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O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia

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Prévia do material em texto

Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
• Introdução;
• Pré-História;
• Arte Egípcia na Antiguidade.
• Estudar a relação e a infl uência que a Arte pré-histórica e a Arte do Egito antigo tiveram 
para as civilizações e os movimentos artísticos posteriores, e têm para a função e atuação 
do designer contemporâneo. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Design Antes do Design: 
Pré-História e Arte Egípcia
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Introdução
Anteriormente, definimos a relação entre a Arte e a História da Arte com o 
Design e apresentamos conteúdo teórico sobre como a Arte e a Estética influen-
ciam nesta relação. Vimos também que conhecer os diferentes movimentos artísti-
cos oferece fundamentação para a atuação do designer na realização dos trabalhos.
A Arte e a Estética estão relacionadas com o Design, tanto na Arte quanto no 
Design, quando usamos conceitos de movimentos artísticos em um produto ou 
uma peça gráfica criada por nós, assim como buscamos agradar visualmente o con-
sumidor ou usuário fazendo com que esse produto ou peça gráfica seja bela para 
este consumidor. E, como vimos, a beleza é formada por conceitos subjetivos que 
dependem de diversos fatores, a cultura da época, o conhecimento individual, etc.
Agora, começaremos um breve passeio por alguns milênios de experimenta-
ções que influenciam a função de um designer. Começaremos nossa trajetória por 
milhares e milhares de anos de manifestações artísticas, pelo que é considerado o 
período mais criativo do homem na terra, a Pré-História.
Isso mesmo! Mesmo antes do Design “oficial”, o homem já produzia Design. 
É o que chamaremos de “O Design antes do Design”, já que, conforme mencio-
namos anteriormente, a prática do Design, com este nome e características que 
conhecemos, só surgiu após a Revolução Industrial, em meados de 1820. Porém, 
é inegável que já podemos ver elementos de Design em movimentos artísticos sur-
gidos muito antes disso. Isso se reforça com o conceito da Arte como técnica, logo, 
muito relacionada com o Design.
Um exemplo, como também já comentamos, são as pinturas rupestres nas ca-
vernas, da época da Pré-História, o primeiro vestígio da relação entre o Design e a 
História da Arte, que já podem ser consideradas uma forma primitiva de Comuni-
cação e Design, uma vez que têm cunho utilitário, ou seja, tinham uma função de 
transmitir para outros uma informação necessária, usando a técnica mais adequada 
possível para que essa mensagem fosse mais clara. Mas essa é somente uma das 
relações, vamos estudar essa influência de maneira mais ampla.
Pré-História
Os primeiros registros artísticos da humanidade surgem na Pré-História. Trata-se 
do período mais longo da existência humana na Terra. Denominado de maneira 
imprecisa como Pré-História, pois existiram muitas divergências quanto a esse pe-
ríodo. Mas como o consenso define a Pré-História?
A Pré-História se define pelo período da existência do homem em que não se 
têm registros escritos, ou seja, não há fontes primárias de escritas. Por isso, no 
momento em que surge a escrita, ou aparecem os primeiros vestígios de escrita, 
termina a Pré-História.
8
9
Para estudar a Pré-História, usamos os parentes consanguíneos da escrita, como 
por exemplo, as pinturas nas paredes das cavernas, as já mencionadas pinturas 
rupestres. Elas são tão importantes, que o escritor francês Georges Bataille disse 
que “as pinturas rupestres são os signos mais visíveis da nossa presença na Terra”.
Apesar de transmitirem uma mensagem, não sabemos ao certo a sua finalidade, 
mas o próximo, ou seja, uma pessoa que via aquela pintura, entendia a mensagem 
a que se propunha. O fato de não sabermos com certeza qual a finalidade das pin-
turas rupestres faz com que muitos pesquisadores não as considerem como uma 
forma de Arte. Porém, como falamos acima, a Pré-História é considerada o mais 
criativo período da história humana na Terra e a grande maioria dos historiadores 
vê as pinturas rupestres como a mais primitiva forma de Arte, além da forma mais 
primitiva de Comunicação e Design, pois usam as pinturas rupestres para transmi-
tir uma informação: lugar bom para caça, lugar que tem um dono, homenagem ao 
animal, cunho “religioso”, etc.
