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Material de Apoio 09 - Ação Monitória

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AÇÃO MONITÓRIA 
 
Generalidades de Direito Material 
 
Para que eu preciso de uma ação monitória e, consequentemente, de um rito 
procedimental especial para essa ação 
Imaginem duas situações: 
 
• Situação A) Fábio procura André em um bar e pede R$ 500,00 emprestado, dinheiro 
que André prontamente entrega a Fábio. Esse negócio foi presenciado por 3 pessoas 
que também estavam bebendo no bar. 
 
• Ocorre que Fábio não pagou André e agora ele terá que ajuizar uma ação para 
receber. 
 
• Situação B) Fábio procura André em um bar e pede R$ 500,00 emprestado, valor 
prontamente entregue por André. Porém, André ao invés de confiar nas testemunhas 
que presenciaram o negócio, pega o guardanapo, escreve o dia, a hora, o valor e 
assina juntamente com Fábio confirmando o empréstimo. 
 
• Qual a MUDANÇA que nós temos em relação às situações? 
 
a) O empréstimo pode ser provado apenas por testemunhas - Prova Testemunhal 
b) O empréstimo pode ser pelo guardanapo - Prova Documental 
 
• ATENÇÃO: O guardanapo não é título executivo mas pode ser usado para 
demonstrar a existência do débito 
 
OBSERVAÇÃO: Do ponto de vista do direito material, Fábio é devedor de André nas 
duas situações. Porém, do ponto de vista processual é muito mais plausível eu dizer - e 
demonstrar - que sou credor com base no guardanapo do que com base APENAS no 
depoimento de "três pingunços". 
 
Percebam, não faz sentido que eu tenha um mesmo procedimento para duas situações 
distintas, já que uma obrigação será exigida apenas com testemunhas; enquanto a outra, 
será exigida com prova documental. 
 
PORTANTO, o objetivo da AÇÃO MONITÓRIA é dar um rito de melhor qualidade, 
prever uma tutela diferenciada para aquele credor que exige o cumprimento de uma 
obrigação com prova escrita, isto é, aquele que tem uma prova escrita tem que ter um 
procedimento MAIS FAVORÁVEL em relação àquele que exige o cumprimento da 
obrigação só com prova testemunhal. 
 
Assim, se você NÃO TEM PROVA DOCUMENTAL será obrigado a ir para o 
PROCEDIMENTO COMUM. Entretanto, se VOCÊ TEM PROVA DOCUMENTAL 
[PROVA ESCRITA] você poderá se AVENTURAR NO PROCEDIMENTO 
MONITÓRIO. 
 
 
 
Natureza jurídica da Ação Monitória 
 
Está vinculada ao procedimento de conhecimento, portanto, é declarar o direito - dizer 
quem está certo, quem tem a razão - só que APESAR DE SER UM PROCESSO DE 
CONHECIMENTO, ela está nos PROCEDIMENTOS ESPECIAIS. 
 
Pressupostos da Monitória 
 
Conforme o art. 700 do CPC a Monitória é cabível desde que preenchido três pressupostos 
 
• Prova escrita 
• Sem eficácia de título executivo 
• Contra pessoa capaz 
 
OBSERVAÇÃO: Em prova OBJETIVA você vai apontar que são três os pressupostos. 
Porém, se estiverem fazendo prova escrita ~minha ou de concurso~ demonstre ao seu 
examinador que você sabe que são DOIS os pressupostos. O artigo 700 do CPC ESTÁ 
ERRADO!!! 
 
