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úlceras de perna

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Úlceras de Perna 
Definição 
 Qualquer ferida envolvendo pele e anexos que não cicatriza dentro do tempo previsto. 
 Ferida estacionária na fase inflamatória da cicatrização, ela não inicia o processo de 
fibroplastia e de angiogênese. Então não forma tecido de granulação e cicatrização da 
ferida. 
 
 Tempo previsto de cicatrização de 4 semanas a 3 meses. 
Por quê a ferida não cicatriza? 
 Motivos intrínsecos e extrínsecos!! 
 
 
 
 
Causas 
1. Doenças venosas 
2. Doenças arteriais 
3. DM 
4. Infecções 
5. Neoplasias 
6. Doenças dermatológicas 
7. Trauma 
8. Iatrogenia 
9. Doenças psiquiátricas 
10. Vasculites 
Pode ter mais de uma causa relacionada – sempre identificar as causas da úlcera pra conseguir 
tratar adequadamente. 
Isabela Terra Raupp 
•Hemostasia
•Recrutamento de
polimorfonucleados,
macrófagos e linfócitos
•"Limpeza"
Fase 
Inflamatória 
•Fibroplastia (Síntese de
colágeno)
•Angiogênese
•Infiltração de macrófagos
(granulação)
•Epiteliazação da ferida.
Fase 
Proliferativa •Tecido cicatricial 
(Colágenos + poucos 
vasos)
•Contração da FO.
Fase de 
Maturação
Má nutrição 
Drogas (QxT, RxT) 
Comorbidades 
Anemia 
Cuidados 
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 Prevalência: 3-5% → Incidência aumentando 
Úlcera Venosa 
 Responsáveis por 80% das úlceras – Hipertensão Venosa! 
o Muito relacionadas a varizes, trombose (principal causa). 
 Decorre do comprometimento do sistema venoso profundo ou superficial 
ou perfurantes. 
 Características 
o Medial, fundo com fibrina, bem corada, indolor (ou pouco 
dolorosa), bordos bem definidos podendo ser irregular. 
 Geralmente ela tem fibrina inicialmente e com o tempo ela 
vai diminuindo. 
o Associado a varizes de membros inferiores, edema, dermatite 
ocre (hiperpigmentação), eritema, eczema, prurido 
o 
 Diagnósticos diferenciais: 
o Procure excluir erisipela/celulite associada 
o Sempre exclua doença arterial → palpar pulsos 
o Úlcera mista (A+V) → 10-20% 
 
 
 
 
 
 
 Diagnóstico 
o Anamnese 
o Exame físico 
o Culturais: a colonização mais frequente é o S. aureus e bacterias gram negativas. 
As colonizadas por anaeróbios apresentam cheiro característico. A cultura só deve 
ser solicitada quando houver sinais clínicos de infecção (celulite, erisipela, febre, 
exsudato) e deve ser realizada através de biópsia ou curetagem. 
o Ultrassonografia doppler demonstrando insuficiência venosa (superficial ou 
profunda) 
 Tratamento 
o Reduzir pressão venosa sobre a úlcera → Colocar a perna para cima, uso de 
compressão elástica (meia elástica), botas de Una (compressão inelástica) 
o Curativos: correta aplicação – óleo de girassol, soluções desbridantes quimicos 
(alginato de sódio, papaína, colagenase) 
o Antibióticos em casos de erisipela 
Hipertensão venosa
Hipertensão capilar
Extravasamento de líquido 
para o espaço extravascular
Edema e inflamação
Úlcera
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Úlcera Arterial 
 Queixas de doença arterial periférica associadas → associado a claudicação, tabagismo, 
diabetes, idade avançada, ausência de pulsos distais. 
 Observar alterações na pele, ausência de pelos, coloração, temperatura. 
 Localizadas em locais de pressão ou mais “acessíveis a trauma” → onde apoia o chinelo, 
onde apoia o sapato. 
 ITB > 0,7 (bom prognóstico na cicatrização) 
 Características 
 Borda bem delimitadas, dolorosas, aspecto isquêmico (pálida), áreas de necrose, com 
fibrina espessa. 
 
