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MARKETING INTERNACIONAL Unidade III Professor: Dr. Edmir Kuazaqui 2 INTRODUÇÃO A importância do planejamento estratégico de marketing para os negócios de uma empresa é indiscutível. Sua presença não significa que a empresa terá sucesso, mas sua ausência com certeza irá impactar nos resultados de seus negócios. Essa importância aumenta na medida em que a empresa decide evoluir para o mercado internacional. São maiores os desafios e complexos os processos, necessitando que a empresa tenha condições de sustentar as suas operações internacionalmente. O ponto de partida, segundo o planejamento estratégico mais clássico, está relacionado à criação da missão e visão. A partir da análise do Ciclo de Vida do Produto (CVP) e respectivos comportamentos de marketing em cada fase, é possível identificar as ações que a empresa deverá realizar para o sucesso para atender a demanda e resultados financeiros necessários. .A partir do CVP, a análise da Matriz BCG, conforme a Boston Consulting Group (2016) e da análise da concorrência como Grupo Estratégico (GE) são importantes para o desenvolvimento do planejamento estratégico que possibilite o crescimento sustentado da empresa. Explicaremos a gestão de marketing e as principais estratégias a partir do diagnóstico empresarial, bem como das principais formas de aceleração de empresas e negócios por meio de incubadoras. Enfim, esta apostila trata das estratégias básicas de marketing Internacional, segmentação de mercado, gestão de marketing internacional, envolvendo o Ciclo de Vida do Produto (CV), e as análises decorrentes da Matriz BCG, Grupo Estratégico (GE) e de Portfólio. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO A essência do planejamento está relacionada a todas as fases da vida de uma pessoa, desde o que consumimos no café da manhã até o trajeto que nos conduz ao trabalho. Isso é planejamento informal. Não existem direitos e deveres, nem tampouco objetivos e prazos formais, responsabilidades e deveres mais fortes a serem cumpridas e punições. No caso de uma empresa, têm-se a necessidade de formalização, pois envolve uma série de responsabilidades, direitos e deveres a serem atendidos, como o pagamento de funcionários e fornecedores, bem como a manutenção de marca e sustentação do posicionamento estratégico. Pode-se definir uma empresa de várias formas, porém nesta apostila pode-se tomar a liberdade de definir que uma empresa é o somatório de resultados de seu portfólio de produtos e serviços. Se o portfólio estiver consistente e equilibrado, melhor será os resultados da empresa. Considerando a área de marketing, em especial o desenvolvimento de novos produtos e serviços, grande parte do desenvolvimento do planejamento estratégico e respectiva gestão estão relacionados à análise do Ciclo de Vida do Professor (CVP) e Matriz BCG. Ferramentas de diagnóstico como a análise SWOT e Ansoff não estão contempladas nesta apostila, pois devem ser desenvolvidos, considerando principalmente se o planejamento é realizado por todas as áreas da empresa, não sendo somente de responsabilidade da área de marketing. 3 A partir de metas e objetivos corporativos, a empresa terá onde pretende estar no futuro, norteando suas ações e desenvolvendo o melhor portfólio de produtos e serviços. A GESTÃO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO (CVP). O Ciclo de Vida do Produto (CVP) é um gráfico que representa a performance de vendas de um produto e lucratividade, informando as vendas e a contribuição em vendas. Cada fase é distinta de acordo com as variações de venda, o que traduz, de certa forma, a participação de mercado. É uma ferramenta de análise de marketing que procura antecipar a vida útil comercial de produto, levando em consideração as estratégias e possíveis movimentações do macroambiente e concorrentes. Um dos maiores desafios da empresa é a antecipação de cada fase, que possui características distintas e ter a capacidade de articular estratégias que visem longevisar a vida útil de vendas. Em síntese: 4 Figura 1 – Ciclo de Vida do Produto (CVP). Fonte: Autor. 1ª fase – Planejamento e Pesquisa É a fase onde a empresa, a partir da identificação de oportunidades de mercado, realiza pesquisas de forma a quantificar e qualificar a demanda, de forma a mensurar recursos e comparar com a previsão de vendas futuras. Conforme comentado em capitulo anterior, é de primordial importância a mensuração, interpretação e análise das oportunidades de mercado, que conduzam a um protótipo, ou seja, materialização física e demais análises que visem dimensionar os recursos necessários e que acompanhem o crescimento sustentado de vendas no mercado. Churchill e Peter (2012) evidenciam a importância de as empresas agregarem valor aos seus produtos e serviços, de forma a se diferenciam de forma competitiva. Esse valor pode estar relacionado à diferentes fatores como comodidade, prazos e conveniências, por exemplo, de acordo com cada tipo de produto e principalmente consumidor. Teste de mercado e de produto são fundamentais para a análise e adequação das estratégias. Nesta fase a empresa tem de arcar com os custos e despesas e sem receita, pois o produto ainda não existe fisicamente no mercado. A empresa deve considerar como investimento inicial, dependendo dos valores envolvidos e o ciclo financeiro. Nesta fase, a empresa deve tentar obter sinergia em seus processos produtivos, diminuir a carga financeira por operações de leasing ao invés de aquisição direta de máquinas e equipamentos, por exemplo. Conforme evidenciado, não existem receitas. A única exceção é quando a empresa consegue realizar