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PATOLOGIA GERAL - AULA 1 - LESÃO, MORTE E RESPOSTAS ADAPTATIVAS

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VISÃO GERAL: LESÃO, MORTE E RESPOSTAS ADAPTATIVAS
MEDICINA VETERINÁRIA 4º PERÍODO
PATOLOGIA GERAL DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS 
AULA 1
INTRODUÇÃO
Em termos gerais, a patologia corresponde a uma biologia anormal, ou seja, o elo entre as ciências básicas e os estudos clínicos. Como ciência, a patologia engloba todas as anormalidades de estrutura e função corporais e ainda envolve o estudo de células, tecidos, órgãos e líquidos corporais que determinam as respostas celulares e teciduais à lesão.
LINGUAGEM DA PATOLOGIA
O campo da patologia geral avalia as categorias básicas das respostas celulares e teciduais, os processos patológicos subjacentes. Na clínica, esses processos algumas vezes estão relacionados; nesta aula, no entanto, serão avaliadas a forma de desenvolvimento e as consequências de cada um desses processos para o animal. Os principais processos patológicos são:
INFLAMAÇÃO
Desenvolvimento de alterações teciduais vasculares e intersticiais em resposta à lesão tecidual, destinadas a sequestrar, enfraquecer e destruir o agente causal. A natureza celular de exsudatos inflamatórios agudos é variável, porém os mais frequentes são purulentos (neutrófilos) e granulomatosos (monócitos e macrófagos). As lesões inflamatórias são nomeadas de acordo com o órgão envolvido; por exemplo, pancreatite, hepatite (do grego hepar, que significa fígado) e linfadenite (do grego adeno, que se refere à glândula).
CICATRIZAÇÃO
O reparo de tecido lesado envolve angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), fibrose (formação de fibroblastos de tecido conjuntivo fibroso) e regeneração. A epitelização consiste no processo regenerativo que recobre os defeitos na pele lesada e em outras superfícies epiteliais.
TROMBOSE
A interação do sistema de coagulação sanguínea e das plaquetas forma um agregado de fibrina e plaquetas denominado trombo no interior do lúmen vascular. Os trombos causam infarto, uma área local de necrose isquêmica em um tecido causada por oclusão da irrigação arterial ou da drenagem venosa.
NEOPLASIA
Mutações genéticas intrínsecas em células somáticas, subjacentes a mecanismos anormais de controle da mitose, diferenciação e interações celulares; a anormalidade em todos esses mecanismos leva ao descontrole da mitose e à expansão de massa composta de células fora de controle, comprimindo o tecido normal adjacente.
DISFUNÇÃO METABÓLICA E NECROSE
Anormalidades ou desequilíbrios do metabolismo de carboidrato, gordura e proteína na célula induzem ao acúmulo de glicogênio, gordura ou proteína, bem como de complexos de proteínas, pigmentos, lipoproteínas e amilóides anormalmente dobrados e ramificados.
Necrose – morte tecidual no animal vivo.
LINGUAGEM DA PATOLOGIA
A compreensão desses processos fornece as informações necessárias para um clínico sensato. É importante ressaltar que a base do conhecimento está intimamente associada ao poder de observação. Os maiores erros decorrem daquilo que passa despercebido pelo clínico e não do que foge ao seu conhecimento.
DIAGNÓSTICO
Quando o paciente entra em uma clínica, há uma expectativa de que o veterinário realize o exame clínico completo e desenvolva a progressão lógica para a obtenção de testes apropriados e a consequente formulação do diagnóstico correto. Uma biopsia tecidual ou um aspirado citológico, em alguns casos, podem ser necessários para determinar a natureza básica de uma lesão inexplicável; ou seja, se o processo básico é inflamatório ou neoplásico.
DIAGNÓSTICO
A meta da patologia é compreender o processo mórbido o suficiente a ponto de fornecer o diagnóstico, a conclusão a respeito da causa e da patogenia, especialmente com o objetivo de diferenciá-lo de outras doenças. 
