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Apostila+-+Pentateuco

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Prévia do material em texto

PENTATEUCO
PROF. NATANAEL SOLIS
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 1 
 
INSTITUTO TEOLÓGICO RENOVAÇÃO - ITER 
 
Todos os direitos reservados. 
 
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida sem autorização prévia por escrito do ITER - Instituto 
Teológico Renovação. Não poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: 
eletrônicos, mecânicos, fotográficos, scaneados, gravação ou quaisquer outros, salvo breves citações com 
indicação direta da fonte. 
 
 
CONSELHO DIRETOR 
Chanceler: 
Apóstolo Fábio Abbud 
 
Reitor Presidente: 
Apóstolo Natanael Solís 
 
Diretora Vice-Presidente: 
Apóstola Maria Solís 
 
Diretor Executivo: 
Pr. Abdón Solís 
 
Diretores Adjuntos: 
Pr. Jorge Santos 
Pra. Eunice Solís 
 
Secretários (as): 
Nathalia Alves Solís 
Pra. Sandra Santos 
 
Tesoureiros (as): 
Pra. Eunice Solís 
 
 
Coordenadoria Pedagógica: 
Pra. Karen Braz - Pedagoga 
 
 
 
 
APOIO: 
 
IREC – EL SHADDAI 
www.iterteologia.com 
 
 
 
 
www.portalrenovacao.com 
 
 
 
 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 2 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre o livro Didático 
Categoria - Religiões - Teologia 
Execução - 2013 
1ª Edição 
 
Título Original: Pentateuco 
Todos os direitos reservados por 
ITER- Instituto Teológico Renovação 
Avenida Capitão Luiz Antônio Pimenta nº 354 
São Vicente - SP 
CEP 11330-200 
Contatos: Pr. Abdón Solís 
(13) 3466.7627 / (13) 97418.6972 / ID 35*41*59516 
(13) 99166.2290 / (13) 7820.9501 / ID 55*64*117909 
 
Equipe de Realização 
 
Produção fotográfica: 
Nathalia Alves Solís 
Supervisão Geral: 
Ap. Natanael Solís 
Produção Editorial, Coordenação e Revisão Teológica: 
Pr. Abdón Solís 
 
 
 
 
 
Índice Catálogo Sistemático 
 
1- Referência – Teologia do Antigo Testamento – Religião 
 
 
 
 
 
 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 3 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Pentateuco é o nome pelo qual, classicamente, é conhecida a coleção dos cinco 
primeiros livros do Antigo Testamento. Este compêndio de livros com seus nomes, 
divisões e formação é identificado pelo seu significado em grego penta + teuchós que 
traduz por “cinco estojos” ou “rolos”. Estes estojos ou rolos nada mais eram do que as 
vasilhas ou vasos, supostos armazenadores onde nos tempos antigos se guardavam 
os papiros evitando a deterioração dos documentos e escritas dos ancestrais. Para os 
judeus este conjunto chama-se Torah em língua hebraica, que passou a ser chamado 
de “Lei” até hoje, entretanto o termo Torah inclui um sentido de “orientar”, “guiar”, 
“dirigir”, “instruir” ou “ensinar” (Dt 31.9). A divisão destes livros em cinco, facilita a 
nossa compreensão. 
Segundo a Bíblia Ilumina do Século XXI “a divisão corresponde a uma época já 
remota: encontra-se na tradução grega do Antigo Testamento, a chamada 
Septuaginta ou Versão dos Setenta, que data do século III a.C.”. Por ser muito 
extenso foi realizada a separação dos livros para um melhor exercício: Gênesis 
significa “origem”; Êxodo que significa “saída”; Levítico, que relaciona com “o culto e 
os levitas”; Números, que denota e caracteriza seu significado como “conta” ou 
“censo” do povo no deserto; e por fim Deuteronômio, que significa1 “uma repetição e 
não segunda Lei”. 
O Pentateuco em sua essência é dedicado “em instruir o povo de Israel e a 
regulamentar a sua conduta, tanto na ordem ética pessoal e social como, muito 
especialmente, na religiosa”. Então a partir destes elementos, temos suas narrativas 
de Gênesis á Deuteronômio. Nesta disciplina iremos abordar estas particularidades, 
peculiaridades, tradições, oposições narrativas do Pentateuco. 
 
 
 
 
 
 
1 Em hebraico: Genesis é Bereshit (no princípio) ao segundo, Shemoth (nomes) ao terceiro, Wayiqrá (e 
ele chamou) ao quarto, Bemidbar (no deserto) e, ao quinto, Debarim (palavras). 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 4 
PENTATEUCO 
 
O Pentateuco é um compendio histórico-literário, que relata os nobres e divinos fatos 
sobre um povo, uma nação: Israel. Suas origens, seus costumes e tradições, a 
entrega da orientação escrita por Yahweh ao seu servo Moisés e o início dos cultos, 
são apontados neste livro. Os hebreus conheciam-no como a “Torah” ou “Lei”, sendo 
essa obra também o código normativo da vida da nação. Os judeus ainda chamavam 
o Pentateuco de o “Livro da Lei” ou a “Lei de Moisés”, ou a “Lei do Senhor” (Js 1.8-31; 
2Cr 35.26; Ed 7.10). Dentre os nomes que se encontram dentro da Bíblia Sagrada se 
referindo à Torá temos: “Livro de Moisés” (2Cr 25.4), “Livro da Lei de Moisés” (Ne 8.1) 
e “Livro da Lei do Senhor” (2Cr 17.9). 
O Senhor Jesus citou a Lei para seus discípulos, dizendo: “São estas as palavras que 
eu vos falei, estando ainda convosco, e que importava se cumprisse tudo o que de 
mim está escrito na Lei de Moisés” (Lc 24.44-45). 
A palavra Pentateuco mesmo sendo grega e não hebraica, refere-se aos cinco 
primeiros livros da autoria de Moisés como rege a tradição, de Gênesis a 
Deuteronômio. Destacamos a relevância do Pentateuco: peso histórico e tradição, sua 
plena autenticidade e comprovação na história e nas academias e sua profunda 
consolidação religiosa para o povo judeu. 
 
I. AS ORIGENS DO PENTATEUCO 
 
AUTORIA: TRADIÇÃO CRISTÃ E JUDAICA - A autoria deste compêndio literário é 
defendida por vários séculos como sendo do grande líder Moisés. Não é difícil de 
encontrar oposição à tese da autoria mosaica. A nossa fé e pensamento teológico 
estão em concordância com um dos maiores expositores bíblicos da atualidade sobre 
a autoria mosaica, sem dúvida. O teólogo Eugene H. Merrill na Teologia do 
Pentateuco, descreve que para supracitar esta afirmação confirmando que Moisés é o 
autor do Pentateuco, alguns detalhes precisam ser relevados, não desacreditando e 
sim, confirmando. Ainda, sobre o Pentateuco e sua autoria, Zuck2 diz que “uma 
teologia da Bíblia ou de suas partes tem de examinar cuidadosamente o cenário da 
composição original”. Neste apontamento de autenticidade, Zuck (2009) declara que 
se deve levar em conta “a época, o lugar, a situação e o autor - e a questão da forma 
e função canônica final”. Partindo destes pressupostos, podemos encontrar algo mais 
concreto. As tradições judaica e cristã aceitam “universalmente” que a teologia do 
Pentateuco seja fundamental ao que relata o próprio Antigo e Novo Testamento. A 
assertiva é importante para a crença da autoria de Moisés e sua teologia sendo 
confirmada pelos próprios judeus. Por outro lado, é de grande importância voltar 
 
2 ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento: CPAD, 2009. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 5 
nossos olhos para o contexto histórico do Pentateuco, pois nestes são tratados os 
elementos valiosos do cenário. 
Naturalmente os judeus reconhecem o valor do Pentateuco, entretanto, desde que 
Baruch Spinoza questionou tal tradição em 1671, tem sido uma prática comum os 
críticos eruditos negarem a autoria de Moisés, com base textual e linguística. Apesar 
dessas contestações, a autoria mosaica (Ex 7.1) é confirmada tanto por evidências 
internas como externas do Antigo e do Novo Testamento e pela tradição clássica 
cristã e judaica. O fato de ele ter usado outros documentos, bem comopalavras 
diretas de Deus, é compatível com a inspiração divina na seleção do material. 
Os seguintes livros do Cânon tanto judaico (Torah) como cristão (a Bíblia) afirmam 
que o Pentateuco é de autoria de Moisés (Ex 17.14; 24.4; Nm 33.1,2; Dt 31.9; Js 1.8; 
2 Rs 21.8). Este homem é considerado um dos mais respeitosos dentro da fé judaica 
em todas as vertentes do Judaísmo. Sua vida, experiência, chamada e trajetória são 
mais que comprobatória que Moisés é o autor do Pentateuco. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO - Igualmente, indagam-se os locais onde 
Moisés possivelmente escrevera tais livros. Como já dissemos, não resta dúvida 
sobre os textos que são apresentados para esta comprovação geográfica. Moisés foi 
o ungido-libertador no Êxodo que comunicou aos israelitas sobre a revelação de Deus 
quando ainda eram escravos no Egito e depois o comprovou como se vê no próprio 
Pentateuco. Os fatos históricos e geográficos sobre a vida de Moisés, do povo 
israelita e outros fatos aconteceram nas Planícies de Moabe, quarenta anos depois do 
Êxodo, na época em que Israel estava prestes a conquistar Canaã e estabelecer-se 
como entidade nacional em cumprimento das promessas vociferadas aos patriarcas. 
O teólogo e historiador do Antigo e Novo Testamento, Merrill, conclui: 
 
“Embora não haja dúvida de que houvera uma tradição oral (e talvez escrita) 
contínua acerca das suas origens, história e propósito, foi Moisés que reuniu 
estas tradições e as integrou ao corpo conhecido por Torá, desta forma 
surgindo uma síntese abrangente e oficial. Ficou clara a significação do Êxodo 
e do concerto sinaítico levando em conta as antigas promessas patriarcais. 
Além disso, o papel de Israel diante do pano de fundo da criação e das nações 
do mundo inteiro ganhou significado. Em suma, o cenário do Pentateuco era 
teológico tanto quanto geográfico e histórico. Tornou-se a expressão escrita da 
vontade de Deus para Israel em termos dos propósitos divinos mais amplos na 
criação e redenção.” 
 
