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E-book 3 - Cultura e Diversidade

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CULTURA E DIVERSIDADE 3
Francisco Ailton dos Santos
SUMÁRIO
Esta é uma obra coletiva organizada por iniciativa e direção do CENTRO SU-
PERIOR DE TECNOLOGIA TECBRASIL LTDA – Faculdades Ftec que, na for-
ma do art. 5º, VIII, h, da Lei nº 9.610/98, a publica sob sua marca e detém os 
direitos de exploração comercial e todos os demais previstos em contrato. É 
proibida a reprodução parcial ou integral sem autorização expressa e escrita.
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Jaqueline Boeira, Júlia Oliveira, Leonardo Ribeiro 
Revisora
Luana dos Reis
BLOCO 3: HOLÍSTICO 3
A CULTURA PELO MUNDO 4
A CULTURA, OS VALORES E A MUDANÇA 5
SÍNTESE 12
CULTURA LOCAL, REGIONAL E GLOBAL 14
DESENVOLVIMENTO LOCAL, REGIONAL E GLOBAL 15
OS BLOCOS ECONÔMICOS 17
ANTIGLOBALIZAÇÃO E OS MOVIMENTOS LOCAIS 19
SÍNTESE 19
A GLOBALIZAÇÃO 21
IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO 23
PRODUTOS CULTURAIS GLOBAIS 24
UNIVERSALIDADE 25
IMIGRAÇÃO 28
SÍNTESE 30
A CULTURA DIGITAL: INTERNET E CULTURA 32
REDES SOCIAIS E CULTURA 36
SÍNTESE 37
3CULTURA E DIVERSIDADE 3
APRESENTAÇÃO
BLOCO 3: HOLÍSTICO
Caros alunos, neste bloco chamado de “holístico” buscamos um entendimento integral dos 
fenômenos relacionados à cultura pelo mundo, analisando o macro movimento da globalização, 
fenômeno que alterou (e ainda altera) o cenário cultural global, potencializando, mas também fra-
gilizando os movimentos culturais nos pequenos e nos grandes centros. A globalização tem sido um 
imenso desafio para as culturas locais e regionais e é preciso ter cuidado para não perdermos aquilo 
que chamamos de “identidade cultural”. Como proteger-se culturalmente frente a movimentos 
massificados de cultura global que prometem ganhos e valores superiores aos desenvolvidos lo-
calmente? Estudaremos também a cultura digital e os seus efeitos: as redes sociais, poderosos ins-
trumentos de divulgação da cultura e da diversidade; o marco da internet e a revolução digital: de 
espectadores a produtores e divulgadores da cultura.
4
A CULTURA PELO 
MUNDO
Já sabemos que a cultura é parte do que somos, nela estão os símbolos e 
os costumes que regulam a nossa convivência e a nossa comunicação em 
sociedade. Mas existe uma imensa diversidade de manifestações culturais, 
de valores e normas espalhadas pelo globo. Como, em um mundo aberto 
pela comunicação, podemos transitar em meio à tanta diversidade sem 
agredir o próximo?
5CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Até mesmo a nossa forma de vestir está ligada à nossa cultura. Ao levantar pela manhã e 
escolher a roupa com a qual irá ao trabalho você já pensou que esta escolha não está diretamen-
te ligada ao seu gosto pessoal e sim a uma escolha coletiva e cultural? Ao sentar na mesa para 
tomar o seu café da manhã, também temos nossas preferências, mas tendemos a gostar dos ali-
mentos que fazem parte da nossa cultura, estes já foram escolhidos, cultivados e vendidos ba-
seados também em um gosto coletivo. Diariamente não paramos para observar essas diferen-
ças, pois estamos em contato direto com a nossa cultura, a qual não nos causa estranheza. Mas 
se estivéssemos em outra cultura, qualquer sabor, cheiro ou símbolo saltaria à nossa percepção.
A sociologia, ao tratar do conceito de cultura, se ocupa em entender os aspectos aprendi-
dos que o ser humano adquire ao longo de sua convivência em seu contato social. Esses aspectos 
compartilhados e absorvidos entre os indivíduos que fazem parte deste grupo de convívio espe-
cífico, refletem o que denominamos de realidade social. A linguagem, a comunicação, o modo 
de vestir e comer, em ocasiões específicas ou não, são algumas características que podem ser 
determinadas por uma cultura coletiva, que tem como função possibilitar a cooperação, a iden-
tificação e a comunicação entre aqueles que dela fazem parte.
A cultura possui tanto aspectos tangíveis, que fazem parte do seu contexto - objetos ou 
símbolos - quanto intangíveis - ideias, normas que regulam o comportamento, formas de reli-
giosidade, etc. Esses aspectos constroem a realidade social dando forma as relações e estabele-
cendo valores e normas. As divisões geográficas, políticas, linguísticas e climáticas, bem como 
os fatores históricos, têm grande peso sobre a formação e manutenção dos conjuntos de valores 
e normas de uma sociedade. 
Esses valores são características que são consideradas desejáveis ou indesejáveis no com-
portamento dos indivíduos que fazem parte de uma cultura, como por exemplo o princípio da 
honestidade que é visto como característica desejável em nossa sociedade. As normas são um 
conjunto de regras formadas a partir dos valores de uma cultura, que servem para regular o 
comportamento daqueles que dela fazem parte. O valor do princípio da honestidade faz com 
que a desonestidade seja condenada dentro dos limites convencionados pelos integrantes dessa 
cultura, compelindo os demais integrantes a agir dentro do que é estipulado como “honesto”. 
Ao imergir em outra cultura é importante observar os valores e normas desta, para que 
não ajamos fora dos “limites” estabelecidos para a convivência daquela cultura. Aquilo que para 
nós pode ser comum, para outros pode ser bizarro e agressivo. Algumas culturas, pela sua alta 
exposição midiática, comunicam claramente alguns dos seus valores e por isso temos num co-
nhecimento prévio de suas normas. Mesmo assim, esse valores não são totalitários, sendo alte-
rados de acordo com o estado, a região ou o município em questão.
A CULTURA, OS VALORES E A MUDANÇA
As normas e os valores possuem grandes variações nas diferentes culturas pelo mundo. 
Em algumas culturas, como no Japão, o valor da educação é tão forte que falhar em exames es-
colares é visto como uma vergonha para o estudante e sua família. Existe, então, a norma de 
que estudar e ter bom desempenho acadêmico é uma das mais importantes tarefas de um jovem 
japonês e a pressão que esse valor exerce sobre ele é muito forte, interferindo diretamente em 
sua vida social.
6CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Mesmo dentro de uma mesma sociedade, regida pelas mesmas normas e valores, podem 
existir muitas divergências culturais. Alguns grupos, ou pessoas, podem ter fortes valores ba-
seados em crenças religiosas, enquanto outras prefiram a lógica do progresso científico para 
compreender o mundo. A diversidade cultural é um fato em nossa realidade globalizada, onde o 
contato entre o que consideramos familiar e o que consideramos estranho é comum. Ideias di-
ferentes, comportamentos, contato com línguas estrangeiras ou com a gastronomia de outras 
culturas tornou-se tão comum em nosso dia-a-dia que mal paramos para pensar no impacto 
que sofremos diariamente, seja na adoção de expressões de línguas estrangeiras ou na incorpo-
ração de alimentos exóticos em nossa rotina alimentar.
Uma cultura não é um elemento estático, ela é orgânica e está em constante mudança de 
acordo com os acontecimentos vividos por seus integrantes, de acordo também com as inter-
ferências advindas do fator externo. Valores que possuíam força no passado se enfraquecem no 
novo contexto vivido pelas novas gerações, a depender das novas necessidades que surgem, já 
que o mundo social também não é estático. Movimentos contraculturais, também podem mu-
dar um contexto estabelecido e criar novas culturas, com novos símbolos, valores e normas. Um 
exemplo disso foi o movimento punk na década de 1970, que promoveu um claro processo de 
mudança cultural em alguns membros sociais onde se instalou. Visto como uma contracultura, 
pregava o principio de autonomiacom expressões linguísticas, símbolos e códigos de comuni-
cação própria.
O contato com culturas diferentes também modifica muitos aspectos de nossa cultura. O 
processo de aculturação, onde uma cultura absorve ou adota certos aspectos de outra a partir 
do seu convívio, é comum em nossa realidade globalizada, onde temos contato quase perpé-
tuo com culturas de todas as formas e lugares possíveis.
7CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
CULTURA ORIENTAL X CULTURA OCIDENTAL
Quando pensamos na cultura mundial imediatamente nossa mente faz diversas divisões. 
