Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Eletro1_1Sem2018 - Lista de Exercícios #3 Exercícios marcados com ∗ devem ser entregues no dia 27.04 para avaliação (escolha 2 e apenas 2, não mais que 2). � Soluções da Equação de Laplace II � Expansão multipolar � Dielétricos e polarização � Dielétricos lineares 1 Equação característica de Legendre Polinômios de Legendre surgem como solução da seguinte equação diferencial: (1− x2)y′′ − 2xy′ + l(l + 1)y = 0 onde ′ denota a derivada em relação a x. Neste caso, as funções y que resolvem esta equação escrevem-se yl = Pl(x) onde Pl(x) são os polinômios de Legendre de ordem l. Nosso livro a�rma que a solução para a equação: d dθ (sin θ dΘ dθ ) = −l(l + 1) sin θΘ são polinômios de Legendre tais que x = cos θ, ou seja, Θ(θ) = Pl(cos(θ)). Por meio de uma utilização cuidadosa da regra da cadeia, mostre que a equação diferencial: (1− x2)y′′ − 2xy′ + l(l + 1)y = 0 pode ser escrita como: d dθ (sin θ dΘ dθ ) = −l(l + 1) sin θΘ se x = cos θ. Procedimento: você precisa encontrar expressões para y′ e y′′ em termos das derivadas dΘ/dθ. Como x = cos θ, temos y = Pl(x(θ)) = Θ(θ), calculando a derivada: dΘ dθ = dy dx dx dθ = y′ dx dθ ou ainda: y′ = 1 dx/dθ dΘ dθ Calcule agora y′′e substitua ambos os resultados em: (1− x2)y′′ − 2xy′ + l(l + 1)y = 0 Para encontrar: d dθ (sin θ dΘ dθ ) = −l(l + 1) sin θΘ Para �nalizar o problema, determine os 3 primeiros polinômios de Legendre (l = 0, l = 1 e l = 2) por meio da fórmula de Rodrigues: Pl(x) = 1 2ll! ( d dx )l(x2 − 1)l 2 Problemas do livro texto (3Ed, capítulo 3) Problemas 3.3 e 3.37. 1 3 Equação de Laplace em coordenadas cilíndricas A representação do operador ∇2 em coordenadas cilíndricas escreve-se: ∇2 = 1 s ∂ ∂s (s ∂ ∂s ) + 1 s2 ∂2 ∂φ2 + ∂2 ∂z2 Em toda sua glória, a equação de Laplace para V = V (s, φ, z) escreve-se: 1 s ∂ ∂s (s ∂V ∂s ) + 1 s2 ∂2V ∂φ2 + ∂2V ∂z2 = 0 (a) Assuma simetria cilíndrica (ou seja, não há dependência em z do potencial) e trabalhe a separação de variáveis para uma solução do tipo V (s, φ) = S(s)Φ(φ). Mostre que as equações ordinárias para S(s) e Φ(φ) podem ser escritas como: { s ∂∂s (s ∂S ∂s ) = k 2S ∂2Φ ∂φ2 = −k 2Φ com k > 0. Explique porque a constante para Φ deve ser negativa (ou então porque a constante para S deve ser positiva). (b) Encontre a solução geral para Φ. Quais os valores permitidos para k? (c) Determine a solução geral para S supondo k 6= 0. O que acontece quando k = 0? Trate o caso k = 0 (note que você já resolveu parte deste item ao fazer o problema 3.3 indicado acima). (d) Escreva a solução geral para V (s, φ). Discuta o caso k = 0 no contexto do problema de Física 3 sobre o campo de uma linha in�nita de carga λ (de fato, sua solução para k = 0 corresponde à solução deste problema) (e) Divirta-se aplicando seu resultado para o seguinte problema: considere uma densidade de carga σ(φ) = a sin(5φ) colada sobre um cilindro in�nito de raio R. Encontre o potencial no interior e exterior do cilindro. 4 ∗Dipolo e quadrupolo (7.0 pontos) Em aula deduzimos a expansão multipolar para r � r′. Para r � r′, a seguinte expressão é válida para a expansão multipolar: V (~r) = 1 4π�0 ∫ V′ ρ(~r′)dτ ′ ‖~r − ~r′‖ = 1 4π�0 ∑ l rl ∫ V′ 1 r′l+1 Pl(cos γ ′)ρ(~r′)dτ ′ neste problema, iremos deduzir e trabalhar com esta expressão. Neste problema, vocês estará deduzindo o que é conhecido como campo cristalino, que é uma primeira aproximação da chamada teoria do campo ligante. (a) Com base no desenvolvimento feito em sala de aula, deduza a expressão acima (dica: veja as notas de aula). Escreva a expressão equivalente para uma distribuição discreta. (b) Considere a �gura abaixo: 2 Figura 1: Figura para o problema 3. A mesma representa um cátion (azul, carga +2e) cercado por ânions (marron claro, carga −e) em um arranjo tetraédrico (tetraédro regular de lado l e o metal é equidistante a todos os ânions). Uma situação comum ocorre quando o cátion é um metal de transição (como Mn, Fe, Co, etc). Adotemos que este é o caso. Assuma que a origem do centro de coordenadas está no metal, e que todos os átomos podem ser tratados como pontos. Deduza os vetores posição dos quatro ânions em relação a esta origem. (c) Determine o termo de monopolo (l = 0) do potencial eletrostático devido os ânions na proximidade da origem. (d) Faça o mesmo para l = 1. (e) E agora, faça o mesmo para l = 2. (f) Considere que o tetraédro de cargas negativas tem energia E0 e determine a energia total do sistema na presença do cátion (carga 2e) em uma posição (x, y, z) próxima à origem (termos até quadrupolo). (dica: próximo à origem r � r′). 5 Problemas do livro texto (3Ed, capítulo 4) Problemas 4.30 (faça um diagrama das linhas de campo e justi�que a direção das forças com base em seu diagrama. Para pensar sobre as linhas de campo, comece primeiro com a seguinte pergunta: como é o campo na superfície de cada condutor? ) e 4.31. 