A situação tanto literária quanto oral de Deus para Moisés é uma relação que se 
iniciou desde os patriarcas, passando pelo Egito, no período de escravidão israelita e 
se confirma por intermédio desta literatura vetero-testamentária que chamamos 
Pentateuco. A oralidade fez parte do curso da história de vida e relacionamento desde 
Abraão, Isaque e Jacó alcançando Moisés. Por isso não descartamos a premissa de 
Moisés ser o autêntico autor por ordem de Deus para servir de testemunho a todos os 
povos que ele guiava no deserto até a terra. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 6 
IMPORTÂNCIA DO PENTATEUCO - Ao analisar as linhas mestras da Teologia que 
circulam entre os gêneros literários do Antigo Testamento, não se pode ignorar que o 
Pentateuco está em primeira posição em todos os “arranjos” do Cânon do Antigo 
Testamento. O que reafirma o pressuposto de que os cinco livros são basicamente 
para o entendimento dos outros livros – históricos, poéticos e proféticos. Sem o 
Pentateuco os livros posteriores não teriam sentido. É necessário conhecer este pano 
de fundo do Pentateuco para que se possa contextualizar o conhecimento do início e 
origens do povo hebreu e de outros povos, para se estabelecer algo concreto no 
sentido literário histórico na sua essência sem equívocos. O Pentateuco é a base do 
Antigo Testamento. 
 
A HIPÓTESE DOCUMENTÁRIA – Durante muitos séculos se pensou que Moisés 
tivesse escrito pessoalmente todo o Pentateuco. Em 1753, Astruc, médico de Luís XV 
(rei da França), notando que Deus era chamado, no Pentateuco, ora de Yahweh ora 
de Elohim, aventou a hipótese de que isso se devesse a narrações paralelas. Nascia 
assim a Hipótese Documentária. Ela passou por reformulações e sua história foi 
ampliando suas fronteiras em decorrência das descobertas arqueológicas, que 
restituiriam antigos documentos assírio-babilônicos. 
A Hipótese Documentária propõe que o Pentateuco foi derivado de fontes 
independentes, paralelas e narrativas completas, que foram subsequentemente 
combinadas em sua forma corrente por uma série de redatores ou editores. O número 
destas fontes é usualmente fixado como sendo quatro, conhecidas como, Javista ou 
J, a fonte Eloísta, ou E, a fonte Deuteronomista, D (este nome provém do fato de esta 
fonte é a base do livro do Deuteronômio) e a fonte Sacerdotal, ou P (em alemão, 
sacerdote é priester, e em inglês é priest). 
 
Hoje dificilmente encontramos um especialista que não admita que o Pentateuco seja 
constituído por quatro documentos, embora as pesquisas tendam, às vezes, a se 
diversificarem muito e a atribuição de um ou outro versículo a esta ou àquela tradição 
possa ser contestada. Veremos em nosso estudo então estas quatro tradições das 
origens do Pentateuco: 
 
 J: A HISTÓRIA JAVISTA (escrita cerca de 950 a.C. no sul do Reino de Judá) 
 A forma poética dos relatos sobre o reino do sul (Judá). 
 Destacam o nome divino Javé (Yavé). 
 Relata desde a criação (Gn 2.5-25) até a conquista de Canaã. 
 
 
 E: A HISTÓRIA ELOHISTA (escrita cerca de 850 a.C.) 
 
 Relatos sobre Moisés no reino do norte (Israel). 
 Destacam nome divino Elohim. 
 Relata desde a criação (Gn 2.5-25) até a conquista de Canaã (uma síntese das tradições de J e E). 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 7 
 D: A HISTÓRIA DEUTERONÔMICA (escrita cerca de 550 a.C. em Jerusalém) 
 
 Possui uma interpretação do reino do norte da história de Israel desde Moisés até o exílio (depois 
de 587 a.C.). 
 E são incluído os livros de Deuteronômio, Josué, Juizes, 1 e 2 Samuel, e 1 e 2 Reis. 
 Estabelece uma síntese das tradições mosaicas (tribos) e as tradições e o período monárquico de 
Davi. 
 A justiça de Deus: a provação de Israel mediante sofrimento, punição divina por causa do pecado 
da nação. 
 
 
 P: A HISTÓRIA SACERDOTAL (escrita cerca de 550 a.C. pelos kohanim, 
sacerdotes judeus, no exílio babilônico) 
 
 É a orientação, instrução para os sacerdotes de Jerusalém sobre as instituições religiosas e história 
Israelita. 
 Contém uma interpretação do reino do Sul sobre a história de Israel desde Moisés até a restauração 
(depois de 538 a.C.). 
 São mencionados temas do livro de Gênesis (1.1-2.4) até Números e os livros de Crônicas-Esdras-
Neemias. 
 
Muito embora a Hipótese Documentária (também conhecida como Hipótese de 
Wellhausen) tenha sido substancialmente alterada e modificada por outros modelos 
paralelos no século XX, sua terminologia e seus insights continuam a providenciar um 
referencial para as modernas teorias sobre as origens da Torá. 
 
O HEXATEUCO / TETRATEUCO E DEUTERONOMISTA 
Alguns estudiosos acrescentam ao Pentateuco o livro de Josué – chamado 
“Hexateuco”. A priori, é que o Deuteronômio finaliza com a morte de Moisés e não 
narra a entrada na terra prometida, somente no livro de Josué confirma-se este fato 
histórico. Outros estudiosos optam por outra vertente - o “Tetrateuco”, excluindo o 
livro de Deuteronômio. O Tetrateuco é uma introdução da chamada História 
Deuteronomista, que compreende os livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis. 
Os acadêmicos em Antigo Testamento são defensores destas áreas de interpretação. 
Não são todos, porém boa parte simpatiza e flerta com as correntes Javista, Elohista, 
Deuteronômica e Sacerdotal. Devemos lembrar que nesta mesma linha é inserida a 
distribuição destes documentos teológicos em algumas áreas. Para Senday (2013) as 
seguintes informações sobre as teorias se compreendem como: 
 
“Javista: está presente nos livros de Gn, Ex e Nm. Começa em Gn 2.4b e se 
estende até Nm 32. O texto base de sua teologia é Gn 12.1-3, a vocação de 
Abraão. Eloísta: também se encontra em Gn, Ex eNm. O primeiro texto eloísta 
do Pentateuco é Gn 15 e o último é a perícope de Balaão, em Nm 22. A 
teologia está centrada na aliança que Deus fez com Abraão e especialmente 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 8 
com Moisés no Sinai. Deuteronomista: está presente apenas no livro de 
Deuteronômio. O ponto central é a eleição divina: Deus escolheu Israel como 
seu povo. Sacerdotal: começa em Gn 1.1 e se estende até Dt 34. Portanto está 
presente em todos os livros do Pentateuco. Seu ponto central é a aliança do 
Sinai, com todas as suas leis que faz de Israel uma comunidade santa.” 
 
 
Em todas estas vertentes sobre o Pentateuco, o mais preocupante é a negação da 
autoria de Moisés. Todos os estudantes da Bíblia necessitam ter uma noção do que 
se trata esta questão e sua importância para a posteridade. A vertente liberal em 
oposição à conservadora e vice versa, é apresentada aqui para esclarecimento e 
orientação desta disciplina. De acordo com o teólogo Tokashiki, “atualmente o 
liberalismo predomina nos estudos do AT em todo o mundo”. Para isto ele alista 
alguns nomes que concordamos nesta premissa: 
 
“Liberais: Negam a unidade e autoria mosaica. 
Klaus Homburg, Introdução ao AT, Ed. Sinodal, 1981. 
Aage Bentzen, Introdução ao AT, ASTE, 1968, 2 vols. 
E. Sellin & G. Fohrer, Introdução ao AT, Ed. Paulinas, 1978, 2 vols. 
Werner H.Schmidt, Introdução ao AT, Ed. Sinodal”. 
 
 
 
 
 E, contudo, na ala conservadora ele expõe os seguintes nomes: 
 
“Edward J. Young, Introdução ao AT, Ed. Vida Nova, 1964. 
Clyde T. Francisco, Introdução do VT, JUERP, 1969. 
Gleason L. Archer, Merece Confiança o AT?, Ed. Vida Nova, 1991. 
Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o AT, Ed. Vida, 1996. 
W.S. Lasor, D.A. Hubbard & F.W. Bush, Introdução ao AT, Ed. Vida Nova, 1999 
(conservador?)”. 
 
Aconselhamos ler estes livros, porém, seus pensamentos não são coerentes com a fé 
clássica. Para um estudioso da Bíblia Sagrada, estas vertentes se chocam 
diretamente não fomentando um pensamento unívoco concernente aos milagres e 
prodígios que Deus realizou com seu povo, visto que muitas destas vertentes não 
respeitam a posição sobrenatural que a fé cristã tramita. 
 
II. AS DIVISÕES E SUBDIVISÕES DO PENTATEUCO 
 
O Cânon hebraico é um livro sagrado para os judeus. A primeira parte do Antigo 
Testamento chamado de Pentateuco, do greco-latino pentateuchus “o livro guardado 
em cinco vasos”. Este por sua vez, consiste em um regido e extenso grupo de 
instruções irrevogáveis para a nação. Este conjunto dos cinco primeiros livros da 
Bíblia é formado por narrações históricas e instruções. “Assim, a aliança é o elo 
teológico do Pentateuco, o sinal desta marca é a circuncisão dos judeus”. A temática 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 9 
do Pentateuco gira em torno da reconciliação e da restauração. Nele são 
apresentadas as três leis importantes para o povo de Israel: Lei Cerimonial - Culto a 
Yahweh (Lv 1.1-13); Lei Civil - A vida diária de Israel (Dt 24.10,11) e a Lei Moral - Os 
dez mandamentos (Ex 20.1-17). Em suma, o Pentateuco é o cânon hebraico de 
grande importância. O mesmo é dividido em duas grandes partes, são elas: A 
primeira parte: Gênesis 1 – 11. A segunda parte: Gênesis 12 – Deuteronômio 34. O 
Centro de Estudos Teológicos de São Paulo explana descritivamente, enumerando 
estes livros da seguinte forma: 
 Gênesis: Soberania de Deus sobre a criação, o homem e as nações. 
 Êxodo: Poder de Deus para julgar o pecado e redimir seu povo. 
 Levítico: Santidade e provisão de Deus para uma vida santa. 
 Números: Benevolência e severidade de Deus ao disciplinar seu povo. 
 Deuteronômio: Fidelidade de Deus ao cumprir suas promessas. 
 
 
As discordâncias destas afirmações são naturais. Porém, não há necessidade de 
mutilar estas veracidades históricas. A Lei (Torah), instrução, orientações e padrão 
para o povo escolhido sempre serão a lei dada a povo hebreu. A sua relevância para 
a religião judaica permanece atual, extremamente respeitada e memorada. 
 