Pensamos inicialmente na cultura ocidental e na cultura oriental. Depois, dividimos o nosso 
pensamento por blocos e suas semelhanças: Europa, Américas e Ásia. Com uma visão mas de-
talhada e geográfica, pensamos nas linhas continentais, onde da divisão do espaço terrestre 
surgem os seis continentes do mundo: América, Europa, África, Ásia, Oceania e Antártida (ou 
Antártica).
De todas essas divisões políticas e geográficas, sem dúvida, as diferenças entre as cultu-
ras orientais e ocidentais são muito nítidas, e em alguns momentos da história foram consi-
deradas inclusive opostas. O lado oriental olha o indivíduo como parte de um todo, já para os 
ocidentais, o indivíduo é visto como um ser com maior autonomia individual e independência. 
Algumas diferenças são notórias e curiosas entre ambas as culturas:
• No ocidente a vestimenta para o luto é de cor preta, no oriente esta é branca.
• O calendário ocidental é solar, já o chinês é lunar.
• O ano novo chinês é variável entre o fim de janeiro até meados de fevereiro, o ocidental 
é fixo.
• No ocidente reza-se para o exterior, pois Deus encontra-se nos céus, no oriente reza-se 
para o interior, para despertar o Deus que existe em cada um nós.
• No ocidente escreve-se da esquerda para a direita, em muitos países do oriente a escri-
tura é da direita para a esquerda.
• No ocidente a escritura forma a palavra letra por letra, no oriente se escreve palavra por 
palavra ou idéia por idéia.
8CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
• A alimentação ocidental é preferencialmente com base salina, a oriental é doce, amarga, 
ácida, inclusive na Índia provam-se os sete sabores a cada dia da semana.
• No ocidente corta-se a comida na mesa utilizando-se facas, no oriente toda a comida já 
é cortada adequadamente, não se utiliza faca na mesa.
• No ocidente a medicina é tem base química enquanto no oriente é de base energética, 
como a acupuntura.
São muitas as diferenças entre essas duas macroculturas, mas não existe uma cultu-
ra certa e outra errada, uma feia e outra bonita, são todas autênticas independentemente do 
seu tamanho, valores econômicos e de seus manifestos estéticos. Assim, quando observamos 
uma outra cultura e a sua diversidade não podemos observar com julgamento, pois estaría-
mos fazendo a partir de valores que são verdadeiros para nós, não para eles. Temos sim, que 
apreciar, tentando entende-los de forma empática. Então, se analisarmos todas as culturas 
seguiremos encontrando costumes totalmente opostos, que fazem com que os conceitos se-
jam diferentes em todos os aspectos. Diferentes, mas não errados!
Nós somos acostumados com a nossa cultura, e 
achamos que tudo o que fazemos é muito normal. Mas 
saiba que para muitos, a nossa cultura também pode ser 
muito estranha.
Não são apenas as diferentes culturas existentes no mundo que chamam a atenção, mas 
também os costumes de cada povo são bastante variados e podem soar muito bizarros para os 
estrangeiros. Desta maneira, é essencial conhecer e respeitar as diferentes culturas dos países 
que podem se tratar de curiosidades em diversos setores, como na gastronomia, na religião e 
até mesmo em como se relacionar com as pessoas a sua volta.
TRADIÇÕES CULTURAIS DO MUNDO
Viver no exterior não é só aprender um novo idioma, mas também adaptar-se a uma cul-
tura estrangeira, muitas vezes completamente diferente da nossa. Com um pouco de pesqui-
sa, você encontrará uma diversidade de hábitos culturais que vão muito além de usar hashis 
na China, ou arrotos para expressar a satisfação depois de de uma refeição em países árabes.
Existem diversas maneiras de se cumprimentar pelo mundo, de cara, já temos aí uma 
prévia da cultura que estamos conhecendo. Então, para ser gentil e cumprimentar a todos do 
modo adequado em suas viagens ao redor do mundo, confira como são os cumprimentos em 
algumas culturas:
• Tibet: mostrando a língua;
• Nova Zelândia: saudação Hongi, onde o nariz e a testa são pressionados ao mesmo tem-
po;
9CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
• Filipinas: saudação “mão de respeito”
• Japão: se curvando;
• Índia: saudação “Namastê”
• França: três beijinhos;
• Esquimós: esfregam seus narizes.
 » Na Índia, normalmente é visto dois homens caminhando de mãos dadas. Isto não quer 
dizer que eles tenham em um relacionamento romântico. Isto é apenas um sinal de ami-
zade. De outro lado, você nunca verá um casal expressando seu amor em público na Índia.
 » Em alguns países da Ásia como China, Coréia ou Japão, um sinal de aprovação e aprecia-
ção da culinária de alguém é arrotar após a refeição - o que é considerado rude na maioria 
dos países ocidentais. Assim se você precisa limpar o seu nariz enquanto você está no País 
do Sol Nascente, faça isto privativamente ou vire de costas antes de fazê-lo. E lembre-se, 
faça-o silenciosamente se você quer evitar quaisquer ofensas.
 » Se você procura por um trabalho na Irlanda, na Inglaterra ou nos Estados Unidos, não 
adicione dados pessoais em seu currículo (data de nascimento, sexo, estado civil ou até 
mesmo uma imagem no perfil). A legislação de igualdade nestes países exige recrutar 
baseado no mérito próprio, e enviar estes dados possibilita com que as empresas a esco-
lham os candidatos de maneira justa.
Estes são alguns dos muitos fatores culturais que são diretamente ou indiretamente 
impulsionados por fatores externos como religião, particularidades sociais e até mesmo geo-
gráficas que determinam a maneira como as pessoas se comportam em determinada cultura. 
Com a comunicação, somos cada vez mais permeados pela cultura estrangeira, o que pode 
ocasionar diversas formas de interpretação e julgamento, mas também de apreciação e curio-
sidade; por isso, observem, investiguem, pesquisem e aprendam com essas novas culturas e 
sempre que possível ensinem sobre a nossa cultura, que também é cheia de particularidades.
10CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Algumas caraterísticas dos continentes:
ÁSIA
A extensão da Ásia é tão vasta que quase um terço da extensão de terra do planeta faz 
parte desse continente que contém 11 fusos horários. A Ásia também se destaca em termos 
populacionais, onde os habitantes representam quase 50% da população do mundo. Curiosa-
mente, o país com o menor número de habitantes do mundo se localiza na Ásia, a Mongólia.
AMÉRICA
Na América do Norte se localiza a maior ilha do mundo - a Groenlândia, bem como o se-
gundo maior país do planeta - o Canadá. Na América Central tem origem a civilização maia - 
uma incrível sociedade que se destacou pelos avanços demonstrados na arte, na arquitetura, 
na matemática, bem como na medicina. Na América do Sul, por sua vez, localiza-se a Floresta 
Amazônica, a região de maior biodiversidade do mundo.
ÁFRICA
São seis os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (acrônimo PALOP): Angola, 
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, São Tomé e Príncipe.
todamateria.com.br/continentes-do-mundo
11CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
ANTÁRTIDA
A Antártida, ou Polo Sul, é o local mais frio e mais seco do planeta. Observe que o Polo 
Norte não é um continente uma vez que nele não existe nenhuma porção de terra; ele é todo 
coberto de gelo, enquanto que no Polo Sul a camada de gelo corresponde a 90% do seu territó-
rio. O fato de não ter países, bem como como a ausência de população faz com que a Antártida 
não seja consideradaum continente para alguns autores.
EUROPA
A Europa é o berço da cultura ocidental. Nesse continente, A União Europeia (UE) é o 
maior bloco econômico mundial, do qual apenas 28 países europeus (num total de 50 países) 
fazem parte.
OCEANIA
A Austrália é o maior país da Oceania, ocupando 90% de toda a sua extensão. A Oceania 
é conhecida como o “Novíssimo Mundo”, tendo em conta sua descoberta datar de 1770.
TRANSCONTINENTALIDADE
Há países que se localizam em dois continentes e por isso são chamadas “Nações Trans-
continentais”. É o caso, por exemplo, da Rússia (Ásia e Europa), Turquia (Ásia e Europa), Egi-
to (África e Ásia). Há, também, uma cidade chamada de bi continental - Istambul, na Turquia. 
Ela é a única cidade no mundo dividida entre dois continentes (Ásia e Europa).
Não existem bandeiras que representem cada um dos continentes. Há, sim, um emblema 
em que cinco continentes estão representados. Trata-se dos anéis olímpicos, os quais simbo-
lizam a união no esporte dos continentes africano, americano, asiático, europeu e oceânico.
12CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
SÍNTESE
Seria impossível descrever em apenas um capitulo deste e-book a imensidão e a diversidade da cultura mundial. O propósito deste, no entan-
to, é tratar o assunto de forma introdutória e conceitual para que tenhamos a compreensão dos diversos pontos de vistas relacionados ao assunto.
13CULTURA E DIVERSIDADE 3
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Como, em um mundo aberto pela comunicação, podemos transitar em meio à tanta diversidade cultural sem agredir o próximo?
2. Qual a cultura que lhe parece (do seu ponto de vista) mais estranha?
3. Com as expansão da comunicação, podemos perder nossos hábitos e modificar nossos valores?
14
CULTURA LOCAL, 
REGIONAL E GLOBAL
A cultura pode representar manifestações pessoais ou de grupos. 
Os movimentos culturais também podem representar uma cidade, 
uma região, ou um país através de símbolos, bandeiras e cores
15CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
DESENVOLVIMENTO LOCAL, REGIONAL E GLOBAL 
A cultura é o meio pelo qual transmitimos as nossas mensagens de identidade e por 
onde somos reconhecidos através de símbolos por outros grupos. A cultura nasce no cerne de 
cada manifestação humana e transporta-se através de meios tangíveis e intangíveis. Ganha 
força ou morre ao passo que é reconhecida (ou não), a medida que gera valores e fornece be-
nefícios, estéticos, simbólicos, emocionais ou econômicos. Ter uma identidade cultural em 
tempos homogeneizados é, acima de tudo, sinônimo de autenticidade e resistência. É ela - a 
cultura - que nos diferencia das outras espécies, que nos torna “diferentes” e diversificados 
em meio ao todo. Analisar de forma igualitária a macrocultura mundial é quase impossível 
visto que esta é extremamente diversificada e própria de cada local. 
Não muito distante, houveram tentativas de homogeneizar a cultura global, impondo à 
culturas vistas como minoritárias manifestações típicas de outros povos. Certamente o nosso 
“HD” cultural, onde nascem e armazenamos as nossas manifestações, não se deixa resetar com 
muita facilidade. Certamente estas investidas não deram certo e viu-se a necessidade de criar 
instrumentos de regulamentação, promoção e proteção da cultura local, vistos anteriormente. 
É muito difícil “abafar” a cultura de um povo. Seus hábitos, ritos e manifestações per-
duram mesmo sob a mais severa opressão. Foi assim quando A Companhia Inglesa das Ín-
dias Orientais tentaram impor à Índia seus hábitos e costumes britânicos. Foi assim no Brasil 
quando os portugueses tentaram aportuguesar os índios brasileiros. Certamente ficam ca-
racterísticas de um povo quando este coloniza outro, estas características agrupam-se aos 
costumes locais existentes, daí nasce a diversidade cultural, tão cheia de detalhes e particu-
laridades. Daí nasce uma nova cultura.
16CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Em tempos atuais, após anos de repressão cultural e de muitas tentativas frustadas de 
homogeneização cultural, promove-se o Desenvolvimento Local como instrumento de fo-
mentação ao desenvolvimento das pequenas comunidades e suas culturas. O sentido do desen-
volvimento local deve ser o de melhorar a qualidade de vida das pessoas (desenvolvimento 
humano), de todas as pessoas (desenvolvimento social), das pessoas que estão vivas hoje e as 
que viverão no futuro (desenvolvimento sustentável). Fazer o desenvolvimento local (huma-
no, social e sustentável), nos desafia a pensar em um conceito de desenvolvimento que articula 
o econômico com outros fatores como o capital humano, o capital social e o capital natural.
O desenvolvimento local é possível através das pessoas que residem em uma determi-
nada localidade, o que não exclui parcerias e fomentos externos. Não existe desenvolvimento 
local sem o interesse, o envolvimento, o compromisso e a adesão de uma comunidade local. 
A este fenômeno denominamos de protagonismo local, quer dizer, os moradores de uma de-
terminada localidade assumindo seu papel de atores principais, ou seja, de sujeitos da sua 
própria história. Mas para que isso aconteça, é preciso que haja uma articulação maior, geral-
mente promovida pelo Estado, Terceiro Setor ou meio acadêmico, com vistas ao desenvol-
vimento. Sem os instrumentos estatais os produtos destas ações não encontrarão meios de 
defesa, apoio e crescimento.
Para o desenvolvimento local, ou seja, uma vida digna para cada cidadão significa, em primei-
ro lugar, o acesso aos direitos civis, à educação de qualidade e a oportunidades de trabalho e renda. 
Essas conquistas não ocorrem a curto prazo. Elas são construídas no âmbito de um amplo processo 
de melhoria contínua da qualidade de vida de um território por seu moradores e pelo estado.
O desenvolvimento econômico local não é simplesmente o reflexo de um processo de 
desenvolvimento nacional em uma dada localidade. O que caracteriza o processo de desenvol-
vimento econômico local é o protagonismo dos atores locais, na formulação de estratégias, 
na tomada de decisões econômicas e na sua implementação. Cabe ao estado, ao terceiro setor 
ou ao meio acadêmico fornecerem instrumentos para a promoção destas articulações.
17CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Promover o Desenvolvimento Local significa implementar ações em territórios ou mi-
croregiões que permitam a ativa participação do cidadão, o efetivo controle social sobre a 
gestão pública através do fortalecimento da sociedade civil e o empoderamento de grupos so-
ciais antes marginalizados nas esferas de tomada de decisão. Por promover a inclusão social 
e fortalecer a democracia, o Desenvolvimento Local é considerado um importante meio de 
combater a pobreza.
Sobre o Terceiro setor é uma terminologia sociológica que dá significado a todas as 
iniciativas privadas de utilidade pública com origem na sociedade civil. A palavra é uma 
tradução do inglês third sector, uma expressão muito utilizada nos Estados Unidos para 
definir as diversas organizações sem vínculos diretos com o primeiro setor (público, o 
Estado) e o Segundo setor (privado, o mercado).De um modo mais simplificado o terceiro 
setor é o conjunto de entidades da sociedade civil com fins públicos e não-lucrativos, 
conservados pela ênfase na participação voluntária em âmbito não-governamental.” 
Wikipédia
Na prática, o conceito de desenvolvimento leva a campo cinco importantes dimensões:
• A inclusão social;
• O fortalecimento e a diversificação da economia local;
• A inovação na gestão pública;
• A proteção ambiental e o uso racional de recursos naturais;
• A mobilização social.
O desenvolvimento local é amparado por iniciativas maiores, da comunidade, do Ter-
ceiro Setor e também do Estado. Alguns países, organizados em agrupamentos fomentam a 
economia e o desenvolvimento local.
OS BLOCOS ECONÔMICOS
O BRICS é um agrupamento econômico atualmente composto por cinco países: Brasil, 
Rússia, Índia, China e Áfricado Sul. Não se trata de um bloco econômico ou uma instituição 
internacional, mas de um mecanismo internacional na forma de agrupamento informal, não 
registrado burocraticamente com estatuto e carta de princípios.
O que era, no início, apenas uma classificação utilizada por economistas e cientistas po-
líticos para designar um grupo de países com características econômicas em comum, passou, 
a partir de 2006 a ser um mecanismo internacional. Isso porque Brasil, Rússia, Índia e China 
decidiram dar um caráter diplomático a essa expressão na 61º Assembleia Geral das Nações 
Unidas, o que propiciou a realização de ações econômicas coletivas por parte desses países, 
bem como uma maior comunicação entre eles.
A partir do ano de 2011, a África do Sul também foi oficialmente incorporada ao BRIC, que passou 
então a se chamar BRICS, com o “S” maiúsculo no final para designar o ingresso do novo membro (o 
“S” vem do nome do país em Inglês: South Africa). Atualmente, os BRICS são detentores de mais de 
21% do PIB mundial, formando o grupo de países que mais crescem no planeta. Além disso, represen-
tam 42% da população mundial, 45% da força de trabalho e o maior poder de consumo do mundo.
18CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Os economistas adoram agrupar países para criar acrônimos e assim como os BRICS 
existem outros agrupamentos (ou blocos) que discutem o desenvolvimento econômico mun-
dial de forma sustentável como os MINTS (México, Indonésia, Nigéria e Turquia) e os TICKS 
formado por Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul, representando economias menos depen-
dente de commodities e mais voltadas para a tecnologia.
Com outro foco, o G20 (Grupo dos 20) é um grupo constituído por ministros da economia e 
presidentes de bancos centrais dos 19 países de economias mais desenvolvidas do mundo, mais a 
União Europeia. Criado em 1999, na esteira de várias crises econômicas da década de 1990, o G20 
é uma espécie de fórum de cooperação e consulta sobre assuntos financeiros internacionais.