6 Um dipolo em um dielétrico linear Um dipolo pontual ~p (ou dipolo puro) localiza-se no centro de uma esfera construída a partir de um material dielétrico linear (a esfera tem raio R e constante dielétrica �r). (a) Discuta as condições de contorno para este problema. (b) Escreva equação de Laplace no sistema de coordenadas que julgar mais adequado. (c) Determine o potencial elétrico dentro e fora da esfera. (d) Discuta o resultado para r > R contrastando o presente resultado com o potencial do dipolo no vácuo (há o que poderia chamar-se blindagem? Qual a origem Física deste fenômeno? Etc.) 3 Cuidado: quando r → 0 o potencial deve aproximar-se do potencial de um dipolo puro. Aliás, perceba que há um problema com este potencial quando r = 0. Este ponto não é importante para o presente problema. Para r →∞ o potencial deve ser nulo. 7 ∗Equação de Clausius-Mossotti (3.0 pontos) Em meios dielétricos, de�nimos uma constante α chamada polarizabilidade atômica dada pela expressão ~p = α~Eátomo, onde ~Eátomo é o campo macroscópico total experimentado pelo átomo no meio dielétrico. Sabemos ainda que a polarização ~P é uma densidade de dipolos atômicos, de fato ~P = N~p, onde N é o número de dipolos atômicos por volume. Em meios de baixa densidade, como no ar, podemos escrever que ~Eátomo é igual ao campo macroscópico total ~E , de maneira que: ~P = N~p = Nα~Eátomo = Nα~E Neste caso: χe = Nα/�0 No entanto, para meios densos, como líquidos, o campo experimentado pelo átomo deve conter o efeito de polarização dos átomos em uma certa vizinhança. Desta maneira: ~Eátomo = ~E + 1 3�0 ~P Dado esta relação, mostre que (considerando um dielétrico linear): χe = ( Nα/�0 1−Nα/3�0 ) Esta é a equação de Clausius-Mossotti. Veja a tabela abaixo onde constam dados experimentais para a constante dielétrica do ar e do pentano ambas como função da pressão. Figura 2: Tabela para o problema 5 Tomando o caso do Pentano (polarizabilidade α/4π�0 = 9.879 Å 3), cheque a relação de Clausius-Mossotti para os valores listados (lembre-se que χe + 1 = �/�0). Discuta qualquer desvio encontrado. Compare ainda com os resultados que seriam obtidos caso a correção da polarização dos átomos vizinhos não seja incluída. 4 8 ∗Desa�o Caso você esteja entediado com o curso, considere o problema abaixo. Este problema vale até 7.0 pontos (sim, você pode escolher este e o problema 4 para ter 14 pontos nesta lista). Interação quadrupolar de níveis 2p Os níveis 2p (m = ±1) dos orbitais do átomo de Hidrogênio podem ser descritos, em uma aproximação semi- clássica, como uma densidade de carga ρ(~r): ρ(~r) = e 64πa50 r2 exp(−r/a0) sin2 θ onde a0 é uma constante (o raio de Bohr) e e é a carga nua do elétron. Esta distribuição de carga interage com o momento de quadrupolo do núcleo, dando origem a uma energia que separa os níveis de energias nucleares. Esta separação pode ser determinada por experimentos de Ressonância Magnética Nuclear e o caso é de suma importância para estudos em Química Orgânica. Ideias similares são de suma importância para a Física do Estado Sólido e outrasáreas. Neste problema, você irá fazer uma expansão de multipolos para encontrar o potencial devido esta distribuição de carga no núcleo atômico. (a) Estritamente falando, não podemos de�nir uma expansão de multipolos para ρ(~r) uma vez que esta distri- buição não é localizada. Discuta, brevemente, a Física associada ao fato de ρ não ser uma distribuição localizada (dica: ρ ∝ |ψ|² onde ψ é a função de onda do nível 2p (m = ±1) do Hidrogênio). (b) Mostre que: ρ(~r) = e 64πa50 r2 exp(−r/a0) sin2 θ = e 64πa50 r2 exp(−r/a0) 2 3 (P0(cos θ)− P2(cos θ)) e, usando este resultado, determine o potencial V (r, θ) para r � r′. Lembre-se que pela expansão de multipolos: V (~r) = 1 4π�0 ∑ l=0 1 rl+1 ∫ V′ r′lPl(cos γ ′)ρ(~r′)dτ ′ onde cos γ′: cos γ′ = cos θ cos θ′ + sin θ sin θ′ cos(φ− φ′) lembre-se ainda que você deve integrar em todo espaço: 0 < r′ <∞. (c) Agora as coisas �cam complicadas. O resultado realmente útil é o potencial próximo ao núcleo. Neste caso, r � r′ e não o contrário. Revisite a dedução para a expansão de multipolos e mostre que neste caso: V (~r) = 1 4π�0 ∑ l=0 rl ∫ V′ 1 r′l+1 Pl(cos γ ′)ρ(~r′)dτ ′ (d) No entanto, há uma segunda complicação: a região da densidade de cargas do problema é para todo espaço. Ou seja, você deve integrar r′ no intervalo 0 < r′ <∞. No intervalo 0 < r′ < r a expressão válida é a expressão para r > r′ e para r < r′ <∞ a expressão válida é a expressão deduzida no item (c). Use estas informações e encontre uma expressão para V (r, θ) perto da origem até O(r2), inclusive (ou seja, descarte termos de ordem superior à r2). 5
Compartilhar