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Introdução à Engenharia Ambiental Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Diego Monteiro Gomes de Campos Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação • Por que Engenharia Ambiental? • História da Engenharia e da Engenharia Ambiental; • Atuações do Engenheiro Ambiental. • Compreender a função do engenheiro ambiental no espectro das engenharias; • Entender o curso e a importância dele no mercado de trabalho. OBJETIVOS DE APRENDIZADO O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação Por que Engenharia Ambiental? Saudações estudante! Bem-vindo(a) à nossa disciplina de Introdução à Engenharia Ambiental. Inicia- remos nosso estudo com um questionamento importante: por que você escolheu estudar engenharia ambiental? Com certeza um dos motivos se relaciona à preocupação com o meio ambiente ou à vontade de realizar algo em prol da questão ambiental para as próximas gera- ções, pensando de forma sustentável. Podemos citar inúmeros motivos que levaram você a estar aqui estudando este material didático, muitos desses se relacionam com a importância de um curso de engenharia com enfoque no meio ambiente. O mercado de trabalho cobra cada vez mais uma postura ambientalmente cor- reta. Se você realizar uma pequena pesquisa na internet, facilmente encontrará ações que visam gerar benefícios ao meio ambiente realizadas por empresas. Mas quais os motivos que levam as empresas a pensarem no meio ambiente? Será que realmente está surgindo uma consciência ambiental? Ou temos outras causas? Apesar do mundo estar adquirindo uma maior consciência ambiental, não pode- mos negar dois fatos importantes. O primeiro deles é que no Brasil, e no mundo, cada vez mais surgem legislações que obrigam o empresário a se preocupar com o meio ambiente e cumprir diversas condicionantes para que seus empreendimentos possam operar. O segundo motivo, não menos importante, é a pressão do mercado. Ser ambien- talmente correto é um diferencial competitivo. Empresas que possuem uma marca reconhecida como ambientalmente correta ganham nichos de mercado e são esco- lhidas por uma quantidade maior de consumidores. Segundo uma pesquisa realiza- da pelo Instituto Akatu (2012) sobre o comportamento dos consumidores frente às questões de sustentabilidade, em 2012, 53% dos consumidores acreditavam que as empresas deveriam realizar além do estabelecido visando trazer mais benefícios para a sociedade. Além disso, a mesma pesquisa afirmou alguns critérios muito importan- tes que deveriam ser considerados durante as compras: que o produto seja orgânico (67%), que tenha um selo de proteção ambiental (89%), que durante a produção animais não foram maltratados (87%) e que a empresa esteja comprometida com a redução do consumo de energia (90%). Sustentabilidade: São práticas e ações para a manutenção dos recursos de um processo ou sistema visando a sua não exaustão para utilização das gerações futuras (NARVAES, 2012).Ex pl or Além da pressão legislativa e de mercado, outro fator importante para a exis- tência do curso de engenharia ambiental é que o mundo caminha para um colapso ambiental. Franco (2009) afirma que a sobrevivência dos seres humanos mantém 8 9 uma relação direta com o meio natural e lista uma série de processos pelo qual a so- ciedade atual danifica o meio ambiente, como desmatamento, poluição de rios, morte de biota, entre outros. Um bom exemplo do quanto o meio ambiente está sendo degradado e como caminhamos para um colapso ambiental é a questão hídrica. Você, estudante, com certeza já teve ou conhece alguém que teve um problema de falta d’água? Muitas pessoas no Brasil e no mundo estão sofrendo com a falta de água e a quantidade de pessoas que convivem com esse problema aumenta a cada ano. Estudante, já que estamos falando um pouco sobre a falta d´água, veja o vídeo a seguir. Ape- sar de mostrar uma distopia sobre a falta d´água e os efeitos dessa falta nos seres humanos, esse vídeo não mostra uma realidade tão impossível. A falta d´água é cada vez mais comum e, devido à poluição, cada vez mais temos um custo