Principais objetivos do G20
• Favorecimento de negociações econômicas internacionais;
• Debates sobre políticas globais para promover o desenvolvimento econômico mundial 
de forma sustentável;
• Discussão de regras comuns para a flexibilização do mercado de trabalho;
• Criação de mecanismos voltados para a desregulamentação econômica;
• Criação de formas para liberação do comércio mundial.
Esses grupos, ou blocos, de certa forma incentivam o desenvolvimento local com poli-
ticas econômicas mais customizadas socialmente, com uma visão mais territorial sobre estas 
nações, vendo as suas culturas e os seus meios. Mesmo assim, sabemos que estas politicas 
pouco chegam aqueles que realmente precisam e muitas vezes tratam de assuntos intangíveis 
para grande parte da população. Antiglobalização e os movimentos locais
19CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
ANTIGLOBALIZAÇÃO E OS MOVIMENTOS LOCAIS 
Apesar das contradições, há um certo consenso a respeito das características da glo-
balização que envolve o aumento dos riscos globais de transações financeiras, perda de 
parte da soberania dos Estados, aumento do volume e velocidade como os recursos estão 
sendo transacionados pelo mundo, através do desenvolvimento tecnológico etc. Além das 
discussões que envolvem a definição do conceito, há controvérsias em relação aos resul-
tados da globalização. Tanto podemos encontrar pessoas que se posicionam a favor como 
contra a globalização. Um dos maiores eventos do movimento antiglobalização é o Fórum 
Social Mundial, que se reuniu pela primeira vez em Porto Alegre, no Brasil, em 2001. O 
Fórum Social Mundial serve como ponto de encontro para movimentos sociais de todo o 
mundo propondo a globalização alternativa, não baseada nas dinâmicas reguladas pelo 
capitalismo.
A globalização é um fenômeno moderno que surgiu com a evolução dos novos meios 
de comunicação, cada vez mais rápidos e mais eficazes. Há, no entanto, aspectos tanto 
positivos quanto negativos na globalização. No que concerne aos aspectos negativos, há a 
referir a facilidade com que tudo circula, não havendo grande controle. Outro dos aspectos 
negativos é a grande instabilidade econômica que se cria no mundo, pois qualquer fenô-
meno que acontece num determinado país atinge rapidamente outros países, criando-se 
contágios que, tal como as epidemias, se alastram a todos os pontos do globo como se de 
um único ponto se tratasse. Os países, cada vez, estão mais dependentes uns dos outros 
e já não há possibilidade de se isolarem no seu ninho, pois ninguém é imune a estes con-
tágios positivos ou negativos. Como aspectos positivos, temos, sem sombra de dúvida, a 
facilidade com que as inovações se propagam entre países e continentes e o acesso fácil 
e rápido à informação e aos bens. Esta globalização serve para os mais fracos se equipa-
rarem aos mais fortes, pois tudo se consegue adquirir através desta grande autoestrada 
informacional do mundo que é a Internet. Com a ressalva de que, para as classes menos 
favorecidas economicamente, especialmente nos países em desenvolvimento, esse acesso 
não é fácil e não será rápido.
SÍNTESE
Neste capítulo vimos que o Desenvolvimento Local passa por várias esferas para ser re-
almente efetivado: depende do Estado, do Terceiro Setor, do meio acadêmico mas também 
das iniciativas dos pequenos grupos. Conhecemos um pouco sobre os agrupamentos econô-
micos que pautam o Desenvolvimento Local de forma adequada aos seus países buscando 
soluções em paralelo aos grandes eixos econômicos. Neste capitulo também conhecemos a 
antiglobalizacão, movimento que acusa a globalização de desestabilizar a economia mundial 
epidemicamente em casos de crise.
20CULTURA E DIVERSIDADE 3
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Você consegue perceber em sua comunidade iniciativas que fomentem o desenvolvimento local?
2. Os agrupamentos econômicos cumprem o seu papel?
3. Pense sobre os aspectos negativos da globalização na sua região?
21
A GLOBALIZAÇÃO
Nunca vivemos em um mundo tão aberto e tão cheio de 
informações. Vivemos na era da comunicação, da transmissão, 
das lives e das imagens. Nunca foi tão fácil falar com alguém 
do outro lado do planeta. Embora tenha que romper muitas 
barreiras, a globalização é um fenômeno que jamais retrocederá.
22CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Os seres humanos têm interagido por longas distâncias por milhares de anos. A Rota 
da Seda, que ligava a Ásia, África e Europa, é um bom exemplo do poder transformador de 
troca que existia no “Velho Mundo”. Filosofia, religião, língua, as artes e outros aspectos da 
cultura se espalharam e misturaram-se nas nações. Nos séculos XV e XVI, os europeus fize-
ram descobertas importantes em sua exploração dos oceanos, incluindo o início das viagens 
transatlânticas para o “Novo Mundo” das Américas. O movimento global de pessoas, bens e 
ideias expandiu significativamente nos séculos seguintes. No início do século XIX, o desen-
volvimento de novas formas de transporte, como o navio a vapor e ferrovias, e as telecomu-
nicações permitiram um intercâmbio global mais rápido. Embora vários estudiosos situem 
a origem da globalização em tempos modernos, outros traçam a sua história muito antes da 
era das descobertas e viagens ao Novo Mundo pelos europeus. Alguns até mesmo traçam as 
origens ao terceiro milênio a.C.
Já em meio à Segunda Guerra Mundial, surgiu, em 1941, um dos primeiros sintomas 
da globalização das comunicações: o pacote cultural-ideológico dos Estados Unidos incluía 
várias edições diárias de O Repórter Esso, uma síntese noticiosa de cinco minutos rigida-
mente cronometrados, a primeira de caráter global, transmitido em 14 países do continente 
americano por 59 estações de rádio, constituindo-se na mais ampla rede radiofônica mun-
dial.
É tido, como início da globalização moderna, o fim da Segunda Guerra mundial, e a von-
tade de impedir que uma monstruosidade como ela ocorresse novamenteno futuro, sendo que 
as nações vitoriosas da guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que 
era de suma importância, para o futuro da humanidade, a criação de mecanismos diplomáti-
cos e comerciais para aproximar, cada vez mais, as nações uma das outras. Deste consenso, 
nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir o conceito de bloco econômico, pouco após isso, 
com a fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço - CECA.
23CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
O termo “globalização” tem estado em uso crescente desde meados da década de 1980 
e especialmente a partir de meados da década de 1990. Em 2000, o Fundo Monetário Inter-
nacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da globalização: comércio e transações 
financeiras, movimentos de capital e de investimento, migração e movimento de pessoas e a 
disseminação de conhecimento. Além disso, os desafios ambientais, como a mudança climá-
tica, poluição do ar e excesso de pesca do oceano, estão ligados à globalização.
IMPACTOS DA GLOBALIZAÇÃO
A globalização afeta todos os setores da sociedade, principalmente a comunicação, o comér-
cio internacional e a liberdade de movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível 
de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta. A globalização das comunicações 
tem sua face mais visível na Internet, possível graças a acordos e protocolos entre diferentes enti-
dades privadas da área de telecomunicações e governos no mundo. Isto permitiu um grande fluxo 
de troca de ideias e informações sem paralelos na história da humanidade. Se, antes, uma pessoa 
estava limitada à imprensa local, agora ela mesma pode se tornar parte da imprensa e observar as 
tendências do mundo inteiro, tendo apenas, como fator de limitação, a barreira linguística.
Outra característica da globalização das comunicações é o aumento da universalização 
do acesso a meios de comunicação, graças ao barateamento dos aparelhos, principalmente 
celulares e os de infraestrutura para as operadoras, com aumento da cobertura e incremento 
geral da qualidade graças a inovação tecnológica. Hoje, uma inovação criada no Japão pode 
aparecer no mercado português ou brasileiro em poucos dias e virar sucesso de mercado.
Redes de televisão e imprensa multimídia em geral também sofreram um grande im-
pacto da globalização. Um país com imprensa livre hoje em dia pode ter acesso, algumas vezes 
por televisão por assinatura ou satélite, a emissoras do mundo inteiro, desde a NHK do Japão 
até a Cartoon Network americana. Pode-se dizer que este incremento no acesso à comunica-
ção em massa acionado pela globalização tem impactado até mesmo as estruturas de poder 
estabelecidas, com forte conotação democrática, ajudando pessoas antes restritas a um pe-
queno grupo de radiodifusão de informação a terem acesso à informação de todo o mundo, 
mostrando, a elas como o mundo é e se comporta.
