Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P á g i n a | 1 Patologias benignas da laringe Exame da laringe Fotóforo é a luz de led usada pelos otorrinos que fica na região frontal do rosto, para visualizar melhor a garganta, deixando as mãos livres. Fibra óptica rígida de um laringoscópio. Observe que a examinadora está com uma gaze na mão, segurando a língua da paciente, para poder ver a prega vocal. Anatomia Via aérea superior: Aqui podemos observar os lábios, a língua, palato duro e palato mole. Na região da laringe, ela tem a parte de cima que é a epiglote, que é a parte que fecha quando comemos e abre quando respiramos ou falamos. Na imagem, o risco preto na região glótica representa as cordas vocais e abaixo é a traqueia. Atrás da língua temos a amigdala lingual Laringe: A maior cartilagem é a tireoide. Ela é como se fosse um escodo, porque logo atrás estão as pregas vocais. A cartilagem mais acima é a cricoide. As cartilagens e os ligamentos tem o poder de vibração, que é fundamental para a região das pregas vocais. Isabela Terra Raupp P á g i n a | 2 Observe que a cartilagem cricoidea está na frente, a cartilagem tireoide mais na parte de baixo da foto. As tirinhas brancas no centro são os ligamentos vocais e o músculo ao lado é chamado de músculo vocal, que são chamados também de falsas pregas vocais. Inervação: N. vago: inerva as paredes da laringe. Então, por exemplo, quando eu limpo a orelha, tenho que pensar que o n. vago da um ramo para a orelha e um para a laringe, possibilitando que o paciente se queixe de coceira na garanta, por exemplo. Por isso também se você tem lesão na laringe, pode-se ter otalgia reflexa. N. laríngeo superior: sensitivo N. laríngeo recorrente: motor – faz a abertura, viração e força das pregas vocais. É recorrente porque faz alça no mediastino. Se o paciente tem um tumor no mediatino, ele pode ter paralisia de cordas vocais. Se faz paralisia de um lado das cordas vocais, o outro continua se mexendo. O lado que não mexe fica acumulando muco, que pode ser aspirado. Se paralisa bilateral, como em uma cirurgia de tireoide, o paciente pode ficar sem respirar. P á g i n a | 3 As pregas vocais são constituídas histológicamente de tecido epitelial, ela não tem mucosa. Por isso que temos câncer epidermoide nessa região. As três camadas de lâmina própria são responsáveis pela vibração. É chamado de espaço de Reinke. A parte mais interna são células musculares. Funções da laringe Constrição: protege o aparelho respiratório, força. Protege da aspiração de saliva e alimentos, por exemplo. Fonatória: ao aproximas os bordos das pregas vocais, a corrente aérea vinda do pulmão as faz vibrar, produzindo o tom fundamental a ser articulado pela laringe e boca. Também depende dos seios da face, amigdala, língua, nariz e toda essa parte para a ressonância da voz. Quando o paciente tem paralisia nas cordas vocais ou tumor de epiglote, por exemplo, ele vai ter tosse e engasgos porque a via aérea não está protegida da saliva, do muco e outras secreções. Anamnese Idade do paciente → pacientes com alterações de voz em uma senhora, pode ser por presbilaringe (envelhecimento das cordas vocais, com pregas mais finas e músculo sem tensão, e a voz fica fina e soprosa). Rapaz de 12 anos, rouquidão pode ser da troca hormonal. Se usa bombinhas de broncofilatador, também muda. Profissão → professor, tele marketing Tabagismo, alcoolismo Respiração → se respira só pela boca pela obstrução nasal, as pregas vocais vão ser mais comprometidas Tipo de voz → aguda, soprosa, fônica (parece que tem batata na boca). Esforço vocal (se existir) → vasos cervicais mais turgidos Perfil psicológico → paciente que não te deixa falar, ele fala tudo ou bem apático, não fala nada. Início dos problemas → relação com fator que usou muito a voz, ou se está a mais tempo 2 ou 3 meses. Medicações prévias → existem algumas que prejudicam as pregas vocais, como fluoxetina, escitalopram, outros antidepressivos, bombinhas → ressecam as cordas vocais, causando edema e fungos nas cordas vocais. Histórico clínico → emagrecimento, diabetes, hipotireoidismo (entumecimento da região, da voz mais abafada). Avaliação Inspeção: esforço para falar, sinais de nódulos e gânglios em quanto o paciente fala. Observar bem a região cervical. Exame otorrinolaringológico habitual → lesão no pescoço, pode vir da rinofaringe. P á g i n a | 4 Orofaringoscopia → tamanho de úvula, tamanho de amigdalas, amigdalas linguais na base da língua. Laringoscopia com fibras óticas. Estroboscopia se necessário → vê a corda vocal vibrando devagar. Exames de imagem Raio x de laringe → quase nunca se usa Não é muito específico para exames de laringe Ecografia cervical → mais para gânglios TC de laringe → usado para diagnóstico inicial Lesão em massa RMN → vê melhor as característica das massas Disfonias funcionais São produzidas por hábitos fonatórios viciosos, que causam aos músculos laríngeos um envolvimento funcional excessivo → pessoa sempre garreando, fica fazendo atrito entre um corda vocal e outra, ou sem pausar ou sem água. Se manifestam como sensações dolorosas de esforço e cansaço ao falar. Uma laringe secundária ao esforço se instala com formações de nódulos, pólipos e edema. Pólipos Episódio agudo