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Eletro1_1Sem2018 - Lista de Exercícios #5 Exercícios marcados com ∗ devem ser entregues no dia 15.06 para avaliação. Escolha entregar dois, não mais que dois, dentre os problemas marcados. • Magnetos lineares • Ferromagnetismo • Indução eletromagnética • Equações de Maxwell 1 Cilindro longo revisitado (5.0 pontos) Considere um cilindro magnetizado longo de raio a e altura h � a. O cilindro carrega uma magnetização perpen- dicular ao eixo do cilindro ~M =M0ŷ com M0 > 0 constante. (a) Determine todas as correntes (ligadas e livres) do problema. (1.0 pontos) (b) Escreva as equações diferenciais para o campo ~H e mostre que na presente situação podemos de�nir um campo escalar W tal que ~H = −~∇W . Mostre ainda que W obedece uma equação de Laplace (em s < a e s > a ) e liste as condições de contorno para W . (1.0 pontos) (c) Determine o campo ~H em todo espaço e o fator de desmagnetização. (1.5 pontos) (d) Determine o campo ~B em todo espaço e estude o comportamento de ~B nas fronteiras. Discuta estes resultados no contexto das condições de contorno para o campo ~B. (1.5 pontos) 2 Momento magnético e temperatura Vimos que a energia microscópica de um dipolo escreve-se u = −~m. ~B = −mB cos θ. A média estatísca de um conjunto de dipolos escreve-se: 〈u〉 = ∫ u exp(~m. ~B/kBT )du∫ exp(~m. ~B/kBT )du Para um campo ~B = Bẑ e ||~m|| = m. Notemos que: 〈u〉 = −〈mz〉B e ainda: 〈Mz〉 = N 〈mz〉 (a) Calcule 〈u〉 sem nenhuma aproximação e mostre que: 〈Mz〉 = Nm[coth( mB kBT )− kBT mB ] Para o caso quântico, o momento magnético é devido em grande parte ao spin do elétron. É um fato experimental que a direção dos spins não assume valores contínuos no espaço. Em um análogo clássico para um spin 1/2, podemos dizer que este spin assume apenas dois ângulos, sendo estes: θ = 0 ou θ = π. Neste caso existem dois estados e as integrais que você estudou no item (a) tornam-se uma soma sobre estes estados. (b) Com base no acima descrito, mostre que para um spin quântico: 〈Mz〉 = Nm tanh( mB kBT ) (c) C Estude e compare os limites de alta T e baixa T de ambas das expressões clássicas e quânticas. Estes limites devem ser entendidos como kBT � mB ou kBT � mB respectivamente. Tente entender porque em alta T as expressões diferem por um fator 1/3. 1 3 Problemas do livro texto (3Ed, capítulo 6) Problemas 6.23 (faça!) 4 Problemas do livro texto (3Ed, capítulo 7) Problemas 7.12, 7.14, 7.16, 7.22, 7.33, 7.53. O problema 7.59 é interessante e �ca como sugestão. 5 Supercondutores I∗ (5.0 pontos) Discutimos a questão do campo ~E dentro de condutores carregando correntes estacionárias no contexto da lei de Ohm: ~J = σ ~E. Para condutores perfeitos σ → ∞ e o campo elétrico no interior destes condutores é nulo. Supercondutores são condutores perfeitos que assumem uma propriedade extra: são diamagnetos perfeitos. Ou seja, dentro de um supercondutor ~B = 0 (para ~B constante). Um supercondutor ainda apresenta uma transição para a fase supercondutora a uma temperatura crítica Tc. Para T > Tc o sistema é um condutor normal, para T < Tc o mesmo é um supercondutor. Neste problema, você aplicará as equações de Maxwell a este sistema e irá deduzir uma série de resultados referentes aos condutores perfeitos e supercondutores de maneira a entender a diferença entre estes dois importantes sistemas físicos. (a) Mostre que o �uxo magnético é constante no interior de um condutor perfeito e que o �uxo magnético através de um circuito constituído por condutores perfeitos é constante. (1.0 pontos) (b) Mostre que a corrente em um supercondutor está restrita à sua superfície e investigue o vínculo entre as correntes livres ( ~Jf ), ligadas ( ~JB) e de polarização ( ~Jpol) em um supercondutor. São estas todas nulas ou é apenas a soma destas que é nula? (1.0 pontos) (c) Um cilindro longo (eixo ao longo de z) supercondutor está sujeito a um campo magnético uniforme ~B = B0ŷ e encontra-se a uma temperatura T > Tc. A temperatura então é controlada para T < Tc. Discuta a corrente super�cial ~KB que aparece no cilindro supercondutor por conta deste processo (deixe claro em sua solução porque baixar a temperatura para T < Tc implica no aparecimento de uma corrente ligada ~K na superfície cilíndrica). (1.5 pontos) (d) Para o caso do item (c), mostre que ~Jf = 0. De modo geral, é possível que ~Jf 6= 0 em um supercondutor? Sob que condições? (1.5 pontos) 6 Supercondutores II Assista este vídeo sobre uma demonstração comum para um supercondutor. O mesmo mostra uma cerâmica supercondutora, na forma de uma barra, e um ímã permanente. O líquido utilizado é Nitrogênio (N2) líquido, cuja temperatura de ebulição é de 77 K. (para resolver este problema, você deve considerar fazer o problema 5). (a) Sobre o fenômeno mostrado no vídeo foram feitas as a�rmações abaixo: (i) Levitação do ímã: à temperatura ambiente, T > Tc, para a temperatura do N2 líquido T < Tc. Portanto, para T < Tc ocorre o seguinte: como necessariamente ~B = 0 no interior do supercondutor, correntes ligadas surgem no material supercondutor e produzem um campo ~Bsc tal que ~Bimã + ~Bsc = 0. O campo destas correntes ligadas exerce sobre o ímã uma força dada pela expressão ~F = ~∇(~mimã. ~Bsc) e esta força mantém o ímã suspenso. (ii) Queda do ímã: quando o ímã e o supercondutor são retirados do N2 líquido, ocorre que em um dado momento T > Tc e a cerâmica passa a ser um metal normal. Neste caso, as correntes ligadas deixam de existir e o ímã cai sobre o supercondutor. Avalie o quão corretas são estas a�rmações: ou seja, que informações estão incorretas e que informações poderiam ser completadas para serem mais precisas e condizentes com o observado? (b) Para tratar o fenômeno da levitação quantitativamente, podemos fazer as seguintes aproximações: (i) ge- ometria: o ímã encontra-se no eixo z a uma altura h do supercondutor, cuja superfície está no plano z = 0; (ii) supor que o ímã é um dipolo perfeito (cujo campo é conhecido). Considere ainda ~m = m(sin θx̂ + cos θẑ), ou seja, que o dipolo do ímã está no plano xz. (iii) considerar o ímã bem pequeno de maneira que o supercondutor 2 http://www.youtube.com/watch?v=nWTSzBWEsms é essencialmente um sólido semi-in�nito que preenche o espaço para z < 0. Desta maneira, podemos escrever as seguintes condições de contorno para o campo ~B na superfície do supercondutor:{ Bacimaz = B acima ⊥ = 0 z = 0 ~Bacima = µ0 ~K × n̂ z = 0 Estas condições de contorno inspiram o seguinte método para encontrar ~K: pense que o ímã gera um dipolo imagem na posição z = −h, dentro do supercondutor, e ajuste este dipolo imagem que maneira que Bacima⊥ = 0 em z = 0 (você só precisa ajustar o tamanho e a direção do dipolo imagem). Haverá, no entanto, campo ~B não nulo na superfície do supercondutor. Use este campo para determinar ~K (lembrete: em todo ponto do espaço do problema imagem, o campo total é a soma dos campos dos dois dipolos: imagem + ímã). (c) A força no ímã devido as correntes ligadas também pode ser obtida por meio do campo do dipolo imagem. Calcule esta força (~F = ~∇(~mı́mã. ~B)) e determine a altura h na qual o magneto encontra-se enquanto �utua. Assuma que o magneto tem massa M e que a gravidade local é g. 7 Desa�o O desa�o vale 7.0 pontos. Portanto, entregando o desa�o e mais um problema você pode ter até 12 pontos na lista 5. Teoria de Ginzburg-Landau para paredes de