elevado para buscar água e para tratá-la. Disponível em: https://youtu.be/jUpVH-hjcdo Ex pl or Mas como isso ocorre em um mundo cujo ¾ é formado por água? Na certa você irá pensar que uma boa parte dessa quantidade de água é de água salgada, o que está correto, pois 96% da água do mundo é salgada. Contudo, mesmo com sendo apenas 4% da água do planeta, não podemos esquecer que a quantidade de água doce é elevada (aproximadamente 35 mil km3), mas uma grande quantidade dessa água doce está ou em calotas polares, geleiras ou poluída, principalmente em gran- des centros urbanos, como o exemplo de um rio mostrado na Figura 1. Figura 1 – Rio Miguelete Creek Fonte: Acervo do Conteudista 9 UNIDADE O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação A Figura 1 mostra o Rio Miguelete Creek, um rio que cruza a cidade de Montevideo, capital do Uruguai. Podemos ver um rio urbano que poderia ser utilizado para desse- dentação da população, além de outras utilizações, cuja poluição dificulta essa utiliza- ção. Veja a quantidade de resíduos que estão presentes na água: plásticos diversos, pa- péis e até uma galinha morta, além de outros poluentes. Temos também uma série de resíduos que não são possíveis de enxergar a olho nu, necessitando de equipamentos específicos para verificação da poluição microscópica. Um(a) engenheiro(a) ambiental poderia tentar levantar as causas dessa poluição e verificar formas de amenizá-la ou até de despoluir o rio. Portanto, além de cumprir com demandas empresariais e de mercado, cumprir legislações, um(a) profissional formado em engenharia ambiental pode atuar na mi- tigação, compensação ou simplesmente no monitoramento de impactos ambientais negativos ou para potencializar impactos ambientais positivos. Quando falamos de impactos ambientais, temos quatro termos que resumem o que pode ser realizado com esse impacto: • Mitigar: realizar alguma ação para diminuir o impacto ambiental negativo. Ex.: instalar filtros nas chaminés para diminuira quantidade de poluentes que uma fábrica emitirá; • Compensar: realizar alguma ação como contrapartida ao impacto negativo. Ex.: uma fábrica desmatará uma área para instalação da sua planta, então plantará uma outra área como forma de compensação pelo dano que causará; • Monitorar: controle realizado em um impacto para impedir que ele seja maior do que o necessário. Ex.: controlar a quantidade de poluentes lançados por hora em um rio; • Potencializar: quando o impacto é positivo, pode-se pensar em formas de ampliar esse im- pacto. Ex.: Uma empresa vai reflorestar uma área. Ela resolve reflorestar uma área entre duas florestas já existentes para criar conectivos entre elas, permitindo maior troca genética. Ex pl or História da Engenharia e da Engenharia Ambiental Estudante, você escolheu um curso de engenharia para cursar. Correto? Você já se perguntou como surgiu esse curso? Ou até mesmo quando iniciou a profissão de engenheiro? Se perguntássemos quando surgiu o primeiro engenheiro você responderia qual data? A palavra engenharia deriva da palavra engenhar, que segundo o dicionário sig- nifica: “1. Inventar, traçar, idear. 2. Fazer (coisa que depende de gênio ou engenho). 3. Máquinas, armar, tramar. 4. Fabricar, construir artificialmente” (RIOS, 2010, p. 203). Portanto, se nos basearmos nessa definição, perceberemos que a história da engenharia está interligada com a própria história do homem. Por essa pequena explicação, você já consegue sugerir uma data para quando surgiu o primeiro engenheiro? 