vendas antecipadas ou por encomenda, que geralmente estão relacionadas ao BtoB. tempo Geração de caixa 0 Vendas em unidades ou $ vendas lucro 1a fase 2a fase 3a fase 4a fase 5a fase maturidade inovativa 5 Outra opção é encontrar parceiros investidores que possam financiar os investimentos iniciais e depois efetuar a divisão de lucros. Vale ressaltar que todo investidor está interessado em: Um significativo retorno financeiro. Ausência ou mínimo de riscos. Prazo de retorno menor. Escalabilidade, ou seja: melhores resultados e crescentes, possibilitando o crescimento do negócio. Perenidade. Tudo conduz para um Plano de Negócios consistente, onde se evidencie, de forma fundamentada, as seguintes viabilidades: Viabilidade Mercadológica, onde por meio de pesquisas bem estruturadas, indique que existe potencial de mercado suficiente a ser atendido, de forma a justificar todos os recursos e esforços a serem dispensados pela empresa; Kotler (1969) já comentava a necessidade das empresas estarem direcionadas para atender realmente as demandas de mercado e não as necessidades das empresas em obterem lucro a qualquer custo. Viabilidade Operacional, onde a empresa tenha consciência de todas as estruturas e processos a serem dimensionados e implantados, de forma a garantir a PRODUÇÃO e a ENTREGA do que foi prometido ao Consumidor. Viabilidade Financeira, onde se dimensionam os recursos necessários para a implementação, bem como do seu desenvolvimento; a origem de recursos – próprios e terceiros – devem ser analisados, de forma a trazer o melhor resultado ao investidor. 6 Figura 2 – Viabilidade Aparente do Negócio VIABILIDADE APARENTE DO NEGÓCIO => Viabilidade Mercadológica + Viabilidade Operacional + Viabilidade Financeira Fonte: Autor A Viabilidade Aparente do Negócio é a análise ANTES do lançamento do produto ou serviço e/ou de um novo negócio que visa justificar para um investidor, de forma fundamentada, de que vale a pena investir no novo negócio proposto. É baseada em premissas (hipóteses) que devem ser validadas no decorrer dodesenvolvimento do Plano de Negócios, porém na ocasião de sua defesa servem como fortes argumentos para a defesa do novo projeto. Depois de uma profunda análise, a empresa poderá justificar de forma mais consistente o conceito do produto, do negócio, a estrutura e organograma, bem como que estratégias de marketing serão utilizadas, bem como dos investimentos necessários. A Viabilidade de Sustentabilidade, embora não seja obrigatória, permite que a empresa possa identificar que deveres deverá cumprir frente à sociedade onde convive, bem como das formas de comunicação deverá empregar no sentido de divulgar as ações ambientais, éticas e morais sem, contudo, ser considerado como formas banais de divulgar a empresa. Puppim (2008) ressalta a importância da empresa, inclusive de sua existência como meio econômico e, ao mesmo tempo, social. Nem sempre a análise do Ciclo de Vida do Produto (CVP), bem como do próprio negócio são realizados no Plano de Negócios, o que pode conduzir a erros ou ações com menos precisão e, consequentemente, com recursos e insumos mal dimensionados e aproveitados. 7 Figura 3 – Ciclo do planejamento e gestão de marketing no CVP. Fonte: Autor, adaptado de Sistema de Marketing. Observação: O Sistema de Marketing considera que as necessidades sempre existiram e é de responsabilidade da empresa em identificar oportunidades não atendidas, pesquisar, analisar e desenvolver no produto ou serviço que será o objeto de desejo de seus consumidores. As incubadoras, conforme a Folha de São Paulo (2018) são importantes nesta fase, pois a maior dificuldade das empresas são os três primeiros anos, pois geralmente os recursos iniciais são limitados e a falta de conhecimentos técnicos e profissionais por vezes interferem no desenvolvimento do planejamento, pesquisa produto e serviço, além das questões burocráticas. Algumas Instituições de Ensino Superior (IES) tem em seu conjunto de serviços incubadoras que ajudam as empresas no período de abertura e empresas juniores que conseguem sustentar as operações das empresas. Conforme o jornal Folha de São Paulo (17/07/2016) o Banco Itaú instalou na Vila Olímpia o Cubo, incubadora que abriga dezenas de start-ups, empresas digitais novatas, após sólido processo de seleção. A iniciativa tem, entre outros objetivos, que se encontrem start-ups “unicórnio”, ou seja, com grande potencial de negócios como Tinder ou Instagram, por exemplo. EMPRESA MERCADO SEGMENTO DE CONSUMIDORES Epifania Ideia Pesquisas a Análise Desenvolvimento do marketing mix Controle e Avaliação 1 2 3 4 5 Viabilidade aparente do negócio 8 Quadro I – Viabilidade aparente do produto e/ou serviço Análise da viabilidade aparente do produto / serviço Viabilidade mercadológica Apresentar indicadores de que existe potencial de mercado, aceitação do mercado pela nova ideia, incluindo fatores que demonstrem o desejo pelo produto, mercado, taxas de crescimento, fatores comportamentais, entre outras fatores diretamente relacionados a ideia central. Indicar os pontos principais que demonstrem o sucesso ou inviabilidade da ideia, atribuindo nota. Enfatizar o que deve ser feito e analisar a relação custo-benefício.. Viabilidade operacional Apresentar detalhadamente os aspectos operacionais (processos) que conduzam, desde a aquisição de matéria-prima e serviços, produção, logística interna e externa, comercialização e pós-venda. Explicar como a empresa irá adequar suas instalações e recursos frente à inclusão de novo item de linha. Desenvolver esboço do macro e micro-fluxo. Indicar nota. Viabilidade financeira Apresentar previsão dos investimentos necessários, estimativas