Infelizmente, este mesmo livre fluxo de informações é tido como uma ameaça para de-
terminados governos ou entidades religiosas com poderes na sociedade, que têm gasto enor-
me quantidade de recursos para limitar o tipo de informação a que seus cidadãos tem acesso.
“Algumas poucas pessoas, em alguns poucos lugares, 
fazendo algumas poucas coisas, podem mudar o mundo.” 
(autor anônimo, Muro de Berlim)
Londres é tida como a cidade mais globalizada do planeta, junto com Nova Iorque, segundo 
a Rede de Pesquisa de Globalização e Cidades Mundiais. Londres é uma importante cidade global 
(ao lado de Nova York, Tóquio e Paris) e é um dos maiores, mais importantes e influentes centros 
financeiros do mundo. A cidade tem uma gama diversa de povos, culturas e religiões e mais de 
300 idiomas são falados em seu território. Possui forte influência na política, finanças, educação, 
entretenimento, mídia, moda, artes e cultura em geral, o que contribui para a sua posição global.
24CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Além da economia existem outros modelos de globalização, pois o fenômeno atinge to-
das as áreas. Veja abaixo alguns exemplos:
• Globalização cultural: O cinema americano é um bom exemplo, pois leva a cultura ame-
ricana a todos os pontos do mundo. No Brasil, muitas coisas que fazemos hoje são influ-
ência da cultura americana transmitida pelo cinema.
• Globalização religiosa: Os muçulmanos estão invadindo a Europa, os evangélicos do con-
tinente americano estão cada vez mais presentes na África e Ásia, entre outros exemplos.
• Globalização tecnológica: O Windows, o Facebook, o iPhone e a internet, entre outros, 
são exemplos globais de tecnologia. Eles ditam a moda dentro dos seus segmentos mu-
dando as relações interpessoais.
• Globalização de serviços: Empresas de seguros, setor bancário, tecnologia da informa-
ção e outros casos são exemplos. Há empresas globais que atuam nesses segmentos e 
atendem pessoas em todas as partes do mundo.
• Entre outros exemplos.
PRODUTOS CULTURAIS GLOBAIS
O que é local e o que é global a nossa volta? Hoje, por consequência da globalização, te-
mos o global e o local no mesmo lugar.
As empresas que promovem entretenimento e turismo têm suas localizações cada vez 
mais abstratas, ou seja, são empresas que já não pertencem a um território. Mas, os produ-
tores culturais populares locais continuam enraizados no seu chão, no seu lugar, porém sem 
perder de vista o mundo de fora, visibilizado pela tecnologia, pela internet, pela comunicação. 
Ao mercado e à sociedade global não interessa o universalismo simbólico das culturas, até 
porque os conceitos, como se pensava nos anos 1960, de “aldeia global” ou de instauração de 
um “McMundo’’ não vingaram, nem mesmo com a globalização cultural e, os acontecimen-
tos culturais são cada vez mais regionalizados com a globalização, porém mais vistos, mais 
expandidos e cada vez mais incorporados.
O QUE SÃO PRODUTOS GLOBAIS?
Produtos globais são produtos concebidos e projetados para atender necessidades glo-
bais, não simplesmente locais, geralmente estão associados a marcas mundialmente conhe-
cidas. Quando a empresa globaliza suas atividades deve contar com produtos globais, pois as 
despesas de pesquisa e desenvolvimento vão incidir sobre todos os mercados onde atuar, po-
dendo assim melhorar sua posição diante da concorrência até mesmo no mercado doméstico.
E O QUE SÃO AS EMPRESAS GLOBAIS?
Empresas globais, ou multinacionais, são empresas que colocam em circulação de ven-
25CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
da uma grande variedade de produtos ao redor do mundo em diferentes culturas. São mar-
cas conhecidas e famosas no mundo inteiro, até mesmo em países que, atualmente, têm um 
mercado mais fechado e restrito como Cuba, Venezuela, China, Coreia do Norte, Vietnã, Laos, 
Chipre, Nepal, Afeganistão, Bulgária, Angola, Iêmen, Moçambique, Índia, Tanzânia, Síria, Lí-
bia, entre outros. Estes mercados ditos “fechados” encontram em suas culturas locais moti-
vos para não aderirem a determinada marca ou produto. Aqui vemos a cultura agindo como 
um limitador e ao mesmo tempo como um escudo protetor de mensagens de outras culturas.
E QUAL A INFLUÊNCIA DE TUDO ISSO EM NOSSA VIDA?
Olhe em sua volta e perceba a quantidade de produtos que te rodeia. Pense sobre a ori-
gem deles e onde foram produzidos, de onde vieram e onde foram concebidos:
• Um telefone americano que foi provavelmente produzido na China;
• Um óculos com lente japonesa;
• Um computador nacional, mas que usa peças provavelmente chinesas e japonesas, com 
um sistema operacional americano, mas o monitor é Taiwan;
• Uma impressora de uma empresa coreana;
Essa lista é grande, e essa oferta de produtos globais é facilitada por diversos fatores: a 
globalização, a industrialização, a internet, a comunicação e a criação de produtos sob a óti-
ca da diversidade e das interpretações culturais. O fator cultural, nesse ponto, pode ser um 
facilitador, mas também um complicador. Um exemplo disso é o consumo de carne na Ín-dia, costume cultural local que dificulta a expansão de alguns negócios, como o Mc Donalds, 
famoso pelos seus hambúrgueres de carne bovina, na Índia comercializa “hambúrgueres” 
produzidos com massa de batata e hambúrgueres de frango. algumas lojas da rede são com-
pletamente vegetarianas. A culinária indiana, apesar de não usar carne bovina, é muito rica 
em temperos, molhos e outras carnes. A famosa rede de fast food se valeu desta característica 
para fazer o cardápio nacional.
UNIVERSALIDADE
Universalidade refere-se a qualidade ou caráter de ser universal. 
A universalidade é um conceito de extrema importância para os dias atuais tendo em 
vista a demanda cada vez crescente em produtos, comunicações e serviços amplos e com múl-
tiplas interpretações culturais.
Neste contexto, remetemos ao design (como forma de pensamento) de onde podemos 
migrar conceitos que são aplicados ao produtos e serviços ditos globais. Na universalidade 
estuda-se uma série de questões que geralmente não são abordadas em um projeto comum, 
porque no trabalho de características universais, precisa-se considerar todas as possibilida-
des de uso por usuários muito diferentes em diferente culturas. Isso inclui questões sociais, 
26CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
culturais, históricas, antropológicas, econômicas, políticas, tecnológicas, e principalmente 
de ergonomia e usabilidade.
Veja abaixo as premissas do design universal:
1. USO EQUITATIVO
O produto precisa ser útil, comercializável, atraente e seguro para pessoas com diferen-
tes habilidades sem estigmatizar ou segregar qualquer usuário.
2. FLEXIBILIDADE DE USO
Englobar uma extensa variedade de preferências e habilidades pessoais, permitindo es-
colha do método de utilização e adaptabilidade 
3. USO INTUITIVO
A compreensão de que o produto deve ser independente da experiência do usuário, co-
nhecimento, competência linguística ou concentração. Deve também eliminar as complexi-
dades de uso, corresponder às expectativas e intuição do usuário, hierarquizar informações e 
fornecer feedback ao concluir uma tarefa.
4. INFORMAÇÃO PERCEPTÍVEL
Ser capaz de comunicar e informar, independentemente da habilidade do usuário ou am-
biente em que se encontra. Precisa diferenciar e contrastar elementos, utilizar diferentes meios 
de apresentação e permitir o acesso a estas informações à pessoas com limitações sensoriais.
5. TOLERÂNCIA AO ERRO
Precisa atenuar os riscos e consequências adversas de ações acidentais ou involuntárias. 
Deve fornecer avisos de perigo, falha ou erro, manter isolado elementos perigosos de tarefas 
de rotina e prevenir ações inconscientes em tarefas que requerem atenção.
27CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
6. BAIXO ESFORÇO FÍSICO
O produto deve ser utilizado de forma eficiente para que seja confortável com o mínimo 
de fadiga. Precisa permitir que o usuário mantenha uma posição neutral do corpo e realizar 
esforços de trabalho razoáveis para a tarefa, eliminando ações repetitivas e esforço físico ex-
cessivo.
