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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO AÇÃO MONITÓRIA Livro Eletrônico 2 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Ação Monitória no Processo do Trabalho, Exibição de Documentos e Produção Antecipada de Provas (PAP) .......................................................................3 1. Ação Monitória no Processo do Trabalho .....................................................5 2. Exibição de documentos na Justiça do Trabalho .........................................17 3. Produção Antecipada de Provas ..............................................................24 3.1. Teoria Geral e Incógnitas .....................................................................24 3.2. Utilidade da Produção Antecipada de Provas diante da Reforma Trabalhista 28 3.3. Procedimento legal .............................................................................29 Exercícios ................................................................................................35 Gabarito ..................................................................................................46 Gabarito Comentado .................................................................................47 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos AÇÃO MONITÓRIA NO PROCESSO DO TRABALHO, EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS E PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS (PAP) Olá, querido(a) aluno(a). Você, que tem tudo para ser um(a) futuro(a) advoga- do(a), terá conosco, do Gran Cursos Online, uma série de aulas em PDF destinadas a abranger todo o conteúdo de Direito Processual do Trabalho do mais recente edi- tal do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nesta aula, abordaremos outro tópico muito importante: Ação Monitória, Exi- bição de Documentos e Produção Antecipada de Provas no Processo do Trabalho. Esse tópico, assim como outros tratados ao longo deste curso, sofreu grande impacto da Reforma Trabalhista, razão pela qual esta aula é, igualmente, muito importante para o nosso curso. O direito processual do trabalho sofreu profundas modificações no ano de 2017, em virtude da entrada em vigor da Lei n. 13.467/2017, popularizada com o nome de “Reforma Trabalhista”. Além dessa relevantíssima alteração, você deve levar em conta que, no ano de 2016, entrou em vigor o Novo Código de Processo Civil, publicado em 2015. Todas essas alterações colocam em nosso caminho um fato que impacta forte- mente em seu estudo: não existem, ainda, muitas questões atualmente válidas da OAB sobre cada tema do nosso edital. Portanto, para seu exercício com questões, procurarei apresentar as questões existentes e, ainda, questões inéditas com o perfil da banca FGV, que comportam enunciados de casos concretos e quatro al- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos ternativas (A a D). Se houver uma maior escassez de questões sobre o assunto, apresentarei questões da banca FGV oriundas de provas diversas da OAB, sempre com vistas a prepará-lo(a) para conhecer muito bem a banca. Mesmo que a banca da nossa prova seja a FGV, apresentarei questões de outras bancas que abordem as disposições legais e jurisprudenciais específicas do tema, com a finalidade de atrair seu foco total para a fixação de algumas regras específi- cas, cujo conhecimento ajudará a tornar mais sólida sua bagagem para as demais questões. Juntamente com toda a equipe do Gran Cursos Online, procurarei ajudá-lo(a) ao máximo a tornar-se habilitado(a) a exercer a advocacia, cuja carreira é fantástica e repleta de desafios entusiasmantes para um comprometido profissional do Direito. Bons estudos! Seja imparável! O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos 1. Ação Monitória no Processo do Trabalho A ação monitória consiste em procedimento especial destinado a tornar exe- quível (passível de execução) uma dívida comprovada por prova escrita (docu- mental) que ainda não tenha eficácia de título executivo. A ação monitória na Justiça do Trabalho observa as mesmas regras de compe- tência territorial de todos os dissídios individuais comuns: Vara do Trabalho do lugar da prestação dos serviços (art. 651 da CLT). Além do mais, para que a Justiça do Trabalho seja materialmente competente, a dívida sem eficácia de título executivo deve derivar das relações de trabalho (art. 114, inciso I, Constituição Federal). A doutrina é divergente a respeito da natureza da ação monitória, se é de co- nhecimento ou de execução. A maioria perfilha a corrente de que a ação monitória é uma ação de conhecimento, porque, se ainda não existe um título executivo, não é possível a utilização de meios propriamente executórios logo de início. No conceito de “dívida”, englobe as hipóteses do art. 700 do CPC, a seguir citadas: Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor ca- paz: I – o pagamento de quantia em dinheiro; II – a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III – o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. Portanto, a ação monitória destina-se a conseguir o adimplemento (cumprimento) de obrigações de pagar quantia, entregar algo e fazer ou não fazer algo. Caso o devedor não cumpra tal obrigação – quando reconhecida na ação monitória –, a execução será viabilizada por meio da constituição de título executivo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Vejamos, agora, as demais regras aplicáveis ao ajuizamento da ação monitória: § 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipa- damente nos termos do art. 381. O CPC admite a prova oral como elemento fundamental da cobrança da dívida na ação monitória, desde que tal prova seja documentada posteriormente. Exemplo: diálogo por telefone transcrito em ata notarial redigida em Cartório. Tal dispositivo confirma que as provas pré-constituídas para ajuizamento de ação monitória devem ter natureza documental. § 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: I – a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; II – o valor atual da coisa reclamada; III – o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. O enunciado do § 2° diz “conforme o caso” porque o inciso a ser observado de- penderá da natureza da dívida cobrada: obrigação de pagar quantia, obrigaçãode entregar coisa, obrigação de fazer ou de não fazer. INCISO I – Indicação da importância devida: para OBRIGAÇÕES DE PAGAR QUANTIA INCISO II – Indicação do valor atual da coisa: para OBRIGAÇÕES DE EN- TREGAR COISA INCISO III – Indicação do conteúdo patrimonial ou do proveito econômico vi- sado: para OBRIGAÇÕES DE FAZER ou NÃO FAZER. O valor dado à causa deve coincidir com a importância da quantia cobrada, do valor atual da coisa ou do substrato patrimonial/econômico da obrigação de fazer ou não fazer, conforme o caso (§ 3°). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Caso a parte autora não faça as indicações desses incisos, de acordo com a na- tureza da dívida cobrada, a ação monitória será extinta sem resolução do mérito, por consequência do indeferimento da respectiva petição inicial (§ 4°). § 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a III. § 4º Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não aten- dido o disposto no § 2º deste artigo. § 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedi- mento comum. É possível que o juiz entenda que a prova apresentada pelo autor não tenha for- malidade suficiente para ser considerada como prova documental. Nesse contexto, já que tal prova deve necessariamente acompanhar a petição inicial, pode o juiz determinar que a emenda da inicial para que o autor dê natureza documental à prova, ou consiga outra. § 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública. Antes do CPC de 2015, havia grande controvérsia doutrinária e jurisprudencial acerca do cabimento de ação monitória contra a Fazenda Pública. Pelo fato de pre- valecer a tese de que a ação monitória é uma ação de conhecimento, prevalecia também, por consequência, a tese de que cabia ação monitória em face da Fazenda Pública. Inclusive, isso levou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a editar a Súmula n. 339: “É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública”. A partir do CPC de 2015, tal discussão foi encerrada, pois o § 6°, acima, admite expressamente a ação monitória contra entes e entidades com personalidade jurí- dica de direito público. § 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Inclusive, cabe destacar que é possível que o réu seja citado, diretamente, para cumprir a obrigação, independentemente de defesa ou manifestação. Sim, esta é uma das hipóteses excepcionais em que o contraditório é diferido (posterga- do), por determinação do próprio CPC. Quanto ao procedimento da ação monitória após o despacho da petição inicial, estas são as regras previstas no CPC, nos seguintes termos: Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de manda- do de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o paga- mento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. § 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo. § 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Es- pecial. Mais adiante, trataremos sobre os Embargos Monitórios. Contudo, é preciso que você saiba desde já que o réu pode evitar a constituição do título executivo judicial opondo os embargos monitórios. Conforme o § 4° do art. 702, tais embargos sus- pendem a decisão judicial que ordena o cumprimento da obrigação. Portanto, se os embargos monitórios não forem opostos e o réu simplesmente não pagar a obrigação cobrada, a dívida cobrada pelo autor deixará de ser um mero documento escrito e passará a ter natureza de título executivo judicial, que, dora- vante, poderá ser executado mediante regular procedimento executivo. Se o réu deixar de opor embargos monitórios mas cumprir a obrigação no prazo de 15 dias a contar da expedição de mandado por ordem judicial, ele não precisará pagar custas processuais. Trata-se de um incentivo da lei ao cumprimento da obri- gação que seja realmente devida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Quanto à específica questão da desnecessidade de prévio contraditório (hipóte- se excepcional), assim dispõe o art. 9° do CPC: Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I – à tutela provisória de urgência; II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III – à decisão prevista no art. 701. Passadas essas questões, analisaremos o restante do procedimento especial da ação monitória: § 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2º. Se o título executivo judicial for definitivamente constituído, haverá coisa julga- da material. Logo, será cabível ação rescisória contra tal decisão. § 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto no art. 496, observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial. Tendo-se em vista que a ação monitória é uma ação de conhecimento, a decisão que reconhecer a dívida da Fazenda Pública será de natureza condenatória. Logo, deverão ser observados os limites do art. 496, relativos à imposição de remessa necessária (reexame necessário) do processo ao tribunal superior, em razão do valor da condenação. União, e respectivas autarquias e fundações: 1000 salários mínimos. Estados, respectivas autarquias e fundações e Municípios que sejam capitais estaduais: 500 salários mínimos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Municípios e respectivas autarquias e fundações: 100 salários mínimos. § 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916. O art. 916 do CPC trata do parcelamento das dívidas cobradas em execução. Tal artigo se aplica à ação monitória, permitindo, portanto, que o réu da ação monitória parcele sua dívida em até seis vezes (quando for de pagar quantia em dinheiro), desde queele deposite 30% do débito total de forma antecipada. Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória. § 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum. Os Embargos Monitórios (ou embargos à ação monitória) têm caráter de contes- tação, na qual deve ser alegada toda a defesa cabível à hipótese, com todos os ele- mentos impeditivos, modificativos ou extintivos da obrigação dobrada pelo autor. Os embargos monitórios podem ser interpostos sem qualquer preparo/depó- sito. Não existe necessidade de garantia do juízo para oposição desses embargos, e essa é uma das características que afastam o procedimento da ação monitória ainda mais do procedimento executório, porque no executório a garantia do juízo seria, em regra, obrigatória. Quanto ao prazo, o CPC deixa claro que é de 15 DIAS. Alguns autores, como Bezerra Leite, sustentam que a compatibilização dos embargos ao processo do tra- balho levaria o prazo a ser de 5 dias, em adaptação ao art. 884, que estabelece o prazo de 5 dias para os embargos à execução. Esse argumento esbarra no entendi- mento de que a ação monitória é uma ação de conhecimento, e não de execução. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Essa divergência quanto ao prazo ainda não foi solucionada. Para provas, é mais seguro levar consigo o prazo previsto no CPC: 15 DIAS, a contar da expedição do mandado para cumprimento da obrigação (pagar, entregar, fazer ou não fazer). Obs.:� O prazo para apresentação de embargos à ação monitória é o mesmo inters- tício temporal no qual o réu deve cumprir a obrigação. Os 15 dias para as duas coisas (embargos e pagamento), embora elas sejam frontalmente con- trárias, transcorrem no mesmo lapso temporal universal. § 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. § 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alega- ção de excesso. A lógica desses dois parágrafos é simples: se o réu alega que a obrigação de- vida é, na verdade, menor que a cobrança do autor, o réu está confessando a existência do débito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Dessa forma, o réu deverá cumprir dois encargos, cumulativamente: 1) Declarar o valor que entende devido, ainda, ao autor. 2) Apresentar cálculo demonstrativo individualizado e atualizado da dívida. Conforme o § 3°, se quaisquer desses dois encargos não for cumprido, os em- bargos à ação monitória serão liminarmente rejeitados se a única razão jurídica que os sustentam for essa. Se houver outros fundamentos, os embargos serão analisa- dos somente com vistas aos argumentos restantes. § 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau. Acima, foi feita observação no sentido de que o lapso temporal de 15 dias após a expedição do mandado para cumprimento da obrigação dá início a dois prazos, que correm ao mesmo tempo. Nesse lapso de 15 dias, o réu poderá fazer uma dentre estas duas coisas: 1) Cumprir voluntariamente a obrigação. Obs.:� Se fizer isso no prazo, o réu ficará isento de custas, mas deverá pagar hono- rários advocatícios igualmente. 