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Otite Externa: Anatomia e Tratamento

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P á g i n a | 1 
 
Otite Externa 
Anatomia da orelha externa 
 Pavilhão auricular: arcabouço de cartilagem elástica que fornece o formato característico. É 
importante para captar e direcionar as ondas sonoras para estimular o tímpano a vibrar. 
É uma região muito exposta, então tem que cuidar com lesões solares. 
 Conduto auditivo externo: 
o Cerca de 2,5 cm 
o 1/3 lateral → 
cartilaginoso, 
recoberto por pele 
com glândulas 
sebáceas e 
cerumunosas. É 
onde é produzido o 
cerume de ouvido. 
Dão mobilidade 
para a orelha. 
o 2/3 mediais à 
ósseas, com uma 
pele sem anexos, 
extremamente fina 
junto ao periósteo. 
o Na junção entre a parte cartilaginosa e a parte óssea tem um estreitamento do conduto 
auditivo. É onde trancam os objetos quando introduzidos no conduto auditivo. 
o Membrana timpânica: limite medial do canal auditivo externo. É importante porque 
amplia a vibração da onda sonora e com isso vai fazer com que o impacto da onda 
sonora no martelo, bigorna e estribo, que conduzem o som, seja maior. Então quando 
a onda chegar no ouvido interno, que tem líquidos como linfa e endolinfa, ela vibra a 
cóclea e o labirinto, causando uma vibração, que transforma um impulso físico em um 
impulso elétrico. 
O mal manuseio do conduto auditivo externo, pode causar lesões na parte óssea, como mal uso do 
cone chinês, limpeza com cotonetes que empurram a cera de ouvido para dentro. 
Funções do conduto auditivo externo 
 Condução do som à orelha média. 
 Proteção da membrana timpânica a traumas (curvaturas). 
 Descamação e migração epitelial tornam a membrana timpânica externa “autolimpante”, 
sendo o cerume uma barreira protetora da pele (pH ácido, ácidos graxos e lisozimas). Então, 
a pessoa que limpa demais tem mais chances de ter otite externa do que aquela que só limpa 
o pavilhão auditivo. 
 Apresenta uma flora saprófitas (S. auriculares, epidermidis, Corynebacterium, Streptococos 
e Enterococos). Tem também a Pseudomonas. 
Afecções da orelha externa 
Isabela Terra Raupp 
P á g i n a | 2 
 
 Otite aguda bacteriana: 
o Localizada ou furunculose: Staphylococo 
o Difusa: normalmente acontece no verão que as pessoas mergulham muito, ou quando 
mexem mais na orelha e faz solução de continuidade ou orelha do nadador que a 
umidade e o calor vão fazer edema e pela mudança do equilíbrio do conduto auditivo 
externo, causando infecção. 
 Otite externa viral: 
o Geralmente com aspecto mais bolhoso. 
- 
Otite externa aguda 
 
 Processo inflamatório de origem infecciosa, causada principalmente por bactérias, sobretudo 
Pseudomonas (mais de 60%), Staphylococcus e Streptococcus, mas eventualmente também 
por vírus e fungos (Aspergillus, Candida). 
 5-20% dos atendimentos otorrinolaringológico. 
 É a mais comum. 
 
Fatores predisponentes: 
 Exposição a água; 
 Presença de corpo estranho; 
 Cerume impactado → não ventila, retém umidade, pressiona o conduto auditivo externo; 
 Doença dermatológica associada →psoríase, que faz descamação no conduto auditivo 
externo, com crostas de pele espessas; 
 Uso abusivo de gotas tópicas otológicas → porque elas costumam ter corticoide, antibiótico, 
mudando a microbiota local, propiciando o aparecimento de outros patógenos; 
 Uso de estetoscópio. 
Diagnóstico: 
 Diagnóstico clínico; 
 Dor, secreção e plenitude aural, com alguns dias de duração; 
 Edema, não escuta bem, não consegue deitar, se puxa a orelha dói. 
 História de exposição prévia a água e traumas de conduto auditivo externo; 
 Exame físico: eritema e edema de pele com possível otorreia. 
o Prurido intenso → sugere otomicose ou doenças alérgicas (rinite); 
o Vesículas e crostas → vírus (herpes zoster); 
o Celulite e linfadenopatia → complicações → infecção da pele abaixo de todo o 
pavilhão auditivo e retroauricular. 
Tratamento: 
 O tratamento da otite aguda externa bacteriana, em geral, restringe-se ao toalete do conduto 
auditivo externo, com remoção do cerume e restos epiteliais, para a aplicação de gotas tópicas 
com ATB por cerca de 7 dias → Tem que limpar o conduto auditivo externo, porque se não 
limpar, não será absorvido corretamente e esse resíduo acaba retendo e não cura direito. Pode 
ser feito com água ou com aspirador. 
P á g i n a | 3 
 