10 11 A Pré-história é dividida em Paleolítico (período da Pedra Lascada), Neolítico (Pedra Polida) e Idade dos Metais, e como os próprios nomes sugerem, o homem já inventava, fabricava e construía instrumentos para realização de projetos (roda, ferramentas, armas etc.). Na história antiga também mostra a existência de um profissional da área de engenharia, o qual, segundo Rios (2010, p. 203), é “aquele que se dedica à arte de construções civis, militares e navais”. Essa época é marcada por grandes constru- ções, como as pirâmides e os templos greco-romanos. Além disso, temos a figura dos primeiros engenheiros civis. A partir dessa época, temos o surgimento de outras especializações da engenha- ria, como eletrotécnica, mecânica, química, aeronáutica etc., e a consolidação da engenharia enquanto “área que se ocupa das regras de construções civis, militares e navais” (RIOS, 2010, p. 3). No decorrer da Idade Média e Moderna, temos o desenvolvimento das primeiras máquinas a vapor e o surgimento da especialização da engenharia mecânica e, com a descoberta da eletricidade, da engenharia eletrotécnica. No período contemporâneo, temos o desenvolvimento da engenharia aeronáutica que evolui para aeroespacial. Apesar do surgimento da lâmpada ocorrer somente na Idade Contemporânea, a eletricidade já era estudada desde a Idade Moderna.Ex pl or Agora, você já estudou sobre o surgimento da engenharia e de algumas especiali- zações? E sobre a engenharia ambiental? Quando iniciou o curso que você escolheu? Todo esse desenvolvimento, com o surgimento e a intensificação da utilização de máquinas, necessidade de recursos naturais e desenvolvimento acelerado da tecnologia, ampliou a geração de impactos ambientais negativos ao meio ambiente. Impactos como poluição, produção de resíduos sólidos e efluentes líquidos, falta de água, morte de fauna, desmatamento, entre outros. Com isso, ampliou-se também a apreensão com relação à conservação do meio ambiente, essa preocupação ini- ciou uma série de eventos e convenções a partir das décadas de 1960 e 1970, que discutiam o quanto esses impactos afetavam a qualidade e a própria existência da vida dos seres humanos no planeta Terra. Dessa forma, a mesma engenharia que era responsável pelo desenvolvimento tecnológico acabava gerando impactos ambientais negativos. Isso somado ao desen- volvimento da sociedade, à revolução industrial e ao sistema capitalista de produção e consumo, gerou um panorama que solicitou o desenvolvimento de um profissio- nal para minimizar e evitar os impactos ambientais, um engenheiro relacionado às questões ambientais. Segundo Cruvinel, Marçal e Lima (2014), o primeiro curso de engenharia ambiental surgiu em 1991, funcionando a partir de 1992. Segundo os mesmos autores, em 2016 o Brasil possuía 334 cursos de engenharia relacionados à área ambiental. 11 UNIDADE O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação A seguir, na Figura 2, temos um pequeno resumo da evolução da profissão de engenharia ambiental. Pré-História Surgimento das primeiras ferramentas e primeiras construções Idade Antiga Grandes construções Primeiros engenheiros civis Idade Média e Moderna Especializações da engenharia Primeiras máquinas a vapor � engenheiro mecânico Descoberta da eletricidade ��engenheiro eletrotécnico Idade Contemporânea (início) Descoberta do avião � engenheiro aeronáutico ��corrida espacial ��engenheiro aeroespacial Idade Contemporânea (pós-década de 1950) Desenvolvimento gera grandes impactos ambientais ��surge a necessidade de um engenherio(a) que cuide do meio ambiente Surgimento dos primeiros engenheiros ambientais no Brasil na década de 1990 Figura 2 – Processo de evolução da profissão de engenheiro ambiental Atuações do Engenheiro Ambiental O engenheiro ambiental pode atuar em empresas públicas, privadas e de econo- mia mista. Se formos especificar algumas das grandes áreas em que o engenheiro ambiental pode atuar, teremos: • Avaliação de impactos ambientais (AIA) e respectivos estudos ambientais: diversos empreendimentos, determinados pela resolução CONAMA 001/1986, devem avaliar os impactos ambientais que seus projetos gerarão por meio de es- tudos ambientais. São exemplos de empreendimentos que necessitam de estudos ambientais: ferrovias, hidrelétricas, portos, aeroportos, estradas, aterros sanitários, oleodutos, linhas de transmissão e mineradoras; • Licenciamento ambiental: o processo de licenciamento ambiental é um processo complexo, determinado pela resolução CONAMA 237/1997, no qual diversos empreendimentos estão sujeitos a ele para sua instalação e operação. O processo consiste em três licenças: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI), Licença de Operação (LO); 12 13 O processo de