e intenso de abuso vocal. Lesão conra-lateral. Unilateral, localizado na borda livre do terço anterior. Sésseis ou pediculados – pediculado é quando tem uma base pequena. Tamanho variável. Tratamento é essencialmente cirúrgico com fonoterapia pós operatória. Pólipo hemorrágico traumático → quando a gente grita. Perceba que uma prega vocal está normal e a outra está edemaciada e com o pólipo traumático bem grande. Ulcerações de contato P á g i n a | 5 A pessoa pressiona tanto, fazendo tanta pressão entre as pregas vocais que faz a lesão de contato. Pode ter a ver com refluxo. Causado por fonotrauma, falar com muito atrito, ou muita força, sem articulação. Fica bem redondinho Tratamento: fonoterapia ou botóx Paralisia de cordas vocais Unilateral. A paralisia causa acúmulo de secreções acima da prega paralisada. Nódulos Bilaterais e simétricos. Fendas triangular médio posterior. Pequenas proeminências (tipo calinhos) onde a gente força a voz. Livres à fonação insirada. Normalmente não interferem na mucosa. Observe que quando fecham, fica uma fenda. Tratamento conservador com fonoterapia traz ótimos resultados. Cirurgia só em alguns casos, cirurgia por vídeo e ambulatorial. Esse nódulo não adianta mandar para a fonodióloga, tem que ter tratamento cirúrgico. Micro web com nódulos – tem pessoas que tem entre as pregas vocais essa ponte, mostrada na imagem ao lado, pelas setas. É uma ponte de mucosa e vão ter encurtamento da prega vocal, fazendo atrito nas partes mais proeminentes e propiciando ao aparecimento de nódulos. Edema de Reinke Traumas repetitivos, crônicos e insidiosos como o tabagismo e/ou DRGE faringo-laríngeo. Séssil, bilateral – por toda Prega vocal (espaço de Reinke). Líquido, gelatinoso e até semi-sólido. Prega vocal fica com um “aspecto fofo” no meio. Não abre muito a prega vocal, elas ficam se encostando quando era para abrir. Pode causar dispneia. Tratamento = abandono ao tabagismo, controle do refluxo e reeducação vocal x cirurgia – uma agulha que faz aspiração. Ex.: mulheres de 50 anos tabagista com voz masculina → causado pelo alargamento das cordas vocais. P á g i n a | 6 Quanto mais fina, vibra mais fazendo voz mais aguda. Homens que tem geralmente pregas vocais mais largas, vibram menos, tem voz mais grave.o Esse espessamento tem relação com a diferenciação hormonal entre homens e mulheres. o A voz da mulher depois da menopausa fica mais grossa, mas não chega a ter o edema de Reinke. Cistos São de aspecto parecido com os pólipos, mas de conteúdo diferente. Esse cisto está depois da área fonatória, próximo da seta na imagem. Esse cisto tem que ser tirado por cirurgia. Sulco vocal Disfonia, cansaço ao falar. Pode evoluir para pólipos ou nódulos. Tem um “afundamento” das cordas vocais. Pode ser genético ou mal uso da prega vocal, deixando ela flácida. Voz soprosa. As pregas não se encostam. Granulomas Pós intubação prolongada – porque o tubo fica apoiado ali. Refluxo faríngeo, porque a parte posterior da prega vocal é mais perto do esôfago e fica mais propícia a ter contato com o ácido. Onde tem a seta vemos 2 granulomas. Tratamento: cirurgia + fonoterapia. o Se for do refluxo, tratar refluxo. o Se pequeno, só de tirar o fator de risco já pode resolver. Ectasias capilares/vasculodisgenesias Vasos paralelos à borda livre das pregas vocais, mas podem ser perpendiculares ou tortuosos. Relacionados ao abuso das pregas vocais, a períodos hormonais. Aparece com telangectasias. Queixa: disfonia, voz áspera, porque as pregas são mais duras e não vibram tanto. Tratamento: fonoterapia, remoção do vaso com microcauterizações evitando as bordas livres. Presbilaringe P á g i n a | 7 Voz fraca, soprosa. Não tem nódulos. A prega vocal fica bem fina e não se encosta, porque passa o ar no meio. Em pessoas com > 70 anos. Pode acontecer também em um jovem que perde muito peso rápido, como em cirurgias bariátricas. Ou pacientes muito tempo acamados. Doenças demielinizantes. Tratamento: enxerto, preenchimento com ácido hialurônico para trazer a prega vocal mais para o meio. Laringite Infecções virais, bacterianas ou atópicas. Doenças sistêmicas com manifestações laríngeas: o Sarcoidose – pulmão, cervical, amigdala. o Granuloatose de Wegener – linha média o Amiloidose – placas amiloida na parte lateral das pregas o Angioedema – reação alérgica. o Pênfigo – lesões ulceradas na mucosa de boca e laringe. o LES – compromete a cartilagem com edema e lesões. o Policondrite recidivante. o Artrites. o Endócrinos - hipotireoidismo e ovários policísticos o DRGE – granulomas ou pigarro. Lesões traumáticas: o Inalantes – fumaça, tintas. o Irritação – câncer. o Trauma direto – cotovelada em jogos, cinto de segurança, com fratura de cartilagem e obstrução. As vezes o aspecto da lesão externa assusta, mas temos que lembrar que as lesões internas podem ser piores e causar dispneia. Pregas vocais hiperemiadas e edemaciadas. O epidermoide da essas manchas brancas como a apresentada na seta. Associado ao tabagismo e etilismo. Se vê bem na laringoscopia. Prevenção Uso adequado da voz Treinamento como fonoaudióloga Tratamento de doenças subjacentes, como rinite alérgica e asma. Evitar fumo e álcool Rouquidão sempre deve ser investigada. Tomar muita água. P á g i n a | 8
Compartilhar