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Felipe Yu Bom Kim – 21429216 O filme “A Batalha de Argel” nos mostra os conflitos na Argélia colônia entre a Frente de Libertação Nacional e o Exército Francês, que duraram de 1954 a 1957. Durante o filme, nos é mostrado ambos os lados de uma guerrilha urbana entre ataques terroristas e inversões do exército. A Batalha de Argel explicita ambas as táticas de uma guerrilha urbana, do colonizador, com suas atitudes repressoras e racistas, e do lado insurgente, com assassinato de policiais, bombas em restaurantes, bares e clubes frequentados por franceses. É interessante notar que se pode entender ou absorver do filme, uma impressionante similaridade naqueles que se utilizam, de um lado, a tortura para identificar e neutralizar seus inimigos, e, de outro lado, aqueles que usam o terrorismo como forma de rebeldia, ainda que com justificativas muito boas. Sendo assim, o filme não me parece mostrar qualquer um dos lados como “mocinho” ou “vilão”, mas sim um retrato fiel de acontecimentos e tentações que ocorreram e ainda ocorrem hoje em dia. Por trás deste tipo de conflito, esconde-se uma enorme frustração devido à dificuldade frustrante de encontrar e deter um inimigo que pode ser qualquer um e em qualquer lugar, além da tentação de se recorrer à tortura para extrair informações detalhadas de prisioneiros ou suspeitos que precisam ser inutilizados eficientemente. Outro ponto interessante a se notar é o uso de cidadãos comuns como “escudo” e ao mesmo tempo “arma” neste tipo de conflito. O uso de crianças e mulheres como soldados e instrumentos do terrorismo, jogando-os contra soldados é uma ferramenta cruel, mas efetiva. Uma criança ou mulher com uma arma, é tão letal quanto qualquer outro soldado. No entanto, ao se alvejar uma mulher ou criança, este tiro pode retornar para de onde veio de forma ideológica. Neste sentido, vemos explicitado os valores da ética e da lógica, onde mostra o embate da legalidade com a legitimidade. De um lado, o filme mostra o Estado, usufruindo do monopólio legítimo (se supõe) da força, deixando de lado toda a moral que lhe é esperada ao legitimar o uso da força sem limites para que se consiga o resultado esperado. De outro, guerrilheiros, que mesmo com legitimidade (se supõe), também deixa de lado a moral por fazer uso de táticas terroristas, tanto de ataques físicos quanto ideológicos/propagandistas (uso de mulheres e crianças).
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