Alegações fictícias e religiosas em oposição ao Pentateuco - Estes cinco livros de 
Moisés são os escritos mais antigos. Isto é incontestável. Para os místicos, 
admiradores e simpatizantes do hinduísmo, o livro mais antigo do mundo é o 
Mahabarata3 (um dos livros sagrados para os hindus). O outro livro importante para o 
hinduísmo é o Bhagavad Gita4 Sendo suas formas de narrações quase que 
inexplicáveis e incoerentes. O livro de Gênesis e todo o Pentateuco não são confusos. 
Seu fator primordial é que seus escritos são compassada e diretamente vivenciados e 
orientados pelo Divino - o Eterno. Ao mergulharmos nos discursos e narrativas do 
Pentateuco, entenderemos ainda mais a veracidade desta epopeia do povo hebreu e 
israelita com o seu Deus. Assim, no livro do Gênesis – vemos o começo de tudo. 
 
1) O LIVRO DE GÊNESIS 
 
O título Gênesis vem do grego e quer dizer “origem”. A primeira palavra do Gênesis 
em hebraico Bereshit5 se traduz “no princípio” - palavras que indicam tanto o alcance 
como os limites do livro. Gênesis relata o começo de tudo, menos de Deus. Outra 
 
3
 Segundo o livro das religiões publicado da Cia.Das Letras (2002) “A religião hinduísta o tem como o 
segundo da classe de extrema importância e princípios. O Mahabharata é a maior história da Índia, 
contendo uma narrativa de poema épico sobrepujando e ultrapassando cem mil versos, todos 
compostos em sânscrito pelo sábio Vyasa. Para a religião o Mahabharata contém incidentes 
dramáticos, instrutivos e altamente filosóficos ao mesmo nível do “Bhagavad-gita” (HELLERN, 
VICTOR. NOTAKER, HENRY, GARDER, JOSTEIN. P.31-51). Este livro transmite uma ideia complexa 
de conhecimento de uma forma, valorizando a cultura do modo de vida védico. 
4
 HELLERN, Victor. NOTAKER, Henry, GARDER, Jostein. O livro das religiões, Cia. Das Letras, 2002. 
5
 Tradução que aparece na Septuaginta. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 10 
coisa a notar é que ele conta só os começos, não fala do fim das coisas. Sobre suas 
verdades se ergue toda a futura revelação de Deus ao homem. Sem o Gênesis nosso 
conhecimento de um Deus Criador seria lamentavelmente limitado; seríamos 
tristemente ignorantes do início do nosso Universo. Por isso o livro poético e 
descritivo de Gênesis é chamado “sementeira das Escrituras”. 
 
A. AUTORIA DE GÊNESIS 
 
A tradição e posicionamento antigos de hebreus e cristãos é a de que Moisés, guiado 
pelo Espírito de Deus, escreveu o Gênesis. O livro termina trezentos anos antes do 
nascimento de Moisés. Moisés só poderia ter recebido as informações mediante 
revelação direta de Deus ou por via de registros históricos a que tivesse acesso, que 
tinham sido transmitidos por seus antepassados (Am 3.7). Veja o que Jesus disse 
sobre Moisés (Lc 24.27; Jo 7.19). Todos os anos surgem provas, em escavações 
feitas no Egito e na Palestina, de escritos dos dias de Moisés e da verdade histórica 
do que está registrado no Pentateuco. Moisés foi educado no palácio de faraó e “foi 
instruído em toda a ciência dos egípcios” (At 7.22), que incluía a profissão literária. 
Moisés fez uso da escrita (Ex 34.27; Nm 17.2; Dt 6.9; 24.1,3; Js 8.32). 
 
B. ESBOÇO DE GÊNESIS 
 
O doutor Carlos Osvaldo Pinto em sua obra Foco e desenvolvimento no antigo 
testamento é uma das autoridades que mais expressa questão sintética do livro do 
Genesis6. O esboço sintético do livro de Gênesis (PINTO, 2006, P.31) pode ser 
destrinchado da seguinte maneira: 
 
1. “O começo do mundo (Gn 1.1-25) 
2. O começo daraça humana (Gn 1.26-2.25) 
3. O começo do pecado no mundo (Gn 3.1-7) 
4. O começo da promessa da redenção (Gn 3.8-24) 
5. O começo da vida familiar (Gn 4.1-15) 
6. O começo de uma civilização humana (Gn 4.16-9.29) 
7. O começo das nações do mundo (Gn 10-11) 
8. O começo da raça hebraica (Gn 12-50)”. 
 
 
A forma mais explicativa de como este trecho pode ser aplicado é: 
 Adão começou com Deus e caiu pela desobediência (Gn 3) 
 Abel começou com Deus pelo sangue do sacrifício (Gn 4.4) 
 Noé começou com Deus por meio da arca (Gn 6.8,14, 22) 
 Abraão começou com Deus ao construir altares (Gn 12.8). 
 
6 PINTO, Carlos Osvaldo. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, 2006. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 11 
A princípio lembramos que todos estes estabeleceram novos começos para a raça. O 
registro destes acontecimentos é fantástico. De fato, Gênesis é o registro do começo 
de todas estas coisas. Não é de admirar que quando os homens, por causa da sua 
cegueira espiritual (Ef 4.18), rejeitam a revelação de Deus neste registro incomparável 
do princípio, “eles adoram o acaso como o criador, os animais como seus 
antepassados e a humanidade decaída” como vemos em Romanos no capítulo 1. O 
relato literário do Gênesis começa com a vida vinda de Deus, mas termina com a 
morte de um homem em um monte (Moisés). Algo intrigante! Este livro é a história do 
fracasso do homem. Mas Deus resolve todos os fracassos humanos. Ele é o Salvador 
glorioso (Rm 5.20). 
O registro do Gênesis se estende aproximadamente por um espaço pelo menos 2.000 
anos. Não é inteiramente história; é uma interpretação sobrenatural da história. Mas 
sempre haverá quem se oponha a esta maravilha. Em dois capítulos, Deus apresenta 
a narrativa da criação do mundo e do homem. A partir daí, temos a história da 
Redenção: Deus trazendo o homem de volta ao regaço divino. As forças das trevas 
desde o começo intentam contra este livro, trazendo confusão, procurando distorcer 
as verdades criacionistas, sua autoria mosaica, comprovação científica, literalidade 
hamartiológica, contextualizada com a obstinação do ser humano. A essência deste 
livro é de suma importância e constantemente sofre com afrontas maléficas. As 
Escrituras declaram que o Gênesis é um dos oráculos vivos e eternos entregues a 
Moisés. O próprio Messias dá esse testemunho (Jo 5.46,47). Não há como negar. Do 
contrário, logo teremos que negar um Supremo Criador Divino, a sua criação 
magnífica, o Redentor divinamente prometido, e um livro (Bíblia) ou a Torah (para os 
judeus) divinamente inspirado. As ferramentas teológicas nos auxiliam neste 
agrupamento dos escritos, proporcionando um olhar literário, histórico-geográfico, 
cultural, linguístico e espiritual. O Pentateuco confirma-se nestes aspectos sem 
contradição. 
O teólogo Mathew Henry em seu comentário Bíblico do Antigo Testamento7 sobre 
este livro inicial do conjunto Pentateuco afirma: 
“Gênesis é um nome tomado do grego; significa “o livro da geração ou das 
origens”; chama-se assim apropriadamente pois contém o relato da origem de 
todas as coisas. Não há outra história tão antiga. Nada há dentro do livro mais 
antigo que existe que o contradiga; ao contrário, muitas coisas narradas pelos 
escritores pagãos mais antigos, ou que se podem descobrir nos costumes de 
nações diferentes, confirmam o relatado no livro do Gênesis”. 
 
As outras origens são registradas nos primeiros onze capítulos: “o universo natural, a 
vida humana, o pecado, a morte, a redenção, a civilização, as nações e as línguas”. O 
restante do livro, a partir do capítulo 12, trata do começo da raça hebraica, primeiro na 
sua formação por meio de Abraão, depois no seu desenvolvimento subsequente e em 
sua história mediante as grandes figuras de Isaque, Jacó e José. Essa grande nação 
hebraica foi estabelecida com o propósito definido de que por meio dela, o mundo 
todo fosse abençoado (Gn 12.1-17). Deus prometeu a Abraão, um crente nele, que 
seus descendentes: 
 
7 HENRY, Mathew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento, Tradução ao espanhol de Daniela Raffo, 
CPAD, 2006. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 12 
1. Herdariam a terra de prometida (Gn 12.1-3). 
2. Os faria uma grande nação. 
3. E por intermédio deles (descendência de Abraão) todas as nações da terra 
seriam abençoadas. 
Posteriormente, o Deus de Abraão repetiu estas promessas a Isaque e a Jacó (Gn 
26.1-5; 28.13-15) e depois a Moisés. Alguns intérpretes da Teologia tentam extrair as 
mais diversas formas de conteúdo deste livro. Grandes nomes e mensagens são 
encontrados nele em uma exegese aplicada. Contrastando com os temas e 
colocando-os em prática entendemos a sua preciosidade na vida cristã. 
Os assuntos abordados no livro do Gênesis respondem às grandes perguntas que a 
humanidade busca; a resposta para suas inquietações espirituais. As supostas 
perguntas são respondidas neste livro com fundamentos negativos e positivos como: 
1. A eternidade de Deus; 2. De onde veio o homem?; 3. Como surgiu o pecado?; 
4. Como pode o homem pecador voltar para Deus? (Sacrifício de Abel); 5. Como pode 
o homem agradar a Deus? (A fé de Abraão e a submissão de Jacó). 
Teólogos e estudiosos da linha criacionista concordam na subsequência do pequeno 
esboço de três simples palavras: 
 
1. Geração - No princípio Deus... (Gênesis 1.1) 
2. Degeneração - Mas a serpente... (Gênesis 3.1) 
3. Regeneração – Ora, o Senhor... (Gênesis 12.1) 
 
 
Este resumo é prático para evitarmos toda a complexidade deste livro. O Gênesis é o 
registro da derrocada do ser humano, primeiro num ambiente ideal (Éden), depois sob 
o domínio da consciência (da queda até o dilúvio), e finalmente sob o governo 
patriarcal (Noé a José). Em cada caso de queda, porém, Deus supriu a necessidade 
do homem com as maravilhosas promessas da graça soberana. É apropriado, 
portanto, que o primeiro livro nos mostrasse o fracasso do homem, resolvido pela 
salvação de Deus, em todas as circunstâncias. E nestas linhas introdutórias e 
esboçadas, entendemos a criação das gerações, a degeneração e a promessa de 
regeneração e redenção. Deus cria, a serpente destrói e Deus restaura. 
 