O diagnóstico diferencial corresponde a uma listagem das doenças possivelmente envolvidas em um paciente doente; ou seja, esse tipo de diagnóstico consiste na primeira etapa para a resolução do problema e determinação da doença causadora dos sinais clínicos.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico diferencial é desenvolvido pela comparação sistemática dos achados clínicos e patológicos, conferindo uma estrutura de base para análise. Uma capacidade altamente desenvolvida de conectar o que parecem ser sinais clínicos e lesões sem qualquer relação é responsável pelo sucesso na clínica.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico morfológico (ou diagnóstico da “lesão”) fundamenta-se nas lesões predominantes nos tecidos do animal. Os exames macroscópico e microscópico das lesões determinam a resposta tecidual básica e fornecem indícios da causa da doença. O diagnóstico morfológico traz informações sobre extensão, duração, distribuição e tipo de lesão. As lesões no rúmen da vaca com rumenite necrosante multifocal aguda e grave  são achados compatíveis com o diagnóstico de necrobacilose bacteriana, doença causada pela toxina do Fusobacterium necrophorum.
DIAGNÓSTICO
A clara compreensão sobre a patogenia desses processos possibilita a formulação do prognóstico, a declaração a respeito dos resultados esperados da doença. Os componentes do processo patológico que representam a base do diagnóstico e do prognóstico são:
Lesões: alterações estruturais e funcionais anormais na doença. 
Etiologia: estudo das causas da doença. 
Patogenia: o processo evolutivo da doença. 
Consequências clínicas: sinais e sintomas resultantes das lesões.
LESÕES
As lesões são alterações estruturais e funcionais anormais que ocorrem no corpo. As lesões observadas no tecido lesado podem ser detectadas por meio de métodos macroscópicos, microscópicos ou bioquímicos, e cada observação fornece informações sobre algo do processo mórbido. A precisão do diagnóstico dependerá em grande parte da capacidade de observação do examinador na tentativa de detectar indícios de doença por meio da inspeção, palpação e percussão do paciente.
Ao detectar as lesões, é preciso observar as variações de tamanho, cor, textura e localização de órgãos e tecidos normais. Além disso, o examinador deve determinar se a lesão é focal ou difusa. 
ETIOLOGIA
A etiologia consiste no estudo da causa da doença. O diagnóstico etiológico fornece a causa exata de uma doença. Um agente etiológico induz à lesão celular e tecidual e provoca o desenvolvimento de lesões (Tab. 1.1). Isso, por sua vez, conduz às manifestações clínicas de doença.
Agentes etiológicos → lesões → sinais clínicos
ETIOLOGIA
ETIOLOGIA
Alguns agentes etiológicos provocam de forma direta e consistente uma reação tecidual patológica e um conjunto previsível de sinais clínicos de doença. 
EX1. O cianeto interrompe a função mitocondrial na célula e levará o animal a óbito, independentemente do estado nutricional e imunológico. 
EX2. O vírus da raiva, uma vez estabelecido sob a forma de infecção, replica-se nos neurônios, produzindo degeneração neuronal, inflamação cerebral e óbito. 
Os únicos fatores determinantes de doença para esses agentes nocivos são a dose total recebida pelo hospedeiro e a porta de entrada.
Fatores do hospedeiro com influência sobre o desenvolvimento de doença
Raras vezes, a explicação da doença em termos de causas isoladas e da evolução contínua passo a passo é suficiente. Com grande parte dos agentes etiológicos, a produção da doença não é uniforme. 
EX1. O bacilo tuberculoso causa tuberculose, mas apenas uma pequena porção de animais infectados desenvolve a doença clínica. 
EX2. O vírus da leucemia felina infecta grande quantidade de filhotes felinos, mas induz à leucemia em apenas alguns.
Fatores do hospedeiro com influência sobre o desenvolvimento de doença
Nessas doenças, a patogenia envolve o equilíbrio entre a viabilidade do agente e a defesa do hospedeiro. A natureza genética, nutricional, imunológica e ambiental do animal hospedeiro determina em grande parte o desenvolvimento e o grau da doença. 