 Proteção do conduto auditivo externo durante o banho, suspensão de esportes aquáticos → 
se não está muito edemaciado, pode usar protetores auriculares de silicone. 
 Aminoglicosídeos: potencial ototóxico → por causa da Pseudomonas eram usadas, mas não 
se usa mais. 
 Fluoroquinolonas (ciprofloxacino) é a escolha mais indicada. 
 Apresentações oftalmológicas podem ser utilizadas (pH balanceado, conforto) → Garazone → 
gentamicina + corticoide, mas tem o potencial ototóxico. 
 
Otite externa bacteriana difusa – otite do nadador 
 Celulite da pele e do tecido subcutâneo do conduto auditivo externo ocasionado por uma 
quebra na barreira protetora natural do conduto e facilitada pela presença de umidade em seu 
interior. 
 Acontece mais em climas tropicais e no verão. Em mergulhadores, nadadores e pessoas que 
fazem hidroginástica também podem estar sujeitos. 
 Associada a trauma local com hastes de algodão ou outra forma de condução do conduto. 
Microbiologia: 
o Pseudomonas aeruginosa → mais frequente, não adianta dar amoxicilina → pode 
usar cefalosporina. É o micro-organismo que prevalece. 
o Também pode ocorrer por: S. epidermidis e S. aereus. 
o Podem ocorrer de forma concomitante. 
Quadro clínico: 
 Estágio pré-inflamatório: 
o Prurido, edema, sensação de plenitude (sensação de ouvido entupido). 
 Estágio inflamatório agudo: 
o Otalgia que pode refletir-se por toda a região periauricular → principalmente na 
movimentação do ouvido → Ex.: criança quando tira e coloca a camiseta. 
o Pode ocorrer otorreia clara e inodora. 
o Pode dar só informações de limpeza se dor não tão intensa. 
 Estágio inflamatório agudo intenso: 
o Pouca dor, mas prurido intenso e secreção persistente. 
o Períodos de agudiação podem ocorrer 
o Pele espessada e hipertrofiada 
o Obliteração parcial ou total do conduto 
o Pode dar CI e anti-inflamatório → reduz o edema de forma importante para o conduto 
auditivo 
 
 Na imagem 1, se vê o canal bem 
fechado, bem edemaciado. Na imagem 2 se vê os restos celulares, com a descamação e 
glândulas hiperemiadas. Na imagem 3 já tem um edema bem mais importante, com 
P á g i n a | 4 
 
estreitamento do conduto auditivo, que causa muita dor e desconforto. Dependendo, então, 
do edema, do desconforto e da descamação se orienta o tratamento: 
 
Tratamento: 
 
 Tipo 1 – gotas otológicas + orientações gerais 
 Tipo 2 – AINH + gotas otológicas + orientações gerais 
 Tipo 3 – Corticoides sistêmicos (na ausência de contraindicações → prednisona ou 
prednisolona) + Antibioticoterapia sistêmica (cefalexina, cefadroxil ou quinolonas) + 
orientações gerais. 
 
 Edema da pele do CAE é tamanho que impossibilita a inspeção otoscópica e instilação de 
gotas tópicas: curativo otológico intrameatal 
 Limpeza meticulosa e frequente do CAE; 
 Extensão a estruturas periauriculares: ATB sistêmica (quinolonas ou cefalosporinas de 3ª 
geração); 
 Analgésicos e antiinflamatórios conforme necessidade 
 
Medicações tópicas: 
 Combinação de polimixina B, neomicina e hidrocortisona: efetividade bem documentada; 
 Preparações com ciprofloxacino e ofloxacina: excelente eficácia; aplicadas 2x ao dia; 
 Uso concomitante de corticoides tópicos. 
 