Identificações messiânicas no Gênesis - Em teologia bibliológica e hermenêutica 
aprendemos que Jesus Cristo é o centro da Bíblia. Ele se encontra em cada página. 
Em Gênesis se apresenta como tipologia e profecia. Os tipos de Cristo e as profecias 
referidas a Jesus estão hermeneuticamente expressas nas seguintes passagens do 
Pentateuco em Gênesis: A Semente da mulher (Gn 3.15); Abel e seu sacrifício de 
sangue (Gn 4.4 ); a entrada na arca da segurança (Gn 7.1,7 ); a oferta de Isaque (Gn 
22); José erguido da cisterna ao trono (Gn 37.28; 41.41-44). 
 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 13 
C. DIVISÕES DO LIVRO 
 
1. O relato da criação (Gênesis 1 e 2) - Indubitavelmente este relato mosaico foi 
escrito bem antes, provavelmente por Abraão, Noé, ou Enoque. Não se sabe ao certo. 
Na ótica de Paul Hoff em seu livro Pentateuco (2005) confirma “as informações sobre 
os relatos são verídicos. Os achados arqueológicos, registros outros utensílios são 
prova cabal sobre tudo”. A escrita era comum antes dos dias de Abraão. Em Ur, como 
em todas as cidades importantes da Babilônia, havia muitas bibliotecas com milhares 
de escritos, livros, obras de referência, livros de matemática, de astronomia, de 
geografia, de religião e de política. Sem dúvida Abraão recebeutradições ou registros 
de Sem sobre a história da criação, da queda do homem e do dilúvio. Abraão viveu 
numa sociedade culta, com instrução e com certeza registrou tudo o que aconteceu 
consigo e com as promessas que Deus lhe fez. Usou placas de barro em escrita 
cuneiforme, para serem guardadas nos anais da nação que ele estava fundando. 
O livro começa com estas palavras que o tempo não conseguiu deslustrar: “No 
princípio criou Deus os céus e a terra”. Nestas simples palavras temos a declaração 
da Bíblia quanto à origem deste universo material. Deus fez com que todas as coisas 
surgissem pela palavra do seu poder. Ele falou e os mundos foram formados (Hb 
11.3). As interpretações quanto ao método de Deus podem diferir, mas a verdade do 
fato permanece. A obra criadora de Deus foi progressiva, o que primeiro foi: 
O mundo da matéria (Gn 1.3-19); 
Os seres vivos (Gn 1.20-25); 
O homem, coroa da criação (Gn 1.26, 27). 
 
A pergunta retórica é: Quem era o Deus mencionado tantas vezes nos primeiros trinta 
e um versículos do Gênesis? Os livros neotestamentários (Jo 1.1; Hb 1.1) são 
possíveis explicações. Aqui vemos Aquele que nos redimiu por seu precioso sangue, 
nosso Salvador, aparecendo como o Criador deste Universo. Alguém afirmou que 
“Deus Pai é o arquiteto, Deus Filho é o construtor, e Deus Espírito Santo é o 
embelezador do Universo”. O Espírito Santo está em ação na criação (Gn 1.2). 
No capítulo 1 temos o relato da criação em esboço; no capítulo 2 parte dela é 
pormenorizada. Esses pormenores se referem à criação do homem, pois a Bíblia é a 
história da redenção do homem. Deus criou o homem à sua própria imagem a fim de 
o homem ter comunhão com ele, mas o homem separou-se de Deus pelo pecado. Só 
quando o pecado é removido, podemos de novo ter comunhão com Deus. Por isso é 
que Jesus Cristo veio a esta terra, a fim de levar “ele mesmo em seu corpo, sobre o 
madeiro, os nossos pecados” (1Pe 2.24). O pecado não só impede a nossa 
comunhão com Deus, mas também impede a comunhão de uns com os outros (1Jo 
1.9) e aponta-nos o caminho para restauração devido a queda (Gn 3). 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 14 
2. A Queda (Gênesis 3 e 4) 8: 
 
“Adão e Eva foram criados em estado de inocência, mas com o poder de 
escolha. Foram provados sob as circunstâncias mais favoráveis e dotados de 
mente clara e coração puro, com capacidade de fazer o bem. Deus lhes deu 
sua própria presença e comunhão (Gn 3.8)”. 
 
 
O adversário Satanás, o desvirtuador, enganador e influenciador do pecado, agindo 
por meio de uma serpente, tentou-os a duvidar da Palavra de Deus. Eles cederam à 
tentação e falharam na obediência. Aqui o pecado entrou no mundo. Satanás ainda 
influência os homens para desobedecerem a Deus. Os resultados do seu pecado são 
apresentados em Gênesis 3. Separaram-se de Deus, a terra foi amaldiçoada, e a 
tristeza encheu-lhes os corações. Contudo a promessa de redenção pela magnífica 
misericórdia foi profetizada ainda no Gênesis (3.15). A semente da mulher (Jesus, 
nascido de uma virgem) destruiria as obras do diabo (1Jo 3.8), e aconteceu. 
“Logo após a ‘queda’, os homens passaram a cultuar ao Senhor como o Senhor se 
agradaria. Tinham o propósito de manter diante do homem o fato da sua queda e o 
Sacrifício por vindouro. Pelo derramamento desse sangue é que ele seria redimido do 
pecado” 9 e da morte (Hb 9.22). Dois dos filhos de Adão, Caim e Abel, trouxeram seus 
sacrifícios ao Senhor. “Caim, trouxe do fruto da terra. Abel, por sua vez, trouxe das 
primícias do seu rebanho” (Gn 4.3, 4). A oferta de Abel foi aceita ao passo que a de 
Caim foi rejeitada. Pelo conhecimento da Palavra temos prova de que a oferta não foi 
aceita porque não era típica do sacrifício que seria mais tarde oferecido no Calvário. 
Caim irou-se contra seu irmão e em sua ira o matou. 
 
Os estudiosos do Pentateuco e Antigo Testamento afirmam que “a primeira escrita 
surgiu quando Deus pôs um “sinal” em Caim” (Gn 4.15). O sinal representava uma 
ideia e o povo sabia qual era. Essas marcas ou sinais eram usados para registrar 
ideias, palavras ou combinação de palavras. Esse tipo de escrita foi descoberto em 
cidades pré-históricas da Babilônia. Notavelmente, antes de Deus dar a Lei a Moisés 
(Ex 20), encontramos várias ordenanças muito definidas no livro de Gênesis. Desde o 
princípio Deus tinha instituído o dia de descanso (Gn 2.1-3) e o casamento (Gn 2.24). 
A lei do dízimo já era observada (Gn 14.20) por Abrão e posteriormente nas palavras 
de Jacó em Gn 28.22. O Criador apenas tentou mostrar para o homem (descendente 
de Adão), que ele era apenas o administrador e não dono da criação. 
 
3. A Primeira Civilização - A civilização anterior ao dilúvio se chama “civilização 
antediluviana” e pereceu nesse julgamento. Foi à civilização iniciada por Caim. 
Terminou em destruição. A Bíblia ensina e os arqueólogos confirmam que os homens 
que viveram antes do dilúvio não eram selvagens. Já tinham atingido um considerável 
grau de civilização (Gn 4.17-22). Embora não se saiba muito sobre os antediluvianos, 
alguns dos lugares que habitaram foram descobertos e remanescentes das suas 
obras confirmam uma civilização como a Bíblia parece descrever. 
 
8 Artigo Disponível em http://irmaorobson.blogspot.com.br/2011/04/queda_8178.html 
9 Ibdem. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 15 
Em três cidades, Ur, Quis e Fara, o depósito sedimentar deixado pelo dilúvio foi 
descoberto pelo Professor Woolley, arqueólogo enviado pelo Museu Britânico e pela 
Universidade da Pensilvânia. Debaixo dos depósitos diluvianos em Ur ele encontrou 
camadas de detritos cheias de instrumentos de pedra, cerâmica colorida, e tijolos 
queimados. O mesmo se deu com as outras duas cidades. Observe em Gênesis 4.16-
22. Primeiro, eram criadores de gado: “Ada deu à luz a Jabal: este foi o pai dos que 
habitam em tendas e possuem gado” (Gn 4.20). Segundo, músicos: “o nome de seu 
irmão era Jubal. Este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta” (Gn 4.21). 
Terceiro, artífices e fabricantes: “Zilá, por sua vez, deu à luz a Tubalcaim, artífice de 
todo instrumento cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22). Quarto, construtores: “E 
coabitou Caim com sua mulher; ela concebeu e deu à luz a Enoque. Caim edificou 
uma cidade e lhe chamou Enoque, o nome de seu filho” (Gn 4.17). 
A civilização que Caim fundou pode ter sido igual à da Grécia ou de Roma, mas o 
julgamento de Deus estava sobre ela. Por quê? (Gn 6.5-7). 
 
4. O Dilúvio (Gênesis 5-9) - A narrativa do dilúvio na Bíblia é muito simples e 
direta. A história não é contada por ser assustadora ou interessante, mas porque é 
fato em relação à redenção. O mal tinha crescido desenfreadamente ameaçando 
destruir tudo o que havia de bom. Só restava um homem justo, Noé. Deus envia o 
dilúvio para restaurar o bem na terra (Gn 6.5) e separar o justo do ímpio. Ele dava o 
primeiro passo no sentido de uma nação escolhida. Noé advertira os homens por 120 
anos enquanto construía a arca, mas as misericórdias de Deus foram recusadas e 
assim, tiveram de perecer (Gn 6 e 7). Noé e sua família foram salvos do dilúvio pela 
arca (tipologia de Cristo, nossa Arca de segurança). Quando saiu, o primeiro a fazer 
foi erigir um altar e adorar a Deus (Gn 8.20). Deus salvou oito pessoas do terrível 
julgamento da terra pelo dilúvio. Deu-lhes a terra purificada, com amplo poder de 
governá-la (Gn 9.1-6) e o domínio sobre todo ser vivente na terra e no mar. Pela 
primeira vez Deus deu ao homem um governo humano. O homem tinha a 
responsabilidade de governar o mundo para Deus. 
Charles Marston citado por Hoff (2005)10, famoso arqueólogo, supera todos os 
grandes detetives da ficção moderna. Em sua busca ele já desenterrou milhares de 
testemunhas de pedra e cerâmica. A verdade das Escrituras fica demonstrada 
quando ele empunha a pá ou a pena. Marston, muitas vezes chamado “arqueólogo 
com um propósito”, tem silenciado os críticos da Bíblia. O registro de muitas pessoas 
que os cientistas diziam nunca terem existido tem sido trazido à luz; muitos lugares 
que pareciam só nomes bíblicos têm sido desenterrados. Marston declara que a cena 
dos acontecimentos registrados nos primeiros capítulos do Gênesis parece ter sido 
perto do rio Eufrates. A terra ao redor é chamada Sinear, ou Caldéia, ou 
Mesopotâmia. Nós a conhecemos por Babilônia, hoje chamada Iraque.11 É uma terra 
de desertos áridos através da qual o grande Eufrates desce até o Golfo Pérsico. Mas 
 