PRESSUPOSTO 01: 
 
Prova Escrita 
 
a) Prova escrita é diferente de prova documental 
 
• Prova DOCUMENTAL é qualquer substrato MATERIAL - suporte - base - 
fundamento - que contenha uma informação 
o Pintura é uma prova documental 
o Chip/HD de computador é uma prova documental 
o Foto/Vídeo/Áudio é prova documental 
• Porque tudo isso está de alguma maneira registrado - está nas 
"nuvens", num pedaço de papel, na web 
 
• Prova ESCRITA é uma espécie de PROVA DOCUMENTAL 
o Prova escrita é uma prova que contenha caracteres ou características 
linguísticas escrita 
• Cheque é uma prova escrita 
• Pedaço de papel é uma prova escrita 
• Contrato é uma prova escrita 
• Nota assinada no POSTO de GASOLINA indicando 
abastecimento 
• Assinatura em caderneta de venda/padaria indicando compra de 
produtos [leite, pão, hortifruti] 
 
Regra Geral: Todas as provas escritas podem ser usadas para fins monitórios, desde que 
sejam provas escritas verossimilhantes, isto é, as provas escritas devem convencer ou 
representar a existência da obrigação. 
 
Aqui o juiz, ao analisar a prova escrita, deve perceber que há uma alta probabilidade, uma 
chance muito grande do AUTOR DA AÇÃO MONITÓRIA ter razão. 
 
• A ação monitória é uma hipótese de tutela da evidência, fora do artigo 311 do 
Código de Processo Civil. 
 
Documentalização da Prova Oral 
 
NO CPC de 1973 não era admissível que uma pessoa fizesse a "documentalização" da 
prova oral, porque era restrito às provas estritamente escritas, ou seja, aquela prova que 
já nasceu escrita. Ex: Cheque, Contrato. 
 
[art. 700, § 1º] A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida 
antecipadamente nos termos do art. 381 . 
 
• A parte pode ajuizar uma produção antecipada de provas para transformar a 
prova oral em prova escrita e, a partir daí, ajuizar a ação monitória 
 
Análise da Verossimilhança 
 
Dependerá sempre da região, do local e da cultura que você está inserida 
 
Situação 01: Em cidades de pequeno e médio porte é comum em postos de gasolina, 
vendas e padaria ter caderneta, no qual as pessoas compram "fiado" e assinam indicando 
o débito. 
 
Situação 02: Em cidades pequenas ou interioranas é comum - principalmente nos bairros 
- essas vendas, postos de gasolina e padaria fazerem vendas fiado e os devedores não 
assinarem, sendo preenchidas apenas pelo dono ou funcionário do estabelecimento. 
 
A verossimilhança - razoabilidade - do argumento e do documento escrito será valorado 
de acordo com a cultura. 
 
• Na situação 01 - por estar assinado - em qualquer lugar o poder judiciário vai 
entender que há uma probabilidade de existência daquele débito porque é 
plausível e existente que há vendas "fiado" e que as pessoas assinam indicando 
que pagarão depois 
 
• Já na situação 02 - como não está assinado, portanto, é um documento 
produzido unilateralmente pelo credor - vai depender de onde estou para 
verificar se a afirmação e constituição da prova escrita é plausível ou não 
 
o Se analisarmos essa situação 02 em uma cidade do interior de Minas 
Gerais e o juiz que julgar a causa conhecer as práticas sociais praticadas 
naquela região, certamente vai perceber que a alegação é plausível e, 
portanto, verossimilhante, aceitando a monitória 
 
o Entretanto, se analisarmos a situação 02 na cidade de São Paulo - capital - 
o juiz provavelmente terá um entendimento diferente, porque é 
improvável que alguém tenha realizado uma venda na qual o devedor 
não assinou absolutamente nada 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art381
PRESSUPOSTO 02: 
 
Sem eficácia de título executivo 
 
AQUI ESTÁ O ERRO DO PRESSUPOSTO DA AÇÃO MONITÓRIA 
 
CPC, art. 785: “A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar 
pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial”. Nada impede 
que o indivíduo, com um cheque não prescrito, por exemplo, entre com ação monitória. 
 
Por que essa previsão? Porque o cumprimento de sentença tende a ser muito mais efetivo 
e mais mecanismos para recebimento do crédito do que a própria execução do título 
extrajudicial. 
 
Por isso que dissemos que apesar da lei indicar que SÃO TRÊS OS PRESSUSPOSTOS, 
na realidade são dois, já que o título pode ou não ter eficácia executiva. 
 