de custos e despesas, frente ao potencial de vendas e às perspectivas de mercado. Indicar quais as fontes de financiamento – recursos próprios e/ou de terceiros. Análise de sensibilidade. Indicar nota. Viabilidades dos diferenciais Viabilidade(s) adicional(is), levando em consideração a proposta da ideia e valor, diferenciais competitivos (se houver), como s agregação de valor pelas práticas sociais e de sustentabilidade, por exemplo. Justificar a inserção dos diferenciais competitivos, levando em consideração as viabilidades anteriores, em especial a de marketing. Indicar nota. Viabilidade aparente do negócio A partir da análise descritiva de notas atribuídas das viabilidades anteriores e da percepção qualitativa dos gestores (inclusive previsão de vendas), indicar a viabilidade aparente, ressaltando e confrontando pontos positivos e pontos de melhoria do produto. Recomendar ações, responsáveis e cronograma, no sentido de desenvolvimento de ações de visem o atendimento das metas e objetivos do negócio. Fonte: Autor. A partir da consolidação de recursos necessários – econômicos, financeiros, produtivos, humanos e intelectuais, dentro de um cronograma de ações, é possível passar para a próxima fase. 2ª fase – Introdução Esta é a fase onde o produto é lançado no mercado, a partir da situação de que as ferramentas básicas de marketing (marketing mix) estão devidamente ajustadas, ou seja: quando houver a promoção, o produto já deve estar nos pontos de venda e com os apelos necessários. 9 Como exemplo, podemos comentar de que o produto não deve ser lançado com a sua versão definitiva, num nível de qualidade inicial que possibilite o incremento de outros acessórios e diferenciais. A essa estratégia denominamos como obsolescência planejada. A cada momento da vida comercial do produto, deve-se incorporar itens que o diferenciem da versão atual. Como exemplo, temos o lançamento de automóveis e a cada fase de vendas, a incorporação de outros agregados, como opcionais e similares. Para a longevidade da vida útil comercial do produto, nesta fase é necessário: Esse é o comportamento clássico. Outro exemplo é o caso do Club Social, que foi lançado numa versão mais básica e a partir do avanço da concorrência e da estabilidade do mercado, foram lançadas versões com novos sabores e em formatos diferentes. A empresa deve procurar alternativas diferentes durante todo o ciclo, de forma a obter os melhores resultados, pois as empresas tem o seguinte comportamento padrão: Figura 3 – Comportamento padrão na utilização de estratégias. Produto => Preço => Promoção => Distribuição => Venda => Resultados. Fonte: Autor. Neste exemplo, aplicável à maioria dos produtos, percebe-se que a empresa tem o desgaste financeiro, recuperando somente na venda do produto e no decorrer de certo tempo. Empresas como a Coca-Cola, modificaram este esquema, efetuando primeiro a distribuição (que é o seu ponto forte) e depois a promoção, conseguindo reduzir as despesas iniciais de introdução de novos produtos. Outro exemplo se aplica às revistas, que por vezes optam em realizar a distribuição intensiva e melhor visibilidade no ponto de venda. As incubadoras, dentro de um suporte mais pragmático e por tratarem de empresas de micro e pequeno porte, geralmente optam por introduzir o produto de forma mais regionalizada e segmentada, por vezes aconselhando o contato comercial com determinados pontos de venda, em detrimento ao potencial de mercado real e a um plano de marketing mais completo. Nesta fase, a empresa deve tomar o cuidado no monitoramento constante da performance do produto e de todo mix no mercado e tomar as ações corretivas de forma a ajustar o planejado com o realizado. Se tudo der certo, seguimos para a fase seguinte. 3ª fase – Crescimento Esta é a fase do Ciclo de Vida do Produto (CVP), onde se confirma que as ações da empresa estão dando certo. Nesta fase, ao contrário da fase de Introdução, é bastante interessante a utilização de outras ferramentas do Sistemade Informação de Marketing (SIM), como o acompanhamento da performance comercial por meio de dados secundários (relatórios de vendas), além de observações participantes e não 10 participantes sobre o comportamento do mercado a fim de conseguir realizar ajustes pontuais. Com o crescimento das vendas e maior visibilidade, é normal chamar a atenção de concorrentes, de forma que a empresa deverá aprofundar as estratégias de marketing para fortalecer possíveis barreiras de entrada. Pode-se tentar fidelizar os varejistas, de forma que optarem em comercializar seus produtos, bem como algumas empresas de alimentos que disponibilizam as geladeiras ou expositores exclusivos que, mediante contrato, não podem ser utilizados por empresas concorrentes. Os concorrentes não tiveram os esforços iniciais dispensados pela empresa e conseguem entrar com outro folego. Entretanto, se houver um bom planejamento, a empresa poderá se posicionar como sendo a primeira marca a oferecer o produto e manter a liderança competitiva. É durante esta fase que a empresa inicia o processo de aprofundamento da segmentação de mercado, de forma a possibilitar uma gama maior de alterativas para os seus clientes e conquistando novos, na tentativa de continuar crescendo e se distanciar da concorrência. Após este período, é comum a empresa se estabilizar em vendas, que é a próxima fase. 4ª fase – Maturidade Esta fase é caracterizada pelas participações estáveis (share of market) das empresas, onde qualquer movimentação pode gerar pouca variação em vendas. Vale ressaltar que a curva de experiência e a curva de aprendizado são essenciais no sentido da empresa em aplicar todo o conhecimento obtido de forma a fazer a diferença no mercado. 