Existem vestígios de Arte pré-histórica em todo o mundo, porém, os mais con-
sideráveis ficam na região dos Pirineus, uma cadeia de montanhas que divide a 
Espanha e a França.
É na França, na região dos Pirineus, onde fica a caverna de Lascaux, até hoje 
considerada a maior descoberta pré-histórica, pela representatividade que teve na 
época de sua descoberta e tem até hoje.
Foi descoberta em 1940, porém, suas pinturas datam de 17.000 a 15.500 a.C., 
e para termos uma noção da sua importância, o espanhol Pablo Picasso, um 
dos mais renomados pintores da História, por exemplo, quando visitou Lascaux, 
disse que “a impressão que eu tive é que nós não criamos nada”. Essa visita de 
Picasso à Lascaux o influenciou como artista, pois usa uma imagem rupestre e 
a desconstrói.
Como dissemos, existem registros de pinturas pré-históricas no mundo todo, 
inclusive no Brasil. O Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, é o maior 
registro de pinturas rupestres do mundo, com mais de 33.000 unidades. É o maior 
registro, mas não o mais antigo, já que foi descoberto na década de 1970.
A Pré-História é considerada o período mais criativo da existência do homem na 
Terra, pois foi a época em que apareceram as grandes realizações do homem (antes 
da escrita). Animais domesticados, consumo de vegetais, cerâmica, tecelagem, etc, 
além da comunicação, através das já mencionadas pinturas rupestres.
Importante!
Entre as descobertas do homem na Pré-História, fazendo uma relação com a atuação de 
um designer, das mais importantes estão a descoberta e o domínio das ferramentas para 
a realização das pinturas, além do estudo do espaço onde as pinturas eram feitas, como 
veremos a seguir.
Importante!
9
UNIDADE O Design Antes do Design:Pré-História e Arte Egípcia
Até hoje, a Arte pré-histórica influencia. Podemos e devemos dialogar com essa 
forma de Arte. A noção de ilustração e de pintura já vem desde a Pré-História e 
tem qualidades artísticas impressionantes, além da experimentação para descobrir 
formas de reprodução.
O artista pré-histórico pode ter começado a produzir Arte em cavernas por puro 
acaso. A mão suja de sangue quando ele encosta na parede deixa marcada sua 
mão. O mais impressionante acontece quando o homem se dá conta de que pode 
manipular alguns pigmentos para reproduzir a realidade. Aí começa o esforço de 
se comunicar, ele toma consciência de um poder de criação, diferente dos outros 
animais, tanto que Aristóteles disse: “o que difere os homens dos animais é que os 
homens são artistas”.
Esses estudos e o domínio da técnica levaram a diferentes formas de repro-
dução. De um acaso também surgiu a técnica do sopro, por exemplo. Quando 
se colocava a mão na frente da parede e se assoprava um pigmento que estava 
dentro de um “canudo”. O home pré-histórico percebeu que dentro dos ossinhos 
ocos das aves poderia ser inserido um pigmento e esse “canudo” poderia ser 
soprado. Foi a descoberta dessa ferramentaque deu origem à técnica do sopro. 
Na Argentina, mais precisamente na Patagônia, existe a Cueva de Las Manos, a 
caverna das mãos, com pinturas que datam de 9.000 a.C. e que apresentam essa 
técnica do sopro.
Essa técnica do sopro pode ser vista também em outros sítios pré-históricos 
espalhados pelo mundo. Em pinturas na Caverna de Altamira, na Espanha, essa 
técnica do sopro foi utilizada para mostrar a domesticação de animais por parte 
dos homens pré-históricos, ou seja, para demonstrar a ação do homem sobre os 
animais. Em algumas pinturas rupestres, próximo aos animais, sobre a imagem de 
um animal, existem mãos gravadas pela técnica do sopro.
