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Princípio da Motivação das Decisões no Processo Penal

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL
Resenha Crítica de Caso: Juiz não pode analisar de forma genérica argumentos da defesa preliminar
Gabriel Hudson Fialho da Silva
Trabalho da disciplina: Sistema Processual Penal
 Tutor: Prof. Milay Adria Ferreira Francisco
Rio de Janeiro - RJ
2020
O PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES E SUA APLICABILIDADE NO PROCESSO PENAL 
Referência: Juiz não pode analisar de forma genérica argumentos da defesa preliminar. In Revista Consultor Jurídico. Novembro de 2014. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2014-nov-25/juiz-nao-analisar-defesa-preliminar-forma-generica. Acesso em: 06 de março de 2020.
Cumpre informar que o artigo mencionado versa sobre um caso ocorrido no estado do Espírito Santo, salienta-se que o Ministério Público ofereceu denúncia em face de dois membros de uma igreja, ocorre que a denúncia fora recebida pelo magistrado e posteriormente os réus foram devidamente citados para apresentação da resposta a acusação. Frisa-se que em sede de resposta a acusação a defesa técnica alegou a presença de elementos como: incompetência, nulidades, prescrição e atipicidades, contudo o Juiz entendeu que a denúncia preenchia os requisitos legais e deu proseguimento regular ao feito.
Ressalta-se que diante tal ato do magistrado, a defesa incomformada impetrou Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça, justificando que o juiz “ad quem”, ora autoridade coatora, não havia abordado quaisquer dos elementos que haviam sido apresentados na defesa, bem como não havia fundamentado sua decisão. Ocorre que o tribunal indeferiu o pedido liminar, fato este que levou a defesa recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, que anulou a decisão, com base em que a decisão que confirma o recebimento da denúncia não pode ser dada de maneira genérica, devendo esta conter um mínimo de fundamentação.
Ao começar a analise do artigo supramencionado podemos destacar que a Constituição Federal de 1988 em seu artigo 93, inciso IX, prevê que todos os julgamentos do orgão do poder judiciário, serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.
É oportuno mencionar que o princípio da motivação das decisões judiciais é uma garantia expressamente prevista em nossa Constituição. Sendo assim, insta salientar que este princípio é clausula pétrea em nosso ordenamento jurídico, ocorre que a garantia da motivação das decisões passou também a ser considerada uma garantia da propria jurisdição, haja vista que os destinatários da fundamentação não são apenas as partes do processo, como também toda a coletividade, pois assim pode-se analisar se magistrado decidiu a demanda com imparcialidade.
Desta forma, magistrado deve explicar o porquê de sua decisão, ou seja, evidenciar o que o levou a tomar tal conclusão, garantindo assim o direito ao devido processo legal, a ampla defesa e ao contraditório. Desta forma o entendimento do doutrinador Eugênio Pacelli de Oliveira menciona que a liberdade que o juiz dispõe do livre convencimento não dispensa, porém, a fundamentação ou motivação da sua decisão. O magistrado deverá, por uso de argumentação racional, demonstrar o porquê de ter optado por determinada prova para que, posteriormente, da insatisfação de alguma das partes, possa haver uma eventual impugnação.
Após a apresentação do artigo em questão, resta cristalino que princípio da motivação das decisões institui uma grantia fundamental a toda coletividade, ora tal princípio visa regular e auxiliar as atividade dos magistrado, uma vez que todas a decisões devem ser fundamentadas, buscando sempre demosntrar a imparcialidade do julgador, por este fato a aplicabilidade de tal pricinpio se torna tão importante. Contudo podemos informar que existem alguns casos onde aplicabilidade deste princípio é completamente ignorada, conforme prova o artigo explanado, entretanto esta violação fere diretamente a garantia constitucional, bem como a dignidade da pesso humana, trazendo assim péssimas consequências ao processo e também ao acusado.
Por fim, vale ressaltar que os fatos supracitados, assim como o caso apresentado, traz uma contribuição ao entendimento do princípio da motivação das decisões e sua aplicabilidade em nosso processo penal, 
Referências:
OLIVEIRA, Eugênio Pacceli de. Curso de processo penal. 5. ed. rev. atual. ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2005. 768 p.
Lima, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único – 5. ed. Rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed JusPodivm, 2017. 1856p

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