Assim, o patologista deve pesquisar a participação de múltiplos fatores como causas de doença, buscando pelos padrões e grupos de lesões, além de múltiplos agentes etiológicos associados para produzir as manifestações clínicas da doença.
Possível predisposiçãode um agente etiológico por outro
A doença clínica muitas vezes é causada por dois ou mais agentes etiológicos. EX. No fígado, um medicamento pode inibir as enzimas detoxificantes, predispondo o fígado à hepatotoxicidade por outro medicamento;
Dois ou mais agentes infecciosos podem atuar em conjunto para causar lesão tecidual. EX. As placas linfóides no intestino podem ser destruídas por agentes virais que abrem caminho para bactérias necrosantes causadoras de necrose tecidual extensa.
PATOGENIA
A patogenia refere-se ao processo evolutivo de uma doença, a sequência de eventos envolvidos nas respostas celulares e teciduais à lesão. A patogenia estende-se a partir da lesão celular inicial até a manifestação completa da doença observada na clínica.
Para compreender completamente a patogenia de uma doença, é preciso identificar tanto o agente causal como a resposta do hospedeiro, bem como a relação de suas alterações conforme a doença evolui.
Consequências clínicas
Ao combinar os sinais clínicos com os dados provenientes do estudo de lesões em células e tecido, é necessário verificar o histórico anterior para determinar o agente etiológico e compor a patogenia da doença a fim de estabelecer as consequências clínicas.
EX. O grau das lesões nos pulmões, nos linfonodos e em outros tecidos, bem como os sinais clínicos e a condição do animal com tuberculose, relata a possível letalidade dessa doença em outros membros do rebanho e a possível transmissão aos bovinos. 
NECROSE
A necrose (do grego nekrosis, que significa morte) consiste na morte das células e dos tecidos no animal vivo. O aspecto macroscópico do tecido necrótico é de massa pálida, coagulada e amorfa de tecido morto que se distingue da textura e da coloração do órgão normal.
As causas comuns de necrose compreendem isquemia e diversos agentes exógenos, inclusive agentes físicos (queimaduras e traumatismo), substâncias químicas tóxicas, agentes virais, assim como outros microrganismos e suas toxinas.
NECROSE
Os mecanismos indutores de morte celular englobam desde lesão letal direta que interrompe as vias metabólicas críticas até a ativação de genes suicidas que levam à morte celular programada e controlada.
A expressão necrose focal é utilizada para descrever um único foco claramente definido de necrose.
Na necrose difusa, todo o órgão ou o tecido é acometido.
Se diversos focos de necrose estiverem presentes em um órgão, a distribuição das lesões é denominada multifocal.
Se todo o órgão contiver muitos focos necróticos pequenos aleatoriamente distribuídos, as lesões recebem o nome de disseminadas.
Tipos especiais de necrose  - 
Necrose por liquefação
A rápida dissolução enzimática da célula que resulta em destruição completa do tecido recebe o nome de necrose por liquefação. Os exemplos incluem o pus, livre no tecido ou confinado em um abscesso, e uma forma especial de necrose por liquefação no sistema nervoso central, conhecida como malacia.
Pus. O pus consiste em um material líquido cremoso, opaco e espesso, composto de um exsudato de leucócitos, debris teciduais e microrganismos. Algumas vezes, a formação de pus é denominada supuração.
Tipos especiais de necrose  - 
Necrose por liquefação
Abscesso. Um abscesso corresponde ao acúmulo localizado de necrose por liquefação, causado por supuração profunda nos tecidos. É destinado a conter um agente patogênico nocivo, sequestrando o tecido necrótico e impedindo a disseminação no animal.
O empiema consiste na presença de pus dentro de uma cavidade corporal. 
Tipos especiais de necrose  - 
Necrose de caseificação
Granuloma. O granuloma constitui um agregado focal de grandes macrófagos ativados, que interagem com um agente etiológico persistente. Os granulomas são causados por bactérias, material particulado, espinhos de plantas, fungos e outros microrganismos, que se replicam de forma lenta, mas persistente, nos macrófagos.