11 Figura 4 – Curva de Experiência Fonte: Site Administradores.com.. A curva de experiência propõe que a produtividade e economia de escala aumentam proporcionalmente ao aumento de produção, onde a cada peça produzida a mais diminuiu o custo de produção, onde a empresa deve identificar um percentual. Com isso, a empresa pode obter uma vantagem de custos sobre seus concorrentes, segundo Mintzberg (2010). Já a curva de aprendizagem se refere ao conhecimento acumulado e capital intelectual que são agregados como capital intelectual e patrimônio da empresa. Em outras palavras, quanto maior a experiência acumulada, maior o poder da empresa em gerar novas ideias e soluções. Ressaltando Geus (1999), a empresa pode ser considerada como um ser vivo e que aprende a partir de suas experiências, que podem ser certas ou erradas, onde o indivíduo deve ter o livre arbítreo a partir do seu nível de conhecimento e cognição com o ambiente externo. As empresas podem adotar diferentes estratégias relacionadas ao marketing mix, de forma a adequar suas ações frente às movimentações estratégicas e perspectivas de mercado. Pode-se aprofundar a segmentação de mercado, bem como utilizar promoção de vendas e vendas pessoais mais agressivas ou direcionadas. A fase pode ser dividida em três subfases distintas: Maturidade crescente: Onde percebe-se gradual diminuição dos resultados da fase anterior, de crescimento, onde a empresa começa a ter menores índices de crescimento, que devem ser analisados frente à entrada de concorrentes, bem como da capacidade da empresa em gerar estratégias assertivas, pois o sucesso não depende somente do mercado em aceitar o seu produto, mas como a empresa pode influenciá-lo. Determinadas categorias de produtos, como automóveis e cervejas podem estar localizadas nesta fase. Maturidade estável: Onde as participações das empresas não variam, independente das estratégias desenvolvidas. Muitas vezes, para prolongar esse período, buscam obter ganhos em 12 gargalos logísticos, envolvendo desde os processos internos até a distribuição mais otimizada. Geralmente é a subfase com maior duração, onde estão localizados a maioria dos produtos que conhecemos. Maturidade declinante: Onde a empresa percebe que sua participação de mercado e vendas históricas começa a declinar, em razão da perda de força do produto no mercado, seja pelo próprio desinteresse do mercado ou mesmo outras opções de substituição ao produto. Categorias de produtos como os cigarros estão nesta fase, caminhando para o declínio. Resta a pergunta: Vale a pena continuar no mercado? É o que trata as próximas duas fases. 5ª fase – Declínio Todos os seres vivos que perdem forças e energias depois de um longo período de desenvolvimento, com os produtos ocorre a mesma situação. Desta forma, caso a empresa pretenda estrategicamente retirar seu produto do mercado, deve analisar outras questões além da venda, como por exemplo: Grau de contribuição do produto dentro do portfólio, onde a sinergia e a economia de escala ainda podem manter uma sobrevida ao produto, levando em consideração a redistribuição de custos e despesas. Fatores emocionais, onde entendem que o produto foi o primeiro da empresa, por exemplo, e deve continuar, mesmo a duras penas. Outros concorrentes podem estar saindo também do mercado pelas mesmas razões, onde o atual produto pode ocupar ainda uma posição de destaque. Fatores legais, pois alguns produtos não podem ser retirados instantaneamente do mercado, pois podem prejudicar os atuais usuários, como as peças de reposição de calculadoras e produtos eletrônicos. Caso a empresa deseje retirar o produto de forma honrosa do mercado, pode optar por diferentes ações que visem a diminuição gradual das vendas, como ir gradativamente reduzindo a distribuição e consequentemente a exposição e comercialização. Lembrem-se de que o produto é propriedade da empresa, porém este está inserido dentro de uma estrutura interna e também com fornecedores de produtos e serviços que dele dependiam sua existência. Responsabilidade Social! 6ª fase – Maturidade Inovativa É comum que após grande período comercial, produtos entrem em declínio e é de responsabilidade dos profissionais de marketing em tentar revitalizá-los. Essa fase é denominada como Maturidade Inovativa, onde o produto consegue uma nova fase de crescimento a partir de um patamar mais elevado – o final da maturidade. Para sua obtenção, a empresa pode encontrar algo no processo inovativo, novas formas de apresentação, utilização e comercialização. As sandálias Havaianas, por exemplo, eram calçados baratos para clientes de baixo poder aquisitivo. A partir de uma boa campanha de marketing, conseguiram reposicionar o produto como referência para classes mais favorecidas e consequente preço premium. Outro bom exemplo é o caso da Cachaça 51 da Companhia Muller de Bebidas (2018), que passou por diferentes maturidades inovativas e uma delas foi a sua internacionalização. Ambos os exemplos evidenciam a importância do mercado 13 internacional, conforme Kuazaqui (2017), não somente como opção de ganhar dinheiro, mas como manter o negócio de forma sustentada e perene. Quadro II – Estratégias do Ciclo de Vida do Produto (CVP). Estratégias de marketing de acordo com as fases do Ciclo de Vida do Produto (CVP) Ferra-mentas de marketing 1ª fase Pesquisa e Planejamento 2ª fase Introdução 3ª fase Crescimento 4ª fase Maturidade Declínio Produto ou Serviço Definição do conceito (nível básico) do produto. Dimensionamento (quantitativo) e análise (qualitativa) da demanda. Análise da viabilidade aparente do negócio. Que nível de