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O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média

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Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
• Introdução;
• Arte Cristã e Idade Média;
• A Transição da Idade Média para A Idade Moderna.
• Estudar a relação e a infl uência que a Arte cristã e os demais movimentos artísticos da 
Idade Média tiveram nas civilizações e nos movimentos artísticos posteriores e têm na 
função e na atuação do designer contemporâneo. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Design Antes do Design: 
Arte Cristã e Idade Média
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Introdução
Até aqui, vimos que a Pré-História e as civilizações da Antiguidade (Egito, Grécia 
e Roma) se influenciaram mutuamente em diversas áreas, entre elas, a Arte.
Comentamos, também, que tanto o homem pré-histórico quanto todas essas ci-
vilizações antigas deixaram contribuições para nossa atuação como designers, pois 
muito do que eles faziam em relação à Arte nós usamos até hoje. 
Contudo, contribuições artísticas e sociais desses períodos foram importantes para o 
desenvolvimento das civilizações e dos Períodos históricos que vieram posteriormente. 
É o que mostraremos nesta Unidade, quando falaremos sobre a Arte cristã e a 
Idade Média e começaremos a falar sobre o embrião do Renascimento, na Idade 
Moderna, que veio logo na sequência da Idade Média.
Importante!
Vale à pena ressaltar que não estamos tratando aqui sobre Religião; estamos falando, 
exclusivamente, sobre Arte e Design. Para estudar os movimentos artísticos que virão a 
seguir, temos de falar sobre a relação que o Império romano teve com a Arte cristã e so-
bre a importância que a Cristianismo teve para a Arte da Idade Média. Peço que entenda 
que não estamos fazendo nenhum tipo de apologia a nenhuma Religião específica, da 
mesma forma que não estamos preterindo nenhuma Religião. 
Estamos analisando essa época sob um ponto de vista exclusivamente artístico e histórico!
Trocando ideias...
Anteriormente, vimos que, na Roma antiga, existiam diversas esculturas eques-
tres, ou seja, esculturas de imperadores ou generais romanos montando cavalos.
Essas esculturas foram destruídas pela iconoclastia cristã da Idade Média, por pen-
sarem que essas estátuas reproduziam deuses pagãos, por representarem deuses que 
não estivessem relacionados ao Cristianismo, vez que o Império romano, desde a sua 
fundação, no século 8 a.C., e durante muitos anos de sua expansão, foi um Império 
que não teve relação nenhuma com o Cristianismo, vez que ele nem existia até então.
Uma das poucas estátuas equestres que permaneceu foi a estátua do imperador 
Marco Aurélio.
Aqui vale a pena fazer um parêntese histórico, que nos ajudará a entender a 
importância e a relação do Império romano com a Cristianismo.
Como sabemos, o Império romano teve seu início no século 8 a.C., começou 
sua expansão no século 3 a.C. e, durante aproximadamente 400 anos, até o século 
1 d.C., tornou-se o maior império do ocidente, estendendo-se pela Europa, pela 
Ásia e pela África. 
Percebamos que o desenvolvimento do Império romano começou nos anos antes 
de Cristo e continuou pelos anos depois de Cristo; portanto, o surgimento da figura 
8
9
de Jesus Cristo, que determinou a divisão entre os anos a.C. e d.C., aconteceu 
durante o Império romano, tanto que a História nos conta que foi o Império roma-
no que perseguiu a açoitou Jesus Cristo, no ano 33 d.C.
Após esse acontecimento, o Império romano continuou perseguindo os seguido-
res do Cristianismo, inclusive durante o governo do imperador Marco Aurélio, que 
governou o império romano desde o ano de 161 d.C. até sua morte, em 180 d.C.
Aqui, podemos responder duas perguntas interessantes:
• Se o Império romano, durante o governo do imperador Marco Aurélio, perse-
guia o Cristianismo, porque a iconoclastia cristã da Idade Média preservou a 
estátua equestre de um Imperador que perseguiu os seguidores de sua religião?
 » A estátua equestre de Marco Aurélio só foi preservada pois os cristãos acredita-
vam se tratar da representação do Imperador romano Constantino, que governou 
o Império romano de 306 d.C. a 337 d.C., portanto, depois de Marco Aurélio.
• Por que os cristãos preservaram a estátua, mesmo pensando se tratar de Cons-
tantino, um Imperador romano? 
 » Porque foi Constantino que se declarou cristão e determinou que Roma não 
seria mais perseguidora dos cristãos, e mais, que Roma passaria a ser um 
império cristão. Essa atitude de Constantino fez com que o Cristianismo pas-
sasse a ser uma instituição romana, com a particularidade de que o Império 
romano caiu, mas essa Instituição permaneceu.