licenciamento ambiental é composto de três licenças. Primeiro, o empreendedor inicia o processo junto ao órgão licenciador (federal, municipal ou estadual, dependendo da abrangência do empreendimento) solicitando a LP. Para obter a LP, ele realizará os estudos ambientais, segundo o termo de referência que o órgão disponibilizará. Depois da aprovação dos estudos e a obtenção da LP, para obter a LI e iniciar a instalação do seu empreendimento, ele precisará detalhar os programas ambientais mensurados nos estudos ambientais, entregando o plano sobre os programas. Enquanto o projeto está sendo construído, o empreendedor deve executar os programas ambientais. Se esses programas foram executados corretamente, de acordo com o previsto nos estudos e detalhados de acordo com o planejado, o órgão ambiental fornecerá a LO e o empreendimento poderá iniciar a sua operação. Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI), Licença de Operação (LO). Ex pl or • Auditorias e certificações diversas: atuação com ISO (9000, 14000 etc.), OSHAS, FSC e outras certificações. O engenheiro ambiental pode atuar como certificador, auditor ou responsável pela auditoria dentro da empresa; • Construções sustentáveis: cada vez mais são cobradas construções eco efi- cientes (com economia de água e energia) e com a valorização da comunidade no entorno, visando à sustentabilidade da construção; • Geoprocessamento: a área de geoprocessamento e sensoriamento remoto visa a mapeamentos diversos. Essa área de atuação é muito ampla e base de muitas outras áreas; • Monitoramento ambiental: controle de qualidade ambiental em água, ar e solo, para garantir que a poluição jogada nesses meios não seja excessivaou para verificar e garantir a potabilidade daquele meio; • Gestão: seja uma atuação em gestão ambiental ou em recursos naturais, den- tro dessas esferas o profissional da engenharia ambiental tem um espectro com muitas possibilidades de funções, pois pode atuar no planejamento de ações, na execução de projetos, no controle ambiental, entre outras áreas; • Poluição ambiental: segundo a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), a poluição é a degradação da qualidade ambiental que afeta a saúde, o bem-es- tar e a segurança da população, afetando negativamente a biota, as condições sanitárias e estéticas do meio ambiente ou lançando matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos (BRASIL, 1981). É possí- vel uma atuação na avaliação, modelagem, prevenção, controle e remediação; • Gerenciamento de resíduos sólidos: com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010, muitas empresas se veem obrigadas a destinar cor- retamente seus resíduos, seja para o aterro ou para reciclagem; 13 UNIDADE O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação • Mudanças climáticas: apesar de ainda ocorrerem questionamentos sobre as causas das mudanças climáticas (antrópicas ou não), os inventários de gases de efeito estufa (GEE) e sua gestão são práticas cada vez mais comuns nas empresas. Além disso, muitos financiamentos bancários exigem o controle e o gerenciamento de GEE; • Educação ambiental: a educação ambiental pode ser tanto institucional ou como parte de um processo de licenciamento ambiental, de auditoria ou ou- tros. Esse ramo de atuação é uma exigência legal, estando presente na Cons- tituição, na PNMA, na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), entre outras legislações; A PNMA (Política Nacional de Meio Ambiente), Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, dis- põe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. No seu 2º artigo, coloca que um dos princípios da lei que devem ser atendidos é “educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, ob- jetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente” (BRASIL, 1981). Posteriormente, a Constituição Federal, no seu artigo 225, fala que é dever do poder público: “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente” (BRASIL, 1988). Ex pl or • Recuperação de áreas degradadas: temos muitas causas possíveis de degrada- ção ambiental (poluição, desmatamento, práticas