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P á g i n a | 1 A pálpebra é importante para a proteção do olho. Exitem 2 pálpebras: inferior e superior. O espaço entre elas (fissura palpebral) mede em média 8-11 mm. Quando fechamos a pálpebra, temos o sulco palpebral superior. Pode ser dividida em uma porção orbital e palpebral. A pele tem pelos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e é a pele mais fina e elástica do organismo. Músculo orbicular do olho • Quando dissecamos a pele, nos deparamos com o músculo orbicular do olho, que pode ser dividida em 3 porções: orbital (mais externa), pré-septal (um pouco mais interna) e pré-tarsal (na borda da pálpebra). • É inervado pelo VII par craniano. Suas fibras são concêntricas ao redor da fissura palpebral. • Sua ação é fechar as pálpebras. Septo, tarso e M. elevador da pálpebra Mais internamente, temos 3 estruturas: Septo, tarso e o tendão do m. elevador da pálpebra superior. Elevador da pálpebra: esse tendão se insere na pele e no tarso. Na pele ele forma o sulco palpebral superior. É inervado pelo III par craniano. O septo orbitário é a estrutura que separa o conteúdo intraorbitário do extra orbitário (gordura). É importante para proteção contra infecções. O tarso é uma estrutura de tecido conjuntivo denso que “sustenta” a pálpebra. Pele → M. orbicular do olho → tarso. A parte interna do m. orbicular do olho (em contato com a fissura palpebral) forma a linha cinzenta. Nessa linha cinzenta, tem os pontos lacrimais, que drenam as lágrimas. Isabela Terra Raupp P á g i n a | 2 Observe o sinal apontado pela flecha, é o ponto lacrimal inferior. Na linha dos cílios temos glândulas importantes: Zeiss (Sebácea) e Moll (sudorípara), relacionadas com os cílios. Atrás do tarso, ficam as glândulas de Meibomius (Gl. tarsal), que são glândulas verticais que ficam em toda a extensão do tarso. Elas produzem um conteúdo sebáceo que é importante para a qualidade do filme lacrimal e é fundamental para que a lágrima não evapore facilmente. A glândula lacrimal fica acima da órbita. Músculo de Muller posterior ao músculo levantador da pálpebra superior. É um acessório de elevação da pálpebra, com inervação autônoma simpática (T1 -T2). Isso é importante porque as vezes o paciente tem ptose e o problema é no ápice pulmonar ou nas carótidas pela inervação desse músculo. • Dobras verticais no canto interno do olho, causada por uma prega palpebral longitudinal, presentes nas crianças até 2 anos. Tende a desaparecer com o tempo (crescimento dos ossos nasais), não necessitando de tratamento. • Sua importância é pelo diagnóstico diferencial com estrabismo/pseudoestrabismo. • Como saber se é estrábica ou não? ▪ Quando olha para o lado, se esconde embaixo da pele. Também, se colocarmos um reflexo luminoso no olho, vemos se está centralizado. Pálpebra evertida para dentro por desincerção de músculos que ligam a pálpebra ao tarso. Com a idade, esses músculos aderidos ao tarso sofrem deiscência e se invertem. • Geralmente idosos. • Acamados, pós-AVC. ▪ Pode levar a lesões, ulcerações, infecções, principalmente pelo contato dos cílios com o olho. ▪ Aparecem com um esparadrapo no olho, tentando puxar a pálpebra para baixo ▪ Abordagem cirúrgica para reinserção dos músculos no tarso. Gl. tarsal Gl. lacrimal P á g i n a | 3 Pálpebra evertida externamente por desincerção do m. elevador da pálpebra e flacidez do tarso. ▪ Idade → tarso mais flácido → gordura orbitária protuída → pálpebras viradas para fora. ▪ Queixa: lacrimejamento (epífora). Lágrima fica retida e não consegue drenar, porque os pontos lacrimais estão mais exteriorizados. ▪ Muitas vezes fazem ulcerações de repetição. ▪ Abordagem cirúrgica. Se não corrigido, conjuntiva inicia processo de queratinização. Queda da pálpebra por alteração estrutural no músculo