Aqui acontece uma mudança importante: o Império que perseguiu e açoitou Jesus 
Cristo e seus seguidores passou a seguir os preceitos dele por causa de Constantino. 
A oficialização do Cristianismo como a religião oficial do Império romano foi 
determinante para sua continuidade, mesmo depois da queda do Império romano, 
em 476 d.C.
Essa relação determinada por Constantino explica a presença de obras de Arte 
pagãs gregas e romanas no Vaticano, até hoje. Foi por meio dessa relação e, pos-
teriormente, da queda do Império romano e da permanência do Cristianismo, que 
muitas características artísticas gregas e romanas permaneceram reproduzidas no 
que chamamos de Arte cristã.
Arte Cristã e Idade Média
Importante!
Como mencionamos acima, foi durante nosso estudo do Império romano antigo que ti-
vemos a divisão entre os anos antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). Portanto, a 
partir de agora, falaremos somente sobre os anos d.C. Então, não iremos mais escrever a 
abreviação d.C. após todos os anos e séculos que citarmos.
Importante!
9
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Logo após o surgimento da figura de Jesus Cristo, ainda antes de Constantino 
governar o Império romano e mesmo antes da oficialização, surgiu o que chama-
mos de Arte paleocristã, ou seja, a Arte cristã antiga. São as primeiras expressões 
artísticas cristãs que acontecem ainda no Império romano, enquanto ele ainda per-
seguia os cristãos.
A Arte paleocristã começa no século 2 e vai até o século 5 e, como vimos, a ofi-
cialização acontece somente no século 4; portanto, a Arte paleocristã começa antes 
mesmo da oficialização da Igreja e se estende mesmo nos primeiros anos após a 
oficialização. Como eram perseguidos, são poucos os registros cristãos existentes 
anteriores ao século 3.
Uma característica dos primeiros cristãos é a reprodução do corpo humano, 
como os egípcios e os gregos primitivos, ou seja, de maneira bidimensional, além 
de muito se assemelhar às pinturas rupestres, mesmo já estando séculos à frente. 
Em outras palavras, os primórdios da Arte cristã já têm elementos de Arte pagã, 
adaptando as representações aos ensinamentos cristãos. Um exemplo disso é a 
mais antiga imagem conhecida de Maria com o Menino Jesus, que data do século 2, 
e está nas Catacumbas de Santa Priscila, em Roma.
Durante os anos de perseguição, os cristãos primitivos desenvolveram sua pró-
pria iconografia. Representavam símbolos do Cristianismo por meio de ícones. Era 
uma forma de esconder suas representações.
Inicialmente, Jesus foi representado de diversas maneiras, pelo pictograma sim-
bólico do ictus (peixe), por um pavão, por um cordeiro de Deus ou por uma âncora.
Essas representações simbólicas marcam uma característica da Arte cristã de ter 
suas representações por meio de ícones. Essa iconografia permaneceu e permane-
ce até hoje, pois é comum ver representações de um peixe ou de um cordeiro para 
se referir à Jesus.
Importante!
Até aqui podemos relacionar com nossa atuação profissional. Um sanitário masculino ou 
feminino, por exemplo, pode ser identificado apenas pelo ícone de um boneco vestindo 
camiseta e calça ou usando um vestido. Também é possível identificar esses sanitários 
usando os ícones doescudo de Marte ( ) para o sanitário masculino e o espelho de Vênus 
( ) para o sanitário feminino. Em qualquer um dos casos, usamos ícones para passar 
uma mensagem, sem precisar escrever o texto por extenso. Obviamente, não por perse-
guição, mas por simplificação. Quem vê esse ícone na porta do sanitário sabe identificá-
-lo, mesmo sem um texto.
Trocando ideias...
Durante o período paleocristão, existem poucas esculturas, vez que eram caras 
de se produzir e o Cristianismo não tinha suporte financeiro. E também por se 
tratar de uma manifestação religiosa, até então perseguida.
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Como já mencionamos, é no século 4, durante o Império de Constantino, que 
o Cristianismo passa a ser oficializado e é nessa época que surgem as primeiras 
Basílicas cristãs, que são construções romanas que passam a ser utilizadas pelos 
cristãos para realizarem suas celebrações.
Nos próximos 140 anos, depois da oficialização de Constantino, o Império 
romano, agora cristão, a Arte paleocristã ainda permanece, porém agora com 
suporte financeiro e podendo reproduzir estátuas em marfim para suas repre-
sentações, ainda com caráter bidimensional, mas com um movimento típico dos 
gregos e dos romanos.