Otite externa localizada - furunculose 
 Inflamação da unidade pelossebácea na porção cartilaginosa do conduto, geralmente 
causada por S. aureus. 
 Quadro clínico: Edema, dor em região mais localizada. 
 Tratamento: 
o Se localizado e não tem muitos sintomas ou é mais inicial, pode fazer só um 
tratamento sintomático. 
o Drenar abcesso, realizar curativo com pomada se necessário e introduzir ATB 
sistêmico. 
Otomicose 
 Infecções fúngicasdo conduto auditivo externo. 
 Prurido intenso e desconfortável e em pacientes imunocomprometidos. 
 Representa até 20% das otites externas. 
 Fatores de risco: uso de gotas otológicas, DM, imunossupressão, cirurgia otológica prévia, 
protetores EPI de ouvido (protetores auriculares). 
 Agentes etiológicos: 
o Aspergillus → A. niger e A. fumigatus. → mais frequente 
o Candida. 
 Tratamento: mais prolongado, durando semanas 
o Remoção do micélio 
o Acidificação do meio com ácido acético 1,5% → menos infecções e funciona como 
prevenção. 
o Antifúngicos tópicos: clotrimazol, miconazol e nistatina. 
 
 
 
 
 
 
P á g i n a | 5 
 
Na otoscopia dá para ver bem as colônias de crescimento fúngico, os “mofinhos”. Isso tudo tem 
que ser removido. Não adianta nada fazer o diagnóstico e o tratamento certo se não limpar o ouvido 
do paciente, removendo o micélio e os resíduos do fungo. Se não limpar, o paciente vai relatar 
sensação de plenitude e a infecção vai progredir. 
 
Herpes Zoster 
 
 Reativação do vírus varicela zoster (HSV-3). 
 Mais comum na 6ª década de vida. 
 Erupção de vesículas (unilateral e respeitando 
dermátomos), acompanhada de dor intensa e posterior 
formação de crostas. 
 Pode ocorrer infecção bacteriana secundária. 
 Diagnóstico: visualização de vesículas + dor importante 
 Tratamento: analgésicos potentes, corticosteroides e 
antivirais sistêmicos (aciclovir e valaciclovir). 
 
Síndrome de Ramsay-Hunt: 
o Paralisia facial periférica. 
o Disacusia (Perda auditiva). 
o Otite externa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Miringite bolhosa 
 
 Infecção viral que acomete a camada lateral da membrana timpânica e o conduto auditivo 
externo adjacente. 
 Mais comum no inverno e em associação com infecção respiratória alta. 
 Quadro clínico: 
o Dor intensa súbita; 
o Zumbido 
o Plenitude 
 
 É a doença que mais dói, dói mais que o Herpes Zoster. 
 Otoscopia: bolha com conteúdo seroso ou hemorrágico 
sobre a membrana timpânica adjacente. 
 É autolimitada, mas pode usar analgesia (podendo usar 
até derivados de opioides) e eventual perfuração de bolhas para 
alívio sintomático, cuidando para não fazer solução de 
continuidade e contaminar e lembrar que o procedimento 
perfura a membrana timpânica e depende do organismo para 
recuperá-la ou não ou levar a cirurgia. 
 
Otite externa maligna ou otite externa necrosante 
 Mais comum em imunocomprometidos. 
Seguidas de otorragia 
com melhora da dor. 
 