PRESSUPOSTO 03: 
 
Ser pessoa capaz 
 
A revelia na monitória é muito gravosa, portanto, a não apresentação de defesa 
transforma AUTOMATICAMENTE a prova escrita em título executivo judicial. 
Como deixaria a situação do incapaz extremamente complicada, houve uma opção 
política em deixá-lo de fora, de não poder ser incluído no polo passivo de uma ação 
monitória. 
 
Fazenda Pública: Na ação monitória? 
 
• Perfeitamente possível monitória contra Fazenda Pública 
 
o Súmula 339 STJ: “É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública”. 
o CPC, art. 700, § 6º: “É admissível ação monitória em face da Fazenda 
Pública”. 
• Perfeitamente possível monitória ser ajuizadapela Fazenda Pública 
 
ATENÇÃO (CPC, art. 700, I, II e III): 
 
• Contempla todas as espécies de prestação (quantia, fazer, não fazer, dar ou 
entregar) e objetos (móveis e imóveis). 
 
• Não se presta a debelar crises de certeza ou de situação jurídica, mas apenas de 
inadimplemento. 
 
Procedimento Monitório 
 
Petição Inicial - Artigos 319 e 320 [CPC] - prova escrita + Art. 700 §§ 2º e 3º 
 
• Além de preencher os requisitos necessários para qualquer petição inicial - 
aqueles constantes do artigo 319 e 320 - há também que anexar a PROVA 
ESCRITA, já que é fundamental para o juízo de verossimilhança se aquele 
documento prova ou não prova, indica ou não indica a existência da obrigação. 
 
• ATENÇÃO: Caso a monitória for cobrança de QUANTIA CERTA, é preciso 
apresentar o valor da obrigação [importância devida, discriminado o valor do 
débito] + atualização desta 
 
I – A petição inicial da ação monitória deve preencher os requisitos dos artigos 319 e 320 
do Código de Processo Civil e também a dois outros requisitos específicos deste 
procedimento especial: prova escrita e cálculo do valor devido – este último somente para 
obrigações por quantia. 
 
II – Como o fundamento de cabimento da ação monitória é exatamente a existência de 
uma prova escrita, é fundamental que o autor explicite na inicial qual é o documento 
escrito, apresentando-o, até para que o magistrado proceda ao juízo de verossimilhança. 
 
III – Apesar de não ser uma execução, tratando-se de monitória relativa à obrigação por 
quantia, o autor deve apresentar o cálculo do valor devido: 
 
• § 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: 
o I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; 
o II - o valor atual da coisa reclamada; 
o III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico 
perseguido. 
 
• § 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, 
incisos I a III. 
 
IV – Durante muito tempo foi discutido se no caso de monitórias fundadas em cambiais 
prescritas ao autor da ação monitória seria necessário declinar a origem da obrigação. Por 
outro lado, sempre foi pacífico o entendimento no sentido de que quanto às cambiais não 
prescritas seria desnecessário declinar a origem da dívida. 
PERGUNTA: Sendo a monitória um processo de conhecimento, seria necessário ao 
autor declinar ~indique, especifique~ a origem da dívida que gerou a emissão da cambial 
prescrita, utilizada como prova escrita para fins de monitória? 
 
RESPOSTA: Não. Nesse sentido, a S. 531 STJ: “Em ação monitória fundada em cheque 
prescrito ajuizada contra o emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico 
subjacente à emissão da cártula”. Em outras palavras, não há necessidade de declinar a 
origem da dívida porque a cambial prescrita não perde a natureza cambial, mas somente 
sua natureza executiva. 
 
Juízo de Admissibilidade 
 
I – A primeira opção do juízo é a rejeição da monitória, por duas razões: 
 
• Hipóteses gerais (CPC, art. 330) 
• Não preenchimento dos requisitos específicos, conforme o § 4º do art. 700 
(prova escrita e cálculo, nas obrigações de quantia). 
 