Essa representação da mão sobre o animal foi interpretada pelos historiadores 
como marca dessa domesticação, como mencionado, aquela mão está ali para 
mostrar uma ação dominante do homem sobre o animal. Além disso, o homem 
pré-histórico era caçador, portanto, existe intenção em uma pintura rupestre.
Outra interpretação dos historiadores sobre as pinturas rupestres de animais 
tinha um cunho “religioso”. Alguns pesquisadores acreditam que eles reproduziam 
a imagem do animal morto como uma forma de homenagem e de apropriação da 
força do animal. Acreditavam que o animal tinha um espírito e, ao pintá-lo na pa-
rede da caverna, ele se reconciliava com o mesmo, após a sua dominação. Matava 
o animal para consumo ou para defesa, mas demonstrava seu resteito por ele, dei-
xando sua imagem representada na parede de uma caverna, ou seja, para manter 
“vivo” o seu espírito.
Usamos o termo religioso entre aspas, pois naquela época, não existia a religião 
como hoje conhecemos, existia uma crença. Para o homem pré-histórico, essa 
ação era uma crença, ou seja, algo em que ele acreditava.
10
11
É interessante refletir que essa intenção “religiosa” que o homem pré-histórico tinha, ao 
desenhar um animal na caverna, o levou a aprimorar as técnicas de reprodução para que o 
desenho ficasse o mais realista e anatômico possível, e o animal pudesse ser homenageado 
da maneira mais nobre possível.
Ex
pl
or
Mas fica uma pergunta no ar. Se não se sabe ao certo, qual a intenção do ho-
mem pré-histórico ao desenhar uma imagem na parede de uma caverna, como os 
historiadores concluem que as imagens representavam domesticação ou tinham 
uma intenção “religiosa”?
Os pesquisadores concluíram que o homem pré-histórico pensava dessa 
maneira, pois muitos de nós pensamos assim, até hoje! Estendemos isso ao 
homem pré-histórico, pois existem homens, nos dias de hoje, que reagem assim. 
Esse é um método usado para se estudar a pré-história, se alguns homens atuais 
têm a tendência a pensar assim, eles também teriam.
Não necessariamente sob o ponto de vista “religioso” ou mesmo de dominação, 
mas de termos respeito por uma imagem. O homem pré-histórico, assim como 
muitos de nós, atribuia sentidos “mágicos” a uma imagem.
O autor Ernst Gombrich tem a seguinte teoria para entendermos esta aborda-
gem: como você se sente quando vê alguém com uma foto sua nas mãos e essa 
pessoa corta a sua cabeça na foto? Isso é agradável para você?
Caso você tenha respondido que não se sente bem e que não é agradável para 
você, isso significa o sentido “mágico” que damos para uma imagem, ou melhor, te-
mos respeito pelas imagens. É interessante refletir que essa intenção “religiosa” que o 
homem pré-histórico tinha, ao desenhar um animal na caverna, o levou a aprimorar 
as técnicas de reprodução para que o desenho ficasse o mais realista e anatômico 
possível, e o animal pudesse ser homenageado da maneira mais nobre possível.
Como dissemos, isso acontece para algumas pessoas, portanto, pode não ser uma unanimi-
dade. Mas pense sobre alguma coisa que você goste muito e como você reage a uma repre-
sentação visual deste seu gosto pessoal.
Ex
pl
or
Falando de uma maneira mais técnica, o que podemos concluir da Arte pré-
-histórica, e que podemos levar para nossa realidade, é a alta técnica de reprodu-
ção. O homem pré-histórico tinha um alto domínio do material e conhecimento 
dos pigmentos usados. Ele usava pigmentos encontrados na natureza, usava a 
madeira queimada, o carvão, o sangue de um animal, visando o uso de diferentes 
cores na representação.