Como falamos anteriormente, a Arte paleocristã vai do século 2 até o século 5, 
portanto, é no século 5 que temos o início da Arte cristã propriamente dita.
Histórica e cronologicamente, ela está diretamente ligada à Idade Média, uma 
vez que esta começa justamente no século 5, mais precisamente em 476, com a 
queda do Império romano para os povos bárbaros germânicos.
Importante!
Não é a Arte cristã que determina o fim da Idade Antiga; é a queda do Império romano. 
Esse acontecimento histórico, em 476, é que determina o fim da Antiguidade e o início 
da Idade Média. Como falamos, o Império romano caiu, mas o Cristianismo continuou e 
determinou a Arte e o conhecimento da Idade Média.
Importante!
Logo no início da Idade Média, ensinamentos da Bíblia eram reproduzidos nas 
pinturas e nos vitrais das igrejas, em livros e em esculturas. Eram criados para en-
sinar a população sobre Religião, pois a maior parte das pessoas era analfabeta. 
A Idade Média, em seus primeiros anos, aproximadamente no século 8, é marcada 
pelo Império de Carlos Magno, o Império Carolíngio. 
A influência da Igreja católica sobre esse período fica evidente, se pensarmos 
que Carlos Magno foi um governante eleito pelo papa da época, Leão III.
É durante o império carolíngio que temos a criação da letras minúsculas, que foram 
inspiradas nas maiúsculas romanas. Tudo isso se deve à intenção de reprodução rápida 
de ensinamentos cristãos nos textos produzidos durante o império de Carlos Magno, 
que mandou os escribas do Império carolíngio estudarem em cidades romanas.
Portanto, os escribas da época de Carlos Magno se inspiraram nas maiúsculas lapi-
dárias romanas para as letras minúsculas. Na época, essas letras minúsculas ficaram co-
nhecidas como letras carolíngias. Eles continuaram a usar as maiúsculas romanas, prin-
cipalmente, no início das frases, dando origem ao modo sentença, como conhecemos.
Foi durante o império carolíngio que surgiram, também, as Iluminuras, evan-
gelhos encomendados por Carlos Magno, que tinham os textos escritos em latim, 
com diversas ilustrações.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Já que boa parte da população da época era analfabeta, as iluminuras eram uma 
forma de ilustrar visualmente, por meio de uma imagem, um texto escrito para 
àqueles que não conseguiam ler. Uma forma de “iluminar” o acesso à informação, 
complementando/substituindo o texto com uma imagem.
Depois do fim do Império carolíngio, no ano de 924, mas ainda sob influência 
do Cristianismo, a Idade Média ficou marcada por dois estilos artísticos. Os dois 
principais estilos artísticos da Idade Média foram a Arte românica e a Arte gótica.
A Arte românica surgiu e foi mais evidente na Europa entre os séculos 11 e 13. 
A influência romana ainda está presente, evidenciada pelo nome. Os mosteiros e 
as basílicas desse período tem suas abóbadas inspiradas no arcos de plena cintra 
romanos. Os detalhes podiam ser de voltas completas; porém, as pedras também 
faziam pressão umas nas outras.
Essas construções eram tão resistentes que eram chamadas de fortalezas de 
Deus e castelos (daí a cultura da Idade Média dos castelos e dos cavaleiros). As cons-
truções do estilo românico são mais frequentes no sul da Europa, onde atualmente 
ficam Portugal, Espanha, França e Itália.
Durante o estilo românico, as pinturas ainda tinham caráter didático-religioso, ou 
seja, ainda serviam para o ensino dos princípios cristãos. Dentro dessas fortalezas e 
castelos, os vitrais também tinham esse caráter didático-religioso e se assemelhavam 
às Iluminuras do Império carolíngio, representando as figuras de maneira ilustrativa.
Mais evidente no norte da Europa, onde atualmente é a Alemanha, temos a pre-
dominância do outro estilo que marcou a Idade Média, o estilo gótico, que surgiu e 
foi mais evidente do século 13 ao século 15.
A principal característica do estilo gótico é a utilização de arcos cruzados e arcos que-
brados. No geral, existe uma prevalência de linhas verticais que “apontam” para o céu.
No que diz respeito às pinturas e aos vitrais dessas catedrais do estilo gótico, 
ainda podemos mencionar a temática religiosa; porém, percebemos também uma 
característica que vai marcar o Renascimento que vem logo a seguir, a busca do 
Realismo (assim como o Império romano), com expressões emotivas e da diversi-
dade de cores.
Da mesma forma que falamos que o estilo românico se evidencia no Sul e o 
gótico no Norte, podemos dizer que essa divisão geográfica não é uma regra. 