Como o abscesso, o granuloma representa um mecanismo eficaz para a contenção dos agentes causais; ao se desenvolverem nos tecidos moles, os granulomas circunscrevem o agente etiológico e possibilitam atuação mais prolongada de outros mecanismos inflamatórios e imunológicos.
Tipos especiais de necrose  - 
Necrose enzimática da gordura
A necrose enzimática da gordura é uma sequela comum de esteatite e de outras lesões inflamatórias que ocorrem no tecido adiposo ou são circundadas por esse tecido.
A alteração é desencadeada por lipases que promovem a clivagem de gorduras neutras, liberando ácidos graxos com subsequente saponificação.
A necrose da gordura é achado comum em casos de necrose pancreática aguda e pancreatite;
A necrose de gordura também é observada em traumatismo do tecido adiposo (p. ex., na gordura peripélvica após parto distócico em vacas).
INFARTOS
Um infarto é uma área local de necrose causada por isquemia decorrente de obstrução na irrigação arterial ou na drenagem venosa. O infarto consiste em uma manifestação específica da necrose de coagulação e pode ser causado tanto por dano ao aporte vascular de órgãos ou tecidos, como por qualquer massa obstrutiva que se desloca pelo sistema vascular e se aloja de forma a provocar privação de oxigênio aos tecidos. As causas mais comuns de infarto são os coágulos e outros êmbolos.
GANGRENA
A superposição do crescimento de bactérias saprófitas (decompositoras) sobre o tecido necrótico resulta em gangrena, uma variante da necrose de coagulação. A necrose gangrenosa pode ser decorrente da invasão bacteriana de um infarto ou ser o resultado da restrição do aporte sanguíneo em uma infecção bacterina estabelecida, causada pelo acúmulo de líquido e coagulação intravascular.
Consequências da necrose
O corpo do animal tende a circundar os focos de necrose com uma zona de inflamação para cercar a área e sequestrar o agente causal. Assim, o processo necrosante está tipicamente vinculado a um processo inflamatório, e essas lesões podem ser descritas de acordo com seu componente inflamatório (p. ex., laringite purulenta “necrosante” difusa).
Úlceras
Uma úlcera consiste em um defeito ou escavação local de uma superfície cutânea ou mucosa, produzido por esfacelamento de tecidos necróticos. A necrose focal em superfícies epiteliais é tipicamente responsável pela formação de úlceras. As úlceras são lesões comuns em regiões como pele, cavidade bucal e trato gastrintestinal.
Fístulas
A fístula é um orifício ou uma conexão anormal de um tecido ou órgão para outro. As fístulas que drenam pus e outros líquidos inflamatórios são comuns em infecções bacterianas persistentes.
RESPOSTAS ADAPTATIVAS À LESÃO E ESTIMULAÇÃO ALTERADA  - Atrofia
A atrofia corresponde à diminuição no tamanho das células que já atingiram seu desenvolvimento completo. A emaciação muscular por desuso, a redução da glândula mamária no animal idoso e a diminuição do tamanho da genitália após castração constituem exemplos de atrofia. 
A atrofia representa a adaptação à alteração no ambiente celular. As células retraem-se quando seus níveis de atividade sofrem redução ou quando suas fontes de nutrição ou estimulação são retiradas.
RESPOSTAS ADAPTATIVAS À LESÃO E ESTIMULAÇÃO ALTERADA  - Atrofia
Atrofia por desuso – pode resultar da inatividade ou da limitação no movimento. É particularmente importante no músculo quando os membros ficam contidos por imobilizações ou outros mecanismos.
Atrofia neurogênica – consiste na perda de inervação por lesão dos nervos periféricos ou perda do controle central por lesão do cérebro ou da medula espinhal. 
Atrofia endócrina – origina-se da falta de hormônios tróficos hipofisários e da diminuição no metabolismo. 
Atrofia vascular – é consequência da perda do aporte sanguíneo. 
Atrofia por compressão – provém da compressão direta sobre a célula; a maioria dos casos envolve a compressão do aporte sanguíneo ou o bloqueio de um ducto.