Adquiriu o conhecimento de usar gordura animal como aglutinante, um pó era 
misturado com a gordura do animal para produzir uma tinta.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Tinha domínio também das ferramentas utilizadas. Primeiramente, usava os de-
dos e as mãos, depois, começou a desenvolver outras ferramentas como pincéis de 
pêlos de animais para pintar detalhes pequenos e o couro do animal como flanela 
embebida no pigmento para preencher grandes áreas da parede.
Tinha impressionantes noções de relevo, usando a própria caverna em favor 
da representação, assim como a luz que entrava nela. Ou seja, tinha conhecimen-
to também da utilização de sombra e da luminosidade para representação em 
locais específicos.
Outro ponto interessante em relação ao espaço físico das cavernas, também está 
relacionado ao cunho “religioso” que mencionamos anteriormente. Existem pintu-
ras rupestres deixadas nos pontos mais profundos das cavernas. Isso acontece pois, 
como vimos, uma das intenções do homem pré-histórico ao representar um animal 
morto, era para homenageá-lo, ou seja, deixar “vivo” seu espírito, através daquela 
imagem. Mas ao mesmo tempo, o homem pré-histórico temia e respeitava esse 
animal, em virtude da dificuldade que teve para abatê-lo, por isso, o deixava “vivo” 
através da sua imagem, porém, num local profundo, para dificultar que ele saísse. 
Também contaram com a sorte para que essas reproduções ficassem conser-
vadas por tanto tempo. Muitas cavernas passaram milhares de anos inacessíveis e 
com suas entradas obstruídas. Essa dificuldade no acesso de pessoas e mesmo de 
elementos da natureza, como água, vento e luz, fizeram com que as imagens ficas-
sem preservadas por tanto tempo.
Além disso, tinham enorme conhecimento dos animais. A utilização das cores e 
dessas noções teve uma finalidade específica, a intenção de passar de uma imagem 
figurativa para uma imagem cada vez mais realista. É o que podemos chamar de 
naturalismo anatômico dos animais.
Importante!
O homem pré-histórico foi extremamente criativo, pois mesmo vivendo em condições 
hostis e sem conhecimento prévio, ele desenvolveu muitas técnicas de reprodução que 
usamos até hoje e muitos hábitos que temos nos dias atuais.
Em Síntese
Como dissemos anteriormente, existem correntes de pensamento que são con-
tra a nomeação de Arte às imagens pré-históricas, pois não se sabe com 100% de 
certeza qual a intenção dos artistas, porém, as técnicas utilizadas e a representativi-
dade que elas têm na evolução das Artes fizeram com quea Pré-História fosse vista 
como um período também artístico, por grande parte de pesquisadores e artistas.
A Pré-História é importante para os períodos históricos e movimentos artísticos 
posteriores, pois, além de deixar uma herança nas técnicas de reprodução, tam-
bém foram a base para outro importante acontecimento, que inclusive acabou com 
a própria Pré-História. A passagem de uma imagem figurativa para uma imagem 
realista foi o que motivou a criação da escrita. O desenvolvimento da escrita está 
12
13
diretamente relacionado às pinturas rupestres, ou seja, a origem de cada letra tem 
influência direta em pinturas rupestres.
A escrita começou na Mesopotâmia, às margens do Rio Nilo, em aproximada-
mente 4.000 a.C. e é considerada a maior revolução da humanidade, a ponto de 
determinar o fim de uma era, como mencionamos no início deste material, o fim 
da Pré-História.
A descoberta da escrita determinou o início da Antiguidade e a primeira forma 
de Arte da Antiguidade de que falaremos, a Arte egípcia!
Arte Egípcia na Antiguidade
Como falamos, a escrita começou na Mesopotâmia, onde hoje é a região do 
Egito e do Iraque, às margens do Rio Nilo, em aproximadamente 4.000 a.C., criada 
principalmente para registrar as transações comerciais entre as civilizações que vi-
viam às margens do rio. Também como vimos, é considerada a maior revolução da 
humanidade e foi responsável por acabar com a era pré-histórica, ou seja, a partir 
do momento em que começam a ter registros escritos do pensamento humano, 
começa o que chamamos de História, mais precisamente, começa a Antiguidade.
