consiste na substituição das partes no curso do processo, podendo decorrer de ato inter vivos ou causa mortis. A sucessão processual não se confunde com a substituição processual, uma vez que na sucessão uma pessoa sucede a outra na relação processual, assumindo a titularidade da ação, seja no polo ativo ou passivo, enquanto na substituição processual, o substituto pleiteia, em nome próprio, direito alheio. A sucessão processual pode ocorrer tanto em relação ao empregado quanto ao empregador. A sucessão processual da parte pessoa física se dá com a sua morte. Logo, falecendo o empregado ou o empregador no curso da ação, serão os mesmos substituídos pelo espólio, representado pelo inventariante. Vale destacar que, na maioria das vezes, em face da insuficiência econômica do obreiro e consequente inexistência de bens, não há inventário do empregado falecido. Nessa hipótese, haverá a habilitação incidente no processo diretamente pelos dependentes habilitados perante a Previdência Social (Lei 6.858/1980, art. 1. º). Caso não haja dependentes inscritos perante a Previdência Social, os sucessores é que serão habilitados. Sobre o tema, destacamos os ensinamentos de Sergio Pinto Martins, Direito processual do trabalho, p. 198, in verbis: "Normalmente, se o empregado não deixa bens ou tem filhos maiores não há por que se falar em inventário. Nesses casos, tem-se entendido que a viúva e os filhos ingressarão no polo ativo da ação em curso, mediante apresentação da certidão de casamento e nascimento dos filhos ou por meio de certidão do INSS que comprove dependência das pessoas anteriormente mencionadas. Não havendo qualquer impugnação da reclamada, o fato é tolerado". Todavia, havendo a necessidade de inventário, em face da existência de bens do falecido ou de filhos menores, não haverá habilitação incidente imediata, devendo o processo laboral ser suspenso até a nomeação do inventariante. Após a nomeação do inventariante e sua habilitação incidente nos autos, o processo volta ao seu curso normal (art. 313, I, c/c os arts. 687 a 692, todos do CPC). Caso o empregado venha a falecer antes do ajuizamento da ação, não haverá sucessão processual, mas propositura da ação diretamente pelos sucessores. Frise-se que, à luz do art. 483, § 2., da CLT, a morte do empregador pessoa física não importa, necessariamente, em extinção do pacto laboral, tendo em vista que a atividade econômica pode continuar a ser desenvolvida pelos herdeiros, facultando-se ao obreiro, neste caso, a permanência no emprego ou mesmo a resilição do contrato. Todavia, se no curso do processofalecer o empregador pessoa física, deverá o juiz intimar o espólio, como sucessor da parte, que passará a ser representado pelo inventariante. Em caso de morte de reclamado empregador pessoa física é comum seus herdeiros não terem interesse na habilitação incidente, podendo a habilitação, nesta hipótese, ser requerida pelo próprio reclamante, conforme disposto no art. 688, I, do CPC. Vale destacar que, se o empregador for pessoa jurídica, haverá sucessão processual nas hipóteses dos arts. 10 e 448 da CLT. Com efeito, sucessão de empregadores é a alteração subjetiva do contrato de trabalho (polo do empregador), com a transferência da titularidade do negócio de um titular (sucedido) para outro (sucessor), assumindo o novo titular do empreendimento todos os direitos e deveres existentes. O contrato de trabalho em relação ao empregado é intuitu personae, ou seja, o obreiro deve prestar os serviços pessoalmente, não podendo fazer-se substituir por outro empregado (caráter infungível). No entanto, em relação ao empregador, a regra é que o contrato de trabalho não seja intuitu personae, operando-se a vinculação do pacto de emprego com o empreendimento empresarial, independentemente de seu titular, prevalecendo o princípio da despersonalização do empregador, que permite a alteração contratual subjetiva da figura do empregador. Em outras palavras, enquanto a atividade do empregado é personalíssima, o empregador poderá ser substituído ao longo da relação empregatícia, sem que isso provoque a ruptura ou mesmo a descaracterização do liame laboral. Nessa esteira, conforme já explicitado, a sucessão de empregadores é regulada exatamente pelos arts. 10 e 448 consolidados, consistindo na alteração subjetiva do contrato de trabalho, em que a titularidade do negócio é transferida de um titular para outro, operando-se a transmissão de todos os créditos e dívidas trabalhistas do sucedido para o sucessor. Observe os arts. 10 e 448 da CLT: "Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados". "Art. 448. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados". Por consequência, qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa, como fusão, incorporação, transformação, cisão, transferência de cotas etc., nos termos dos arts. 10 e 448 da CLT, não afetará os contratos de trabalho dos empregados, permanecendo o Liame empregatício intangível quanto ao novo empregador. Logo, caso a sucessão de empresas ocorra antes do ajuizamento da ação trabalhista pelo obreiro, a empresa sucessora será a Legitimada passiva para a lide. No entanto, se a sucessão acontecer no curso do processo, teremos mera alteração da titularidade da ação, passando a sucessora a responder, integralmente, pelos débitos trabalhistas, anteriormente de responsabilidade da empresa sucedida. Destaca-se, ainda, a OJ 411 da SDI-I do TST, in verbis: "OJ 411 DA SDI-I DO TST. SUCESSÃO TRABALHISTA. AQUISIÇÃO DE EMPRESA PERTENCENTE A GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOUDÁRIA DO SUCESSOR POR DÉBITOS TRABALHISTAS DE EMPRESA NÃO ADQUIRIDA. INEXISTÊNCIA. O sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão". A parte que revogar o mandato outorgado a seu advogado constituirá, no mesmo ato, outro que assuma o patrocínio da causa. Não sendo constituído novo procurador no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício (art. 111, CPC). O advogado poderá renunciar ao mandato a qualquer tempo, provando que comunicou a renúncia ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor. Durante os 10 dias seguintes, o advogado continuará a representar o mandante, desde que necessário para lhe evitar prejuízo. Dispensa-se a referida comunicação quando a procuração tiver sido outorgada a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia (art. 112, CPC). LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ As partes devem proceder em juízo com lealdade e boa-fé, respondendo por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como reclamante, reclamado ou interveniente, nos termos do art. 793-A, da CLT. Logo, o comportamento desleal e revestido de má-fé e malícia pode acarretar prejuízos à parte contrária e à administração da justiça, ensejando um retardamento na prestação da tutela jurisdicional pelo Estado, respondendo a parte desleal pelo dano processual causado. O art. 793-B da CLT relaciona as condutas que caracteriza a litigância de má-fé. Observe: Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; VI - provocar incidente manifestamente infundado; VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. O litigante de má-fé será condenado, de ofício ou a requerimento, a: a) pagar multa, que deverá ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa; b) indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu; c) arcar com os honorários advocatícios e d) pagar todas as despesas que a parte contrária efetuou (art. 793-C, CLT). Ressalte-se quanto aos honorários que serão fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15%, como prevê o art. 791-A, da CLT, calculados sobre o valor da multa. Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária (art. 793-C, § 1°, CLT). Em sendo o valor da causa irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social (art. 793-C, § 2°, CLT). O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível mensurá- lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos (art. 793, § 3°, CLT). Todas as disposições acerca da litigância de má-fé previstas na CLT equiparam-se às do CPC, com exceção do disposto no art. 793-D, que determina que a multa por litigância de má-fé será aplicada a testemunha que alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa, sendo a execução desta nos próprios autos. É imensa a importância deste dispositivo para promover a verdade no processo, uma vez anteriormente a testemunha respondia apenas pelo crime de falso testemunho e raríssimos são· os casos em que a testemunha foi condenada por tal crime no Processo do Trabalho. HONORÁRIOS DO ADVOGADO Há 3 tipos de honorários: contratuais, assistenciais (nos casos em que o reclamante é assistido pelo sindicato de sua categoria) e sucumbenciais. Quanto aos honorários contratuais, cumpre destacar a incompetência da Justiça do Trabalho para ação de cobrança relativa a eles (Súmula 363, STJ). · Em relação aos honorários assistenciais, remetemos o leitor ao item 4.4 deste capítulo que se refere à assistência judiciária gratuita. Ateremos a partir de então aos honorários advocatícios sucumbenciais. O caput do art. 791-A da CLT assegura ao advogado honorário sem razão da sucumbência entre o mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. O TST entende que honorários advocatícios devem incidir sobreo valor líquido da condenação, sendo permitida a dedução apenas das despesas processuais, ou seja, sem a dedução de imposto de renda e contribuições previdenciárias, as quais são obrigação da própria parte que recebeu o montante da condenação, conforme se extrai da OJ 348 da SDI-1 do TST. Ao fixar os honorários, o juízo observará: a) o grau de zelo do profissional; b) o lugar de prestação do serviço; c) a natureza e a importância da causa; e d) o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço (art. 791, § 2°, CLT). Em razão de tais critérios, os honorários poderão ser fixados em porcentagens diferentes inclusive para o reclamante e para o reclamado. Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os honorários (art. 791, § 3°, CLT). Dessa forma, se o reclamante formular pedidos no importe de R$ 20.000,00, sucumbindo em R$ 10.000,00 e o juiz fixar honorários em 10% para ambas as partes, o reclamante pagará ao advogado do reclamado R$ 1.000,00 e o reclamado ao advogado do reclamante, R$ 1.000,00, sendo vedada a compensação. Os honorários se tratam de crédito de caráter alimentar, devidos ao advogado, razão pela qual é vedada a compensação e ele pode recorrer em nome próprio, bem como, quando devidos pela Fazenda Pública, requerer que o valor seja pago por requisição de pequeno valor, ainda que para o reclamante seja cabível apenas o pagamento por precatório em função do valor. Sendo o advogado titular dos honorários, na hipótese de acordo, as partes devem pactuá-los junto com o advogado e, caso nada fique definido a esse respeito, cada parte pagará os honorários de seu advogado. Uma vez que vigora no processo do trabalho o "jus postulandi", segundo o qual o empregado e o empregador podem demandar sem advogado (art. 791, da CLT), se o acordo for realizado em audiência sem que o advogado que atuou na causa esteja presente, os honorários deverão ser fixados pelo juiz, considerando o trabalho realizado na causa e o seu grau de zelo. Determina o art. 791-A, § 4°, da CLT que vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. Observe que o legislador considera dois momentos distintos: a) o momento do trânsito em julgado: caso em que os honorários serão pagos com os créditos existentes naquele processo ou em outro no momento do trânsito em julgado. b) após o trânsito em julgado: hipótese em que os honorários poderão ser executados se até o final de 2 anos após o trânsito em julgado da decisão o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade. No segundo caso, em 2 anos, o credor pode, por exemplo, demonstrar que o devedor conseguiu um outro emprego e recebe mais do que 40% do teto dos benefícios da Previdência Social ou que recebeu uma herança ou pensão capaz de retirar-lhe a condição de beneficiário da justiça gratuita. Trata-se de condição suspensiva, sendo a obrigação extinta após 2 anos. Determina o art. 791, § 1°, da CLT que os honorários são devidos também nas ações contra a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo sindicato de sua categoria. Nas hipóteses em que o sindicato assistir à parte, os honorários serão devidos ao sindicato, e não ao advogado, nos termos do art. 16 da Lei 5584/70, por tratar especificamente da assistência judiciária no Processo do trabalho. Nas condenações contra a Fazenda Pública aplica-se supletivamente no Processo do Trabalho os §§ 3° e 4°, do art. 85, do CPC3, que prevê Limites aos honorários devidos pela Fazenda de modo a preservar o erário público nos casos de grandes condenações contra a Fazenda Pública. Os percentuais previstos no CPC devem ser adaptados pelo judiciário para o Processo do Trabalho, na medida em que naquele os honorários são devidos entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% e a CLT determina o mínimo de 5% e o máximo de 15%. Nos termos do art. 791-A, § 5°, da CLT, são devidos honorários de sucumbência na reconvenção. Não poderia ser diferente, uma vez que a reconvenção é uma outra ação dentro da mesma relação processual. Uma vez que a CLT tratou exclusivamente da reconvenção, é inaplicável no Processo do Trabalho o art. 85, § 1°, do CPC, que prevê que são devidos honorários advocatícios não só na reconvenção, mas também especificamente em razão do trabalho realizado pelo advogado no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução resistida e nos recursos interpostos. Os honorários tratam-se de pedidos implícitos, uma vez que o art. 322, § 1°, do CPC determina que "compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios". Logo, o juiz pode deferir os honorários ainda que não haja pedido, não podendo, entretanto, incluí-los nos cálculos sem que tenham sido objeto da decisão. Caso a decisão seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, desafia embargos de declaração para que seja sanada a omissão. Contudo, se a decisão transitar em julgado, é cabível ação autônoma para sua definição e cobrança, nos termos do art. 85, § 18, do CPC, que se aplica no Processo do Trabalho. Na ação rescisória são devidos honorários advocatícios nos moldes do CPC, uma vez que