ATENÇÃO: O indeferimento é sem análise do mérito, não fazendo coisa julgada 
material, portanto. Assim, nada impede que o autor reproponha a monitória, desde que 
corrija o vício da ação anterior. 
 
II – A segunda opção do juiz é determinar a conversão ou a emenda da ação monitória 
(CPC, art. 700, § 5º). 
 
Aqui o juiz vai tentar se convencer dá existência daquele direito. Caso o juiz não se 
convença, no sentido de que os documentos apresentados não espelham com 
verossimilhança ou probabilidade a existência da obrigação, ele determinará a emenda da 
inicial a fim de que o autor converta o procedimento monitório em procedimento comum. 
 
ATENÇÃO: É preciso tomar cuidado, quando estiver analisando a questão da emenda 
da inicial para converter o procedimento, com aquilo que está previsto nas súmulas 503 
e 504 do STJ. Essas súmulas repercutem na possibilidade de conversão. 
 
Essas súmulas discutem situações que a cambial ~cheque, nota promissória~ não tendo 
mais eficácia executiva poderão ser utilizadas como prova escrita na ação monitória, mas 
não pode ser utilizado para sempre, de maneira indefinida. Há um prazo. 
 
OBSERVAÇÃO: Conforme as súmulas 503 e 504 do Superior Tribunal de Justiça há 
determinadas situações em que a cambial, não sendo mais título executivo em razão da 
prescrição, poderá ser utilizado como prova escrita da existência da obrigação para fins 
de monitória, mas não indefinidamente: 
 
• Súmula 503 STJ: “O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte 
à data de emissão estampada na cártula”. 
• Súmula 504 STJ: “O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do 
emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do 
dia seguinte ao vencimento do título”. 
 
RESUMINDO: O autor poderá propor a ação monitória com fundamento em cambial 
prescrita. No entanto, caso o juiz verifique que a cambial também não tem o condão 
de comprovar a existência da obrigação, porque ela também está prescrita, o juiz 
não determinará a conversão ou a emenda, mas indeferirá a inicial, em razão da 
prescrição da própria pretensão. 
 
 
III – A terceira opção do juiz é admitir a monitória, fundamentando sua decisão, na qual 
constarão as razões pelas quais ele entende que o documento representa de modo 
verossimilhante a existência da obrigação. Inclusive, há autores que entendem que o 
julgamento da monitória é exatamente esse. 
 
1) Fundamentação: Para aceitar a ação monitória e citar o réu, o juiz tem que justificar e 
explicar as razões pela qual aquele documento ~prova escrita~ representa de modo 
verossimilhante a existência da obrigação. 
 
• Alguns autores dizem que esse é o real momento do julgamento da monitória, 
já que é aqui que o juiz faz/realiza um juízo de valor da prova escrita 
apresentada e indica se há ou não razoabilidade, portanto, verossimilhança na 
alegação 
 
E é por conta dessa análise de probabilidade de direito que a doutrina processualista civil 
brasileira afirma que a monitória é 
 
2) Tutela de Evidência fora das previstas no art. 311 do CPC. 
 
• Em razão da análise de probabilidade da obrigação, praticamente toda a 
doutrina afirma que a monitória é uma espécie de tutela da evidência, fora do 
artigo 311 do Código de Processo Civil. Assim é porque somente é admitido 
o processamento da monitória, caso subsista elementos bastantes a respeito da 
probabilidade da existência do direito prescindindo de “periculum in mora”. 
 
OBSERVAÇÃO: A monitória trabalha com o modelo de contraditório diferido, com a 
possibilidade de o juiz proferir a decisão da monitória “inaudita altera parte”. Trata-se de 
uma exceção ao artigo 9º do Código de Processo Civil. 
 
Expedição de mandado monitório (Art. 701 - CPC) 
 
I – Admitida a monitória, expede-se o mandado monitório, que consiste em uma ordem 
para o cumprimento da obrigação no prazo de 15 dias úteis. 
 