agrícolas, desertificação etc.). O profissional deve entender as causas e atuar na correção delas; • Saúde: sim, estudante, o futuro(a) engenheiro(a) ambiental pode atuar juntamen- te com equipes de saúde. Muitas doenças são causadas ou desencadeadas por fa- tores ambientais, necessitando de uma atuação interdisciplinar para seu controle; • Gestão de recursos hídricos: atuação com planejamento, execução, monito- ramento, outorga, regulamentação, avaliação, entre outras. O Brasil é um país com uma grande quantidade de recursos hídricos, com diversas utilizações, tendo dessa forma uma gama de atuações possíveis para o profissional do meio ambiente, tanto em águas superficiais quanto em águas subterrâneas. O CONFEA, no seu papel institucional, exerce as seguintes funções: regula- mentadoras, contenciosas, promotoras de condição para o exercício, a fiscalização e o aperfeiçoamento das atividades profissionais, informativas sobre questão de interesse público e administrativas, gerindo recursos e patrimônio e coordenando, supervisionando e controlando suas atividades e dos CREAs (CONFEA, s.d.). O CREA possui o papel de verificação, orientação e fiscalização do exercício profissional. Cada estado possui um CREA, todos divididos em oito regiões, con- forme resolução n.º 002, de 23 de abril de 1934 (CONFEA, 1934): • 1ª Região: Compreendendo os Estados do Amazonas, Pará, Maranhão e Piauí e o território do Acre, Sede: Belém; • 2ª Região: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Sede: Recife; 14 15 • 3ª Região: Bahia, Sergipe, Alagoas. Sede: Salvador; • 4ª Região: Minas Gerais e Goiás. Sede: Belo Horizonte; • 5ª Região: Rio de Janeiro, Espírito Santo e Distrito Federal. Sede: Distrito Federal; • 6ª Região: São Paulo e Mato Grosso. Sede: São Paulo; • 7ª Região: Paraná. Sede: Curitiba; • 8ª Região: Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Sede: Porto Alegre. Mostramos acima apenas alguns exemplos, contudo, a formação em engenharia ambiental fornece uma cadeia de conhecimentos que permite a atuação do profis- sional em diferentes áreas. Dessa forma, é possível encontrar engenheiros ambien- tais atuando em atividades gerenciais, administrativas, de recursos humanos, finan- ceiras, entre outras. Atividades não diretamente relacionadas ao meio ambiente, mas que muitas vezes dependem de conhecimentos técnicos que a formação em engenharia proporciona. Não podemos esquecer de mencionar a possibilidade de inclusão de atribuição. Um bom exemplo de possibilidade de inclusão de atribuição é a engenharia de segurança do trabalho, cuja atribuição pode ser incluída após o engenheiro ter cur- sado pós-graduação em engenharia de segurança do trabalho. Além disso, existe ainda a possibilidade de atuação docente, no qual o profis- sional necessita de pós-graduação latu sensu (especialização) e/ou stricto sensu (mestrado e/ou doutorado). Com essas titulações, o profissional pode atuar como docente em instituições de ensino superior. Então estudante, gostou dessas informações sobre sua futura atuação profissio- nal? Veja no material complementar algumas informações extras, assim você pode- rá refletir sobre o quão abrangente é o curso que escolheu e quantas possibilidades de atuação profissional há à sua disposição. 15 UNIDADE O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites CREA-SP A ART é um documento importante para os engenheiros e para quem contrata o projeto. Além disso, a ART é um comprovante que o engenheiro fez realmente os projetos, podendo ser usado como prova em caso de licitações e editais públicos. http://bit.ly/2OtbInS CONFEA Para entender um pouco mais sobre os órgãos que regulamentam e fiscalizam a profissão de engenharia entre outras, dê uma olhada no site do CONFEA. http://bit.ly/35fcBWY Livros O Mapa Fantasma JOHNSON; S. O mapa fantasma: como a luta de dois homens contra o cólera mudou o destino de nossas metrópoles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. Leitura Vocabulário Básico de Recursos Naturais e Meio Ambiente INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Vocabulário Básico de Recursos Naturais e Meio Ambiente. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2004. http://bit.ly/2om9Fan Evolução da engenharia ambiental no Brasil CRUVINEL, A. K.; MARÇAL, D. R.; LIMA, Y. C. R. Evolução da engenharia ambiental no Brasil. CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL, 5., 2014, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: Ibeas, 2014. http://bit.ly/35bz0V4 Os Princípios do Equador Junho de 2013 Muitas instituições financeiras são signatárias dos Princípios de Investimento Responsável (PRI). Muitas delas, para garantir que os projetos em que investem são responsáveis ambientalmente, exigem que os empreendimentos estejam alinhados com os Princípios do Equador. A seguir, segue a versão em português desses princípios. http://bit.ly/2IvZQO2 CBO 214 Segundo a Classificação Brasileira das Ocupações (CBO), o número do engenheiro ambiental é CBO 2140-05. A seguir, um link que explica essa númeração e uma pequena descrição das exigências para o profissional. http://bit.ly/2OqAV28 16 17 Referências BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em: 17 set. 2019. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Na- cional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2 set. 1981. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 23 jun. 2019. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Resolução CONAMA Nº 001, de 23 jan. 1986. Disponível em: <http:// www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html>. Acesso em: 23 jun. 2019. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Conselho Nacional do Meio Am- biente – CONAMA. Resolução CONAMA Nº 237, de 19 dez. 1997. Disponível em: <www.icmbio.gov.br/cecav/images/download/CONAMA%20237_191297.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2019. CONFEA. Lei nº 6.496, de 7 de dez 1977. Institui a “Anotação de Responsabilidade Técnica” na prestação de serviços de Engenharia, de Arquitetura e Agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA, de uma Mútua de Assistência Profissional, e dá outras providências. Disponível em: <http://normativos.confea.org.br/downloads/6496-77.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2019. CONFEA. O Conselho. Disponível em: <www.confea.org.br/confea/o-conselho>. Acesso em: 23 jun. 2019. CONFEA. Resolução n.º 002, de 23 de abril de 1934. Aprova a organiza- ção dos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura. 1934. Disponível em: <http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=51&idTipoEm enta=5&Numero=>. Acesso em: 23 jun. 2019. CONFEA. Resolução nº 447, de 22 de setembro de 2000. Dispõe sobre o registro profissional do engenheiro ambiental e discrimina suas atividades profissionais. Dis- ponível em: <http://normativos.confea.org.br/ementas/visualiza.asp?idEmenta=495>. Acesso em: 23 jun. 2019. CRUVINEL, A. K.; MARÇAL, D. R.; LIMA, Y. C. R. Evolução da engenharia am- biental no Brasil. CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL, 5., 2014, Belo Horizonte. Anais [...]. Belo Horizonte: Ibeas, 2014. Disponível em: <www.ibeas. org.br/congresso/Trabalhos2014/XI-028.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2019. FRANCO, J. L. de A. O que podemos fazer para evitar a destruição de nosso mun- do?. Soc. estado., Brasília, v. 24, n. 1, p. 293-299, abr. 2009. Disponível em: <http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922009000100012&ln g=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 jun. 2019. 17 UNIDADE O Engenheiro Ambiental e Áreas de Atuação INSTITUTO AKATU. Pesquisa Akatu 2012: rumo à sociedade do bem-estar. Assimilação e Perspectivas do Consumo Consciente no Brasil – Percepção da Responsabilidade Social Empresarial pelo Consumidor Brasileiro. São Paulo: Ins- tituto Akatu, 2013. Disponível em: <https://www.akatu.org.br/wp-content/uploa- ds/2017/04/PESQUISAAKATU.pdf>. Acesso em: 23 jun. 2019. NARVAES, P. Dicionário ilustrado de meio ambiente. 2. ed. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora; Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 2012. RIOS, D. R. Minidicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: DLC, 2010. 18