P á g i n a | 6 
 
 Inicia como um processo infeccioso de pele e do conduto auditivo externo (otite externa aguda 
bacteriana) que acaba por acometer o periósteo e causa osteíte temporal progressiva com 
invasão de estruturas adjacentes, sepse e óbito. 
 Acontece na junção entre a cartilagem e o osso, tem uma fissura, que permite a entrada de 
bactérias e fazer um processo como uma ostiomielite 
 Comprometimento da microvascularização do hospedeiro é o provável mecanismo 
fisiopatológico que deflagra a invasão do periósteo. 
Quadro clínico: 
 Otalgia pouco responsiva aos analgésicos comuns intensa. 
 Otorreia purulenta, persistente e fétida. 
 Plenitude auricular 
 Ausência de melhora de um quadro inicialmente caracterizado como otite externa aguda 
bacteriana e tratado para tal, em paciente idos, DM ou imunocomprometido. 
 Presença de tecido de granulação ocupando o CAE (transição ósseo-cartilagínea). 
Agente etiológico: 
 Pseudomonas aeruginosa em 95% dos casos, podendo ter outras bactérias associadas. 
Fatores de risco: 
 80 a 90% são idosos ou diabéticos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária, na presença 
ou ausência de imunodepressão. 
 Cuidar em idoso que faz quimioterapia, é diabético e vem com uma otite externa – 
acompanhar mais de perto sempre! 
 Pode apresentar períodos de febre pelo abcesso em picos. 
Complicações: 
 Secreção pode ir para o SNC, pode comprometer vários pares cranianos (mais comum é 
paralisia facial, mas também glossofaríngeo e vago com disseminação o sentido lateromedial 
da base do crânio); 
 Pode causar surdez; 
 Pode haver acometimento cervical (trismo) e intracraniano (meningite, abcesso e trombose 
venosa); 
 Morte. 
Exames: 
 
 Cintilografia por tecnécio: reflete aumento da atividade dos osteoblastos e osteoclastos, 
auxilia no diagnóstico de osteíte, mas tem baixa especificidade. 
 Cintilografia por gálio: mostra a atividade inflamatória local, mas não toda a extensão do 
processo osteomielítico. Volta ao normal com tempo, então avalia melhor a resposta as 
terapias. 
 TC de ossos temporais: diagnóstico tardio, mas com excelente avaliação da gravidade da 
doença. 
 RMN: avaliação de abcessos cerebrais. 
Tratamento: 
 Tratamento multidisciplinar. 
 Controle rigoroso do nível glicêmico. 
 Reversão dos quadros de imunossupressão se possível. 
 Cultura de secreção precoce. 
 ATBterapia por no mínimo 6-8 semanas com ciprofloxacino. 
Cura: 
 Julgamento clínico. 
 Melhora clínica da dor, normalização da otoscopia e queda do VSH. 
 Cintilografia por gálio deve ser repetida a cada 4 semanas até sua normalização antes da 
suspensão dos ATB. 
 Taxa de recorrência: 15-20% 
 Paciente não deve receber alta antes de completar 1 ano de seguimento. 
P á g i n a | 7 
 
Otite média 
 
Anatomia do ouvido médio 
 
Fica atrás do tímpano, representado por toda 
a região onde tem martelo, bigorna e estribo. 
Contempla também o osso atrás do pavilhão 
auricular (mastoide). 
 
Otite interna é labirinto e cóclea. 
 
Então pode complicar com mastoidites. 
 
 
 
 
Abertura da trompa de Eustáquio na via aérea posterior. É composta por uma parte cartilaginosa e 
uma parte óssea. 
Sua importância é porque é um canal de comunicação e porta de entrada de processos 
inflamatórios/infecciosos das vias aéreas superiores para a cavidade timpânca. 
Se não tem boa ventilação, se tem adenoide ou tem secreção, vai comprometer o ouvido médio e 
pode causar otite média aguda ou crônica dependendo do caso. 
 
 É representado pelo óstio na porção cartilaginosa da tuba 
auditiva na parte lateral da rinofaringe. 
 
A porção óssea da tuba 
auditiva se encontra na 
parede anterior da cavidade 
timpânica. 
 
 
Cavidade auditiva e membrana timpânica com sua relação óssea e 
relação com o músculo tensor do tímpano e cartilagens: 
 
 
 
 
 
Quando se perde muito peso e a tuba fica flácida, o 
paciente relata sensação de ouvido tapado/fechado. 
 
 
 
Isabela Terra Raupp 
P á g i n a | 8 
 
Diferença da tuba auditiva em crianças e adultos 
 
Criança: 
 Mais horizontalizada. 
 Em média 18 mm. 
 Ângulo com o plano horizontal de 10º 
 
Adulto: 
 Mais vertical. 
 31-38 mm. 
 Ângulo de aproximadamente 45º. 
 