7. TAMANHO E ESPAÇO PARA ACESSO E USO
O espaço fornecido para aproximação, uso, alcance e manipulação deve ser apropriado 
independentemente do tamanho do corpo do usuário, postura ou mobilidade. Deve fornecer 
uma visão clara de elementos importantes e acesso a todos os elementos, independentemen-
te do usuário estar sentado ou em pé, e proporcionar espaço apropriado para a utilização de 
ferramentas de auxílio ou assistência pessoal (ex.: cadeira de rodas).
Quando falamos em universalidade estamos falando também de questões sociais e am-
plas, remetemos diretamente ao termo igualdade e sobre estes temos que nos fazer algumas 
perguntas sobre o tema:
• Como comparar culturas entre si?
• Universalidade de quê, se somos tão diferentes?
• Universalidade de renda, de status, de direitos, de crenças religiosas, de costumes cul-
turais? 
• Como falar em universalidade e igualdade entre elementos tão antagônicos, que talvez 
não se prestem a uma comparação?
Somos sim, imensamente diferentes, mas precisamos nos integrar, precisamos existir 
em rede e colaborar mutualmente, mas essa atitude exige esforço (muito esforço). Em uma 
sociedade universalizada podemos distribuir melhor nossos produtos e projetos e entender 
melhor a nossa participação nessa imensa rede. A universalidade exige EMPATIA, CONHECI-
MENTO e CULTURA.
Mas existem os que pensam diferente, muitos defendem as culturas fechadas, mas esse 
conceito de uma cultura fechada está em franco descrédito na maioria dos países do mundo, 
principalmente nas sociedades democráticas, embora ainda seja defendida por numerosos 
grupos dentro desses países. Esta visão que teve seu auge no século XIX e boa parte do XX, 
usualmente associada ao colonialismo europeu, e que tinha como base a suposta superiorida-
de da cultura européia sobre as demais, consideradas “primitivas”. Hoje, esta visão é “politi-
camente incorreta”, no sentido de que poucos, à exceção de governantes ultraconservadores 
e pouco esclarecidos. Sendo a sociedade composta por uma pluralidade de pessoas, cada uma 
com seus próprios fins, interesses e concepções do bem, ela é melhor ordenada quando é go-
vernada por princípios que não pressuponham qualquer concepção particular do bem.
28CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
“O apego à cultura local não impediu Ziraldo de colocar a 
universalidade nos seus trabalhos, outra das razões pela 
qual foi premiado e que atribui ao fato de ser um artista 
do “Terceiro Mundo”, aos quais define como esponjas, 
“porque estar à margem permite ter mais informação 
sobre o mundo.” Folha de São Paulo
IMIGRAÇÃO
Os movimentos migratórios marcam as sociedades, para além das situações emergen-
ciais, que não cessam e que precisam de devida e responsável atenção com intenção de ações 
e efeitos a médio e longo prazo. Entretanto, junto com o empenho por uma migração segura, 
cabe reconhecer que a mobilidade humana é fator de desenvolvimento e de transformação, 
em todas as dimensões do humano. Neste capitulo sobre imigração iremos conversar sobre os 
efeitos desta para o mundo e para as comunidade locais e suas culturas.
Migrar corresponde à mobilidade espacial da população, ou seja, é o ato de trocar de país, 
estado, região, ou até mesmo de domicílio. A migração internacional consiste na mudança de 
moradia com destino a outro país. Tal ocorrência vem sendo promovida ao longo de muitos 
anos, a exemplo disso cita-se a migração forçada de africanos no intento de realizarem tra-
balhos escravos em outros continentes. A partir daí, esses fluxos migratórios internacionais 
têm se intensificado cada vez mais nas últimas décadas.
O processo de migração internacional pode ser desencadeado por diversos fatores: em con-
sequência de desastres ambientais, guerras, perseguições políticas, étnicas ou culturais, causas re-
lacionadas a estudos em busca de trabalho e melhores condições de vida, entre outros. O principal 
motivo para esses fluxos migratórios internacionais é o econômico, no qual as pessoas deixam seu 
país de origem visando à obtenção de emprego e melhores perspectivas de vida em outras nações.
Conforme relatório de desenvolvimento humano, realizado pelo Programa das Nações 
29CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), aproximadamente 195 milhões de pessoas moram 
fora de seus países de origem, o equivalente a 3% da população mundial, sendo que cerca de 
60% desses imigrantes residem em países ricos e industrializados. Os principais destinos da 
migração internacional são os países industrializados, entre eles estão: Estados Unidos, Ca-
nadá, Japão, Austrália e as nações da União Europeia. Os Estados Unidos possuem o maior 
número de imigrantes internacionais – dos 195 milhões, 39 milhões residem naquele país.
A migração internacional promove uma série de problemas socioeconômicos. Em face 
das medidas tomadas pela maioria dos países desenvolvidos no intento de restringira entrada 
de imigrantes, o tráfico destes tem se intensificado bastante. No entanto, esses mesmos paí-
ses adotam ações seletivas, permitindo a entrada de profissionais qualificados e provocando a 
“fuga de cérebros” dos países em desenvolvimento. Outra consequência é o fortalecimento da 
discriminação atribuída aos imigrantes internacionais, processo denominado “xenofobia”.
Um dos aportes com os quais migrantes e refugiados contribuem de modo importante 
para o desenvolvimento e o enriquecimento dos povos é a cultura, nas suas diferentes formas 
e expressões. A cultura é também um canal particularmente favorável para a integração e a 
convivência intercultural em contextos nos quais as diversidades culturais muitas vezes são 
consideradas fatores de ameaça à qualidade de vida, à convivência e à paz. 
A cultura tem o poder de transformar vidas e contribuir 
para a inclusão e para a coesão social, promovendo o 
conhecimento, o diálogo, a tolerância e o respeito .
O poder da cultura é um “poder de criar espaços de encontro, espaços livres, abertos e não 
ameaçadores, que promovem o conhecimento, que dão a conhecer o “outro” e a sua humani-
dade, que ajudam a criar laços…”. Nesse sentido, a campanha da Caritas Internacional Compar-
tilhe a Viagem vem a ressaltar exatamente um aspecto fundamental do fenômeno migratório, 
esquecido especialmente pela grande mídia: o desafio da chegada de pessoas de outras cultu-
ras e mentalidades, portadoras de outros valores e não raramente também de outras religiões, 
como uma oportunidade de convivência, de novas relações interpessoais e de encontro.
A arte, a cultura dos povos, a dança e a gastronomia, as cores e os ritmos que as mi-
grações fazem encontrar, partilhar e intercambiar podem melhorar a vida de quem migra e, 
sobretudo, incidir nos contextos de interação com seu poder transformador e mobilizador, 
favorecendo o encontro e a valorização da alteridade que os migrantes trazem consigo, assim 
como a emersão, o respeito e o reconhecimento das particularidades e riquezas de todas as 
diversidades que as comunidades encerram e transmitem, de geração em geração. 
A cultura pode ser laboratório de interação, de 
integração e também de superação dos medos e do 
desconhecimento do ‘Outro’, que está na raiz de toda 
xenofobia, discriminação, criminalização, culpabilização e 
rejeição das pessoas e dos grupos humanos diferentes por 
tradição, fenotipia, cultura, religião ou origem.
Se por um lado é preciso reconhecer as diferenças, não apenas como fatores que enri-
30CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
quecem as nossas vidas, mas também como fatores que nos separam e criam tensões, por 
outro lado, cabe ressaltar que o medo das mudanças culturais pode fazer com que muitos ci-
dadãos que passam por situações de crise financeira optem por apoiar políticas anti-imigra-
ção e alimentar discursos e posturas de desprezo e rejeição de imigrantes e refugiados. Nesse 
sentido, o intercâmbio que as expressões culturais fazem acontecer se torna uma experiência 
promissora a partir da interculturalidade que se multiplica de baixo, fazendo brecha através 
dos encontros e das relações em nível micro, e que podem fazer a diferença na construção de 
sociedades tolerantes e capazes de gerenciar seus desafios internos. O poder da cultura requer 
também que os próprios migrantes valorizem sua bagagem cultural, apreciem sua riqueza cul-
tural e descubram as riquezas das culturas e dos atores que encontram em suas trajetórias. 
Compartilhar a própria cultura permite àqueles que 
se refugiaram no país uma aproximação /…/ livre de 
estereótipos comuns. 