o art. 836 da CLT determina que o Código de Processo Civil regulamentará a matéria. Dessa forma, os honorários serão devidos entre o mínimo de 10% e o máximo de 20% sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, nos moldes do art. 85, § 2°, do CPC. Na hipótese de homologação de acordo extrajudicial (art. 852-B, da CLT) é obrigatória a representação das partes por advogados distintos, sendo os honorários pagos pelas respectivas partes contratantes. Em caso de jurisdição voluntária, aplica-se o art. 88 do CPC, que determina que "as despesas serão adiantadas pelo requerente e rateadas entre os interessados". No litisconsórcio os vencidos respondem proporcionalmente pelos honorários em proporção definida em sentença e, em caso de não pagamento, os demais respondem de forma solidária (art. 87, caput e§ 2°, CPC). Nos termos do art. 90, caput e § 1°, do CPC, nas hipóteses de desistência, renúncia ou reconhecimento do pedido, os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu, sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, a qual se renunciou ou da qual se desistiu. O não comparecimento do reclamante em audiência Leva ao arquivamento do processo (art. 844, CLT), o que equivale à desistência, sendo· devidos honorários proporcionais ao trabalho do advogado do reclamado na causa, ainda que a contestação não tenha sido apresentada, pois deve-se levar em conta o trabalho que envolve o estudo do caso e a preparação da contestação, que, ainda que concluída, deve ser apresentada apenas antes da audiência no PJ-e nos termos do art. 847, parágrafo único, do CPC. Por fim, há entendimento de ser aplicável no Processo do Trabalho o disposto no art. 90, § 4°, do CPC, segundo o qual "se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honoráriosserão reduzidos pela metade". QUESTÕES CORRELATAS 01. Hermes manteve contrato de trabalho com a empresa Gama Transportadora de Cargas por três anos, sendo dispensado por justa causa, sem receber nenhuma verba rescisória. Procurou a Vara do Trabalho do município para ajuizar reclamação trabalhista. Conforme previsão contida na Consolidação das Leis do Trabalho e jurisprudência atual e sumulada pelo TST, Hermes (A) deve necessariamente constituir advogado para a propositura da reclamação trabalhista. (B) pode postular sem a necessidade de advogado em todas as instâncias da Justiça do Trabalho. (C) pode propor a reclamação trabalhista sem constituir advogado, apenas na primeira instância. (D) não precisa constituir advogado para atuar em todas instâncias da Justiça do Trabalho, desde que esteja assistido pelo Sindicato da Categoria Profissional. (E) pode reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho, limitando-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho. 02. Em relação à litigância de má-fé é INCORRETO afirmar que (A) o juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a 1 % sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios, quando estes forem cabíveis no processo do trabalho. (B) reputa-se litigante de má-fé aquele que usar do processo para conseguir objetivo ilegal. (C) reputa-se litigante de má-fé aquele que proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo. (D) provocar incidentes manifestamente infundados caracteriza conduta de litigância de má-fé. (E) se forem dois ou mais os litigantes de má-fé no processo, a condenação dos mesmos se dará de forma solidária. 03. Ricardo, ex-empregado das empresas "AAA Ltda." e "BBB Ltda.", é estudante de direito, cursando o quinto ano da Faculdade "X". Ricardo ajuizou sozinho, sem constituir advogado, reclamação trabalhista em causa própria em face das duas empresas, reclamações estas que foram distribuídas para a X e Y Vara Trabalhista de Campinas. A reclamação trabalhista em face da empresa "AAA Ltda." foi julgada improcedente e já transitou em julgado pretendendo, Ricardo, ajuizar Ação Rescisória. A reclamação trabalhista em face da empresa "BBB Ltda." também foi julgada improcedente e Ricardo encontra-se no prazo para interposição de Recurso Ordinário. Nestes casos, no tocante ao jus postulandi, Ricardo, sem a contratação de advogado, (A) poderá interpor Recurso Ordinário e ajuizar ação Rescisória, independentemente de autorização expressa da Ordem dos Advogados do Brasil. (B) poderá interpor Recurso Ordinário, mas não poderá ajuizar Ação Rescisória. (C) não poderá interpor Recurso Ordinário e nem ajuizar Ação Rescisória. (D) poderá ajuizar Ação Rescisória, mas não poderá interpor Recurso Ordinário. (E) poderá interpor Recurso Ordinário e ajuizar Ação Rescisória, mediante autorização expressa da Ordem dos Advogados do Brasil. 