Por isso em crianças é comum que todos os processos que acontecem no nariz acabam 
repercutindo no ouvido. É muito mais fácil da secreção ir para o ouvido. Por isso crianças tem 
mais otites, pelas IVAS de repetição. Já no adulto, por causa da angulação da tuba auditiva, tem 
que ter mais secreção para chegar até o ouvido médio. 
Funções da tuba auditiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Otite Média Aguda 
 
 Fatores de risco: 
o Disfunção tubária: 
 Hipotrofias musculares em respiradores bucais com hipertrofia de 
adenoides. 
 Malformações de fendas palatinas. 
 Disfunção tubária fisiológica. 
Proteção contra secreção e 
gradiente de pressão da 
tuba auditiva. 
Drenagem e clearence da 
secreção da otite média para a 
nasofaringe. 
Ventilação da orelha média 
para equalizar sua pressão 
com a pressão atmosférica. 
Quando tem mudança de altitude, vai para a serra, anda de avião. Também tem a função de 
drenagem da secreção da orelha média e ventilação para fazer com que o tímpano vibre. 
Se não funcionar direito, pode causar otite de repetição. 
P á g i n a | 9 
 
o Fatores imunológicos: 
 Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses → Fator de proteção!o Exposição a fumaça do cigarro. 
o Queima de carvão. 
o Rinite. 
o Creches→ muita proliferação de IVAS. 
o DRGE. 
o Amamentação em posição inadequada → faz drenagem para o ouvido. 
o Imunodeficiências inatas → pesquisar IgM, IgG, IgA. 
o Crianças com mais de 3 otites por anos, devemos ver se a via aérea e os ouvidos 
estão sendo limpos corretamente, lembrando da lavagem salina que também pode 
ser utilizada. 
 Microbiologia: 
o Streptococos pneumonie → 20-50% 
o Haemophilus influenzae → 15- 30% 
o Moraxella catarrhalis → 2 – 20% 
o S. aureus e bactérias gram negativas → são menos frequentes, mais presentes 
em neonatos. 
o Vírus: VSR e adenovírus → mais frequentes. 
 Incidência: 
o Pico de incidência → 6 a 24 meses (pela anatomia) e entre 4 – 7 anos (pelo contato 
com outra criança) → discutível porque hoje em dia as crianças vão para as 
creches desde cedo e seguem nas escolinhas, sendo maior predisposição. 
o 83% das crianças → pelo menos 1 episódio até os 3 anos de idade → ALTA 
INCIDÊNCIA. 
 Quadro clínico: 
o Geralmente precedida por uma IVAs. 
o Otalgia de instalação rápida 
o Febre 
o Otorreia 
o Prostração → não vai querer mamar (dor) 
o Inapetência 
o Dificuldade para dormir 
o Choro persistente 
o Irritabilidade. 
 Diagnóstico: 
o Evidências claras de processo inflamatório na orelha média ao exame físico. 
o Hiperemia de membrana timpânica 
o Perda da translucidez (edema) 
o abaulamento 
Nos casos de OMA supurada, a membrana timpânica pode apresentar perfurações que, com 
o tratamento adequando, cicatrizam facilmente e sem 
sequelas auditivas. 
 
Na figura, o que está mais escuro é sangue coagulado, pela 
perfuração da membrana timpância. 
Com exceção da 
otorreia, todos os outros 
sintomas são 
inespecíficos e de 
pouco valor preditivo 
para o diagnóstico. 
P á g i n a | 10 
 
Na imagem, a membrana timpânica está edemaciada e hiperemiada. 
O membrana que tem que ser bem fininha para vibrar fica pesada e 
espessa. 
 