RESPOSTAS ADAPTATIVAS À LESÃO E ESTIMULAÇÃO ALTERADA  - Atrofia
O termo atrofia senil é aplicado a alterações que envolvem a perda lentamente progressiva de células parenquimatosascom o avanço da idade. Os órgãos reprodutivos sofrem atrofia em primeiro lugar, depois os músculos, os ossos e o sistema nervoso.
O termo atrofia fisiológica é empregado ao desaparecimento programado dos tecidos embrionários que se degeneram como parte do ciclo vital normal, processo denominado morte celular programada.
Atrofia muscular em caso de caquexia
As síndromes de emaciação na senilidade, as deficiências nutricionais e as infecções crônicas prolongadas resultam em atrofia difusa do músculo esquelético. Na atrofia caquética, os músculos mostram-se pequenos e pálidos. As miofibras variam consideravelmente de tamanho e as fibras atróficas retraídas estão entremeadas nas fibras normais.
Atrofia decorrente de inflamação
Muitas das citocinas mediadoras da inflamação provocam atrofia de órgãos parenquimatosos; dessa forma, não é raro constatar a presença de atrofia em lesões inflamatórias crônicas causadas por bactérias e vírus. 
EX. A nefrite crônica em cães, especialmente quando os túbulos renais são destruídos, é acompanhada por atrofia do córtex renal.
Atrofia das vilosidades intestinais
A atrofia das vilosidades intestinais representa uma resposta comum à infecção entérica. As vilosidades perdem seu formato delgado e alongado e tornam-se protuberâncias curtas e espessas. A redução acentuada da área de superfície absortiva da mucosa resulta em má-absorção.
Atrofia dos ossos turbinados nasais
A atrofia dos tecidos ósseos e conjuntivos dos ossos turbinados nasais é consequência de rinite crônica.
Por exemplo, os cães da raça Collie cinzenta com hematopoiese cíclica sofrem episódios recidivantes de rinite mucopurulenta crônica. Após alguns episódios, os ossos turbinados ficam menores do que os de cães normais. 
A rinite atrófica constitui a principal doença de suínos; a destruição tecidual deve-se às toxinas solúveis secretadas pelas bactérias que colonizam as superfícies dos ossos turbinados (Pasteurella multocida e Bordetella bronchiseptica são os microrganismos mais frequentemente implicados).
Hipertrofia e hiperplasia
A hipertrofia, um incremento no tamanho de tecido ou órgão sem aumento no número das células, é uma resposta comum à demanda decorrente do aumento na carga de trabalho ou da estimulação do sistema endócrino.
Coexistente muitas vezes com hipertrofia, a hiperplasia corresponde ao aumento no número de células no tecido. A hiperplasia surge tipicamente da irritação crônica e prolongada ou de algum outro estímulo persistente ou ataque nocivo sobre a população celular normal.
Hipertrofias musculares durante aumento na atividade física
O tamanho das células musculares aumenta progressivamente com a atividade física, como o aumento na massa muscular do coração em cães galgos de corrida. Nas células musculares cardíacas e esqueléticas hipertróficas, o comprimento e a quantidade dos miofilamentos contráteis encontram-se aumentados.
O estímulo para a produção elevada de novos mio-filamentos é um fator de crescimento que, quando extraído do músculo hipertrófico, induz à hipertrofia da musculatura normal.
Ciclos de hipertrofia do fígado e dos rins
A hipertrofia e a regressão ocorrem durante os ciclos diurnos e noturnos normais de secreção da urina. As substâncias que estimulam o metabolismo renal (hormônio antidiurético, catecolaminas e adrenocorticóides) produzem essa hipertrofia transitória e sutil. 
O fígado também aumenta e diminui de volume em resposta à demanda de trabalho. Os animais privados de alimento apresentam fígados pequenos, enquanto aqueles submetidos a dietas ricas em calorias e lipídeos possuem fígados volumosos e frequentemente gordurosos.
Ciclos de hipertrofia do fígado e dos rins
A remoção cirúrgica de um único rim em função de neoplasia ou defeito congênito resulta em hipertrofia rápida e acentuada do rim remanescente. Na remoção experimental de um dos rins do cão, pode-se detectar o processo de hipertrofia dentro de alguns dias (Fig. 1.15).