2) Apresentar embargos à ação monitória. Se o réu optar pela segunda opção (embargos), os efeitos da decisão judicial que ordena o cumprimento da obrigação em 15 dias ficarão suspensos. Isso é para que o réu exerça o contraditório com tranquilidade. § 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias. § 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de re- convenção à reconvenção. A Reconvenção é um instituto processual estruturado no CPC que possui o dom de ser, ao mesmo tempo, uma resposta do réu e uma ação nova. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Isso quer dizer que o oferecimento de Reconvenção só se mostra possível quando outra pessoa (parte autora e, em seguida, reconvinda) ajuíza uma ação contra o reconvinte (que oferece a reconvenção). A reconvenção é oferecida na oportunida- de de resposta/contestação, mas tem natureza de ação nova, que tramita nos mesmos autos do processo principal, em que foi protocolada a petição inicial. Embora a reconvenção tenha natureza de ação nova – por veicular pretensão pró- pria do reclamado, agora reconvinte –, os direitos postulados na reconvenção devem ter CONEXÃO com a ação principal ou com as razões defensivas: devem ter alguma relação com os pedidos formulados na petição inicial do reclamante, ou di- reta relação com os fundamentos que justificam a defesa oferecida em contestação. Na ação monitória, a reconvenção pode ser vislumbrada quando a parte ré pretende comprovar que o débito tido com o autor, na verdade, é diferente ou não existe, por diversas outras razões de fato. Exemplo prático Pedro ajuizou ação monitória na Justiça do Trabalho contra a sociedade empresária JJ Roupas S/A, cobrando determinada gratificação que a empresa lhe teria ofereci- do como contraprestação a certa meta de produtividade estabelecida. Como prova dessa dívida, Pedro possui um áudio enviado por aplicativo de mensa- gens instantâneas devidamente transcrito em ata notarial (prova oral documentada). A empresa JJ Roupas, indignada com a cobrança, apresenta reconvenção, com vistas a comprovar que Pedro não faz jus à requerida gratificação. Na reconvenção, a empresa pretende comprovar que Pedro não atingiu as metas de produtividade estabelecidas, embora a gratificação realmente tenha sido prometida por meio do aplicativo de mensagens, informalmente. Neste caso, Pedro pode apresentar resposta à reconvenção, mas não pode apre- sentar outra reconvenção, pois se isso fosse possível o processo nunca terminaria. § 7º A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se parciais, consti- tuindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação à parcela incontroversa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Imagine que numa ação monitóriao autor alega que é credor de duas obriga- ções (uma de pagar quantia e outra de fazer), e que o réu apresenta dois argumen- tos nos embargos monitórios: 1° argumento: a quantia devida na obrigação de pagar quantia é inferior. 2° argumento: a obrigação de fazer já prescreveu. Por ter alegado que o valor da obrigação de pagar quantia era menor, o réu deveria informar o valor realmente devido e juntar demonstrativo atualizado e dis- criminado, coisas que não fez. Logo, os embargos serão liminarmente rejeitados naquela parte, e será imediatamente constituído título executivo judicial para que o autor possa executar, se quiser, a obrigação de pagar quantia. Todavia, os embargos ainda geram controvérsia processual no que diz respeito à obrigação de fazer. Logo, é possível que o juiz, por medida de celeridade, orga- nização e economia processual, determina a separação dos embargos: a parte já rejeitada (obrigação de pagar quantia) é executada em um novo volume de autos, enquanto a parte ainda controversa (obrigação de fazer) continua tramitando nos autos do processo da ação monitória. § 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível. O referido título é o do “cumprimento de sentença”. Em se tratando de ação mo- nitória no processo do trabalho, o procedimento subsequente seria o da execução trabalhista. A rejeição dos embargos monitórios significa “procedência” da ação monitória. Logo, tendo o autor da ação monitória o título executivo da obrigação em mãos, ca- berá a ele promover a competente execução, observando seu devido procedimento. 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Prof. Gustavo Deitos Portanto, após a constituição do título executivo judicial na ação monitória tra- mitada na Justiça do Trabalho, o procedimento executivo será o próprio do processo trabalhista, representado no mapa mental a seguir: § 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Como dito, a rejeição dos embargos monitórios importa procedência da ação monitória, enquanto o acolhimento dos embargos monitórios acarreta improcedên- cia da ação monitória. Portanto, cabe Recurso Ordinário – no processo do trabalho – contra a sen- tença de procedência/improcedência. § 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da causa. § 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao paga- mento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor. O reconhecimento de ato de má-fé sempre depende do entendimento do juiz. Aqui, não se trata da clássica “litigância de má-fé”, cujos atos configuradores são elencados no art. 793-B da CLT. A má-fé a que se referem este dois parágrafos é um elemento mais genérico, concretizado no caso concreto pela interpretação do juiz da causa. De forma basilar, podemos partir do pressuposto de que todo ato de má-fé de- corre de uma conduta que, normalmente, não é praticada por uma pessoa que tenha a estrita intenção de defender os direitos de que é titular. Na verdade, o ato de má-fé é um ato praticado por alguém que pretende, lesar o patrimônio jurídico de outra pessoa como circunstância necessária para desonerar o seu próprio patrimônio. No mais, você precisa memorizar os três elementos estruturantes desta multa especial: 1) O percentual é fixo (10%, somente). Não há nenhuma variação, como ocorre nos atos de litigância de má-fé clássicos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos 2) A multa é sempre calculada sobre o valor da causa. Não há variações quanto ao valor da condenação ou do proveito econômico. 3) O valor final da multa (10% do valor da causa) é pago à parte contrária (parte lesada). Esta multa especial só é aplicável quando a má-fé nortear o próprio ajuizamento da ação ou o próprio oferecimento dos embargos. Portanto, se houver ato de liti- gância de má-fé no meio desse processo (sem que tenha havido má-fé no momen- to do ajuizamento da ação ou do oferecimento dos embargos), os atos de litigância de má-fé poderão normalmente ser verificados, e a multa do art. 793-C da CLT ser aplicada. Obs.:� Base de cálculo e percentual não dois elementos matemáticos invariáveis na definição desta multa especial (má-fé em ação monitória). 