 
 
 
 
 Diagnóstico diferencial: 
o Otites externas: menos relacionadas com IVAs prévias, mas mais com a 
manipulação do conduto e/ou atividades aquáticas; Sensibilidade dolorosa ao 
manipular o pavilhão/realizar otoscopia; sem efusão intratimpanica. 
o Otite média crônica: episódios prévios de supuração normalmente sem dor 
ou febre; perfuração da membrana timpânica ou ela não vibra porque está 
aderida ao fundo do ouvido. 
o Otite média serosa: presença de líquido/mucoide intratimpânico sem 
processo inflamatório em atividade. Da sensação de ouvido entipido, mas não 
dor, pode ter atraso na fala se muito pequena. Não tem dor. 
o Infecções de via aérea superior. 
 Complicações: 
 Podem acontecer pelo tratamento inadequado: dose do atb 
não está certa, atb não cobre o agente etiológico ou o não 
está sendo corretamente tratado pelo paciente. 
o Mastoidite – abaulamento, abcesso na parte de trás do ouvido. 
o Petrosis agudas: otorreia, dor facial e paralisia do VI par 
o Paralisa facial periférica → porque o nervo facial passa do lado do ouvido. 
o Labirintites secundárias à OMA → infecção do ouvido interno. 
Tipos de agentes relacionados as complicações: 
o S. pyogenes/Strepto do Grupo A: raro, mas frequente nas complicações, ex.: 
mastoidite; 
o S. pneumonie: associado mais exuberante, mas baixa taxa de complicações; 
o H. influenzae e M. catarrhalis: incidência menor ainda/quase nula de 
complicações. 
 Tratamento: 
o Imensa maioria dos casos evolui bem! 
o Critérios para a decisão de observar ou iniciar os ATB logo na primeira avaliação: 
idade, certeza diagnóstica e intensidade dos sintomas; 
o Observação: APENAS SE POSSIBILIDADE DE REAVALIAÇÃOM 48-72 HORAS! 
o AMOXICILINA 50 mg/kg/dia 2-3x/dia, por 10 dias; 
o Associação com clavulanato OMA pregressa ou uso de ATB recente; 
o Complicações de diarreia ou vômitos → Ceftriaxona IM; 
P á g i n a | 11 
 
o Alergia a penicilina: sulfa+trimetoprim ou macrolídeos (azitromicina, claritromicina); 
o RN: amoxa + aminoglicosídeos (infecção do canal do parto) – possível pela aspiração da 
trompa; 
o Sem evolução satisfatória: pode-se realizar meringotomia (alívio dos sintomas + coleta de 
material – furar o tímpano) – pode fazer solução de continuidade e não cicatrizar mais a 
membrana timpânica → se a criança está muito mal, séptica, 
com paralisia facial ou complicando. 
 
Otite média com otorreia → secreção brilhosa, mucoide e 
viscosa, bem espessa. 
 
 
 
 
 
Otite Média Secretora 
 Presença de conteúdo líquido/mucoide na OM, sem processo inflamatório agudo em atividade. 
 Se divide em: Otite média secretora; otite média serosa; otite média com efusão e otite média 
mucoide. 
← serosa - Presença de bolhas de ar atrás da membrana timpânica, em meio 
a um líquido que preenche a orelha média. A membrana timpânica fica mais 
fina e o osso no centro é o martelo. Comum quando muda de altitude muito 
rápido, em viagens de avião, por exemplo. Maioria das vezes resolve com 
tratamento com descongestionantes 
 
Mucoide -Presença de nível líquido, está mais laranja → 
porque a secreção é mais antiga. Obstrução nasal a 
mais tempo, a secreção fica mais espessa, mais mucoide. O tratamento na 
maioria das vezes é drenar o muco. 
 Quando a efusão se mantém por um período > 3 meses, a otite média com 
efusão é considerada persistente ou otite média serosa crônica. 
 Incidência: maior entre 6 meses e 1 ano, mas mantém elevada até os 5 anos. 
 Etiologia multifatorial. 
 Bactérias isoladas são as mesmas da OMA, mas estão presentes com menor frequência. 
 Fatores de risco: 
o Pessoais: 
 Idade < 5 anos 
 Disfunção tubária 
 Tuba auditiva horizontalizada (crianaças) 
 Estado nutricional 
 Imunodeficiências 
 Alergias 
 Tecido adenoidiano 
 IVAS 
 Malformações do palato/craniofaciais 
o Ambientais: 
 Creches, berçários 
 Tabagismo passivo 
 Poluição 
 Alterações climáticas – em função do uso de ar-condicionado, tem 
aumentado os casos. 
 Contatos 
 Medicações prévias. 
 Quadro clínico: 
P á g i n a | 12 
 