qualidade o produto deverá ter no lançamento? Que estratégias iniciais, envolvendo o portfólio de marketing) serão utilizadas? Aplicar as estratégias de barreiras de entrada. Aprofundar a segmentação de mercado. Modelagem das estratégias de marketing. Procura de novas utilizações do produto. Identificar segmentos onde o produto tenha ainda apelo de vendas. Diminuição dos investimentosde marketing, caso a empresa decida finalizar a comercialização de seu produto. Praça Selecionar as estratégias de distribuição intensiva, seletiva e exclusiva. Identificar e formalizar seus parceiros estratégicos. Parcerias com os distribuidores e varejistas? Identificar como distribuir e monitorar a evolução das vendas, de forma a aprender de forma direta e prática. Como efetuar os ajustes? Desenvolver o CRM, de forma a identificar e classificar os clientes. Compreender o mercado. Identificar estratégias diferentes para sustentar as vendas atuais e, ao mesmo tempo, angariar novos possíveis compradores. Diminuir os pontos de venda e não necessariamente o tamanho do lote. Promoção Como serão utilizadas as estratégias de promoção de curto e longo prazo? Indicar pontualmente as estratégias de promoção de acordo com o budget. Modular as estratégias de promoção, de forma a garantir a compra inicial e a recompra. Identificar a intensidade marketing e principalmente as estratégias de curto prazo. Diminuir o investimento de marketing, utilizando essencialmente as estratégias de curto prazo. Preço Identificar por pesquisas qual preço inicial será utilizando (preço premium, médio ou baixo?) Manter as estratégias, adequando-as de acordo com a negociação com os distribuidores. Aprofundar a negociação com os distribuidore.s. Manter uma politica de preços que vise manter o equilíbrio comercial, bem como encontrar formas de reduzir custos e despesas. Tentar manter as estratégias de preços e adotar politicas promocionais quando da possibilidade de queimar os estoques. Pessoas Que habilidades e competências serão necessárias para garantir a execução das estratégias de Gestão da equipe de colaboradores internos. Gestão da equipe de colaboradores internos. Gestão da equipe de colaboradores internos. Gestão da equipe de colaboradores internos. 14 marketing? Apresente o perfil. Materialidade Identificar, negociar e realizar o vinculo com os stakeholders, conforme Freeman (1984) que irão fornecer a matéria- prima e serviços. Alocar os recursos econômicos, como máquinas e equipamentos. Garantir que não haja falta de produtos dentro da gestão de matéria-prima e estoques. Garantir que não haja falta de produtos dentro da gestão de matéria-prima e estoques. Garantir que não haja falta de produtos dentro da gestão de matéria-prima e estoques. Garantir que não haja falta de produtos dentro da gestão de matéria-prima e estoques, dentro da programação de retirada do produto. Processos Identificar, dentro da viabilidade operacional, o macro e micro- fluxo de processos. Gerenciara os processos. Gerenciara os processos. Gerenciara os processos. Gerenciara os processos. Produtividade Identificar os indicadores de gestão necessários para obter os melhores resultados do produto. Gestão de indicadores. Gestão de indicadores. Gestão de indicadores. Gestão de indicadores. Fonte: Autor Concluindo, o desenvolvimento, a análise e gestão do CVP é obrigatória e essencial para todo e qualquer negócio. A partir das suas diferentes fases, dela deriva uma poderosa ferramenta de diagnóstico, a Matriz BCG. MATRIZ BCG É uma importante ferramenta de diagnóstico e que analisa a taxa de crescimento de produtos em detrimento à sua participação no mercado, comparativamente aos produtos de seus principais concorrentes, possibilitando a análise das possíveis movimentações estratégicas. Possibilita uma visão mais ampla da contribuição financeira de cada produto, bem como de seu portfolio, comparativamente a partir de seus principais concorrentes e respectivos portfólios. A figura 5 explica as movimentações naturais que um produto que percorrer em sua vida útil comercial, onde a empresa deve intervir nos eventos de forma a subverter essa lógica e aumentar a longevidade de cada produto, bem como todo o portfólio da empresa. Na prática: Não é recomendável que a empresa tenha muitos produtos no quadrante de Interrogação, pois irá imobilizar grande volume de investimentos em apostas futuras, bem como não é saudável manter produtos que já não tem mais apelos Outras estratégias 15 comerciais, pois comprometem os recursos, bem como os esforços e energia da empresa. Uma das melhores situações é que grande parte dos produtos que compõem o portfólio estejam em “Estrelas” e “Vaca Leiteira”, de forma a financiar as promessas futuras em “Interrogação”. 16 Figura 5 = Matriz BCG Crescimento do mercado (%) Participação de mercado (%) Fonte: Autor. Outro ponto fundamental é evitar que os produtos migrem para “abacaxis” e retornem ao crescimento. Caso se tornem abacaxis”, todo o investimento realizado anteriormente é perdido. É saudável que a empresa realize um comparativo entre os seus produtos e serviços em relação aos concorrentes. Em síntese, é de total responsabilidade do Gerente de Produto e/ou Gerente de Marketing prolongar a longevidade da vida comercial do produto ou serviço, Alta Custos ainda elevados de marketing devido ao aparecimento de outros consumidores. Estratégia para manter a participação de mercado no limite de crescimento do mercado. Caixa equilibrado. Fase caracterizada por altos investimentos e com fluxo de caixa negativo. Possibilidade de ganhos e retornos futuros. Caixa equilibrado, que traz boa contribuição à empresa. Participação vantajosa