10
 Ibdem. 
 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 16 
os desertos estão cheios de ruínas de cidades antigas e antigos canais de irrigação. A 
areia submergiu tudo. As escavações têm revelado ruínas de uma vasta civilização 
que existiu 5.000 a.C. e são o indício de uma era, há pouco, quase esquecida, 
marcada por dois grandes povos - os sumérios e os semitas. Os semitas derivam seu 
nome de Sem, o filho mais velho de Noé. A raça hebraica, da qual descende Abraão, 
foi uma ramificação desse povo. Descobertas arqueológicas na Mesopotâmia trazem 
indícios do dilúvio, tanto nos escritos cuneiformes como nos seus próprios depósitos. 
As bibliotecas cuneiformes parecem ter dado narrativas minuciosas e referências a 
esta catástrofe. Também foi achado um prisma de barro, no qual estão inscritos os 
nomes dos doze reis que governaram antes do dilúvio. 
A expedição do doutor Langdon achou evidências do dilúvio em Quis, perto da antiga 
Babilônia. As descobertas dos depósitos feitas pelo Dr. Woolley realizaram-se 
enquanto escavavam Ur dos Caldeus, bem mais para o sul, à meia distância entre 
Bagdá e o Golfo Pérsico. As escavações em Quis revelaram duas camadas distintas 
do dilúvio uns seis metros abaixo da outra. O dr. Langdon liga os depósitos de Ur com 
a camada mais baixa de Quis. Menciona o fato de os escribas babilônios e assírios 
frequentemente se referirem à era "anterior ao dilúvio”. Um rei fala de si mesmo como 
alguém que “gostava de ler os escritos da era anterior ao dilúvio”. 
 
5. Babel (Gênesis 10 e 11) - Depois do dilúvio, o mundo teve um novo começo. 
Mas em vez de os homens se espalharem e repovoarem a terra, como Deus havia 
ordenado, eles construíram a grande torre de Babel em rebeldia contra Deus. 
Julgavam que podiam estabelecer um império mundial independente de Deus. Foram 
castigados com a confusão das línguas que Deus provocou, e assim os espalhou. A 
raça foi então dividida em nações falando diferentes línguas, de acordo com os três 
filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé. Os filhos de Sem se localizaram na Arábia e para o 
Oriente; os filhos de Cam se estabeleceram na África e os de Jafé na Europa. 
Segundo Flávio Josefo, grande historiador judeu, a torre de Babel foi construída 
porque o povo não quis submeter-se a Deus. Quando lemos a história em Gênesis 
11.1-9, a narrativa parece indicar que o povo estava em oposição a Deus. Como 
resultado, houve essa confusão de línguas e a dispersão. 
A maior parte dos descendentes de Noé parece ter migrado da Armênia, onde a 
família de Noé deixou a arca, voltando para a planície da Babilônia onde construíram 
a torre. 
 
6. Período Patriarcal - O período dos patriarcas é o fundamento de toda a 
História. Inclui o período de Adão a Moisés. Devido ao fracasso dos homens durante 
esse período primitivo, Deus chamou um indivíduo. Ele colocou de lado a raça e 
chamou um homem, Abraão, que iria tornar-se o pai da nação hebraica. Esse período 
se inicia em Gênesis 12. 
 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 17 
Ao todo o Gênesis registra cinco Patriarcas: 
1. Abraão 
2. Isaque 
3. Jacó 
4. José 
5. Jó 12 
 
Abraão (Gênesis 12-38) - Deus chamou um homem de nome Abrão para deixar seu 
lar idólatra em Ur dos Caldeus, a fim de ir a uma terra desconhecida, onde Deus o 
faria pai de uma poderosa nação (Gn 12.1-3; Hb 11.8-19). Fez com ele uma aliança, 
conhecida como a Aliança Abraâmica (Gn 12.13). Sem essa aliança, todo o estudo do 
povo escolhido, realmente, todo o AT, terá muito pouca significação. Deus repetiu 
essa aliança ao filho de Abraão, Isaque, e de novo ao seu neto, Jacó (Gn 26.1-5; 
28.13-15). Ele não a repetiu para ninguém mais. Estes são, portanto, os Pais da 
Aliança e é por isso que lemos nas Escrituras: “Eu sou o Deus dos teus pais, o Deus 
de Abraão, de Isaque e de Jacó” (At 7.32). Ele nunca acrescentou nenhum outro. 
Deus fez a aliança com estes três para que eles a comunicassem a outros (Gn 12.1-3; 
26.1-5; 28.13-15). Apesar da maldade do coração do ser humano, Deus quis mostrar 
sua graça. Ele queria um povo escolhido: 
A) que ouvisse e confiasse na sua Palavra; 
B) que fosse sua testemunha às outras nações; 
C) Mediante o qual o Messias prometido pudesse vir. 
Assim começa a história de Israel, o povo escolhido de Deus. Por meio de Isaque, 
filho de Abraão, as promessas de Deus passaram para Jacó, o qual, apesar das suas 
muitas faltas, deu valor à bênção da aliança de Deus. Seu nome foi mudado para 
Israel, um príncipe com Deus (Gn 32.28). Este é o nome pelo qual o povo de Deus foi 
chamado israelita. Seus doze filhos se tornaram cabeças das tribos de Israel (Gn 49). 
 
7. Do clã para a Nação - Uma boa parte da história do Gênesis é dedicada a 
José (Gn 37-48). Por quê? Porque ele é a ligação entre a família e a nação. Até o 
tempo de José, existia uma família, a família de Abraão, Isaque e Jacó. Foi por meio 
de José que a família de Jacó se transplantou para o Egito. Aproximadamente setenta 
pessoas constituíam esta família no final do livro (Gn 49). Ao virarmos a página e 
entrarmos no livro do Êxodo, encontramos uma nação, não mais uma família. Deus 
honrou a José, conhecido como o patriarca messiânico por causa de tantos paralelos 
entre a vida deste homem e a vida de Jesus. José é o tipo de Cristo. 
 
12
 O livro de Jó deve ser colocado depois do livro do Gênesis e antes do livro do Êxodo segundo os 
estudiosos. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 18 
8. Descida para o Egito (Gn 39-50) - Deus sabia ser necessário que os israelitas 
deixassem Canaã até que tivessem a força suficiente para tomar posse da terra. Deus 
queria salvaguardá-los de se misturarem e se casarem com as raças idólatras então 
existentes na terra. 
O livro do Gênesis encerra-se com as palavras: “... e morreu José da idade de cento e 
dez anos; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito”. Há quem diga, que 
existem aproximadamente oito nomes mencionados em Gênesis que devemos 
lembrar em ordem: “Deus, Adão, Satanás, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José”. Há seis 
lugares de suprema importância em conexão com a história do Gênesis: Éden, Monte 
Ararate, Babel, Ur dos Caldeus, Canaã (terra prometida) e Egito. 
 
 
2) O LIVRO DE ÊXODO 
13
 
 
A relação entre o Gênesis e o Êxodo é muito semelhante à que existe entre o Antigo e 
o Novo Testamento. Gênesis narra o fracasso do homem em todas as provas e em 
todas as condições; Êxodo é a epopeia emocionante de Deus vindo em socorro do 
homem. Nele se encontra a obra redentora de um Deus soberano. Êxodo é 
preeminentemente o livro de redenção no Antigo Testamento.Começa em trevas e 
tristeza, porém termina em glória. Começa contando como Deus desceu em graça, 
para libertar um povo escravizado, e termina declarando como Deus desceu em glória 
no meio, de um povo remido. A palavra “Êxodo” vem do grego e quer dizer “saída”. 
No hebraico este livro é chamado Shemoth “nomes”. 
Vejamos alguns dos assuntos mais importantes do livro: 
Moisés: O libertador - O livro apresenta-nos a história de Moisés, o grande herói de 
Deus. O ilustre D.L.Moody disse que Moisés gastou quarenta anos pensando que era 
alguém, quarenta anos aprendendo que não era ninguém e quarenta anos 
descobrindo o que Deus pode fazer com um ninguém (Hb 11.23-29) 14. 
A Lei - “A última parte do livro (19 - 40) nos mostra que o libertador deve ser 
plenamente submisso ao seu Senhor”. Isto, tanto na vontade quanto na dedicação. 
“Por isso, a lei moral é dada, e em seguida a lei cerimonial, que era a provisão de 
Deus para quem violasse a lei moral.” 
O Tabernáculo - O Tabernáculo é um tipo de Cristo. Deus entregou para o povo uma 
figura rica em detalhes. “O Redentor que estava para vir, em seus muitos ofícios e 
como um lugar para a sua glória visível na terra. Sua maravilhosa tipologia é rica em 
verdades cristãs”. 
A Escravidão (Êx 1.1-22) 15 - O lapso de tempo no período entre Gênesis e Êxodo 
ainda não é exato. Este espaço foi o cenário para diversos acontecimentos. Há 
 
13 Estudo Panorâmico da Bíblia, Editora Vida, 2006. 
14
 Ibdem 
15
 Ibdem 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 19 
relatos sobre invasões, lutas como no caso dos Hicsos 16, egípcios e a opressão dos 
israelitas. 
 
“Este livro começa três séculos e meio depois da cena final do Gênesis. O livro 
do Gênesis é a história de uma família. O livro do Êxodo é a história de uma 
nação. Não temos o registro do que aconteceu durante esse longo período de 
silêncio. O patriarca Abraão morreu quando Jacó, seu neto, tinha quinze anos. 
O filho predileto de Jacó, José, fora vendido para o Egito como escravo e 
alcançara grande poder e influência. Os filhos de Jacó haviam conquistado 
grande favor por causa do seu irmão José. Eram setenta pessoas quando 
desceram para o Egito, mas antes de saírem de lá haviam-se tornado numa 
nação de três milhões de pessoas. Depois que José morreu e uma nova 
dinastia ascendeu ao trono do Egito, a riqueza e o grande número dos filhos de 
Israel os fizeram objeto de desconfiança aos olhos dos egípcios. Os Faraós os 
reduziram a uma escravidão da pior espécie. Isso era difícil para o povo que 
antes vivera em liberdade e com todo o favor. Eles se lembraram das 
promessas que Deus fizera a Abraão e seus descendentes, e isso fazia com 
que a escravidão fosse ainda mais difícil de entender (Gn 12.1-3, ss.)”. 
 