04. O processo do trabalho admite a presença de reclamante e reclamado, atuando na primeira instância (A) pessoalmente, sendo facultada a constituição de advogados. (B) somente através de advogados, porque foi revogado pela Constituição Federal de 1988 o direito de reclamação diretamente pela parte. (C) pessoalmente, sendo vedada a constituição de advogados, por ofender o princípio de acesso à Justiça. (D) somente através de advogados ou de sindicatos, nos termos da norma constitucional aplicável. (E) pessoalmente, apenas para o reclamado, sendo obrigatória ao reclamante a constituição de advogado. 05. No tocante as partes e os procuradores, considere: I. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes Legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo. II. Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado. III. A constituição de procurador com poderes para o foro em geral não poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, havendo expressa vedação Legal neste sentido. De acordo com as normas previstas na Consolidação das Leis do Trabalho, está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e III. (C) II e III. (D) I e II. (E) II. 06. Sobre partes, procuradores e representação considere: I. A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação, sendo essencial que o signatário, ao menos, declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. II. O instrumento de mandato com prazo determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para atuar até o final da demanda é válido. Diante da existência de previsão, no mandato, fixando termo para sua juntada, o instrumento de mandato só tem validade se anexado ao processo dentro do aludido prazo. III. São inválidos os atos praticados pelo substabelecido quando não há no mandato, poderes expressos para substabelecer. Está correto o que consta APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) I e III. (D) II e III. (E) II. 07. Thales, bacharel em Direito não inscrito nos quadros da OAB, ajuizou reclamação trabalhista em face de sua empregadora postulando o pagamento de adicional de periculosidade. A ação foi julgada improcedente. Inconformado, Thales resolveu interpor recurso ordinário no prazo legal, recolhendo as custas devidas. Para evitar despesas, e por entender que tinha conhecimentos jurídicos adequado, decidiu atuar sem advogado. Nessa hipótese, o recurso ordinário (A) não será conhecido porque é indispensável a assistência de advogado. (B) somente será conhecido se, no prazo legal de 10 dias, for subscrito por um advogado. (C) não será conhecido porque o jus postulandi somente pode ser exercido com assistência sindical. (D) será conhecido somente em caso de a ação tramitar pelo rito sumaríssimo. (E) será conhecido em razão do jus postulandi. 08. Os empregados e empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final, sendo que o entendimento sumulado do TST é no sentido de que o jus postulandi (A) limita-se às Varas do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência dos Tribunais Regionais do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho. (B) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. (C) Limita-se às Varas do Trabalho, não alcançando apenas o mandado de segurança e os recursos de competência dos Tribunais Regionais.do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho. (D) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, alcançando inclusive a ação rescisória, a ação cautelar e o mandado de segurança. (E) não tem qualquer limitação em razão do princípio da proteção do empregado. 09. Conforme previsão Legal e jurisprudência sumulada pelo Tribunal Superior do Trabalho sobre o jus postulandi na Justiça do Trabalho: (A) somente pode ser exercido pelos empregados que podem atuar em todas as fases e instâncias dos dissídios individuais do rito sumaríssimo. (B) pode ser exercido por empregados e empregadores em todas as instâncias da Justiça do Trabalho apenas nos dissídios coletivos. (C) pode ser aplicado pelas partes e limita-se às Varas do Trabalho e aos TribunaisRegionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. (D) somente é possível nos dissídios individuais e não nos coletivos e alcança apenas as Varas do Trabalho. (E) foi tacitamente revogado pela Constituição Federal de 1988 ao dispor que o advogado é indispensável à administração da Justiça. 