em relação aos concorrentes. Apresenta economia de escala e produtividade. Baixa rentabilidade, com baixa participação em mercado estável e sem a possibilidade de geração de caixa futura. no futuro. Vale a pena manter os produtos? Alta Baixa 17 extraindo ao máximo os seus resultados financeiros e otimizando custos e despesas no decorrer de todo o ciclo de vida. Outra análise fundamental é a análise do Grupo Estratégico (GE), a ser discutida a seguir. ANÁLISE DE GRUPO ESTRATÉGICO (GE) Esta análise de diagnóstico deve seguir os seguintes passos: A partir da análise do ambiente externo, identificar a qual setor a empresa está inserida. Como exemplo, temos os setores automobilísticos, confecções, brinquedos, entre outros. A análise deve envolver a mensuração do tamanho do potencial de negócios do setor, sob o ponto de vista quantitativo e qualitativo. O segundo passo é identificar como este potencial de mercado é dividido entre as diferentes empresas, apresentando o share of market (participação de mercado) dos concorrentes direitos e indiretos, inclusive da própria empresa. Seleção dos principais concorrentes diretos que farão parte da análise de grupo estratégico. Pesquisa e identificação de fatores que conduzem cada concorrente direto a ter seus resultados. Esses fatores (atributos) devem corresponder a “pesos” de acordo com o setor onde a empresa está inserida. A partir de tabela da empresa e principais concorrentes da empresa, é possível identificar que fatores a empresa deverá direcionar seus esforços e práticas de mercado. 18 Figura 6 – Análise de Grupo Estratégico (GE) Fonte: Autor. ESTRATÉGIAS DE SEGMENTAÇÃO DE MERCADO O que é segmentação de mercado? Segmentação de mercado é compreender que o mercado, constituído por consumidores, não é totalmente homogêneo em relação às suas características. Podemos agrupar esses consumidores, pessoas físicas e jurídicas, com as características afins, como por exemplo: De acordo com as variáveis macroambientais, como as econômicas,demográficas, geográficas, tecnológicas, entre outras. Em se tratando de marketing internacional, as variáveis culturais, político-legais e comportamentais são essenciais para o desenvolvimento de estratégias assertivas. Vamos lembrar quais são as principais variáveis incontroláveis e que servem como base para a segmentação de mercado? São estas: variáveis demográficas, econômicas, geográficas, tecnológica, sociais, ambientais, psicológicas, psicográficas e todas aquelas que a empresa considerar importantes para ajustar as suas estratégias de marketing a partir das características de seus consumidores. De acordo com as características dos consumidores, que podem envolver comportamentos relacionados aos padrões de estilo de vida, hábitos de Preço médio Itens do portfólio 19 consumo, frequência de compra, entre tantas outras, que facilitam a gestão da carteira de clientes. Vale ressaltar que o sucesso da empresa depende da capacidade desta em entender o mercado, segmentar o mercado de forma tradicional e, quando possível, estabelecer novas formas de segmentar o mercado. Desta forma, a empresa poderá desenvolver outras estratégias de marketing melhor direcionadas. Em essência, temos as seguintes estratégias de segmentação de mercado: Estratégias de Marketing Indiferenciado É o oposto do que se prega na teoria da segmentação de mercado, pois a empresa considera que todo o mercado é homogêneo em relação às suas características ou, havendo, não influencia sobremaneira o consumo do segmento. Pode ser considerado como um grande sonho do empresário, que pode produzir algo em escala que exigirá poucos esforços por parte da empresa, havendo ganhos em produtividade e economia de escala. De forma complementar, exige menos esforços de marketing e estratégias padronizadas, na maioria das vezes no sentido de diminuir os efeitos da concorrência. Estão associados a produtos sem necessidade de diferenciais competitivos, com larga distribuição e preço acessível. A distribuição intensiva, ou seja, o produto estar disponível no maior número de pontos de vendas já possibilita a visibilidade, atenuando os investimentos em meios de massa e melhor utilização das ferramentas locais de marketing. 20 Figura 7 - Estratégia de Marketing Indiferenciado Fonte: Autor. Como exemplos, temos produtos considerados baratos e sem valor agregado, como a água, chicletes e bolachas. Um dos desafios do profissional de marketing é manter as vendas estáveis ou mesmo em crescimento, adotando sempre que possível uma possibilidade de diferenciação, para que o produto se posicione de forma diferente da concorrência agressiva. No ambiente digital, o fator preponderante é o acesso ao meio digital. Dentro deste meio, existem diferentes ações como site, redes sociais, mobile, blogs, email marketing, SMS, anúncios com displays, anúncio vídeo (a propaganda quando está assintindo um vídeo), publicidade em páginas da internet outras ferramentas e meios digitais que possibilitam o contato com o consumidor de forma indiferenciada, desde que utilizadas com bom senso, respeito e ética em negócios. Estratégias de marketing diferenciado É a estratégia de segmentação que mais se aproxima do marketing, onde a empresa identifica que o mercado pode ser segmentado pelas formas tradicionais ou mesmo de formas diferentes, onde essa segmentação possibilita um aprofundamento de negócios e relacionamentos com cada segmento de consumidores. Neste caso, as estratégias são multivariadas, dependendo do perfil de cada segmento. A fidelização é um dos pontos essenciais desta estratégia, de forma a angariar melhores ganhos, mesmo tendo de adaptar cada mix de marketing. Meios de