2. Exibição de documentos na Justiça do Trabalho A sistemática do pedido de exibição de documentos mudou muito em virtude da entrada em vigor do Novo CPC, em 2016. No CPC de 1973, a exibição de de- terminados documentos poderia ser requerida por meio de ação cautelar. Até hoje, muitos buscam o Judiciário lançando mão da mesma medida processual. Todavia, o CPC de 2015 – muito orientado pela teoria do sincretismo processual – criou um incidente intraprocessual destinado especificamente à exibição de documentos. Logo, deixou de ser necessário o ajuizamento de ação cautelar para buscar determinados documentos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Atualmente, o CPC de 2015 possui seção específica para tratar do incidente de exibição de documento ou coisa (arts. 396 a 404). Apresentarei comentários ao procedimento legal deste incidente, com pertinentes associações ao processo do trabalho. Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder. Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá: I – a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa; II – a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa; III – as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária. Este procedimento não pode ser instaurado de forma infundada. Como todo e qualquer incidente processual, o incidente de exibição de documentos deve pres- tar-se a buscar uma prova importante para a decisão do mérito da reclamação trabalhista. Para que este incidente tenha prosseguimento de forma válida, deve o docu- mento pretendido ser individualizado ao máximo (exemplo: livro de controle de jornada dos empregados). Ademais, deve a parte requerente do documento dizer o porquê de tal documento ser útilao processo, isto é, o que ela pretende provar com aquele documento (exemplo: comprovar trabalho em horas extras). É claro que não basta a indicação do documento pretendido e a finalidade da prova. Deve o requerente da medida justificar quais razões o levam a crer que a parte contrária está em posse do documento pretendido. Na Justiça do Trabalho, essa justificativa não é tão difícil, pois nas relações de trabalho é muito comum que os documentos pertinentes aos ajustes contratuais fiquem sempre em posse do empregador. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos O elemento mais importante para este incidente é o do inciso II (finalidade da prova), porque, se a parte contrária injustamente se negar a exibir o documento ou nada manifestar quando for requerida, o juiz presumirá verdadeiros os fatos que o requerente da medida queria provar. É como se fosse uma confissão ficta. Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias subsequentes à sua in- timação. Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade. O requerido é o sujeito que supostamente estaria em posse do documento pre- tendido pela parte que promoveu o incidente de exibição de documentos. Argumento muito comum é o de que tais documentos não se encontram em posse do requerido. Ele pode dizer que tais documentos nunca foram produzidos, ou que simplesmente não os possui mais. Neste caso, poderá a parte contrária provar por qualquer meio de prova (testemunhas, por exemplo) que o requerido possui, sim, os documentos pretendidos. Exemplo: se o documento pretendido for um cartão de controle de jornada, pode o reclamante ouvir como testemunha no incidente de exibição de documentos um colega de trabalho que também assinava o cartão. Conforme o art. 400, inciso I, se o requerido não se pronunciar neste prazo de 5 dias, o juiz presumirá a veracidade dos fatos que a parte requerente gostaria de provar com aquele documento. Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se: I – o requerido tiver obrigação legal de exibir; II – o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova; III – o documento, por seu conteúdo, for comum às partes. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Há algumas hipóteses previstas em lei que permitem ao requerido deixar de apresentar o documento requerido (art. 404). Ademais, pode o juiz, a seu critério – com base em algum bem jurídico –, entender que a recusa do requerido se funda em motivo legítimo, mesmo que não previsto expressamente na lei, desde que tal motivo tenha gravidade (art. 404, inciso V, CPC). Quanto aos incisos deste artigo (causas que não eximem o requerido de apre- sentar o documento), apresentarei um exemplo para cada: Inciso I: a empresa que possui mais de 10 empregados no estabelecimento onde se passou a relação de trabalho discutida tem o dever legal de manter cartões de ponto para controle de jornada dos empregados. Logo, a empresa só poderá se recusar a exibir os cartões se tiver menos de 10 empregados e alegar que por isso não mantém cartões de ponto. Inciso II: a reclamada menciona em sua defesa que o reclamante não tem direito ao pagamento de horas extras por nunca ter trabalhado em horas extras. Inclusive, diz que seus controles de jornada comprovam a ausência de trabalho nessa modalidade. A empresa tem menos de 10 empregados no respectivo esta- belecimento (não tem a obrigação legal de manter cartões de ponto). Apesar de não ter o dever legal de manter tais controles, a reclamada diz que se apoia nesses cartões para comprovar que o empregado não trabalhou em horas extras. Logo, nessa situação, a reclamada terá, sim, o dever de apresentar tais cartões. Inciso III: se ambas as partes tiverem cópias do mesmo documento, não ha- veria motivo para instauração deste incidente, concorda? Contudo, mesmo que o documento devesse estar em posse de ambas as partes, é possível que somente uma delas fique com tal documento. Exemplo clássico é o do contrato de trabalho, que em muitos casos fica na posse do empregador, apenas. Ademais, todos os O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos ajustes contratuais (como termo de colocação em regime de teletrabalho, extin- ção contratual por mútuo acordo – art. 484-A da CLT – etc.) deveriam estar na posse de ambas as partes. Portanto, se no caso concreto a empresa mantiver somente consigo tais documentos, ela não poderá se recusar a exibi-los no pro- cesso, porque por natureza tais documentos são de interesse comum às partes. Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se: I – o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398; II – a recusa for havida por ilegítima. Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido. Vamos analisar essa consequência a partir de um exemplo prático: Exemplo prático James Roland ajuizou reclamação trabalhista contra a sociedade empresária KLK S/A, postulando verbas rescisórias e horas extras. A sociedade empresária possuía dezenas de empregados. Logo, era obrigada a registrar a jornada dos empregados por meio de controle de ponto. O reclamante James requereu a exibição dos cartões de ponto pela reclamada, que deixou de juntá-los com a sua defesa. Neste caso, o juiz dará prazo para que a reclamada junte cópias desses cartões aos autos. Na prática, é improvável que a reclamada consiga deixar de apresentar os cartões de ponto com base em desonra, privacidade, segredo empresarial ou negócios de família (art. 404), haja vista a natureza contratual do dever de conservar cartões de ponto. Portanto, se o juiz ordenar que a reclamada apresente esses cartões e ela não o fizer, ele poderá tomar duas atitudes: 1) Sendo possível, pode adotar medidas para coagir a reclamada a apresentar o cartão (Ex: multa cominatória diária), com base no parágrafo único do art. 400. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos 2) Entendendo ser ineficaz qualquer medida de imposição, ou se essas medidas não forem cumpridas, pode o juiz simplesmente admitir como verdadeiros os fatos que dãocausa à pretensão de horas extras, que por consequência será procedente. Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze) dias. Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão. Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição, o juiz orde- nar-lhe-á que proceda ao respectivo depósito em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias, impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver. Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apre- ensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão. Pela lógica processual, o terceiro será citado porque, originalmente, não inte- gra o processo como parte ou terceiro interessado. Neste caso, como o terceiro será “citado”, ele passará a ser uma espécie de interveniente no processo, mesmo sem enquadramento nas hipóteses de intervenção de terceiros previstas no CPC ou na CLT. O terceiro terá o prazo de 15 dias para manifestar-se nos termos que enten- der devidos. Se, nessa manifestação, o terceiro disser que não tem a obrigação de exibir o documento, o juiz deverá designar audiência extraordinária para ouvi-lo, bem como ouvir as demais partes e eventuais testemunhas que venham a esclare- cer sobre o fato de esse terceiro ter, ou não, o dever de apresentar o documento. Lembre-se: o prazo mínimo de antecedência para designação de audiência ex- traordinária, na Justiça do Trabalho, é de 24 horas (art. 813, § 2°, CLT). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Depois de ficar solucionada a questão de o terceiro ter ou não ter a obrigação de exibir o documento, caso fique comprovado que ele deve exibir o documento, a exibição deverá ocorrer dentro de 5 dias. Passado esse prazo, poderá o juiz aplicar medidas impositivas sobre o terceiro, como multas (medida indutiva e coercitiva), busca e apreensão (medida coercitiva), ofício a determinada empresa de controle de dados para que retire da nuvem de informações do terceiro o documento neces- sário (medida sub-rogatória) etc. Obs.:� Busca e apreensão na casa do terceiro somente pode ocorrer mediante man- dado judicial, a ser cumprido durante o dia (art. 5°, inciso XI, Constituição Federal). Quando o terceiro se nega injustamente a exibir o documento, NÃO ocorre o efei- to da presunção de veracidade do fato, porque esta consequência só pode preju- dicar a reclamada, e a culpa pelo fato de o terceiro negar-se a exibir o documento não é da reclamada. É por isso que toda e qualquer medida coercitiva, neste caso, deve cair sobre o terceiro, exclusivamente, a menos que fique comprovado o conluio desta com a reclamada. Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se: I – concernente a negócios da própria vida da família; II – sua apresentação puder violar dever de honra; III – sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal; IV – sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou pro- fissão, devam guardar segredo; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos V – subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, jus- tifiquem a recusa da exibição; VI – houver disposição legal que justifique a recusa da exibição. Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do caput disserem respeito a apenas uma parcela do documento, a parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circuns- tanciado. Dentre esses motivos, alguns deles são de dificílima aplicabilidade às relações de trabalho. É muito difícil que um documento pertinente à relação de trabalho diga respeito à vida da família, possa causar desonra ao requerido ou a seus parentes de até 3° grau, ou possa implicar quebra de dever de sigilo. De qualquer forma, se algum desses motivos for aplicável somente a uma parte do documento, a outra parte deve, necessariamente, ser exibida. Portanto, a es- cusa legalmente apoiada quanto a uma parte do documento não se estende ao documento todo. 3. Produção Antecipada de Provas 3.1. Teoria Geral e Incógnitas A Produção Antecipada de Provas (PAP) consiste em um procedimento muito recente no direito processual brasileiro, que passou a existir a partir da entrada em vigor do Novo CPC. A sua estruturação encontra-se nos artigos 381 a 383 do CPC. Primeiramente, é importante a abordagem das hipóteses de cabimento deste instrumento: Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: I – haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; II – a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Por depreensão da leitura dos incisos acima, pode-se concluir que o procedi- mento de produção antecipada de provas tem lugar para: Inciso I: resguardar a possibilidade de que determinada prova seja produzida, em razão de a demora de um processo futuro ser suficiente para acabar com as chances de produção de tal prova. Este fato evidencia uma faceta cautelar desse procedimento. Inciso II: para evitar a litigiosidade infrutífera, mediante composição das partes por meio de acordo. Isso reduziria, por consequência, o número de ações judiciais. Inciso III: garantia da lisura do exercício do direito de ação (justificativa para o seu ajuizamento), ou evitar que nova ação judicial surja. A produção antecipada de provas é um procedimento facultativo, que o sujeito pode promover com base em alguma das hipóteses de cabimento listadas acima, além do caso do § 5° do art. 381, abordado mais à frente. Antes da existência desse procedimento (na época do CPC de 1973), verifi- cava-se, na prática, que a ferramenta mais comum para suprir a necessidade de garantir a coleta de determinada prova era o ajuizamento de ação cautelar, com preenchimento de todos seus requisitos excepcionais (probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo).No procedimento do PAP, parece haver, a princípio, maior simplicidade. Logo, basta que a pessoa interessada demonstre a existência de hipótese de cabimento (art. 381, incisos I a III, do CPC) para que o procedimento tenha continuidade. Ainda se discute na doutrina sobre a natureza jurisdicional do procedimento de produção antecipada de provas: se é de jurisdição voluntária, de jurisdição contenciosa ou, ainda, de ambas as naturezas. Antes de abordar esta questão, é importante considerar os tradicionais conceitos de jurisdição contenciosa e de jurisdição voluntária, com base em Carlos Henrique Bezerra Leite: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos JURISDIÇÃO CONTENCIOSA: visa à composição de litígios por meio de um processo autêntico, no qual exista uma lide (conflito) a ser resolvida, com a presen- ça de partes (reclamante e reclamado) e aplicabilidade dos efeitos da revelia, podendo a decisão judicial produzir coisa julgada formal e material. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: visa à participação do Estado como mero admi- nistrador de interesses privados, a fim de dar validade a negócios jurídicos por meio de um procedimento de natureza judicial, uma vez que, nele, não existem partes nem conflito (lide), mas somente interessados (ambos requerentes, sem polarização, como autor e réu). Neste cenário, a decisão judicial poderia produzir, exclusivamente, coisa julgada formal. Possível confirmação dessa atual incógnita – natureza contenciosa ou voluntária do PAP – pode decorrer de interpretação gramatical do texto do CPC. Afinal de contas, por que a “solução” estaria na interpretação gramatical? A res- posta está no texto do § 1° do art. 382 do CPC: Art. 382, § 1° O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso. Logicamente, se admitirmos que o procedimento do PAP tem lugar, dentre ou- tras hipóteses, quando se tem, por fim, evitar o surgimento de litígio, parece ficar claro que, nele, não há, ainda, um conflito instaurado. Todavia, é possível que o procedimento, embora não litigioso, tenha caráter contencioso. De acordo com o Dicionário Aurélio, caráter, neste contexto, pode consistir em feição, cunho, aparência. Portanto, pode-se concluir que o fato de as pessoas in- teressadas terem pretensões futuras conflitantes faz com que, às vezes, o proce- dimento do PAP tenha aparência contenciosa, embora, tecnicamente, não o seja. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Portanto, se com base nesses fundamentos é possível concluir que o procedi- mento de produção antecipada de provas não é tecnicamente contencioso, pode-se afirmar que ele possui natureza jurisdicional voluntária? A princípio, também não parece ser possível concluir isso em primeira vista, porquanto o Estado, na jurisdi- ção voluntária, lida com interesses comuns. A produção antecipada de uma prova, normalmente, interessa a uma pessoa, mas não a outra. Inclusive, ao verificar essa afirmação, é inevitável lembrar do clássico preceito de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si próprio. Nesse diapasão, também é possível concluir que o procedimento de produção an- tecipada de provas não é tecnicamente de jurisdição voluntária, pois não envolve, essencialmente, interesses comuns e pacíficos. Toda essa discussão é necessária para que você veja quantas questões técnicas polêmicas acercam esse procedimento tão novo. Em razão de todas estas questões estarem longe da “paz doutrinária”, trabalharemos, nesta aula, com o pressuposto de que o PAP é um procedimento que pode ter caráter contencioso ou voluntário (isto é, aparência contenciosa ou voluntária). Professor, em que situações eu posso identificar se o caráter do PAP é conten- cioso ou voluntário? Caro(a) aluno(a), tal caráter pode ser identificado da seguinte forma: se o inte- resse envolvido na produção das provas for suscetível de provocar o ajuizamento de ação contra outra pessoa ou fortalecimento de uma pretensão já formulada em processo existente, o caráter será contencioso. Por outro lado, se tal prova não tiver a destinação de provocar o ajuizamento de ação ou fortalecimento de ação já existente, o caráter será voluntário (fazer acor- do, deixar de ajuizar ação etc.). Esta última hipótese é mais difícil de acontecer, mas é possível. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos 3.2. Utilidade da Produção Antecipada de Provas diante da Reforma Trabalhista A Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) criou vários ônus processuais à par- te sucumbente. Cabe mencionar os principais. A parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita, deve pagar os honorários periciais, que serão deduzidos de todos os valores que ela tiver para receber, eventualmente, naquele processo. A União só responderá se a parte sucumbente no objeto da perícia não tiver nada a receber no mesmo processo ou em outro (art. 790-B da CLT). Ademais, a parte sucumbente pagará honorários advocatícios ao advogado da parte contrária, quando a sucumbência for parcial ou total, mediante dedução dos valores que ela tiver para receber naquele ou em outro processo (art. 791-A da CLT). Portanto, o PAP surge como alternativa para que a parte saiba se, diante desses ônus, realmente vale a pena ajuizar reclamação trabalhista. Exemplo prático José trabalhou para a sociedade empresária Frango Internacional S/A por três anos, em condições que interpreta como insalubres. Antes de ajuizar reclamação traba- lhista, José quer ter a tranquilidade de saber que as chances de vencer o processo são grandes. Logo, o advogado de José sugere o ajuizamento do PAP, para que seja realizada prova pericial no estabelecimento onde José trabalhou, a fim de que José saiba se ganharia, ou não, o pedido de adicional de insalubridade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Sendo o laudo negativo, José pode deixar de ajuizar a reclamação e, por consequência, deixar de contrair o ônus de pagar honorários periciais e advo- catícios. Veja que o PAP parece ser uma forma eficaz de esquiva aos ônus sucumbenciais criados pela Lei n. 13.467/2017. 3.3. Procedimento legal Abordaremos, agora, o procedimento do CPC referente ao PAP, com comentá- rios e associações ao processo do trabalho. Art. 381. A produção antecipadada prova será admitida nos casos em que: I – haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; II – a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; III – o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação. Estas são as hipóteses de cabimento do PAP. Se a motivação pela produção antecipada da prova for diversa, este procedimento não será cabível. Portanto, o enquadramento da intenção do requerente em um desses incisos afigura-se como pressuposto processual do PAP. Cabe ressaltar que o § 5° deste artigo, adiante comentado, cria uma quarta hipótese de cabimento do PAP: justificação de fato ou relação jurídica vivenciada pela parte, para proteger-se em eventual futura ação judicial que pode, ou não, ser ajuizada por outrem a fim de discutir o mesmo fato/relação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Remeto-lhe ao início do subtítulo n. 3.1., onde cada um desses incisos foi esclarecido. § 1º O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalida- de apenas a realização de documentação e não a prática de atos de apreensão. § 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu. Aqui reside outra problemática importante. Para os processos de jurisdição con- tenciosa, a CLT, no art. 651, estabelece como regra de competência territorial o lugar da prestação dos serviços. Normalmente, o conjunto de provas pertinentes à relação de trabalho são produzidas no mesmo local. Portanto, na prática, será o lugar da prestação dos serviços o foro competente para processar o PAP. O “foro de domicílio do réu” é de duvidosa aplicabilidade no pro- cesso do trabalho. Todavia, ainda não há posicionamento doutrinário ou jurispruden- cial firme neste sentido, o que inviabiliza a cobrança desse ponto em provas objetivas. § 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. Isso significa que o PAP pode ser processado, por exemplo, numa das Varas do Trabalho de Joinville (SC) e a futura reclamação trabalhista ser processada e julga- da numa das Varas do Trabalho de Porto Alegre (RS). Ademais, mesmo que o PAP fosse processado no mesmo foro que a futura reclamação trabalhista, não existe necessidade de que o mesmo juiz aprecie ambas. Conclusão: o princípio do juiz natural não se aplica à reclamação trabalhista antecedida de PAP. É possível que juízes diferentes apreciem o PAP e a futura reclamação trabalhista. § 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Este parágrafo não se aplica ao PAP da Justiça do Trabalho. § 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção. Este parágrafo, em verdade, cria uma quarta hipótese de cabimento do PAP: justificação de fato ou relação jurídica vivenciada, a fim de que o requerente tenha prova documental apta a protegê-lo de eventual futura ação judicial ajuizada contra ele para discutir o mesmo fato ou a mesma relação jurídica. Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair. Há dois elementos essenciais (pressupostos processuais específicos) que devem ser preenchidos na petição do PAP: 1) Enquadramento em uma das hipóteses de cabimento do PAP (um dos incisos do art. 381, ou § 5° do mesmo artigo). 2) Fatos que o requerente pretende comprovar/elucidar com o PAP. Exemplo prático Maria trabalhou por dois anos para a sociedade empresária Chumbo Grosso S/A, em setor de depósito de substâncias cuja composição nunca fora revelada a Maria. Maria suspeita de que tais substâncias eram inflamáveis, o que lhe daria direito ao adicional de periculosidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos A fim de saber se tais substâncias eram inflamáveis ou não, Maria dá início ao PAP, indicando, na petição inicial, que: 1) O conhecimento acerca da natureza inflamável ou não da substância pode justi- ficar ou evitar o ajuizamento de futura reclamação trabalhista (art. 381, inciso III) 2) A pretensão é de saber se Maria trabalhou, ou não, em convivência habitual com agentes perigosos (inflamáveis). § 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso. Vamos usar o exemplo exposto acima. No PAP iniciado por Maria, a sociedade empresária Chumbo Grosso S/A deve ser regularmente citada, para que possa ma- nifestar o que entender devido. O fato de a substância à qual Maria se expôs habitualmente no trabalho é algo que envolve interesses opostos entre Maria e a empresa: se a substância for inflamável, Maria teria em tese direito ao adicional de periculosidade em face da empresa; se não for inflamável, a empresa nada deverá a Maria. É nisto que reside o caráter contencioso: o resultado da produção de provas produz consequências que são favoráveis a alguém, mas desfavoráveis a outrem. § 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas. Usando-se ainda o mesmo exemplo acima, o juiz do trabalho responsável pela condução do PAP não pode dizer que Maria tem, ou não, direito ao adicional de periculosidade. Ademais, o juiz não pode nem mesmo dizer que Maria trabalhou habitualmente com tais substâncias. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos A atividade do juiz no PAP resume-se a impulsionar o conjunto de atos necessá- rios à produção da prova – determinando as medidas eficazes para a correta pro- dução da prova –, bem como oportunizar as manifestações necessárias e, por fim, entregar o resultado do PAP a quem de direito. § 3º Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo pro- cedimento, desde que relacionadaao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora. Ainda com olhares ao mesmo exemplo apresentado acima, podemos dizer que a sociedade empresária Chumbo Grosso S/A, no mesmo PAP, pode pretender com- provar que Maria nunca trabalhou naquele setor de inflamáveis. O juiz do trabalho poderá analisar se, naquele caso, eventual deliberação so- bre Maria ter ou não trabalhado naquele setor acarretará “excessiva demora”. Se o juiz entender que haverá excessiva demora para elucidar essa questão apre- sentada pela empresa, ele poderá resumir o PAP à análise técnica do caráter in- flamável da substância com que Maria teria trabalhado, deixando o fato de Maria ter ou não trabalhado naquele setor para ser comprovado em futura reclamação trabalhista. Obs.:� Em nenhuma hipótese a sociedade empresária poderia se valor do mesmo PAP para comprovar fato diverso, como o fato de Maria ter, ou não, tra- balhado à noite. A cumulação de produção de provas no mesmo PAP tem por condição imprescindível a identidade de fato a ser comprovado por tais provas. § 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos No exemplo acima, a empresa Chumbo Grosso S/A não pode apresentar uma “contestação” com inúmeros argumentos que justifiquem a não exposição de Maria aos agentes perigosos. Isso deve ser feito em futura reclamação trabalhista, se vier a existir. Ademais, se o perito concluir que a substância apontada por Maria não é infla- mável, não haverá qualquer coisa que Maria possa fazer para impugnar o laudo. Eventual recurso nesse procedimento só seria possível se o juiz alegasse que a prova pretendida não pode ser produzida antecipadamente, em razão de não ter o requerente apontado enquadramento em um dos incisos do art. 381 ou no seu § 5°. Nesta hipótese, por ser o argumento de ordem estritamente formal, cabe recurso contra a decisão negativa do juiz. Reitero: o recurso não será cabível se a discussão levantada pelo pretenso recorrente for de ordem fática ou material (relação jurídica, contexto fático da prova etc.). Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos interessados. Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos EXERCÍCIOS Questão 1 (2018/FGV/OAB) Maria comprou um apartamento da empresa Moradia S/A e constatou, logo após sua mudança, que havia algumas infiltrações e proble- mas nas instalações elétricas. Maria consultou seu advogado, que sugeriu o ajuizamento de ação de produção antecipada de prova, com o objetivo de realizar uma perícia no imóvel, inclusive com o objetivo de decidir se ajuizaria, posteriormente, ação para reparação dos prejuízos. Diante desse contexto, assinale a afirmativa correta. a) A produção antecipada de provas é cabível, porque visa a obter prévio conheci- mento dos fatos e da situação do imóvel, para justificar ou evitar o ajuizamento de ação de reparação dos prejuízos. b) A produção antecipada de provas é obrigatória, uma vez que Maria não poderia ingressar diretamente com ação para reparação dos prejuízos. c) A produção antecipada de provas é incabível, porque apenas pode ser ajuizada quando há urgência ou risco de que a verificação dos fatos venha a se tornar im- possível posteriormente, o que não foi demonstrado na hipótese concreta. d) A produção antecipada de provas é incabível, vez que o seu ajuizamento apenas pode ocorrer mediante pedido conjunto de Maria e da empresa Moradia S/A. Questão 2 (2016/FGV/OAB) Pedro, munido de documento comprobatório de vín- culo jurídico de prestação de serviço com Carlos e, esgotadas todas as possibili- dades consensuais para tentar exigir o cumprimento da obrigação, promove ação observando o rito especial monitório. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Citado, Carlos oferece embargos, apontando em preliminar, que o rito da ação monitória não é adequado para pleitear cumprimento de obrigação de fazer e, no mérito, alega exceção de contrato não cumprido. Oferta, ainda, reconvenção, co- brando os valores supostamente devidos. Diante da situação hipotética, sobre os posicionamentos adotados por Carlos, assi- nale a afirmativa correta. a) A preliminar apontada por Carlos nos embargos deve ser acolhida, pois é vedado pleitear cumprimento de obrigação de fazer por intermédio de ação monitória. b) A reconvenção deve ser rejeitada, em virtude do descabimento dessa forma de resposta em ação monitória. c) A preliminar indicada por Carlos não deve prosperar, tendo em vista que é pos- sível veicular em ação monitória cumprimento de obrigação de fazer. d) A forma correta de oferecer defesa em ação monitória é via contestação, sendo assim, os embargos ofertados por Carlos devem ser rejeitados. Questão 3 (2017/FGV/OAB) Jorge foi dispensado e, no dia designado para ho- mologação da ruptura contratual, a empresa informou que não tinha dinheiro para pagar a indenização. O TRCT estava preenchido, com o valor total de R$ 5.000,00 que Jorge deveria receber. Diante da situação narrada pela empresa e da extre- ma necessidade de Jorge, o sindicato concordou em fazer a homologação apenas para liberar o FGTS e permitir o acesso ao seguro-desemprego, lançando no TRCT um carimbo de que nada havia sido pago. Jorge, então, ajuizou ação monitória na Justiça do Trabalho, cobrando a dívida de R$ 5.000,00. Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta. a) O comportamento de Jorge é viável, sendo que, nesse caso, o juiz expedirá mandado de pagamento, nos moldes do CPC. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos b) Na Justiça do Trabalho, a ação monitória somente é possível em causas de até dois salários mínimos, sendo que da sentença não caberá recurso, o que não é a hipótese retratada. c) Jorge deveria ajuizar ação de execução de título extrajudicial, que é a natureza jurídica do TRCT preenchido, mas não quitado. d) Jorge agiu mal, porque não cabe ação monitória na Justiça do Trabalho, em ra- zão da incompatibilidade de procedimentos. Questão 4 (2018/VUNESP/MPE-SP/ANALISTA JURÍDICO DO MINISTÉRIO PÚBLI- CO) Acerca da ação monitória, assinale a alternativa correta.a) A ação monitória não admite citação por edital. b) O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação monitória ao pa- gamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído à causa, em favor do autor. c) Não se admite como prova escrita, para fins de adoção do procedimento moni- tório, a prova oral documentada, produzida por meio de produção antecipada de prova. d) Sendo ré a Fazenda Pública, não apresentados embargos à ação monitória, a constituição do mandado monitório não enseja reexame necessário. e) Não se admite a reconvenção nos embargos monitórios. Questão 5 (2019/FCC/AFAP/ANALISTA DE FOMENTO/ADVOGADO) Em relação à ação monitoria, considere: I – A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o pagamento de valor em dinheiro ou o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer, exclusivamente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos II – É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública. III – Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptan- do-a ao procedimento comum. IV – Desde que previamente seguro o juízo, o réu poderá opor, nos próprios au- tos, no prazo de quinze dias, embargos à ação monitória. V – Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cum- prir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida; não apontado o valor cor- reto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro funda- mento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso. Está correto o que se afirma APENAS em a) I, IV e V. b) I, II, IV e V. c) II, III e V. d) II, III, IV e V. e) I, II e III. Questão 6 (2018/CESPE/PGM DE MANAUS-AM/PROCURADOR DO MUNICÍPIO) Acerca das disposições do CPC relativas aos procedimentos especiais e ao processo de execução, julgue o item seguinte. Admite-se o ajuizamento de ação monitória por aquele que afirma, com base em prova escrita, ou oral documentada, ter direito de exigir de devedor capaz a entrega de coisa infungível. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Questão 7 (2018/FEPESE/PREFEITURA DE RIO DAS ANTAS-SC/ADVOGADO) Sobre a ação monitória, assinale a alternativa correta. a) Na ação monitória não se admite a reconvenção. b) Não é admissível a ação monitória em face da Fazenda Pública. c) A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, sem base em prova escrita, ter direito de exigir obrigação do devedor. d) O réu poderá opor, nos próprios autos, mediante prévia segurança do juízo, em- bargos à ação monitória. e) Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum. Questão 8 (2017/INSTITUTO AOCP/EBSERH/ADVOGADO) Com base no novo CPC e na ação monitória, assinale a alternativa correta. a) Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, em autos apartados, embargos à ação monitória, no prazo de quinze dias. b) Admite-se a reconvenção, inclusive fica autorizado o oferecimento de reconven- ção à reconvenção. c) O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre o valor da causa. d) Aquele que afirmar, com base em prova escrita e com eficácia de título execu- tivo, ter direito a exigir do devedor incapaz o pagamento de quantia em dinheiro poderá propor ação monitória. e) Ficando evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para a execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de cinco dias para o cumprimento, sob pena de multa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos Questão 9 (2018/CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) Na ação civil, relaciona-se ao pedido de exibição de documento ou coisa o pressuposto processual consistente na a) manifestação do Ministério Público sobre a existência de prejuízo, caso não ocor- ra a exibição. b) explicação, pelo autor, de que existe o objeto do pedido e de que ele se encontra em poder da outra parte na relação processual. c) demonstração, pelo autor, de que pretende conhecer documentos ou coisa para instruir ação de terceiros. d) existência de documento que comprove a repetição de processos que conte- nham controvérsia acerca da mesma questão em direito. e) relevância da questão de direito, que deve ter grande repercussão social, mes- mo sem se repetir em múltiplos processos. Questão 10 (2018/VUNESP/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO) No caso de recu- sa injustificada de exibição de documento, na fase de conhecimento de um proces- so, é correto afirmar que o juiz pode impor multa a) às partes, de ofício, mas, se o documento ou coisa estiver em poder de tercei- ros, o juiz poderá, também de ofício ou a requerimento das partes, ordenar a cita- ção deles, com prazo de quinze dias para resposta, para que exibam o documento, sob pena de multa, dentre outras providências. b) de até 2% (dois por cento) do valor da causa apenas aos terceiros, quando ve- rificar que eles não estão colaborando com o Poder Judiciário ao deixar de exibir determinado documento. c) às partes, aos terceiros e aos advogados privados, inclusive quando se tratar da Fazenda Pública, desde que assegure a todos ampla defesa e contraditório, me- diante prévia intimação pessoal de todos, com prazo de cinco dias para resposta. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para lorena braz goulart - 08457577336, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 41 de 66www.grancursosonline.com.br DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Ação Monitória. Prof. Gustavo Deitos d) às partes, aos terceiros e também aos advogados ou procuradores que estive- rem atuando no processo, de ofício, salvo se uma das partes for a Fazenda Pública, porque o valor dessas multas processuais é sempre revertido para ela mesma. e) somente aos terceiros, de ofício, mediante intimação por mandado, com prazo de dez dias para a resposta, visto que, em relação às partes, o juiz deverá aplicar a “confissão” quanto aos fatos que o documento poderia provar. Questão 11 (2016/FAU/PREFEITURA DE PIRAQUARA-PR/PROCURADOR) Sobre a Exibição de Documento ou Coisa, considere as seguintes afirmativas: I – A parte e o terceiro se escusam
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