• Aplica-se prazo em dobro para réus com advogados diferentes e de escritórios 
distintos 
• Fazenda Pública também prazo diferido para manifestação 
 
II – Antigamente, debatiam-se quais eram as hipóteses de citação aplicáveis no 
cumprimento do mandado monitório. 
 
Atualmente, a questão está pacificada, cabendo qualquer tipo de citação: 
 
• Súmula 282 STJ: “Cabe a citação por edital em ação monitória”. 
• CPC, art. 700, § 7º: “Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios 
permitidos para o procedimento comum”. 
 
SÚMULA 196 STJ: “Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer 
revel, será nomeado curador especial, com legitimidade para apresentação de embargos”. 
 
Determinado por edital que o devedorpague, caso eventualmente ele não seja localizado, 
o juiz, ao verificar que não houve o pagamento ou a apresentação de nenhum tipo de 
defesa, determinará que a Defensoria Pública, ou o órgão que lhe faça as vezes, apresente 
a defesa por negativa geral, já que a S. 196 do STJ, relacionada aos embargos à execução, 
determina a nomeação de curador para apresentar embargos à execução. 
 
Como para a execução há nomeação de curador especial, aplica-se o mesmo entendimento 
e se nomeia curador especial na ação monitória através de uma analogia entre os 
procedimentos. 
 
Respostas do requerido (15 dias) 
 
1º COMPORTAMENTO: EFETUAR O PAGAMENTO 
 
Caso efetuado o pagamento, o Código estabelece uma sanção premial - castigo bom - 
consistente na isenção de custas. No entanto, diferentemente do regime anterior, o 
devedor deverá pagar honorários advocatícios, que não serão fixados conforme o artigo 
85, mas de acordo com o dispositivo abaixo: 
 
• CPC, art. 701: “Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição 
de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação 
de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o 
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do 
valor atribuído à causa. 
• § 1º: O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o 
mandado no prazo. (...)”. 
 
Os honorários serão reduzidos pela metade, como forma de "compensar"/"premiar" o réu 
por cumprir dentro do prazo, além de livrá-lo do pagamento das custas relacionadas ao 
ajuizamento da ação, assim, ele não terá que ressarcir o Estado ou o Autor da Ação 
Monitória. 
 
OBSERVAÇÃO: Como visto anteriormente, é cabível ação monitória contra a Fazenda 
Pública (S. 339 STJ e CPC, art. 700, § 6º). 
 
ATENÇÃO: No entanto, a Fazenda Pública não pode pagar a monitória no prazo de 15 
dias, em razão do regime de precatórios ou de requisição de pequeno valor, em ordem 
cronológica. 
 
2º COMPORTAMENTO: PARCELAMENTO 
 
O artigo 916 do Código de Processo Civil prescreve que na execução de título 
extrajudicial o devedor pode, pagando 30% do débito mais custas e honorários logo no 
ato do requerimento, requerer que seja parcelado o restante em seis parcelas iguais, com 
correção monetária e juros de mora pelos índices legais. Trata-se da moratória judicial 
ou parcelamento do débito na execução do título extrajudicial. 
 
De acordo com o § 7º do artigo 916, esse parcelamento não se aplica ao cumprimento de 
sentença e consequentemente ao processo de conhecimento. No entanto, ele é aplicado à 
monitória: CPC, art. 701, § 5º: “Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916”. 
 
 
 
 
 
 
3º COMPORTAMENTO: INÉRCIA 
 
De acordo com § 2º do artigo 701 do CPC, verificada a inércia do devedor, há a conversão, 
“ex vi legis” (sem fundamentação), do mandado de pagamento em título executivo 
judicial. 
 
• O cartório ou a secretaria do juízo onde tramita a monitória expedirá uma 
certidão indicando que transcorreu o prazo SEM PAGAMENTO ou SEM 
MANIFESTAÇÃO do réu na AÇÃO MONITÓRIA 
• Automaticamente, após ato do juiz, será determinado o prosseguimento do 
feito como CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
o Não precisa de sentença, não precisa de decisão 
o É um ato, já que é determinado pela lei, é automático 
 
Portanto, é a lei que transforma, em razão da inércia, o mandado monitório em título 
judicial, prescindindo de decisão interlocutória fundamentada ou de sentença. Ademais, 
não obstante o Código mencionar “decisão”, isso tem natureza de ato (automático). 
 