A história contada nos livros do Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio mostra que 
Deus não se esquecera da promessa feita a Abraão – “de ti farei uma grande nação” 
(Gn 12.2). Os registros de família de Abraão Isaque e Jacó sem dúvida foram 
levados para o Egito e ali se tornaram parte dos anais de Israel. Através dos longos 
anos de escravidão, eles se apegaram à promessa de que um dia Canaã seria o seu 
lar. Veremos Deus descer e livrar o povo do Egito (Êx 3.7, 8). Agora os indivíduos e 
as famílias tinham-se organizado em uma nação. Deus iria dar-lhes leis pelas quais 
se governassem. Ele os levaria de volta à terra que havia prometido. 
 
O Êxodo (Êx 3 e 4) - A mão poderosa de Deus sempre acompanhava seu povo, por 
todo o trajeto do deserto. É de se pensar a preparação que teria de ser feita para pôr 
em movimento um exército tão grande, cerca de seiscentos mil a pé17, somente de 
homens, sem contar mulheres e crianças. Subiu também com eles um misto de gente, 
ovelhas, gado, muitíssimos animais (Êx 12.37, 38). Moisés tinha apelado repetidas 
vezes para Faraó que deixasse os filhos de Israel sair (Êx 5.1; 7.16). As pragas e as 
negociações de Moisés com Faraó devem ter durado quase um ano. Isso deu tempo 
aos filhos de Israel de juntar os seus pertences. As pragas ensinaram aos filhos de 
Israel algumas coisas importantes, além de forçarem Faraó a deixar os filhos de Israel 
sair. Nossa salvação foi planejada por Deus antes da fundação do mundo (Ef 1.4). 
Achamos o modelo no livro do Êxodo. Ele é o quadro histórico da graça divina, na 
reconciliação do homem por Deus através de Jesus Cristo, que é ao mesmo tempo o 
grande Apóstolo (Moisés) e Sumo Sacerdote (Arão) (Hb 3.1). A história do Êxodo 
repete-se em toda alma que busca libertação da influência perturbadora do mundo. 
Deste ponto de vista, o livro é humano, do primeiro ao último versículo. As coisas que 
aconteceram eram figuras e foram escritas para a nossa admoestação. Estudamos 
Êxodo para ver como Deus liberta o homem pecador, e para conhecer os seus 
propósitos de graça em assim resgatá-lo. 
 
16 Povos de origem asiática que surgiram no período de fome e seca no antigo Egito na época do 
reinado de José. Instalaram-se nas regiões próximas e estabeleceram seus acampamentos crescendo 
e servindo de inimigos para o Egito. 
17 www.ids.org/ 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 20 
A Páscoa (Êx 12 - 19) – A Páscoa é a figura mais clara no AT da nossa salvação 
individual pela fé no sangue vertido por nosso Senhor Jesus Cristo. No capítulo 12 
achamos a razão de chamar Cristo de “o Cordeiro de Deus”, “nossa Páscoa”, e as 
muitas outras referências à sua crucificação como a morte do nosso Cordeiro Pascal. 
Da mesma forma como este capítulo é o coração do livro, assim o livro todo é um 
modelo da nossa salvação. A Páscoa é o fato proeminente do Êxodo (capítulo 12). 
Talvez os filhos de Israel não soubessem a significação dessa festa na noite anterior 
à saída do Egito, mas eles creram em Deus e obedeceram. Toda pessoa deveria 
observar a ordem divina da Páscoa, conforme dada em Êxodo 12. Não era o fato de o 
cordeiro ser imaculado que os salvava (Hb 9.22; 1Jo 1.7; Ap 1.5). Não é a vida sem 
pecado de Cristo que nos salva, mas sua morte na cruz. 
O Sangue aspergido nos umbrais - O cordeiro deveria ser morto, para que o seu 
sangue tivesse utilidade. O sangue era suficiente, mas não tinha valor se não fosse 
aplicado. Todo israelita individualmente devia aplicar o sangue à sua própria casa. 
Observe que devia ser aspergido na verga. O hissopo, erva comum que qualquer 
pessoa podia conseguir, era um tipo da fé. O sangue na verga era o que salvava. Não 
o que eles pensavam ou achavam, mas o que eles faziam é que importava (Êx 12.13; 
Hb 9.22). 
Comam o Cordeiro - Depois que o sangue era vertido e aspergido, vinha a 
orientação sobre o modo de comer o cordeiro. Assim acontece conosco. A salvação, 
primeiro, depois o alimento - comunhão, adoração, vida cristã e serviço. O alimento 
não os salvava, mas o sangue; em seguida vinha o alimento (Jo 6.54-58). 
Sem Fermento - Fermento é sempre um tipo do pecado. O fermento dos fariseus (Mt 
16.6; 1Co 5.7). O fermento da injustiça precisa ser eliminado da nossa vida se 
desejamos comer com Deus. 
Ervas Amargas - Cristo provou o cálice amargo por nós, e nós também temos de 
sofrer alguma amargura. Toda disciplina no momento não parece ser motivo de 
alegria (Hb 12.11). O cordeiro não devia ser comido cru, ou sem ser cozido, seria um 
cordeiro sofredor que passou pelo fogo. Nada devia ser deixado, mas comido às 
pressas sem nada sobrar. Nenhum osso devia ser quebrado! O corpo de Cristo foi 
quebrado, mas seus ossos, não (Sl 34.20; Jo 19.36). Por ordem divina todos deviam 
comer em pé, sem saber para onde iriam. Tudo pronto para a viagem. Que contrastenaquela noite - celebração pacífica nas casas de Israel; terrível lamentação nas casas 
dos egípcios! “Lemos aqui sobre a Páscoa. Agora vem a Passagem. A Páscoa os 
selou. A passagem do Mar Vermelho os fortaleceu. Eles saíram do Egito debaixo do 
sangue, homens marcados. Atravessaram o Mar Vermelho homens resolutos. Deus 
os conduziu para fora e fechou a porta atrás deles!” 
A Dádiva da Lei (Êx 20-24) - Em Êxodo 20-24 vemos a Lei dada, quebrada e 
restaurada. Até agora na história de Israel tudo tem sido graça e misericórdia. Deus 
ouviu o clamor da escravidão deles e lhes respondeu. Deus escolheu um líder e o 
treinou. Deus derrotou seus inimigos. Deus os alimentou e ainda assim se rebelaram. 
Agora surge uma nova ordem de coisas no Sinai. A Lei exige nada menos que 
perfeição. O Salmista diz: “A lei do Senhor é perfeita” (Sl 19.7-11). Só houve um 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 21 
Homem capaz de guardá-la de modo perfeito. Cristo não só guardou a Lei, mas 
pagou a pena completa pela quebra da Lei. Cristo sofreu para que fôssemos 
poupados (Hb 9.13-15; 10.1-22; 1Pe 1.18, 20). Se o homem não podia guardar a Lei, 
por que foi ela dada? Para que conhecêssemos nossa extrema pecaminosidade. A 
Lei não fez o homem pecar, mas mostrou-lhe que era pecador. (Gl 4:4,5; Rm 8.1-4; 
3.19-28). A Lei é o espelho de Deus para mostrar a nossa profunda pecaminosidade. 
Por conseguinte, a Lei é santa; e o mandamento, santo, justo e bom (Rm 7.12). Cada 
um de nós pode escolher como se aproximar de Deus, ou pela Lei ou pelo sangue 
(Hb 12.18-29). A Lei não fazia provisão para o fracasso. É tudo ou nada. As leis 
podem ser divididas em duas partes: 
 
a. Leis relativas à atitude do homem para com Deus. 
b. Leis relativas à atitude do homem para com o próximo. 
 
 
A Bíblia diz que Deus deu todas essas palavras (Êx 20.1). Deus deu o testemunho 
todo e o homem assumiu a responsabilidade total de guardar toda a Lei. Em Êxodo 
19.8, eles proferiram outra coisa. Antes de Israel receber a Lei e começar a guardá-la, 
eles dançavam ao redor do bezerro de ouro, e adoravam um deus que tinham feito 
(Êx 32.1-10, 18). 
 
A Edificação do Tabernáculo (Ex 25-40) - Êxodo cap. 25 a 40 oferece-nos um dos 
veios mais ricos nas minas inesgotáveis da inspiração: o TABERNÁCULO. Temos de 
usar nossa imaginação e intelecto ao entrar nos recintos sagrados e contemplar os 
utensílios nele existentes. Deus disse a Moisés que desejava um santuário ou 
habitação sagrada que apontasse para Cristo e falasse da sua pessoa e da sua obra. 
 
O Tabernáculo 
 
Fonte: http://tempodofim1.tripod.com/Tabernaculo.htm Fonte:The New Life Mission 
 
O Átrio do Tabernáculo - Aqui ficava o altar de bronze, no qual se sacrificavam as 
ofertas queimadas. Lembre-se, Cristo é nosso holocausto (Êx 27.1-8). A bacia estava 
lá para a purificação dos sacerdotes, antes que pudessem entrar no lugar santo a fim 
de prestar o seu serviço (Êx 30.18). 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 22 
O Santo Lugar - Nele ficava o candelabro de ouro (Êx 25.31-40) tipificando Cristo, a 
luz do mundo; e a mesa dos pães da proposição (Êx 25.23-30), porque Cristo é o Pão 
da Vida; e o altar do incenso (Êx 31.1-10), simbolizando a intercessão de Cristo por 
nós. 
O Santo dos Santos - Se descerrarmos o belo véu (que tipifica o corpo de Cristo) 
veremos a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus. Nesse Santo dos santos, o 
sumo sacerdote entrava somente uma vez por ano para aspergir o sangue da 
expiação. O livro de Hebreus nos diz que Cristo não só é nosso Sumo Sacerdote, 
mas que Ele foi nossa expiação, e assim podemos entrar no Santo dos santos (a 
presença de Deus) a qualquer momento com ousadia. O Tabernáculo, com a nuvem 
de glória sobre ele, ensinava ao povo que Deus estava habitando no meio deles (Êx 
25.8). O Tabernáculo era o centro comum e o lugar de reunião que podia ser mudado 
de tempos em tempos. A redenção não foi uma reflexão tardia de Deus (Ef 1.4). A Lei 
foi quebrada no coração do povo antes de ter sido quebrada pelas mãos de Moisés. 
 