Uma significativa descoberta como essa merece uma descrição mais adequada. 
Escrita é o sistema que utiliza signos para expressar graficamente em um su-
porte o pensamento humano. O filósofo e teórico canadense Marshall McLuhan, 
no livro A Galáxia de Gutenberg, de 1972, define que: “a assimilação e interiori-
zação da tecnologia do alfabeto fonético translada o homem do mundo mágico da 
audição para o mundo neutro da visão”.
A primeira grande civilização que explorou a escrita foi a egípcia. A escrita era 
de extrema importância para o Egito, pois era o registro de cálculos de comércio, 
porém, com o tempo, tudo passou a ser registrado através da escrita: receita da 
cerveja, como se cultivava a uva, como se produzia o vinho, etc. As “letras” do 
início da escrita passaram por um processo de concretismo, saindo de um uni-
verso figurativo.
Mas de que forma uma letra egípcia, uma escrita pictórica, influenciada pelas 
pinturas rupestres, reproduzida através de símbolos, influenciou o alfabeto que co-
nhecemos hoje?
Alguns símbolos egípcios (mesmo os que não eram hieróglifos tradicionais) 
passaram de civilização para civilização e sofreram modificações em sua forma. 
Ou seja, do Egito Antigo até o Grego Primitivo, passando por civilizações como 
Sinai e Fenícia, as letras sofreram modificações em sua forma, mas todas começa-
ram com base nas pinturas rupestres.
A forma escrita para a letra “A” que conhecemos evoluiu de uma linguagem 
pictórica do Egito antigo (uma figura rupestre representando um boi), passando por 
13
UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
uma simplificação no Sinai, até um símbolo similar à letra “A” na horizontal usado 
na Fenícia. Com o passar dos anos, ainda com a evolução da escrita, o símbolo 
fenício foi rotacionado na Grécia antiga, até chegar à letra “Alfa”, que também sig-
nificava a palavra “boi”.
Essa é a base para o alfabeto romano, que usamos atualmente e que falare-
mos mais adiante neste curso. É a base para o que filósofo e teórico canadense 
Marshall McLuhan chama de alfabeto fonético (também conhecido como sistema 
acrofônico). Segundo ele, a origem do alfabeto se deve ao som, por isso o termo 
fonético. Os nomes dados às letras foram definidos pela retenção do primeiro som 
da palavra. A letra “A”, por exemplo, foi definida a partir da palavra “Alfa”, ou seja, 
para simplificar a pronúncia, sempre que a letra “Alfa” era escrita, era lida apenas 
como “A”.
Falaremos um pouco mais sobre 
escrita quando nosso assunto for 
a Roma Antiga e a relação que ela 
teve com a Grécia antiga.
Os egípcios, porém, não valorizavam somente a escrita, a Arte também era 
extremamente importante para eles, mas não da maneira como outras civilizações 
posteriores a viam ou como nós a vemos atualmente. Para os egípcios, a Arte tinha 
uma função diferente, de certa maneira, também relacionada com o pensamento 
dos homens pré-históricos.
Quando pensamos em relação à Arte egípcia, temos que ter em mente que, no 
Egito Antigo, havia uma despreocupação em relação à beleza. Um faraó, quando 
posava para um escultor, não queria que o escultor o reproduzisse mais bonito do 
que ele era realmente.
Os egípcios entendiam a Arte como substratos materiais através dos quais a vida 
pode ser mantida (assim como o homem pré-histórico em relação aos animais, 
como falamos anteriormente). Por mais contraditório que possa parecer, eles cria-
ram uma Arte que não era considerada Arte por eles, pois era apenas uma forma 
através da qual garantiam a sobrevivência da alma. Quando os faraós morriam, 
os egípcios acreditavam que o espírito perdia sua morada, então, para eles, os 
objetos artísticos tinham uma função espitirual. Quando um faraó era reproduzido 
exatamente da forma como era, ele garantia sua existência mesmo após partir do 
mundo físico.