elevador da pálpebra. ▪ Divididas em: • Congênitas: disginesia do músculo elevador da pálpebra. Tem que observar o eixo visual e o reflexo luminoso da criança, para ver se ela consegue ver. Se tardio (>6 anos), pode causar ambliopia (falta de estímulo visual faz regressão) ou estrabismo → correção cirúrgica com reforço do músculo. • Adquiridas: no idoso é associado a desincerção do m. levantador da pálpebra. Preocupam quando ocorrem em adulto jovem, porque podem estar associadas a doenças sistêmicas, de origem neurológica, miastenia, doenças associadas a perda da força muscular. Normalmente nesses casos estão associados a cansaço e dificuldade respiratória e devemos pensar em tumor de Pancov, que atinge o ápice pulmonar, comprimindo a intervação do m. de Muller. Se na criança, pode levar a ambliopia. → podem desenvolver problemas de refração (astigmatismo) ▪ Ptose palpebral associada a dor de cabeça e diplopia, estrabismo divergente. Paralisia do RM, RS, RI, QI. ▪ Atentar para pacientes diabéticos ▪ Flacidez de pálpebra superior e posterior, se apresentando como pele mais elástica. ▪ Forma “bolsas” de gordura na pálpebra. Aponeurose fica flácida e a gordura vem na frente. ▪ Abordagem cirúrgica se comprometimento visual ou questão estética. P á g i n a | 4 ▪ Olhos saltados, acúmulo de mucopolissacarídeos na inserção dos músculos. ▪ Pode ocorrer de maneira abrupta ou insidiosa. ▪ Hipertireoidismo/tireotoxicose - pesquisar sintomas de hipertireoidismo (sudorese, taquicardia) ▪ Às vezes não conseguem fechar os olhos de modo adequado. • Ressecamento ou colírio lubrificante + pomada ocular ▪ Mesmo tratando hipertireoidismo, pode não resolver a exoftalmia. Em casos extremos, radioterapia na região posterior. ▪ Acúmulo de lipídeos nas células da pálpebra, formando placa amarelada. ▪ Geralmente pálpebra superior. ▪ Elevação amarelada (geralmente mais de uma, geralmente mais em mulheres) ▪ Nem sempre tem alteração lipídica, mas tem que investigar ▪ Tem recidiva, dermatologistas tratam. ▪ Lembrando: Gl. de Moll são gl. sudoríparas diferenciadas na base da pálpebra. ▪ Retração promove um acúmulo de líquido hídrico que forma esses cistos. ▪ Geralmente paciente relata ter furado e os cistos voltam. ▪ Benignos, aspecto desagradável, não adianta perfurar. ▪ Retirada do cisto é o tratamento – curetagem. ▪ Obstrução da glândula tarsal. ▪ Agulha de insulina → furar → drenar ▪ Obstrução infecciosa/inflamatória da glândula de Meibonius, geralmente por estafilococus. ▪ Pode se apresentar como um granuloma sem sinais de inflamação, mais crônico, que é o calazio. • Calor! Simpatias funcionam (só pelo calor) • NUNCA drenar o terçol (dispersa germes, pode provocar celulite) ▪ ATB Tópico + analgésico + aminoglicosídeos + calor local • Remoção cirúrgica quando tem reação granulomatosa. P á g i n a | 5 • Pálpebra grande e inchada, quando chora aumenta e fica vermelha. • Ao exame, macio e sem dor, sem estar preso a planos profundos e sem aspecto inflamatório. • Mais exposto a manobra de valsalva. • Com o tempo, diminui de tamanho, involui espontaneamente até o 1º ano de vida. ▪ Casos graves que prejudicam a visão: Injeções de corticoide ▪ Lesões pré-malignas de câncer de pele, por hiperplasia tecidual em áreas de atrito ▪ Pacientes expostos à luz solar ▪ Deve ser removida ▪ Geralmente pálpebra inferior, mal delimitados, região central ulcerada (que pode sangrar, dar prurido, etc.) ▪ Lesões ulceradas, sangrantes, com neovasos. → podem ser cânceres. ▪ Primeira coisa é se preocupar com a integridade do olho. • Não suturar a pálpebra direto, abre o olho e verifica. ▪ Se não deixa olhar o olho, pinga anestésico, ver se está integro. ▪ Pálpebra → ver o músculo, ver o tarso. ▪ Paciente confuso sempre tem que olhar se tem lesão no olho.
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