3) O LIVRO DE LEVÍTICO 
 
Levítico é o livro de figuras de Deus para os filhos de Israel, com o fim de ajudá-los 
em seu treinamento religioso. Todas as figuras apontam para a obra de Jesus Cristo. 
O título “Levítico” sugere o tema do livro - os levitas, os sacerdotes e as suas funções 
no Tabernáculo. No hebraico, Vayikrá “e Ele chamou”. É chamado também o Livro 
das Leis. Lembramos como Deus havia dado a Moisés, no livro do Êxodo, as 
instruções precisas para a construção do Tabernáculo e acerca da instituição do 
sacerdócio, a fim de que oficiassem nesse lugar santo. Ao abrir este livro, 
encontramos os filhos de Israel ainda no Monte Sinai. Deus continua dando suas 
instruções para o culto no Tabernáculo. Poeticamente, em Gênesis vemos o homem 
perdido; em Êxodo, o homem remido e em Levítico, o homem prestando culto ao seu 
Deus. 
Este livro é oportuno porque insiste em que devemos manter o corpo santo, do 
mesmo modo que a alma porque o Redentor é Santo. Ele não só dá a chave para a 
nossa vida espiritual e um viver santo, mas nos surpreende com lições importantes de 
higiene e saneamento para o cuidado do corpo. Este é um livro divino. O versículo 
inicial dá-nos a chave do livro todo: “E o Senhor chamou Moisés e falou com ele da 
tenda da congregação”. Levítico é Deus falando-nos por meio do Tabernáculo e do 
seu significado. É um livro pessoal. O segundo versículo o indica: “... quando algum 
de vós trouxer oferta ao Senhor...”. Observe que Deus espera que cada pessoa traga 
a sua própria oferta. O modo é muitas vezes tão importante como a oferta. 
 
A. AS CINCO OFERTAS 
Uma das interrogações mais importantes da vida é a seguinte: “Como pode um povo 
que não é santo aproximar-se de um Deus Santo?” Logo no princípio do livro vemos 
Deus tomar providências para que o Seu povo se aproximasse dEle com o fim de 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 23 
adorá-lo. Este livro mostra ao povo remido de Israel que o caminho para Deus é 
através do sacrifício e que ele deve caminhar com Deus numa vida de santidade. Não 
é estranho que haja no íntimo de cada coração uma consciência de culpa e que as 
pessoas sintam a necessidade de fazer alguma coisa com o fim de obter o perdão ou 
alcançar o favor daquele a quem ofenderam? O pagão traz sacrifícios ao altar dos 
seus deuses, porque compreende que nada pode fazer com o seu pecado. Quando 
olhamos para os sacrifícios em Levítico, vemos que são apenas figuras. Eles apontam 
para o Sacrifício Perfeito pelo pecado, que seria realizado pelo Cordeiro de Deus no 
Calvário (Jo 1.29). O pecado pode ser perdoado, mas tem de receber seu castigo. O 
salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Não pode haver comunhão entre Deus e o 
pecado e o único meio de removê-lo é o sacrifício. Sem derramamento de sangue não 
há remissão (Hb 9.22). Há cinco ofertas descritas em Levítico. Deus quer que 
compreendamos a terrível realidade do pecado, por isso Ele espera um sacrifício 
todos os dias. Esta é a relação das ofertas: 
 
1. O Holocausto (Lv 1) - As ofertas começam com o holocausto e terminam com 
a oferta pela culpa. O holocausto é um tipo de Cristo, oferecendo-se a si mesmo 
imaculado a Deus em lugar do pecador (Lv 1.4). Por que aparece em primeiro lugar? 
Porque o sacrifício vem primeiro. Ninguém pode tratar com Deus sem ter primeiro 
submetido tudo a ele. (Lv 1.3.) 
 
2. A Oferta de Manjares (Lv 2) - Assim como o holocausto simboliza Cristo em 
sua morte, a oferta de manjares simbolizaCristo em sua vida. Primeiro, o nosso 
holocausto, depois, a nossa diária e constante oferta de manjares. É o melhor que 
temos, a dádiva da nossa vida. Observe que a oferta imolada tem de vir primeiro. Abel 
a trouxe, Caim não. 
 
3. A Oferta Pacífica (Lv 3) - Cristo é a nossa paz. (Ef 2.14.) Ele fez a paz pelo 
sangue da sua cruz (Cl 1.20). Esta oferta representa a comunhão com Deus. É a 
oferta de ação de graças. 
 
4. A Oferta Pelo Pecado (Lv 4 e 5) - Esta oferta nos mostra Cristo na cruz em 
lugar do pecador. Vemos o reconhecimento do pecado: “Quando alguém 
pecar...oferecerá pelo seu pecado” (Lv 4.2,3). Esta é a oferta para expiação. Nas 
outras, o ofertante vem como adorador, mas aqui vem como pecador convicto. O 
sangue do perdão já foi derramado. Deus aceitou a oferta única de seu Filho, que 
todas as ofertas menores tipificam. 
 
5. A Oferta Pela Culpa (Lv 5.14 - 6.7) - Cristo resolveu inclusive, o problema do 
nosso pecado contra os outros. O sangue da oferta pela culpa limpa a consciência, e 
manda o transgressor de volta àquele contra quem pecou, não só com a restituição 
total, mas com o acréscimo de uma quinta parte (Lv 6.5). O culpado é perdoado e o 
ofendido é recompensado. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 24 
B. O SACERDOTE (Lv 8-10) 
O eterno Deus escolheu uma das doze tribos para cuidar do tabernáculo, a de Levi. 
Uma família dos levitas, a de Arão, seria a dos sacerdotes. Os sacerdotes estavam 
encarregados dos sacrifícios e eram sustentados pelos dízimos do povo. O sacerdote 
ia do homem a Deus com as orações e louvores do povo. Ele representava o povo e 
pleiteava a sua causa. O israelita que desejasse aproximar-se de Deus trazia seu 
animal ao átrio do tabernáculo. No altar do holocausto ele colocava a mão sobre a 
cabeça do animal, para expressar seu arrependimento e consagração. O animal era 
morto e seu sangue aspergido sobre o altar. O sacerdote, representando o adorador, 
aproximava-se então da bacia, na qual lavava as mãos, indicando assim a vida limpa 
que devia seguir-se ao perdão dos pecados. Ele entrava no lugar santo, passava 
pelos utensílios sagrados - o candelabro, a mesa dos pães da proposição, e chegava 
ao altar do incenso, onde a oração era oferecida. 
 
O Sumo Sacerdote - Uma vez por ano o sumo sacerdote passava além do véu, que 
separava o lugar santo do lugar santíssimo, e comparecia diante do propiciatório com 
o sangue da expiação, a fim de interceder pelo povo. O sacerdote não podia 
consagrar-se a si mesmo. Moisés agia em lugar de Deus nessa função. Cada 
sacerdote apresentava seu corpo em sacrifício vivo para o serviço divino, como Paulo 
deseja que façamos (Rm 12.1, 2). Os sacerdotes estavam encarregados dos 
sacrifícios. Os levitas eram seus auxiliares. Cuidavam do tabernáculo, formavam 
coros, eram guias e instrutores no templo. Desde o princípio da história da obra do 
sacerdócio, havia evidências de fracasso. Nadabe e Abiú, filhos de Arão, ofereceram 
fogo estranho diante do Senhor, o que lhes não ordenara, e foram mortos 
imediatamente pelo fogo. Os sacerdotes eram os ministros dos sacrifícios que 
estamos estudando. Cada um deles era uma figura do grande sacrifício de Cristo pelo 
pecado do mundo. 
 
Nosso Grande Sumo Sacerdote - Os sacrifícios de animais já não são necessários, 
porque todos os sacrifícios se cumpriram em Cristo. Por isso não há necessidade de 
sacerdotes. Cristo mesmo é o grande Sumo Sacerdote do homem (Hb 2.17; 4.15). Ele 
é o único Mediador entre Deus e o homem. Ninguém pode colocar-se entre Deus e o 
homem. Somos todos reis e sacerdotes (1Pe 2.5). Cristo é nosso Sumo Sacerdote e 
está à direita do Pai intercedendo hoje por nós. Chegamo-nos a Deus por meio dele e 
só por ele. (Hb 10.12; 7.25; Jo 14.6). Quando contemplamos Cristo como Sacerdote, 
vemos sua divina perfeição compadecer-se das nossas fraquezas (Hb 4.15). Os 
sacerdotes nomeados por Deus pertenciam à tribo de Levi. 
 
C. AS PRINCIPAIS FESTAS 
A primeira parte do livro trata das ofertas e dos ofertantes, enquanto a última parte 
trata das festas e dos participantes. Cinco grandes festas são mencionadas em 
Levítico 23. Os sacrifícios falavam do sangue que salvava. As festas falavam do 
alimento que sustentava. 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 25 
1. A Festa Do Sábado (Lv 23.1-3) - O sábado recebeu um lugar proeminente. 
Era uma festa constante a ser observada durante o ano todo, cada sétimo dia. Era dia 
de adoração e descanso, para celebrar o término da criação de Deus (Gn 2.2,3). 
Hoje, celebramos a consumação da obra da redenção (Lc 24.1; At 20.7; 1Co 16.2). 
2. A Festa Da Páscoa (Lv 23.4, 5) - A Páscoa falava da redenção e era 
celebrada na primavera. Era o dia da independência para o povo de Israel. A festa da 
Páscoa durava um dia, mas a dos pães asmos, que a sucedia, prolongava-se por sete 
dias. Com elas começava o ano, os judeus ainda celebravam a Páscoa quando Jesus 
esteve na terra (Mt 26.19; Lc 2.41-52; Jo 13). Os judeus a celebram até hoje. Ainda 
aguardam o seu Messias. 
3. Festa de Pentecoste (Lv 23.15-22) – Também chamada “Festa das Semanas” 
ou “da Colheita”. Era observada cinquenta dias depois da Festa das Primícias. A festa 
das primícias tipificava a ressurreição de Cristo e a nossa (1Co 15.20). Cinquenta dias 
depois da ressurreição de Cristo foi que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos e 
a Igreja nasceu. 
4. A Festa Das Trombetas (Lv 23.23-25) - Era o Ano Novo dos filhos de Israel. 
Celebrava-se no outono, mais ou menos em outubro. Esta festa indicava a futura 
reunião do povo de Israel então disperso (Zc 14). 
5. A Festa dos Tabernáculos (Lv 23.33-36) - Era a última festa do ano. 
Comemorava o período em que os filhos de Israel viveram em tendas, durante sua 
jornada pelo deserto. Era celebrada no outono e durava uma semana inteira. O povo 
habitava em tendas e ouvia a leitura da Lei. Tabernáculos fazia-os lembrar que, por 
causa da sua desobediência, tiveram de peregrinar por quarenta anos no deserto; 
mas apesar da sua incredulidade, Deus fora fiel em cuidar deles e trazê-los à sua 
herança. Esses dias lembravam-lhes da sua dependência de Jeová e as bênçãos que 
receberiam se fossem obedientes à sua vontade. 
 