Vemos construções de estilo gótico em cidade francesas, assim como vemos cons-
truções de estilo românico na Alemanha; porém, é importante ressaltar que o estilo 
românico é mais evidente no Sul, enquanto o estilo gótico é mais evidente no Norte.
Anteriormente, comentamos que os romanos usavam as letras maiúsculas nos 
Arcos do Triunfo, pois uma composição somente com letras maiúsculas fica pre-
dominantemente retangular, combinando, portanto, com o formato retangular dos 
arcos. Durante a Idade Média, isso também acontece. Aqui, podemos mencionar 
mais um exemplo de como a Arquitetura se relaciona à escrita.
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Essa característica de abóbadas arredondadas no estilo românico e linhas verti-
cais no estilo gótico também se reproduz na escrita da época.
O Sul da Europa foi o berço de nascimento da escrita itálica, uma escrita mais 
arredondada, enquanto o Norte da Europa, por sua vez, foi o berço da escrita gó-
tica, uma escrita geométrica com predominância vertical.
É com a escrita gótica que Johannes Gutenberg desenvolve, em 1450, a pren-
sa tipográfica, ou seja, Gutenberg se inspira nesse estilo, para criar a tipografia. 
A prensa tipográfica de Gutenberg revolucionou a indústria da escrita na época, ao 
esculpir cada caractere num pedaço de chumbo, o tipo móvel.
Para compor uma página, Gutenberg colocava cada tipo móvel lado a lado, 
amarrados, dentro de uma forma de madeira, criando uma matriz.
Essa composição dos tipos móveis era colocada na prensa tipográfica, era passa-
da uma camada de tinta sobre essa composição e o papel era prensado contra essa 
composição e, como se fosse um “carimbo invertido”, a página estava impressa.
Gutenberg revolucionou a Indústria da escrita da época pois, até então, as publi-
cações eram feitas com escrita manual e, depois dele, as publicações puderam ser 
produzidas de forma mecanizada, por meio dos tipos móveis.
Essa tecnologia permitiu a impressão padronizada de mais de uma cópia de um 
documento. O primeiro registro impresso por Gutenberg foi a Bíblia latina, e teve 
em torno de 8 unidades.
Esse conceito de impressão do documento faz com que Gutenberg seja consi-
derado o pai da imprensa; porém, na comunicação e no Design, a invenção de 
Gutenberg também teve grande importância, pois nós também usamosa tipografia 
para a composição de um trabalho.
Além disso, essa técnica do Gutenberg de esculpir uma letra em alto relevo e 
passar tinta sobre essa matriz se relaciona com uma forma de impressão muito 
comum no Renascimento, como falaremos mais adiante.
Portanto, vimos que a influência do Império romano está presente tanto no es-
tilo românico como no estilo gótico. No estilo românico, com o uso dos arcos de 
plena cintra e, no estilo gótico, uma vez que as pinturas aqui buscam o Realismo. 
Então, entendemos que a corrente da História da Arte que estudamos é uma evo-
lução quase natural.
Falamos que a Idade Média é marcada pelos cavaleiros medievais, tanto que as 
Cruzadas aconteceram nesse período e têm influência religiosa, como toda a Idade 
Média, inclusive na Arte. 
A Idade Média tem a característica de ser um período “dominado” pela Igreja 
católica; tanto que é aqui que surge a iconoclastia cristã que destruiu todas as es-
culturas equestres, exceto a de Marco Aurélio, como comentamos anteriormente.
A Idade Média, que começou em 476 com a queda do Império romano, vai até 
o ano de 1453, ou seja, século 15. O acontecimento histórico que marca o fim 
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
da Idade Média é a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453. 
A queda de Constantinopla marca a transição da cidade de mãos cristãs para mãos 
islâmicas, a passagem dos cristãos para os turcos, onde atualmente é a Turquia. 
Porém, é ainda na Idade Média, sob influência do Cristianismo, que começa a surgir 
um contraponto na Religião, isto é, ainda na Idade Média, acontece o que podemos 
chamar de embrião do que viria a ser o Renascimento, na Idade Moderna.
Importante!
Idade Média é um período da História de aproximadamente 1.000 anos, isto é, 10 séculos e, 
no que diz respeito à Arte, trata-se de um período um tanto quanto antagônico. Como fala-
remos mais adiante, foi muito criticado, pois, pela influência e pelo domínio do Cristianismo 
nas produções artísticas e intelectuais, acreditou-se que a Idade Média foi um período sem 
liberdade artística nenhuma, já que todas as pinturas, construções e publicações divulgavam 
informações religiosas. Contudo, para nós, designers, é importante frisar que foi um período de 
diversas técnicas, que usamos até hoje, como a utilização de ícones na comunicação, as letras 
minúsculas dando origem ao modo sentença, o ato de complementar um texto com uma ima-
gem relacionada, as escritas itálica e gótica, que estavam alinhadas às manifestações visuais da 
época, a prensa tipográfica e os tipos móveis de Gutenberg, entre outras.