domínio em ferromagnetos∗ Em ferromagnetos, a natureza encontrou uma maneira de reduzir a energia total do sistema. Esta maneira é formar os chamados domínios magnéticos. A formação de domínios magnéticos envolve a competição entre as energias de troca, que favorece a rotação da magnetização e, portanto, a formação do domínio e a de anisotropia, que é tanto maior quanto maior o desvio da magnetização de seu eixo fácil. Portanto, a energia de anisotropia desfavorece a rotação da magnetização e, por consequência, a formação de domínios. Certamente que a rotação da magnetização não ocorre em um único ponto. Entre dois domínios há a formação de uma parede dentroda qual a magnetização gira até chegar na direção do segundo domínio. Esta parede, portanto, tem uma certa estrutura magnética. Ou seja, para um ponto dentro da parede, a magnetização aponta em uma certa direção. Neste problema, você irá calcular a estrutura da parede de domínio em uma situação particular. Considere um sistema com dois domínios com magnetizações opostas em relação a determinado eixo fácil (diga- mos x). Considere que o eixo y é perpendicular à parede. Portanto, a parede estende-se ao longo do eixo y tendo uma certa espessura δ. Vamos posicionar o centro da parede próxima a origem do sistema de coordenadas. Suponha que para y grande (em comparação a espessura δ) e positivo a magnetização escreve-se ~M = (M, 0, 0), enquanto que para y grande em módulo, mas negativo, ~M = (−M, 0, 0). (a) Faça um esquema que represente a geometria descrita do sistema. Em qual plano se dá a rotação da magnetização? Quais componentes de ~M são nulas durante todo o processo? De que coordenadas (modelo mínimo) ~M depende ao longo de todo processo? Cuide para que seu esquema represente todas estas questões. (b) A energia de rotação da magnetização (termo de Ginzburg) escreve-se: Urot = 1 2 α 3∑ i=1 ( ∂ ~M ∂xi ).( ∂ ~M ∂xi ) enquanto que a energia de anisotropia escreve-se: Uaniso = 1 2 βM2⊥ onde M⊥ é a componente perpendicular ao eixo fácil de magnetização (eixo x no presente caso), mas que está contido no plano de rotação (ou seja, não pode ser o y, qual o que sobra?). Para formar a parede, portanto, o sistema paga uma energia: ∫ parede (Urot + Uaniso)dy 3 na prática, y muito grande e positivo signi�ca y →∞, de maneira que:∫ +∞ −∞ (Urot + Uaniso)dy A estrutura da parede é dada pela condição que esta integral deve ser um mínimo. Prove que a integral resultante escreve-se: ∫ +∞ −∞ [ 1 2 α[( ∂Mx ∂y )2 + ( ∂Mz ∂y )2] + 1 2 βM2z ]dy Em seguida, adote que durante a rotação a magnetização terá um ângulo θ em relação ao eixo x. Desta maneira, mostre que a integral acima escreve-se: 1 2 M2 ∫ +∞ −∞ [α( dθ dy )2 + 1 2 β sin2 θ]dy (c) Agora a hora da verdade: devemos encontrar θ(y) tal que esta integral seja mínima. Suponha que y seja uma coordenada temporal. O problema parece equivalente a que tipo de problema variacional que você já resolveu (Mecânica I)? Adote esta analogia para encontrar a equação diferencial para θ. (d) Notando que as condições de contorno são tais que: θ(+∞) = 0 θ(−∞) = π θ′(±∞) = 0 Resolva o problema para encontrar uma expressão para cos θ. Faça um grá�co da solução. Mostre que o comprimento característico do problema é dado por δ = √ α/β. Discuta o resultado em termos da competição entre Urot e Uaniso. Calcule a integral para encontrar a energia da barreira (dica: use a equação diferencial para θ). 4 Cilindro longo revisitado (5.0 pontos) Momento magnético e temperatura Problemas do livro texto (3Ed, capítulo 6) Problemas do livro texto (3Ed, capítulo 7) Supercondutores I* (5.0 pontos) Supercondutores II Desafio
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