10. Considere: 1. Interposição de Recurso Ordinário para Tribunal Regional do Trabalho. II. Interposição de Recurso de Revista para o Tribunal Superior do Trabalho. III. Agravo de Petição contra decisão em Embargos à ·Execução proferida por juiz de Vara do Trabalho. IV. Agravo de Instrumento proposto em face de decisão reconhecendo a deserção de Recurso Ordinário proferida por juiz de Vara do Trabalho. O jus postulandi das partes, estabelecido no artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho abrange as hipóteses indicadas APENAS em (A) I e III. (B) I, III e IV. (C) II, III e IV. (D) I, II e IV. (E) I, II e III. 11. Sobre as partes e procuradores, o jus postulandi e a representação processual, conforme norma Legal e entendimento sumulado do Tribunal Superior do Trabalho, (A) o jus postulandi somente pode ser exercido pelo empregador, visto que o trabalhador é parte hipossuficiente e necessita de assistência profissional de advogado particular ou do sindicato. (B) se o trabalhador utilizar o jus postulondi para a propositura da ação, sendo sucumbente na decisão de primeiro grau, deverá contratar advogado para interpor recurso ao Tribunal. C) a Constituição Federal aboliu o instituto do jus postulandi revogando expressamente dispositivo previsto na Consolidação das Leis do Trabalho sobre o tema. (D) nos dissídios coletivos é obrigatória aos interessados a assistência por advogado, não podendo ser utilizado o jus postulandi, que é restrito aos dissídios individuais até a prolação de sentença. (E) a reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pelo Ministério Público do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público Estadual ou curador nomeado pelo Juízo. 12. Em relação às capacidades de postular e de estar em juízo, conforme normas contidas na Consolidação das Leis do Trabalho, (A) nos dissídios individuais os empregados e empregadores somente poderão estar em juízo se estiverem representados por advogado particular ou de entidade sindical. (B) nos dissídios coletivos trabalhistas, as partes representadas pelos entes sindicais, deverão ter a necessária assistência por advogado. (C) a constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. (D) a reclamação trabalhista do menor de 18 anos somente será acolhida se feita por órgão do Ministério Público do Trabalho. (E) os maiores de 18 e menores de 21 anos poderão pleitear perante a Justiça do Trabalho sem a assistência de seus pais ou tutores, desde que assistidos por advogado. 13. Vênus atuou durante 6 anos como preposta da Cia de tecidos Fonte de Amor. Por força da crise econômica foi dispensada sem receber alguns direitos trabalhistas. Em razão de sua experiência, ingressou com reclamação trabalhista de forma verbal, sem constituir advogado. Conforme súmula do Tribunal Superior do Trabalho e dispositivo processual trabalhista, a capacidade postulatória de Vênus em relação a essa reclamatória (A) está restrita a fase de conhecimento na Vara do Trabalho. (B) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a fase executória. (C) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. (D) é ilimitada quanto a fase processual, bem como em relação à instância, alcançando inclusive o Tribunal Superior do Trabalho; porque a lei permite o acompanhamento das reclamações até o final. (E) está restrita à fase de conhecimento, incluindo recursos em todas as instâncias trabalhistas, Varas do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho, mas não envolve a fase de execução. 14. Kronos ajuizou ação trabalhista em face da empresa Beta & Gama Empreendimentos, utilizando o jus postulandi. Ocorre que foi vencido em primeira instância visto que a ação foi julgada improcedente. Inconformado com o resultado da sentença resolveu recorrer. Nessa situação Kronos (A) deve constituir advogado e ingressar com recurso de apelação em 15 dias. (B) pode utilizar o jus postulandi e interpor recurso ordinário em 8 dias. (C) deve constituir advogado e interpor agravo de instrumento em 5 dias. (D) pode utilizar o jus postulandi e ingressar com recurso de revista em 8 dias. (E) dependendo do valor da causa deverá constituir advogado e interpor recurso ordinário em 5 dias. 15. Agatha, empregada doméstica, ingressou com reclamação trabalhista em face da sua empregadora Isis, de forma verbal sem a assistência de advogado, postulando o pagamento de férias com 1/3. O pedido foi julgado procedente e a reclamada sucumbente interpôs recurso ordinário. A autora foi intimada para apresentar contrarrazões. No caso, conforme previsão legal e entendimento sumulado do TST, (A) a autora não pode exercer o jus postulandi para contrarrazoar perante o Tribunal Regional. (B) nenhuma das partes pode utilizar o jus postulandi em fase recursal. (C) ambas podem exercer o jus postulandi para recorrer e contrarrazoar o recurso ordinário perante o Tribunal Regional. (D) apenas por se tratar de reclamação de empregado doméstico as partes podem exercer o jus postulandi em todas as fases e instâncias do processo. (E) por se tratar de condenação de pessoa física, a reclamada pode exercer o jus postulandi para o recurso ordinário, o mesmo não ocorrendo à autora que foi vencedora. GABARITO 1.E; 2.E; 3.B; 4.A; 5.D; 6.B; 7.E; 8.B; 9.C; 10.B; 11.E; 12.C; 13.C; 14.B; 15.C
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