 Diagnóstico 
o Anamnese 
o Exame físico → avaliar dor, necrose, características da úlcera, sinais de isquemia, 
sintomas de doença arterial periférica. 
o Exames de imagem (USG Doppler, AngioTC, Arteriografia) 
o Sempre excluir primeiro DAP. O diagnóstico de úlcera venosa, na verdade, é um 
diagnóstico de exclusão. 
 Tratamento 
o Medicação, tratamento das infecções associadas 
o Suspensão/eliminação dos fatores de risco 
o Cuidados locais 
o Revascularização (ITB < 0,7) 
Úlcera Hipertensiva 
 Característica isquêmica, muito dolorosa (desproporcional) 
 Associada a HAS grave e mal controlada 
 Localizada em maléolo lateral mais posterior, bordos bem definidos, pequena 
(< 5 cm), podendo estar associada a trauma, 
 mais em mulheres entre 40-60 anos. 
 Manejo: controle da pressão arterial + curativos 
História de úlcera prévia (localização mais medial), com dermatite ocre na volta 
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Úlceras de origem reumatológica (Vasculites) 
 Crescimento rápido, dolorosa, paciente pode apresentar elevação do PCR, VHS, VSG e 
podem estar associados a doenças reumátológicas com alterações de articulações, disfagia, 
febre 
 Artrite reumatóide: 8% das úlceras, localizada na região maleolar, presença de alterações 
sugestivas de AR em articulações, muito dolorosas, recidivantes 
 Pioderma Gangrenoso: origem não infecciosa, recidivante, provocando necrose da pele, 
inicialmente se apresentando como um nódulo/bolha hemorrágica ou pústula, bordos 
irregulares, fundo elevado e granuloso, progressão serpiginosa, na cura evolui para cicatriz 
atrófica. 
Múltiplas úlceras sem característica singular 
(umas tem tecido de granulação, outras 
necrose, outras com pústulas, vesículas) – 
chamado de serpentiforme. 
A biopsia piora o quadro. Tratamento é feito 
sem exames invasivos. 
 
 
 
 Esclerodermia: FAN/VHS elevados, úlceras pequenas e dolorosas, associado a F. Raynaud, 
disfagia, alterações faciais. 
 
 
 
 
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Característica Venosa Arterial Hipertensiva Vasculite 
Localização Medial Locais de pressão/trauma Maléolo lateral mais posterior Região maleolar 
 
 
Tipo de úlcera 
Fundo com fibrina, bem 
corada, indolor (ou pouco 
dolorosa), bordos bem 
definidos podendo ser 
irregular. 
Borda bem delimitadas, 
dolorosas, aspecto isquêmico 
(pálida), áreas de necrose, 
com fibrina espessa. 
 
Bordos bem definidos, 
pequena (< 5 cm), isquemia, 
muito dolorosa 
Crescimento rápido, dolorosa 
1- AR: recidivantes 
2- Pioderma gangrenoso: 
variadas e serpentiforme 
3- Esclerodermia: pequenas 
 
 
Associações 
Varizes de membros 
inferiores, edema, dermatite 
ocre (hiperpigmentação), 
eritema, eczema, prurido 
 
Claudicação, tabagismo, 
diabetes, idade avançada, 
ausência de pulsos distais. 
 
HAS grave e mal controlada, 
mulheres 40-60 anos 
Pode estar associada a 
trauma 
Doenças reumatológicas 
Evolução Lenta Rápida Rápida Rápida 
 
 
 
Diagnóstico 
Anamnese + Exame físico 
Culturais: se sinais clínicos de 
infecção e deve ser realizada 
através de biópsia ou 
curetagem. 
Ultrassonografia doppler 
demonstrando insuficiência 
venosa (superficial ou 
profunda) 
 
Anamnese + Exame físico → 
avaliar dor, necrose, 
características da úlcera, 
sinais de isquemia, sintomas 
de doença arterial periférica. 
Exames de imagem (USG 
Doppler, AngioTC, 
Arteriografia) 
Anamnese + ex. físico 
Descartar outras causas 
PCR, VHS, VSG 
Não fazer biópsia 
 
 
 
Tratamento 
Reduzir pressão venosa 
sobre a úlcera 
Curativos:– óleo de girassol, 
soluções desbridantes. 
Antibióticos em casos de 
erisipela 
Medicação, tratamento das 
infecções associadas 
Suspensão/eliminação dos 
fatores de risco 
Cuidados locais 
Revascularização (ITB < 0,7) 
 
Controle da pressão arterial + 
curativos 
Tratamento da vasculite 
 
 
 
 
Aspecto 
 
 
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