Migrantes e refugiados se assumem, assim, como “protagonistas de uma experiência 
intercultural” que os empodera e que favorece processos transformadores de mentalidade e 
de valores, promovendo a convivência intercultural. Enquanto os próprios migrantes e re-
fugiados são os protagonistas nos percursos de interação que as artes e a criatividade da sa-
bedoria e da cultura de seus respectivos povos levam para os países de imigração, o desen-
volvimento de mentalidade e de valores de acolhida, o reconhecimento da alteridade como 
riqueza, o respeito da dignidade de quem é portador de alteridades na convivência humana e 
social está nas mãos, sobretudo, de quem educa as novas gerações, na família e na escola, não 
menos nos espaços onde a interação é construída por causa do trabalho ou do lazer. A trans-
missão da cultura entre gerações se dá por processos intrínsecos ao crescimento das pessoas 
e ao desenvolvimento, mas a promoção da intercultura como modo inclusivo e respeitoso da 
dignidade e da riqueza de todos e todas é uma decisão que cada sujeito precisa tomar, para 
poder contribuir, favorável ou desfavoravelmente.
Max Frisch (arquiteto e escritor suiço), referindo-se à 
imigração de italianos à Suíça, afirmou: “queríamos 
braços, chegaram pessoas”. 
Décadas mais tarde, os países continuam tratando as migrações internacionais como pro-
blema contingente, as políticas ainda discutem os desafios da mobilidade humana e as comuni-
dades multiplicam ações e reações tentando aprender a conviver com as novidades, os aportes e 
as transformações que as migrações fazem acontecer. Os deslocamentos populacionais incidem 
sobre os locais onde as pessoas partem ou passam, e especialmente onde chegam, seja naqueles 
em que fazem uma pausa em suas trajetórias, seja nos que escolhem para construir suas moradas.
SÍNTESE
Neste capitulo vimos que a globalização expande os negócios, a cultura, a industria e consequen-
temente a diversidade, mas toda essa exposição tem os seus efeitos. Na busca por melhores condições 
de vida, milhares de pessoas deixam os seus países em busca de melhores oportunidades, promovendo 
um intercambio cultural não espontâneo mas de extrema importância para a diversidade mundial.
31CULTURA E DIVERSIDADE 3
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Você se considera uma pessoas globalizada?
2. Que itens temos que observar em um produto para que ele seja considerado universal?
3. Quais os benefícios do intercambio cultural promovido pela imigração?
32
A CULTURA DIGITAL: 
INTERNET E CULTURA
Como podemos compreender o comportamento e as transformações 
 da cultura na era da comunicação? Como elas se expressam em 
um espaço social cada vez mais interligado com o global? É possível 
dizer que estamos passando por uma padronização cultural?
33CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Estas são questões ainda em desenvolvimento, mas que precisamos acompanhar e observar.
Quem nunca torceu para chegar o fim de semana para ir ao cinema ou teatro, juntou uma 
grana para comprar o CD da sua banda preferida, esperava pelo feriado para pegar o combo 
de filmes na locadora do bairro…estes são hábitos típicos da sociedade atual, ou eram? Muita 
coisa mudou rapidamente com o advento da Internet. A cultura mudou, nós mudamos!
Com a popularização da internet muitos costumes começaram a ser modificados, mas até 
que ponto essas mudanças são positivas ou negativas? Claro que, com a internet, é possível que 
haja acesso a informações que há décadas seriam intangíveis para pessoas com pouco poder eco-
nômico, mas quem foi que disse que ter a possibilidade de acesso é acessar? A cultura tradicional 
decaiu muito nos últimos anos, coincidentemente com a vinda da internet para os lares brasi-
leiros. As músicas viraram apenas dados armazenados nos computadores e apagados a qualquer 
momento, filmes são baixados e alguns produtores independentes acabam frustrados, paralela-
mente a isso, muitos outras manifestações midiáticas aconteceram e proliferaram rapidamente. 
As grandes produtoras e os grandes estúdios têm agora de competir em pé de igualdade com os 
pequenos, uma vez que a produção e distribuição se tornaram mais democráticas. 
O uso das tecnologias da informação e comunicação, as chamadas TICs, pode ser me-
lhor aproveitado pelos equipamentos culturais brasileiros,tais como instituições culturais, 
bibliotecas, cinemas, museus, teatros e pontos de cultura. A presença na internet, por meio 
de websites e redes sociais, a oferta de serviços online, e a ampliação do acesso universal à 
diversidade de expressões culturais pela web, são desafios a serem enfrentados pelos esta-
belecimentos que desempenham atividades culturais no Brasil. A maior parte das instituições 
oferece serviços, informações ou assistência ao público pela Internet, com destaque para ar-
quivos de informações– públicos e privados – e cinemas. Entre os serviços oferecidos pela In-
ternet, destacam-se a venda ou reserva de ingressos entre teatros e cinemas – estes agregam 
o maior percentual na venda de produtos e serviços. A maior parte dos equipamentos culturais 
brasileiros não tem área ou departamento de TI, nem contrata serviços nessa área, exceto no 
caso dos cinemas. A justificativa apontada é a escassez de recursos financeiros, além do uso de 
dispositivos ultrapassados e a baixa velocidade de conexão.
Quando observamos as manifestações populares (festas, danças, culinária, arte, artesanato, etc) 
vemos que estas já não pertencem apenas aos seus protagonistas. As culturas tradicionais no mundo glo-
balizado e interligado são também do interesse dos grupos midiáticos, do turismo, do entretenimento, 
das empresas de bebidas, de comidas e de tantas outras organizações socais, culturais e econômicas.
Com a globalização e com a internet, ampliaram-se as facilidades de comunicação e, 
consequentemente, a transmissão dos valores culturais. Assim, observa-se que as diferen-
tes culturas e os diferentes costumes podem se interagir sem a necessidade de uma integra-
ção territorial. Entretanto, observa-se também que esse processo não se dissemina de forma 
igualitária, de modo que alguns centros economicamente dominantes transmitem em maior 
número os seus elementos culturais. Um exemplo disso é a chamada indústria cultural, termo 
criado por sociólogos no início do século XX, mas que se mantém atual. Essa indústria é capaz 
de gerar e controlar os padrões de comportamento e os costumes das pessoas, como as roupas, 
os padrões de etiqueta e comportamento, as atividades de lazer que exercem etc.
34CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Por esse motivo, muito se fala em uma homogeneização das culturas, isto é, a padroni-
zação dos modos de ser e agir dos indivíduos com base em uma referência dominante, fazendo 
sucumbir os valores locais e tradicionais. Nesse sentido, muitos acusam o processo de globali-
zação de ser um sistema perverso, uma vez que ele não se democratiza inteiramente e só atinge 
os setores economicamente dominantes do mundo e das sociedades. Por outro lado, à medida 
que a internet, os sistemas de comunicação, informação e transporte vão elevando a sua capa-
cidade de disseminação, observamos também a possibilidade dos costumes e valores locais se 
interporem aos elementos globais. Isso ocorre a partir do momento em que comunidades tra-
dicionais ou culturas regionais conseguem disseminar e divulgar para além de suas fronteiras 
as suas características e os seu manifestos. Com base nessas concepções, há quem diga que a 
globalização, na verdade, promove uma heterogeneização cultural.
Por fim, é necessário observar que há uma hierarquia nos sistemas de comunicação. Apesar do 
advento da Internet e da possibilidade de expressão por parte de inúmeras pessoas, ainda algumas for-
mas de pensamento e ideias socialmente dominantes sobrepõem-se às demais, através do uso pre-
ferencial sobre os elementos midiáticos, a exemplo do que ocorre com filmes e seriados, geralmente 
mantidos sob um padrão e influenciando os estereótipos comportamentais. Nesse sentido, muitos são 
os que afirmam que, na verdade, o que ocorre é uma hegemonização cultural na globalização.
Um dos maiores desafios para promover maior diversidade na Internet é a expansão do 
conteúdo em outras línguas. Dentro desta problemática, a UNESCO assinou um acordo que pre-
vê o registros de domínios que não pertençam ao alfabeto latino, passando a aceitar endereços 
de websites em caracteres de alfabetos não-latinos, como árabe e chinês. Países como Tailândia 
e China já usavam mecanismos para driblar a dificuldade, conseguindo usar endereços comple-
tos no alfabeto local. O primeiro site a adotar oficialmente o endereço em Árabe foi o do Minis-
tério das Comunicações do Egito, e, ironicamente, o primeiro domínio registrado com alfabeto 
Árabe naquele país foi do então presidente Mohamed Mubarak (رصم.كرابم), o mesmo, que anos 
depois, durante a Revolução Egípcia mandaria derrubar a internet no país para abafar o poder 
de articulação dos manifestantes, que utilizaram as mídias sociais para articular os protestos 
que resultaram em sua renúncia. No capítulo dedicado à “Comunicação e conteúdo cultural” do 
Relatório da UNESCO, o documento alerta para o fato de que, mesmo com a ampla digitalização 
da imprensa, cinema, literatura e televisão deve-se considerar até que ponto essas expressões 
traduzem a realidade e a dinâmica da diversidade cultural no mundo.
35CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
O abismo digital entre aqueles que ainda não possuem acesso a rede mundial de compu-
tadores continua a limitar as oportunidades de um verdadeiro intercâmbio cultural. A Internet 
tem potencial para fortalecer a democracia através da promoção da identidade e interesses de 
minorias. Este potencial pode superar o desequilíbrio de poder político e econômico entre o 
local e o global, e transpor as fronteiras entre os diferentes grupos da sociedade.
MARCO CIVIL DA INTERNET: CIDADANIA E DIVERSIDADE CULTURAL NA REDE
O texto estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para internautas e prove-
dores. O projeto passou por consulta pública entre 2009 e 2010 e foi sancionado em 2014. O 
Marco Civil trata de pontos prioritários no que se refere à proteção e promoção da diversidade 
cultural na ambiência da Internet, ao regulamentar a neutralidade, privacidade, proteção e 
liberdade de expressão na rede. O projeto foi elaborado pelo governo com base no documento 
“Princípios para a governança e o uso da internet”, do Comitê Gestor da Internet no Brasil.
Entre os principais pontos do Marco Civil, o artigo 9º protege a neutralidade de rede, 
garantindo o tratamento isonômico de pacotes de dados, sem distinção de preços para a ofer-
ta de conteúdo. O Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) considera o Marco Civil como 
um “um marco histórico para a garantia dos direitos dos internautas brasileiros”, refletindo 
a mobilização da sociedade por uma rede aberta e livre. Para além do direito do consumidor, 
especificamente, como o Marco Civil protege e promove a diversidade cultural.
PRINCIPAIS PONTOS DO MARCO CIVIL
Neutralidade: A regra determina tratamento igual para todos os conteúdos que trafe-
gam na internet. 
Privacidade: Além da neutralidade de rede, outro pilar do Marco Civil é a garantia do direito à pri-
vacidade dos usuários, especialmente à inviolabilidade e ao sigilo de suas comunicações pela internet. 
36CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Proteção: O Marco Civil assegura proteção a dados pessoais e registros de conexão e co-
loca na ilegalidade a cooperação das empresas de internet com departamentos de espionagem.
Liberdade de expressão: O artigo 19, que delega à Justiça a decisão sobre a retirada de 
conteúdos, visto como um dos principais pontos do marco civil. Atualmente, vários provedores 
tiram do ar textos, imagens e vídeos de páginas que hospedam a partir de simples notificações.
REDES SOCIAIS E CULTURA
Uma sociedade, no mundo globalizado e conectado, sofre influências de diversas ou-
tras culturas e as incorpora. Tudo o que é sólido se desmancha no ar”, como metaforizou Karl 
Marx, explicando que as sociedades modernas são sociedades de mudança constante, rápida 
e permanente. O que acreditamos ser parte da nossa identidade e cultura hoje,talvez não seja 
a mesma de vinte anos atrás, e tampouco será a mesma daqui há trinta.
No meio de tudo isso está a internet e consequentemente as Redes Sociais, que colocou 
lado a lado na tela do computador xiitas e trekkies, zapatistas e donas de casa. Essa mistura 
globalizada pode ser tão enriquecedora para os repertórios individuais dos cidadãos conec-
tados, quanto perigosa, ao confrontar ideias e costumes. Por isso, a diversidade cultural foi 
elencada na Declaração Multissetorial do NETmundial, encontro internacional sobre o futuro 
da Governança da Internet, realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil. 
Lê-se no documento final do encontro: 
“A governança da Internet deve respeitar, proteger e promover 
a diversidade cultural e linguística em todas as suas formas”.
A influência norte-americana na Internet é alvo de críticas pela comunidade interna-
cional há anos, que reivindicam o compartilhamento de decisões que afetam a segurança e a 
distribuição de recursos da infraestrutura da rede. Em síntese, mudanças estruturais estariam 
fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionali-
dade que, no passado, nos forneciam sólidas localizações como indivíduos sociais.
37CULTURA E DIVERSIDADE 3
 SUMÁRIO
Neste contexto, as redes sociais como Facebook, Twitter e o Instagram tem um papel funda-
mental. Anthony Giddens, sociólogo britânico, diz que “à medida que áreas diferentes do globo 
são postas em interconexão umas com as outras, ondas de transformação social atingem vir-
tualmente toda a superfície da terra”. Por meio das redes, usuários de todas as partes do mundo 
trocam experiências, vivências e ganham uma ainda pouco dimensionada capacidade de influência.
As redes sociais permitem que um indivíduo se apresente para o 
mundo como um indivíduo autônomo, não mais como um indivíduo 
intimamente ligado à sociedade e cultura em que vive.
É bem verdade que em redes sociais como o extinto Orkut existiam as chamadas “comu-
nidades”, em que os indivíduos eram identificados com os grupos sociais que faziam parte. A 
tendência ao longo do tempo foi, porém, ver um único homem associado há mais de 100 co-
munidades diferentes. Um brasileiro de 20 anos é identificado como flamenguista, estudante de 
economia, apaixonado por hip hop, nascido em agosto, interessado em seriados americanos, que 
não suporta acordar cedo e odeia cachorros. A partir deste conjunto de comunidades forma-se um 
indivíduo único. O indivíduo X passa a ser identificado por pertencer não há uma comunidade A, 
mas sim as comunidades A, B e C. O indivíduo Y pode até compartilhar a comunidade A, mas nada 
impede que se inclua também numa comunidade D e E, e portanto se diferencie do indivíduo Y.
A publicidade age nesta mudança de paradigma. Evidente, ainda é cedo para determi-
nar o “fim das massas”, mas é inegável o surgimento de uma publicidade super-segmentada 
voltada para um público cada vez mais específico. No jornalismo, isto surge com as revistas 
especializadas em aviões e até design em ambiente web. O Facebook, Twitter, WhatsApp e 
Instagram são armas poderosas nas mãos de pessoas que querem cada vez mais fortalecer 
sua imagem como indivíduo, se destacar na multidão e mostrar para o mundo seus gostos, 
suas idéias e até o que estaria pensando no momento. O auge desta busca pelo individualismo 
e egocentrismo é a tendência dos jovens de se auto-fotografarem. As redes sociais tornaram-
-se selvas onde todos querem chamar atenção, atrair seguidores e ter suas frases repassadas 
de pessoas por pessoas, tornando-se, não conhecida, mas pelo menos citada no mundo todo. 
A cultura e a diversidade são amplamente potencializadas pelas redes sociais. Nestas é pos-
sível acessar, curtir e compartilhar movimentos e expressões culturais ao redor do mundo. Con-
seguimos promover a cultura e a diversidade local de forma ampliada em apenas um clic, da mes-
ma forma que recebemos esta informação. Costumes estão sendo transmitidos de pessoas para 
pessoas, de grupos para grupos, sem o intercâmbio das grandes industrias midiáticas, que agora, 
ao invés de produtores culturais, são meros espectadores e difusores da cultura pulsante das re-
des. Os costumes se tornaram mais evidentes e mas reais, a velocidade da rede dispensa edição e 
a imagem e o video se tornaram a nova linguagem de troca cultural. É a cultura em nossas mãos!
De espectadores a produtores e divulgadores da cultura!
SÍNTESE
Neste capítulo vimos como a cultura digital, a internet e as redes sociais atuam na produ-
ção, promoção e distribuição da cultura, fomentando e discutindo a diversidade local e global.
38CULTURA E DIVERSIDADE 3
EXERCÍCIOS SUMÁRIO
1. Quais os pontos negativos da cultura na Rede?
2. As pessoas hoje tem maturidade para o uso das Redes Sociais? 
3. Pense em como as redes sociais fomentam e cultura e a diversidade local.
39CULTURA E DIVERSIDADE 3
REFERÊNCIAS SUMÁRIO
bbc.com
cultura.gov.br
ciranda.net
exame.abril.com.br
revistazcultural.pacc.ufrj.br
migramundo.com
observatoriodadiversidade.org.br
unesco.org
wwf.org.br
	BLOCO 3: HOLÍSTICO
	A CULTURA PELO MUNDO
	A Cultura, os valores e a mudança
	Síntese
	Cultura local, regional e global
	Desenvolvimento local, regional e global	
	Os blocos econômicos
	Antiglobalização e os movimentos locais 
	Síntese
	A Globalização
	Impactos da globalização
	Produtos Culturais globais
	Universalidade
	Imigração
	Síntese
	A Cultura Digital: internet e cultura
	Redes Sociais e cultura
	Síntese

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