hospedagem como grandes redes hoteleiras possuem diferentes bandeiras de hotéis com propostas e serviços diferenciados, no sentido de atender diversos segmentos de hospedes. Neste sentido, algumas matérias primas como alimentos e bebidas, por exemplo e serviços podem ser adquiridos em escala, otimizando parte das despesas e custos dos negócios. Marketing de conteúdo é uma das formas de estratégia digital que podem ser incorporadas aos produtos categorizados nesta segmentação de mercado, onde o consumidor será influenciado por diferentes apelos digitais. Esses apelos digitais estão intimamente ligados aos que os consumidores acreditam, como por exemplo, causas sociais. Ainda dentro da realidade virtual, ferramentas como o Facebook Ads e o Google Adwords se destacam, pois uma por se tratar na essência de uma rede social de grande amplitude mundialmente, com uma base de dados significativa e a outra, Empresa Estratégia de Marketing 21 por se tratar de um site de busca, que pode proporcionar uma preferência por parte de consultas dos consumidores e a partir de palavras-chaves. Figura 8 - Estratégias de Marketing Diferenciado Fonte: Autor. O remarketing possibilita com que anúncios sejam direcionados para pessoas que estão à busca de produtos e serviços no ambiente virtual, ou que tragam características e comportamentos específicos de consumo e hábitos de mídia. Ou utilizar o remarketing dinâmico, onde empresas cadastram previamente seu catálogo de produtos e serviços. Estratégias de marketing concentrado A empresa concentra todos os seus esforços e estratégias em poucos, mas selecionados segmentos de mercado, no sentido de obter grande penetração e retorno, com o risco também de grandes perdas. A empresa deve monitorar constantemente as flutuações do mercado, de forma antecipar possíveis mudanças que tragam prejuízos para o negócio, como a entrada de um grande concorrente, mudança de tecnologia ou mesmo perda de poder de consumo pelos segmentos selecionados. Casas de shows com público seleto devem tomar muito cuidado e se reposicionarem constantemente, bem como empresas reféns de poucos itens de linhas especifico para a indústria, por exemplo. As mensagens devem ser focadas no sentido de otimizar e trazer os melhores resultados aos esforços de marketing. Essas mensagens devem ser integradas, ou seja, não devem ser aleatórias e sim planejadas e integradas no sentido de fortalecer e maximizar os esforços e resultados da comunicação. Empresa Estratégia 1 Estratégia 2 Estratégia 3 22 Figura 9 - Estratégias de Marketing Concentrado. Fonte: Autor. Portanto, a segmentação de mercado se constitui como uma das mais sofisticadas ações de marketing de uma empresa. É essencial que a campanha de marketing esteja alinhada com o público-alvo. E com a tecnologia é possível, bem como ir modulando as necessidades de adequação em relação ao perfil desejado. A partir da segmentação de mercado, a empresa pode se posicionar e reposicionar seus produtos, serviços e marcas, auferindo um retorno e satisfação maiores em relação aos seus esforços. A segmentação, mais do que uma ação, é uma verdadeira necessidade para aquelas empresas que desejam competir com sucesso e obter a fidelização nos relacionamentos da empresa. Vale ressaltar alguns pontos essenciais para o sucesso das estratégias de segmentação de mercado: A segmentação de mercado consiste num processo contínuo de agrupamento de consumidores com características afins. Para o consumidor final, a formação de segmentos leva em conta critérios demográficos, geográficos, psicográficos e comportamentais, entre outros. Para o consumidor organizacional, há variáveis geodemográficas, operacionais, de abordagem de compras, situacionais e pessoais. Um estudo de segmentação de mercado envolve tanto uma etapa qualitativa como quantitativa. O resultado da segmentação oferece insights que contam a “história do consumidor de cada segmento”. Uma segmentação efetiva é mensurável, substancial, acessível, diferenciável e acionável. A segmentação, enfim, influencia como a empresa irá gerenciar seus processos, recursos e insumos, mas, principalmente, como atender de forma plena e diferenciada o consumidor. Empresa Estratégia 1 Estratégia 2 Estratégia 3 23 Um dos maiores desafios para o profissional de marketing internacional é sempre descobrir novas formas de segmentar o mercado, destacando características e particularidades dos consumidores que ninguém percebeu. Desta forma, as estratégias de marketing se tornam diferentes e inovadoras, fazendo a empresa, produtos e serviços com destaque para o mercado consumidor. RECONCILIANDO OS CONTEÚDOS Na apostila 1, conceituamos as principais definições e diferenças entre o marketing internacional e o marketing doméstico. Discutimos a importância da análise de ambiente, envolvendo as variáveis microambientais e macroambientais. Neste contexto, desenvolvemos o ambiente disruptivo e exponencial, conforme Kuazaqui (2017) pois são duas temáticas contemporâneas que estão interferindo nos negócios das empresas. Aprofundamos a importância, componentes e aplicações do chamado Sistema de Informação de Marketing Internacional (SIMI), como meio obrigatório de monitorar o mercado, suas mudanças e transformações. Concluindo a primeira unidade, discutimos as Vendas Internacionais e a partir da aplicação do SIMI, evoluímos para o Potencial de mercado, Potencial de vendas, Previsão de vendas e Força de Vendas. Na apostila 2, desenvolvemos os conceitos e aplicações das Ferramentas de Marketing, também conhecido como Marketing Mix. É deste mix que derivam as estratégias de marketing. Evoluímos para o Marketing de Serviços, como reflexo de