Para os egípcios as prepresentações artísticas dos faraós faziam com que sua 
alma continuasse habitando a terra, “vivendo” nas imagens e nas esculturas dos 
faraós. Por isso, os egípcios não tiveram definição para a Arte, ou seja, não chama-
vam as esculturas e pinturas que criavam de Arte. Como falamos acima, eles eram 
ligados a ela de uma maneira funcional e religiosa. Eram muito ligados à escrita, 
mas não à Arte.
14
15
Isso também é explicado pelo fato deles preservarem o corpo, através das técni-
cas de mumificação. Tentavam preservar o corpo pelo máximo de tempo possível, 
porém, mesmo com a mumificação, este se deteriorava, e então, criaram a sua Arte 
(um sarcófago, uma escultura, etc.), como vimos, uma contradição. Sem valor ar-
tístico, porém, com valor religioso. Para eles, os objetos artísticos não foram feitos 
para serem observados pelos olhos humanos, a Arte egípcia era para ser “reconhe-
cida” pelos mortos, portanto, era uma Arte tumular.
Somente muitos anos depois a Arte egípcia passou a ser considerada Arte. Prin-
cipalmente por outras civilizações e muitos anos depois. Para facilitar o entendi-
mento em nossas aulas, como viemos fazendo até aqui, iremos nos referir às peças 
egípcias que garantiam a manutenção da vida, como Arte.
Trazendo um pouco mais para a nossa realidade do Design, podemos mencio-
nar que, para garantir a permanência do epírito, por muito tempo, as peças egíp-
cias eram feitas com materiais extremamente resistentes. É chamada de Arte para 
a eternidade.
Usavam o granito, uma pedra de grande resistência, além disso, não possui 
espaços vazios, ocos ou finos. A cabeça é ligada ao corpo através de áreas mais 
espessas, por exemplo.
Atualmente, quando criamos um produto ou quando escolhemos os ma-
teriais para produção de um trabalho, escolhemos os materiais mais dura-
douros. Não necessariamente por uma função religiosa, mas por uma função de 
garantir que aquele nosso trabalho dure por mais tempo.
Até a pintura egípcia levava em conta esse conceito da eternidade. Nas paredes 
dos túmulos, era feita através da técnica do afresco, uma argamassa com a mistura 
de cal, areia e água. Quando essa mistura estivesse pronta, aplicavam à na parede 
ou ao teto, diluíam os pigmentos coloridos em água e aplicavam essa tinta, pigmen-
to diluído na argamassa enquanto ainda estivesse úmida. Quando a argamassa se-
cava, surgia uma película fina sobre a pintura, que a protegia durante muitos anos.
A pintura afresco é uma pintura de muita qualidade, uma pintura para a eterni-
dade, assim como as esculturasem granito.
Por esse motivo que o patrimônio artístico egípcio está praticamente intacto, 
graças à alta resistência do material, mas também por ser tumular, ou seja, ficar em 
lugares fechados, protegidos da ação do tempo.
Além de ser resistente, feita para durar muitos anos, a Arte egípcia era uma 
Arte canônica. “Cano” é um prefixo derivado de uma palavra grega que significa 
régua, uma régua, por sua vez, é uma forma de regra. Portanto, a Arte egípcia é 
uma Arte regrada.
Violar uma Arte canônica é violar as regras, portanto, não havia liberda-
de artística, sendo que o artista era obrigado a reproduzir as regras. O artis-
ta egípcio era treinado para reproduzir uma Arte regrada. Existiam regras de 
15
UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
proporcionalidade que eram consideradas religiosas. O princípio geral presente 
na pintura egípcia é a reprodução de uma parte do corpo humano, de um ani-
mal ou de um objeto a partir do seu ângulo de maior visibilidade. Pensando em 
um corpo humano:
• O ângulo de maior visibilidade do rosto é o perfil, já que a representação do 
rosto de frente se perde em muitos detalhes;
• Por outro lado, o ângulo de maior representatividade de um olho é de frente;
• O ângulo de maior visibilidade do tronco também é de frente, por isso, se apre-
senta de maneira simétrica;
• O ângulo de maior visibilidade das mãos, pernas e pés é a visão lateral.