Trocando ideias...
A Transição da Idade Média 
para A Idade Moderna
Ainda nos últimos séculos da Idade Média, começam a despontar os sinais dos 
novos tempos que revolucionaram a vida da Humanidade a partir do século 15, 
entre eles, a Arte.
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comér-
cio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa. Os reinos cristãos se 
consolidaram e expandiram suas fronteiras internas; o comércio de produtos de 
luxo e alimentos ganhou impulso. 
Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comercian-
tes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham 
de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, 
músicos, arquitetos, escritores etc.
Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira 
aos artistas e aos intelectuais da época. Essa ajuda, ficou conhecida como mecenato.
O objetivo do mecenato era fazer com que os mecenas (governantes e burgue-
ses) se tornassem mais populares entre os cidadãos das regiões em que atuavam. 
Nesse período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (re-
tratos) e esculturas junto aos artistas. Aí começa certa comercialização da Arte, 
14
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acontece uma diminuição das reproduções exclusivamente religiosas e um aumento 
do Realismo, que mencionamos anteriormente.
Foi na Península itálica, ou seja, na Itália, que o comércio mais se desenvolveu nes-
se período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção. Cidades 
como Veneza, Gênova e, principalmente, Florença tiveram um expressivo movimento 
artístico e intelectual. Por esse motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do 
Renascimento, o primeiro movimento intelectual e artístico da Idade Moderna.
Chamou-se Renascimento, em virtude da redescoberta e da revalorização das 
referências culturais da  antiguidade  clássica, que nortearam as mudanças desse 
período em direção a um ideal humanista e naturalista.
O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari, já no século 17, mas 
a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do 
livro A cultura do Renascimento na Itália, de 1867, de Jacob Burckhardt, em que 
ele definia o período como uma época de descoberta do mundo e do homem.
Assim, o Renascimento marca uma ruptura com a Arte didático-religiosa eviden-
te na Idade Média e uma busca às referências culturais da Antiguidade clássica, ou 
seja, essencialmente grega e romana. Muito da Geometria grega e muito da Cultura 
romana estão presentes no Renascimento e, como dissemos, é importante, pois 
vem logo no início da Idade Moderna.
O Renascimento é o primeiro movimento artístico e intelectual da Idade Moderna. 
Não somente na Arte, mas também intelectual, pois foi uma mudança de pensamen-
to do homem. Como dito, uma ruptura com os pensamentos cristãos da Idade Média.
Concluindo, em 1453, século 15, começa a Idade Moderna, sendo que o pri-
meiro movimento intelectual e artístico desse período é o Renascimento. 
Esse será o assunto inicial de nossa próxima Unidade!
Assista à videoaula desta Unidade e aprimore seus estudos sobre a Idade Média, esse impor-
tante período da História da Arte e do Design!Ex
pl
or
Importante!
Como mencionamos nesta Unidade, a Arte cristã começou ainda durante os últimos sé-
culos da Antiguidade, após a mudança dos anos antes de Cristo (a.C.) para os anos depois 
de Cristo (d.C.), depois do surgimento da figura de Jesus Cristo. 
A Arte cristã antiga, ou seja, a Arte paleocristã, começou nos primeiros anos d.C. e atra-
vessou a transição entre a Idade Antiga e a Idade Média, no ano de 476 (século 5), com a 
queda do Império romano. A Idade Média, por sua vez, como também falamos, começou 
no século 5 e durou por quase 1.000 anos (10 séculos), até o ano de 1453, com a tomada 
de Constantinopla pelos turcos!
Em Síntese
15
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A cultura do Renascimento na Itália
BURCKHARDT, J. A cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Companhia 
de Bolso, 2009.
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
O Mito da Idade Média
PERNOUD, R. O Mito da Idade Média. Portugal: Publicações Europa-América LDA, s.d.
 Vídeos
Como eram feitos os manuscritos medievais
O vídeo apresenta um pouco da produção das letras carolíngeas e da iluminuras.
https://youtu.be/6lT2cSIl9Ek
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Referências
BURCKHARDT, J. A cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Companhia 
de Bolso, 2009.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
PANOFSKY, E. Arquitetura gótica e escolástica: sobre a analogia entre arte, 
filosofia e teologia na Idade Média. Tradução de Wolf Hörnke. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
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