Considerações: 
 
• Na hipótese de inércia, isto é, se não houver pagamento ou defesa, o devedor, 
além do pagamento do valor devido, também arcará com as custas e 
honorários no limite mínimo legal (10%). 
• Caso a ré seja a Fazenda Pública e ela não apresente defesa, também há 
a conversão do mandado monitório. Entretanto, há reexame necessário, 
observado o art. 496 do CPC. 
• CPC, art. 701, § 3º: “É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput 
quando ocorrer a hipótese do § 2º”. Cabível nas hipóteses do 966 
• Caso o devedor eventualmente deseje se defender, ele somente poderá fazer 
isso com as matérias do artigo 525 do CPC (cumprimento de sentença). 
o Aqui somente será cabível referidas matérias porque a prova escrita 
transformou-se em título executivo judicial por força do § 2º do art. 701 
 
4º COMPORTAMENTO: EMBARGOS AO MANDADO MONITÓRIO (ART. 
702) 
 
Embargos Monitórios 
 
Há uma discussão sobre a natureza jurídica - se é reconvenção ou ação: 
 
• 1ª posição (doutrina): ação desconstitutiva do réu contra a decisão inaugural, 
que aceitou a verossimilhança e determinou a expedição do mandado 
monitório. A posição fundamenta-se no § 8º do art. 702. 
• 2ª posição (jurisprudência): contestação, em razão da previsão de reconvenção 
(CPC, art. 702, § 6º). 
o Reconvenção é um instituto apresentado junto a Contestação, portanto, 
tem caráter de defesa. 
 
Será processado nos mesmos autos, conforme previsto no caput do art. 702 e, para 
embargar a monitória não é necessário garantir juízo. 
 
Amplitude da matéria (702, § 1º): “Os embargos podem se fundar em matéria passível de 
alegação como defesa no procedimento comum”. 
 
• Essa amplitude é em relação às alegações nos EMBARGOS MONITÓRIOS. 
o Se, porventura já tiver sido convertido em título judicial, então estará 
limitado às alegações do devedor na impugnação ao cumprimento de 
sentença 
 
Alegação de excesso de cobrança (§§ 2º e 3º): O devedor deve declarar expressamente o 
valor total devido, apresentando-se a conta. 
 
• Caso contrário, e sendo esse o único argumento do devedor, o juiz desacolherá 
a defesa. 
• Por outro lado, caso a alegação de excesso seja apenas um dos fundamentos, 
o juiz não a conhecerá. 
 
Efeito suspensivo só até sentença desacolhendo em 1º grau (§§ 4º, 8º e 9º) – apelação sem 
efeito suspensivo. 
 
 
Atualmente, conforme os §§ 4º, 8º e 9º do artigo 702 do novo Código, caso a sentença 
desacolha os embargos ao mandado monitório, a eventual apelação contra essa sentença 
de rejeição não será dotada de efeito suspensivo: 
 
• CPC, art. 702: “(...). 
 
o § 4º: A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no 
caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau”. 
o § 8º: Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título 
executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao 
disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível. 
o § 9º: Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos. 
(...)”. 
 
Contraditório (15 dias): Ao ser apresentado os embargos monitórios pelo devedor, deve-
se conceder o prazo de 15 dias para que o autor da monitória manifeste-se sobre eles. 
 
Litigância de má-fé (§§ 10 e 11): Não é automática 
 
• CPC, art. 702: “(...) 
o § 10: O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente 
e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento 
sobre o valor da causa. 
o § 11: O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação 
monitória ao pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor 
atribuído à causa, em favor do autor”. 
 
OBSERVAÇÃO: os §§ 10 e 11 afastam a incidência do artigo 81 do CPC, por 
consubstanciarem um regime especial. Sucumbência (CPC, art. 85)

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