o Atrapalha a criança a adquirir a linguagem 
o Pode apresentar distração 
o Plenitude no ouvido em adultos 
o Geralmente pouco sintomática, apenas com dificuldade auditiva moderada. 
o Pode ocorrer estalos, zumbidos, plenitude e desequilíbrio. 
 Diagnóstico: 
o OM serosa: secreção ou bolhas visíveis através da membrana timpânica translucida. 
Bolhas de ar com secreção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
o Efusão na fase mucoide: membrana timpânica opaca, espessada, com aumento de 
vascularização. Apresenta uma cor mais alaranjada, mais escura. 
o Retração timpânica em vários graus, até mesmo atelectasia, por perpetuação da 
disfunção tubária. 
 Timpanometria: 
o Avalia a mobilidade da membrana timpânica e a função da trompa auditiva. 
o Curva timpanométrica tipo B. 
o Pesquisa do reflexo estapediano. 
o Iminência acústica: medida da quantidade de efusão acústica 
refletida pela membrana timpânica enquanto se varia a pressão do 
canal auditivo externo. 
 
 
Perceba que nesse exame ao lado, em vez de apresentarem 
curvas, há uma linha reta, mostrando que não há mobilidade 
timpânica. 
 
 
 
 Tratamento: 
o Direcionados para corrigir alterações funcionais de ventilação da otite média. 
o Corticosteroides orais e ATB como prevenção e tto das IVAS para reduzir o edema, 
diminuir a viscosidade das secreções e controlar microorganismos presentes na 
efusão. 
o Cirúrgico: 
 Tubo de ventilação: se efusão persistente por um período > 4-6 meses + 
hipoacusia. 
 Crianças sob anestesia geral e com microscópio. 
 Miringotomia: incisão da membrana timpânica para drenagem de líquido da 
otite media com colocação de tubo de ventilação. 
 
Otite média crônica 
 Condição inflamatória de otite média com duração > 3 meses, associada a perfurações 
persistentes de membrana timpânica e otorreia. 
 Tem quadros inflamatórios mais insidiosos, persistentes e, principalmente, destrutivos. 
 Importanterelação entre OMC e deficiência auditiva. 
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 Tímpano furado ou otorreia importante pensar sempre em OMC, tímpano que não funciona 
adequadamente. 
 Classificação: 
o Não supurativa: 
 Perfuração permanente da membrana timpânica mas longos períodos de 
aquiescência 
 Sem perfuração de membrana timpânica → silenciosa 
 Com retração da membrana timpânica → atelectásica. 
o Supurativa 
 Com perfuração da membrana timpânica e otorreia persistente. 
 Fatores de risco: 
o Locais: anomalias craniofaciais, afetando a função da tuba auditiva, obstrução 
nassal. 
o Sistêmicos: imunodeficiência. 
o Socioeconômicos e geográficos. 
 Fatores desencadeantes: 
o OMA de repetição 
o OMA necrotizante – bactéria tão agressiva que por si só ela causa perfuração na 
MT. 
o Trauma 
o Inflamação ou IVAS (rinites, sinusites, disfunção tubária). 
 Microbiologia: 
o Bacilos gram negativos. 
o P. aeruginosa, Proteu mirabilis e E. coli 
 Quadro clínico 
o Não supurativa: 
 Otorreia crônica intermitente (ocasional) há mais de 3 meses, com secreção 
amarela e não fétida. 
 Raramente com manifestação de dor. 
 Orelha seca e livre de infecções no período 
intercrise. 
 Otoscopia: 
 Perfuração central com remanescente de 
membrana timpânica em todo seu contoro. 
 Atelectásica: diferentes graus de retração 
de membrana timpânica, a qual se adere 
aos ossículos e ao promontório. 
 Dificilmente a membrana fecha sozinha, 
mesmo se tratada adequadamente 
o Supurativa: 
 Otorreia mucopurulenta de longa duração, persistente, contínua, refratária 
ao tratamento clínico. 
 Estágio mais agressivo da doença. 
 Provavelmente o paciente molhou o ouvido e por 
não ter a membrana timpânica, fez infecção. 
 Otoscopia: 
 Perfuração timpânica ampla, às vezes 
marginais. 
 Erosões ossiculares são comuns pelo 
excesso de secreção – deforma bigorna e 
martelo. 
 Mucosa da caixa timpânica espessada e 
inflamada, podendo invaginar-se para o 
canal auditivo externo na forma de pólipos inflamatórios. 
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 Achados patológicos: 
 