Metaplasia
A metaplasia é a substituição de um tipo de célula madura completamente diferenciada em um tecido por outro tipo celular maduro encontrado normalmente nesse local. Esse processo representa a reposição de células vulneráveis por células mais resistentes a um estímulo estressante.
A metaplasia desenvolve-se a partir de uma reprogramação genética de células-tronco indiferenciadas.
TRABALHO DOS PATOLOGISTAS
Biopsia
A biopsia consiste na remoção e no exame de amostra tecidual do corpo de animal vivo para fins diagnósticos. A formalina é o fixador padrão utilizado para fixação tecidual. Há três questões críticas em relação ao envio de biopsias a um laboratório de patologia veterinária.
a amostra deve conter fragmento tecidual diagnóstico; se a biopsia contiver apenas debris necróticos e exsudatos inflamatórios (tecidos ou órgãos não relacionados ao processo patológico), o patologista não conseguirá obter informações relevantes.
TRABALHO DOS PATOLOGISTAS
Biopsia
Segundo, deve haver informações adequadas na ficha ou no registro de envio. O acréscimo de evidências importantes sobre o histórico e o exame clínico, bem como a região anatômica exata de coleta da amostra, chamará a atenção do patologista a respeito dos processos mórbidos sob suspeita clínica.
Terceiro, é imprescindível que a fixação tecidual seja satisfatória e apropriada, ou seja, uma amostra tecidual pequena o suficiente para penetração do fixador, sem ressecamento e alterações post mortem decorrentes da fixação tardia.
TRABALHO DOS PATOLOGISTAS
Necropsia
O exame post mortem ou necropsia é um procedimento importante para o estabelecimento do diagnóstico. A avaliação de lesões macroscópicas informa ao patologista sobre o tipo de processo mórbido ocorrido e o grau de dano a sistemas orgânicos específicos.
Ao examinar um tecido anormal, o primeiro passo é responder à seguinte pergunta: qual é o processo básico? O exame visa a identificação objetiva da resposta tecidual. Para interpretar qualquer massa anormal nos tecidos, devem-se considerar todos os tipos de resposta do hospedeiro. A lesão em questão surgiu de um defeito congênito ou de um processo inflamatório? A massa observada no tecido corresponde a um abscesso, um cisto, uma neoplasia ou um foco de necrose?
TRABALHO DOS PATOLOGISTAS
Avaliação do óbito
A morte de um animal trata-se da interrupção irreversível da atividade cardíaca, pulmonar ou cerebral. O não-funcionamento em qualquer um desses órgãos causa colapso súbito e morte somática (morte do corpo). Após o óbito, os líquidos corporais tornam-se demasiadamente ácidos e privados de oxigênio, levando à rápida morte celular. Mesmo assim, determinadas células podem perdurar por mais algumas horas.
TRABALHO DOS PATOLOGISTAS
Avaliação do óbito
A morte de um animal trata-se da interrupção irreversível da atividade cardíaca, pulmonar ou cerebral. O não-funcionamento em qualquer um desses órgãos causa colapso súbito e morte somática (morte do corpo). Após o óbito, os líquidos corporais tornam-se demasiadamente ácidos e privados de oxigênio, levando à rápida morte celular. Mesmo assim, determinadas células podem perdurar por mais algumas horas.
O processo da morte é complexo, e muitos eventos terminais – aqueles envolvidos na paralisação/inatividade dos sistemas corporais – podem mascarar ou sobrepujar o processo mórbido primário.
Como se tornar um patologista veterinário?
Os patologistas veterinários especializados em patologia veterinária anatômica ou clínica buscam certificação junto ao conselho e obtenção de um grau acadêmico avançado. Na América do Norte, esse grau corresponde ao PhD. Os patologistas veterinários trabalham nas áreas acadêmica, governamental e privada, bem como em instituições militares e industriais (como laboratórios farmacêuticos, toxicológicos e clínicos).
BIBLIOGRAFIA
Introdução à Patologia Veterinária  - Norman F. CheVille - 3ª Edição - 2009

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