Por essa regra de reproduzir um corpo humano a partir do seu ângulo de maior 
visibilidade, reproduziam a imagem de uma pessoa com o rosto de perfil, apenas um 
olho de frente, o tronco também de frente e os braços, as pernas e os pés de lado.
Como falamos, tinham uma enorme preocupação com a visibilidade, por isso, 
muitas vezes reproduziam um corpo somente com apenas um braço (esquerdo 
ou direito), para privilegiar a visibilidade. Nos objetos, esse conceito do ângulo de 
maior visibilidade também se aplica, por exemplo, numa mesa de oferendas pinta-
da; a mesa era pintada pela visão de cima, mas os objetos nessa mesa poderiam 
ser representados sob um ângulo diferente. Uma vez definido o ângulo de maior 
visibilidade, eles não se preocupavam com a coerência ótica.
Não tinha somente um ponto de fuga, havia diversos. Não porque não sabiam 
geometria, tanto que os gregos aprenderam geometria com os egípcios, não usa-
vam a geometria do ponto de fuga porque não era a intenção deles. Quanto mais 
detalhes a pintura tivesse, mais difícil seria para o espírito encontrar sua morada.
A pintura egípcia, por exemplo, pode 
ser relacionada ao Cubismo, um mo-
vimento artístico do século XX que 
usa a técnica francesa da assamblage, 
ou seja, uma reunião de elementos e 
objetos sem se preocupar com a co-
erência, como veremos mais adiante 
neste curso.
Mesmo na escultura, essa regra da bidimensionalidade está presente. A escultura 
egípcia é chamada de escultura bidimensional. Paradoxal, já que toda escultura tem 
3 dimensões, porém, ela também é criada para ser vista de um só ângulo, como 
se estivesse “pintada” na parede. Não existem detalhes importantes nas lateriais ou 
na parte de trás da escultura. Tudo o que é importante pode ser visto apenas de 
um ângulo. Não precisamos circular em torno dela para percebê-la inteiramente. 
Essa forma de escultura bidimensional egípcia se apresenta no início da Arte grega 
também, como veremos mais adiante.
16
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A escultura egípcia, como vimos, era uma Arte feita para ser resistente, então, 
o artista egípcio neglicenciava os detalhes pela visibilidade. Quanto mais detalhes 
tivessem, maiores as chances de se quebrarem. Lembre-se: todas as obras de Arte 
criadas para um faraó ou mesmo as pinturas que contavam sua vida e seus feitos, 
já que a Arte egípcia era dotada de um cunho “contador de histórias”, em que tudo 
era reproduzido numa peça com o intuito de descrever um acontecimento, eram 
deixadas em uma câmara abaixo das pirâmides, junto com toda a riqueza que ele 
tinha em vida, para o espírito continuar “vivendo”.
Uma das regras egípcias que se estendeu até a Grécia, como falaremos a seguir, 
e que usamos até hoje quando realizamos um trabalho de Design, é a malha de 
quadrados. Toda Arte egípcia era feita dentro de uma malha estrutural, uma grade 
ou um grid proporcional.
Seja numa pintura ou num bloco de granito, eles desenhavam essa malha de 
quadrados e começavam pintando ou esculpindo por baixo:
• Na primeira linha, de baixo, ficavam os pés;
• Na sexta linha, de baixo para cima, ficavam os joelhos;
• Na 11ª, também de baixo para cima, ficava a cintura;
• E na 17ª e na 18º ficava a cabeça.
Como falamos, até hoje usamos malha estrutural em identidade visual e em ou-
tros trabalhos!
É curioso pensar que o artista egípcio, apesar de produzir peças de extrema 
representatividade, não era considerado um cargo de muita importância. O que 
era importante na realidade era o que ele reproduzia, a representação de um 
faraó, por exemplo. Naquela época, os trabalhos manuais não eram considera-
dos de grande importância, tanto que as próprias pirâmides eram construídas 
por camponeses.