D. O DIA DA EXPIAÇÃO (Lv 23.26-32) 
 
Este era o maior dia na história do povo escolhido de Deus. Nesse dia os pecados da 
nação eram confessados. A confissão é sempre o primeiro passo para a justificação. 
Ela revela a atitude certa para com o pecado. Leva ao desejo do perdão (1Jo 1.9). O 
sangue era derramado e os pecados do povo eram cobertos, a fim de que Deus 
pudesse habitar no meio deles, apesar de ser um povo impuro. Aprendemos que 
Deus estava oculto, atrás de um véu, no Tabernáculo e o homem ficava à distância 
(Lv 16.2). O caminho ainda não estava aberto para o homem aproximar-se de Deus. 
Agora podemos entrar com confiança (Ef 3.12), pois Cristo nos abriu o caminho. No 
livro de Levítico, Deus está separado do homem e o homem de Deus. Esse era o 
único dia do ano em que se permitia ao sumo sacerdote entrar no Santo dos santos. 
Entrava com uma oferta para a expiação do pecado do povo. Expiar quer dizer 
“cobrir”. Essa oferta cobriria os pecados do povo até que fosse feito o grande 
sacrifício do Calvário. Nenhuma dessas ofertas removia os pecados. 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 26 
E. O ANO SABÁTICO (Lv 25) 
Era o ano de meditação e devoção - um sábado que durava um ano. O propósito e a 
natureza do sábado eram exaltados. Deus procurou gravar isso na mente do povo, 
livrando-os de qualquer espécie de trabalhopor um ano todo. Isso ele fazia cada sete 
anos. Deus queria que reconhecessem que a terra era santa para Ele. Respirava-se o 
espírito de descanso e meditação. Toda indústria cessava. Todos os dias eram como 
o sábado e a mente do povo se dirigia para as coisas do Senhor. A Lei era lida. As 
dívidas não perturbavam o espírito do povo durante esse ano santo. 
 
F. O ANO DO JUBILEU (Lv 25.8-24) 
Era celebrado cada cinquenta anos. Começava no dia da Expiação com o soar das 
trombetas. Do mesmo modo como no ano sabático, a terra não era cultivada. Todos 
os escravos dos hebreus eram libertados. Escritores judeus contam-nos que o ano do 
jubileu foi observado por ocasião da queda de Judá em 586 a.C. (Is 5.7-10; 61.1, 2; 
Ez 7.12, 13; 46.16-18). Outro acontecimento importante era a restituição, ao dono de 
origem, de toda terra que por qualquer razão tivesse sido tomada. Mas Deus sem 
dúvida tinha um plano de maior alcance relacionado com a vinda do Messias. Os 
registros de todas as tribos e famílias deviam ser cuidadosamente guardados para 
que os direitos de todos fossem protegidos. Isso se aplicava a Judá, a tribo da qual 
viria o Messias. Por esses registros a genealogia de nosso Senhor pôde ser traçada 
com exatidão. 
 
O Número Sete em Levítico - Todo sétimo dia era o sábado. Todo sétimo ano era o 
ano sabático. O ano do Jubileu vinha depois de sete vezes sete anos. O Pentecoste 
era comemorado sete semanas após a Páscoa e durava sete dias. A Páscoa também 
durava sete dias. No sétimo mês eram realizadas as festas das trombetas, dos 
tabernáculos e da expiação. Este livro, como o Apocalipse, é formado ao redor de 
uma série de “setes”. 
 
4) O LIVRO DE NÚMEROS 
 
No hebraico Bemidbar “no deserto”. Este livro pode ser chamado “A peregrinação no 
deserto”, desde o Sinai até as fronteiras de Canaã, a terra prometida, período que 
abrange cerca de 40 anos. Números também é chamado o “Livro das Caminhadas” e 
“Chamadas do Rol” (Nm 33.1,2). Pode ainda ser chamado “o Livro das Murmurações” 
porque, do princípio ao fim, está cheio do espírito de rebelião contra Deus (leia Sl 
95.10). Números é realmente o livro do deserto, que registra o lamentável fracasso de 
Israel em Cades-Barnéia, as caminhadas consequentes e as experiências do povo no 
deserto. Registra a peregrinação, as guerras e o fracasso da segunda geração do 
povo de Israel depois da saída do Egito. Mas não é esta a única mensagem de 
Números. Os primeiros dez capítulos dão-nos a legislação divina; os capítulos de 
onze a vinte contam a história do fracasso daquela nação; mas nos capítulos finais 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 27 
lemos que Israel voltou a experimentar o favor de Jeová e encontramos a vitória final, 
mesmo no deserto. 
Deus foi paciente com o Seu povo. Queria preservá-los para si mesmo. Em 1Coríntios 
10, aprendemos que toda a história deles foi uma “lição objetiva” ilustrando o modo de 
Deus agir conosco hoje. O pensamento-chave é disciplina. Números é o quarto livro 
de Moisés. Em Números, o homem é apresentado como que servindo. Esta é a 
ordem estabelecida pelo Senhor. Só o salvo pode servir e adorar a Deus. Lembre-se, 
fomos salvos para servir. Não somos salvos por boas obras e, sim, para as boas 
obras (Ef 2.10). A Lei pode conduzir-nos à terra prometida, mas só o nosso divino 
Josué (Cristo) pode fazer-nos entrar nela. Paulo diz que a Lei é o aio que nos leva a 
Cristo (Gl 3.24). 
 
1. Preparação para a Jornada (Nm 1-12) 
Ao iniciar-se o livro, os filhos de Israel estavam no deserto do Sinai. Já haviam 
recebido a Lei; o tabernáculo fora construído e os sacerdotes tinham sido designados 
para as suas funções. Agora Deus ia preparar a nação para trabalhar. Os ensinos 
deste livro se aplicam muito bem à vida cristã. 
A ordem é a primeira Lei do Céu. Vemos Deus fazer recenseamento e distribuir as 
tribos (caps. 1 e 2), escolher e determinar os deveres dos sacerdotes e dos levitas 
(caps. 3 e 4). Deus é o autor da ordem. Pensar que Deus contou cada pessoa do seu 
povo e reuniu todos ao redor de si mesmo é muito precioso para os nossos corações. 
Ele habitava no arraial. As doze tribos guardavam o tabernáculo do Senhor. Os levitas 
acampavam-se ao redor do átrio, e Moisés e Arão e os sacerdotes guardavam a 
entrada pela qual se podia chegar a Deus. A circunferência do campo que abrangia o 
arraial dessa forma, e que ficava de frente para o tabernáculo, supõe-se ter sido de 
uns 20 quilômetros. No meio do deserto, Deus estendia-se sobre eles numa nuvem 
de dia, e numa coluna de fogo à noite (Nm 9.15-23). Ele era luz para eles à noite e 
sombra durante o dia. Os sapatos deles não se gastavam, nem suas roupas 
envelheciam. Eram por volta de três milhões de pessoas nesse grande arraial, mas a 
presença de Deus no meio do arraial era a coisa mais gloriosa. 
No primeiro capítulo, Moisés recebe ordens de fazer o recenseamento. O Senhor 
conhece pelo nome os que são seus (2Tm 2.19; Fp 4.3). Até os cabelos da nossa 
cabeça estão contados. Havia um memorial escrito diante dele (Ml 3.16,17). 
Encontramos neste primeiro capítulo a declaração da linhagem do povo. 
Estamos de viagem para o lugar que o Senhor disse: “... dar-vo-lo-ei; vem conosco e 
te faremos bem; porque o Senhor prometeu boas coisas a Israel” (Nm 10.29). A Arca 
da Aliança é a Palavra de Deus no meio do povo. O som da trombeta de prata é o 
testemunho de um profeta fiel. A coluna de fogo e a coluna de nuvem são a 
consolação e a direção do Espírito Santo. O Tabernáculo e os seus estatutos 
constituem o culto do santuário. 
 
ITER – Instituto Teológico Renovação Pentateuco 28 
2. Peregrinações pelo Deserto (Nm 13-20) 
Após um ano no Monte Sinai, os israelitas partiram para Cades, situada na fronteira 
sul da terra prometida. Receosos de entrar voltaram e vagaram pelo deserto ao sul e 
ao leste, até que toda aquela geração morresse. Não viajavam o tempo todo, mas 
ficavam em certos pontos com os rebanhos pastando pelas colinas ao redor. Quando 
a nuvem se erguia, marchavam. Finalmente aproximaram-se de Canaã pelo lado leste 
do Mar Morto. 
Depois de dois anos no deserto, os filhos de Israel poderiam ter entrado na terra da 
promessa imediatamente, se não fosse o pecado da incredulidade. Anos perdidos, 
saindo de Cades e voltando a Cades, porque não quiseram crer em Deus. Não 
quiseram ouvir a Josué e Calebe, que concordaram com tudo que os dez espias 
disseram, mas acrescentaram: “Eia! subamos e possuamos a terra, porque 
certamente prevaleceremos contra ela” (Nm 13.30). Mas o povo não quis confiar em 
Deus e disse: “Voltemos para o Egito” (Nm 14.4). O coração do povo desfaleceu. 
Havendo-se recusado a entrar em Canaã, a porta fechou-se para eles. Isso 
significava terem de peregrinar pelo deserto por quarenta anos. 
A Rocha Ferida - A paciência de Moisés esgotou-se. O povo queixava-se de tudo. 
Num aceso de ira, ele chamou o povo de rebelde e em vez de falar à rocha, feriu-a 
com a vara. A água jorrou. Mesmo que Moisés tivesse desobedecido, Deus foi fiel e 
cumpriu sua promessa. “Ouvi agora, rebeldes, porventura faremos sair água dessa 
rocha para vós outros?” (Nm 20.10). Porque Moisés feriu a rocha pela segunda vez (a 
primeira vez em Êx 17.5,6), em vez de falar a ela, não lhe foi permitido entrar na terra 
prometida. Cristo, como “a Rocha” devia ser ferido uma vez por nossos pecados (1Co 
10.4). 
 
A Vara de Arão Floresce (Nm 17) - O sacerdócio de Arão tinha sido posto em 
dúvida, por isso o próprio Deus deveria confirmá-lo. O cabeça de cada tribo 
apresentou uma vara seca. Deus pôs vida na de Arão. Do mesmo modo, vemos que 
todos os fundadores de religiões do mundo morreram, o próprio Cristo morreu, mas 
só Ele

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