economias industrializadas e desenvolvidas. Complementamos com a realidade do Marketing 4.0. Finalmente nesta 3ª apostila, desenvolvemos os conceitos e estratégias de segmentação de mercado, bem como as formas de realizar a gestão de marketing, por meio do Ciclo de vida do Produto (CVP) e outras ferramentas de análise, como a Matriz BCG e Análise GE. 24 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta apostila procurou discutir a necessidade da empresa em sustentar seu crescimento com um grupo equilibrado de produtos e serviços devidamente desenvolvidos para atender as necessidades e desejos do mercado, bem como da empresa e de seus investidores. Portanto, os Sistemas de Informação (SIM) e em especial a pesquisa de mercado, vistos anteriormente, são essenciais para identificar, mensurar e desenvolver um portfólio de produtos que estejam devidamente equilibrados. Por meio da pesquisa é possível compreender melhor o mercado onde a empresa pretende atuar, por meio da identificação dos segmentos de mercado. A segmentação de mercado é essencial para que a empresa, num primeiro momento, atenda as necessidades do mercado onde pretende desenvolver seus negócios. Por outro lado, a partir da segmentação, a empresa consegue adequar seus recursos – produtivos, econômicos, financeiros e humanos, por exemplo – às necessidades de atender o seu mercado. Também é importante na organização e gestão a partir de seu layout empresarial. Para tanto, a arte de planejar e pensar estrategicamente é fundamental no sentido de nortear as ações de marketing. Por outro lado, as ações devem ser colocadas em prática e a gestão de marketing procura compatibilizar os resultados esperados com a otimização de recursos, seja eles quais forem. Uma ferramenta importante é a análise do Ciclo de Vida do Produto (CVP), que possibilita uma visão mais ampliada da vida útil comercial de produtos e serviços, individualmente e em grupo, bem como as possíveis movimentações e ações estratégicas. Do referido ciclo, temos o desdobramento na análise BCG, que possibilita um diagnóstico e análises mais focadas de portfólio da empresa frente aos principais concorrentes. Enfim, o planejamento estratégico deve estar no início, meio e fim do processo de marketing. Outra importante ferramenta de diagnóstico é a análise de Grupo Estratégico (GE) que envolve num primeiro momento a identificação dos principais concorrentes diretos e indiretos. Posteriormente, a empresa, bem como seus concorrentes diretos principais são analisados sob determinados critérios pré-definidos e analisados sob o ponto de vista de um ranking. Importante ressaltar que por meio da análise GE é possível identificar Fatores Críticos de Sucesso, que tornam empresas vencedoras de um mesmo segmento de mercado. Com todas essas ferramentas é possível diagnosticar a empresa para um processo de internacionalização de sucesso ou, pelo menos, de entender a real posição da empresa frente ao mercado doméstico e internacional. Independentemente de onde esteja, sua presença não significa que a empresa terá sucesso em seus negócios mas, com certeza, sua ausência é uma das principais razões para o fracasso das empresas e de seus negócios. 25 REFERÊNCIAS ADMINISTRADORES. Com Curva de Experiência. <Administradores.com.>. Acesso em 01/023/2019. BOSTON CONSULTING GROUP (BCG). http://www.bcg.com/expertise/industries/process-industries-building- materials/agribusiness.aspx. Acesso em 20/11/2016. CACHAÇA 51: Uma boa ideia. http://www.cachaca51.com.br/ . Acesso em 04/07/2018. CHURCHILL Jr.; Gilbert A. ; PETER, J. Paul. Marketing. Criando valor para os clientes, 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. http://experience.hsm.com.br/entity/754575 COMPANHIA MULLER DE BEBIDAS. https://www.ciamuller.com.br/. Acesso em 04/07/2018. FOLHA DE SÃO PAULO. Incubadoras de start-ups em SP atraem jovens em busca de ideias bilionárias https://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2016/07/1792172- incubadoras-de-start-ups-em-sp-atraem-jovens-em-busca-de-ideias-bilionarias.shtml. Acesso em 04/07/2018. FREEMAN, R. Edward; REED, David L. Stockholders and Stakeholders: A new perspective on Corporate Governance (em inglês). 3 ed. [S.l.]: California Management Review, Spring83, 1984. p. 88-106. vol. 25. KOTLER, Philip; LEVY, Sidney J. Broadening the concept of marketing. Journal of Marketing, vol. 33, nr.1, jan-1969, pg.10-15. KUAZAQUI, Edmir. Marketing Internacional. Construindo e desenvolvendo competências em cenários globais. São Paulo: M. Books, 2007. KUAZAQUI, Edmir; CORREA Júnior, Carlos Barbosa; TERAMOTO, Cláudio; NAKAGAWA, Marcus HYONAI. Marketing para ambientes disruptivos. São Paulo: Literare, 2017. MASLOW, A.H. Motivation and personality. 2. ed. New York: Harper &. Row, 1970. MINTZBERG, H., Ahlstrand, B., & Lampel, J. (2010). Safári de Estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico (2nd ed., p. 392). Porto Alegre: Bookman. OLIVEIRA, José Antonio Puppim. Empresas na sociedade. Sustentabilidade e responsabilidade social. Rio de janeiro: Elsevier, 2008. http://www.bcg.com/expertise/industries/process-industries-building-materials/agribusiness.aspx http://www.bcg.com/expertise/industries/process-industries-building-materials/agribusiness.aspx http://experience.hsm.com.br/entity/754575 https://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2016/07/1792172-incubadoras-de-start-ups-em-sp-atraem-jovens-em-busca-de-ideias-bilionarias.shtml https://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2016/07/1792172-incubadoras-de-start-ups-em-sp-atraem-jovens-em-busca-de-ideias-bilionarias.shtml
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