Por outro lado, o cargo do escriba, aquele que detinha o conhecimento da escri-
ta, era de extrema importância. O escriba tem uma importância social necessária 
para a época. Como falamos anteriormente, todas as civilizações que ficam às mar-
gens do Rio Nilo e do Mar Mediterrâneo começam a dialogar entre si, a ter relações 
comerciais, então, é necessário registrar essas transações.
Voltando ao assunto da escrita, do início deste capítulo, podemos dizer que, 
no Egito antigo, a simbologia também passou para a escrita. Cada letra era 
reproduzida por símbolos. As pinturas de símbolos que vemos nas pirâmides e 
nos sarcófagos já é uma forma de escrita. Eles usavam símbolos para reprodu-
zir sua escrita. A escrita egípcia antiga era uma escrita de caracteres pictóricos 
(inspirados nas pinturas rupestres). Imagens de pássaros, insetos, objetos, etc., 
são os hieróglifos.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Importante!
Os hieróglifos egípcios foram decifrados pelo francês Jean-François Champollion que, 
após anos de estudo, concluiu seu trabalho em 1822 decifrando a Pedra da Roseta, uma 
peça de basalto onde estavam gravados um mesmo texto em grego, em hieróglifos e em 
demóticos (forma mais simples e popular de escrita egípcia).
Você Sabia?
Falar sobre o fim do império egípcio é difícil, uma vez que o país existe até hoje. 
Falamos aqui sobre a cultura artística do Egito antigo e vimos que muito do que os 
egípcios pensavam em relação à sua Arte passou para nós atualmente. Os respon-
sáveis por divulgar a cultura egípcia para o mundo foram os gregos antigo. Pode-
mos dizer que a cultura egípcia influenciou diretamente a cultura grega. A Grécia 
antiga é contemporânea ao Egito antigo, ou melhor, quando a Grécia antiga sur-
giu, o Egito antigo já existia e já era uma civilização extremamente desenvolvida. 
A Grécia antiga se inspirou no Egito antigo em diversas áreas: na escrita, como 
vimos anteriormente, e na Arte, como mencionamos por algumas oportunidades e 
veremos de maneira mais profunda na próxima unidade!
Não deixe de assitir à videoaula desta unidade, para ter uma visão mais ampla sobre a Pré-
-História e sobre a Arte egípcia da Antiguidade!Ex
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Importante!
A Pré-História representa a era mais extensa de todas. Vai dos anos 2.500.000 a.C. 
até 4.000 a.C. Em séculos, a Pré-História se estende dos séculos 25.000 a.C. à 40 a.C. 
A Antiguidade, por sua vez, como vimos, começa aproximadamente em 4.000 a.C, com 
a descoberta da escrita. Portanto, nesta unidade falamos de movimentos artísticos e 
históricos de antes de Cristo (a.C.). Como os egípcios estiveram envolvidos no desenvol-
vimento da escrita, podemos concluir que a civilização egípcia já existia antes mesmo da 
Antiguidade, ou seja, o Egito já existia durante a Pré-História e continuou sua trajetória 
na Antiguidade (História).
Em Síntese
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MaterialComplementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução: Álvaro Cabral – Rio de Janeiro : 
LTC, 2008.
A galá xia de Gutenberg: a formaç ã o do homem tipográ fico
MCLUHAN, M. A galá xia de Gutenberg: a formaç ã o do homem tipográ fico. Sã o 
Paulo: Edusp, 1972.
 Filmes
Os Croods
Filme de 2013, apresenta de uma maneira lúdica, muito sobre a experimentação e as 
descobertas do homem pré-histórico.
Deuses do Egito
Filme de 2016 apresenta em seu enredo a cultura simbólica do Egito antigo.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Referências
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução: Álvaro Cabral. – Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
MCLUHAN, M. A galáxia de Gutenberg: a formação do homem tipográfico. 
São Paulo: Edusp, 1972.
MANDEL, L. Escritas, espelho dos homens e das sociedades. São Paulo: 
Rosari, 2006.
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