 
 
o Tecido de granulação pela infecção persistente no ouvido 
médio. 
o Fluídos. 
 
Na otoscopia, ou o tímpano vai estar perfurado ou ele vai estar fino e aderido aos planos 
profundos não tendo boa vibração. 
 Diagnóstico: solicitar avaliação audiométrica completa. 
o Audiometria: na maioria das vezes revela disacusia condutiva de grau variável. 
125 Hz até 8000 Hz em tons e a pessoa vai dizendo se ouve ou não ouve e 
quanto está prejudicada a audição. A perda mais em cima, mais perto dos 
ossículos, da maior prejuízo. 
o Impedanciometria: pode ser solicitada em paciente com perfuração de 
membrana timpânica como forma de avaliação da função tubária. Medida da 
pressão. 
o TC de ossos temporais: busca por colesteatoma e planejamento cirúrgico e 
até onde vai a infecção cirurgica. 
o RMN: suspeita de complicação central. 
 Tratamento: 
o Clínico: 
 Remoção periódica de resíduos epiteliais e secreção do CAE. 
 ATB (polimixina B ou ciprofloxacina) por 7-14 dias, com ou sem 
corticoide. 
 ATB e corticoide VO se infecções persistentes. 
o Cirúrgico: 
 Perfuração da membrana timpânica com orelha seca por pelo menos 3 
meses: TIMPANOPLASTIA. 
 OMC supurativa com otorreia refratária ao tratamento clínico: 
TIMPANOMASTOIDECTOMIA FECHADA. 
 Enxerto de fáscia de musculo temporal. 
Otite média crônica colesteatomatosa 
Acúmulo de queratina esfoliada dentro da orelha média ou de qualquer área do osso temporal, 
originada a partir do epitélio escamoso queratinizado. 
 Aspecto de cisto perolado. 
 Agressividade local importante, podendo levar à 
destruição dos componentes da cadeia ossicular ou de 
partes do osso temporal. 
 3/100000 crianças e 9/100000 adultos. 
 Congênita ou adquirida. 
 Pode complicar com paralisia facial e perda auditiva. 
 
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 Primária: a partir de retração da membrana timpânica, 
geralmente na parte flácida, sem antecedentes de otite 
média. 
 Secundários: associados a alterações relacionadas às 
OMC, como perfurações marginais, migração epitelial ou 
metaplasia epitelial. 
A queratina é o tecido bem branco em cima, os “gominhos” 
em baixo, é o tecido de granulação. 
 
 
O acúmulo acontece principalmente na região epitimpânica. 
Qualquer que seja sua etiologia, sempre se comporta como pseudotumores. 
Apresentam crescimento e causam reabsorção de estruturas ósseas adjacentes por 
compressão ou por atividade inflamatória. 
As manifestações clínicas podem ser variadas e em diferentes graus pela sua ampla 
capacidade invasiva e por suas diferentes localizações: próxim ao sistema ossicular, orelha interna, 
nervo facial, seio sigmoide e SNC. 
Quadro clínico: 
 Perda auditiva: presente no moento do diagnostico em 90% dos pacientes, 
Diretamente proporcional ao grau de destruição do sismtea tímpano-ossicular. 
 Otalgia: não é frequente. É secundaria a infecções ou complicações, associada a 
molhar a orelha. A secreção purulenta tem como sair. 
 Vertigem 
 Otorreia: em 80% dos paciente. É amarelada, com odor fétido e raias de sangue. 
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 Zumbido. 
 Paralisia. 
 Sensação de ouvido cheio. 
 O melhor tratamento é a cirurgia. É mandatória para não complicar com abcesso e perda da 
audição.

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