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128 MTC – Profª. Me. Sandra Villarinho – Aula: 12 - SEMANA: 21-28/04 - APOSTILA: 11 11 METODOLOGIA CIENTÍFICA: CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO Nessa unidade estudaremos o conceito de Ciência para facilitar a compreensão de que Metodologia Científica é a disciplina que "estuda os caminhos do saber", entendendo que "método" representa caminho, "logia" significa estudo e "ciência", saber. 11.1 Definição de ciência? O homem sentiu a necessidade de saber o porquê dos acontecimentos e que, dessa forma, surgiu a ciência (LAKATOS; MARCONI, 2010). A ciência demonstra que é capaz de fornecer respostas dignas de confiança sujeitas a críticas; é uma forma de entender, compreender os fenômenos que ocorrem. Na verdade, a ciência é constituída pela observação sistemática dos fatos; por intermédio da análise e da experimentação, extraímos resultados que passam a ser avaliados universalmente. Para entender melhor esse conceito, é preciso compreender o que é ciência. Etimologicamente, ciência significa conhecimento. Desde os primórdios da humanidade, a preocupação em conhecer e explicar a natureza é uma constante. Ao analisar a palavra francesa para “conhecer”, tem-se connaissance, que significa nascer (naissance) com (con), logo se conclui que o conhecimento é passado de geração para geração, tornando-se parte da cultura e da história de uma sociedade. O homem, valendo-se de suas capacidades, procura conhecer o mundo que o rodeia. Ao longo dos séculos, vem desenvolvendo sistemas mais ou menos elaborados que lhe permite conhecer a natureza das coisas e o comportamento das pessoas. A necessidade de obtenção de conhecimentos mais seguros fez desenvolver-se a CIÊNCIA. Há, entretanto, conhecimentos que não pertencem à ciência. A ciência não é então o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade. Um mesmo objeto ou fenômeno pode ser observado tanto pelo cientista/pesquisador quanto pelo homem comum, o que leva um ao conhecimento científico e outro ao popular (conhecimento empíirico) é a forma de OBSERVAÇÃO. Dessa forma, a busca pelo entendimento de si e do mundo ao seu redor, levou o homem a trilhar caminhos variados, que ao longo dos anos constituíram um vasto leque de informações que acabaram por constituir as diretrizes de várias sociedades. Há várias vertentes de conhecimento, desde o mais informal até o acadêmico. Dependendo da forma como se comporta o sujeito, apresentam-se os principais tipos básicos de conhecimento: empírico, teológico/religioso, filosófico e científico. Como pode ser observado no modelo ilustrativo a seguir: 129 Fonte: DIANA, Juliana. Qual a diferença entre conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico? Disponível em: https://www.diferenca.com/conhecimento-empirico-cientifico-filosofico-e-teologico/. Acesso em: 24 set. 2019. 11.1.1 Tipos de conhecimento Para melhor compreensão dos tipos de conhecimento, torna-se necessário definir as suas principais características: 1. CONHECIMENTO EMPÍRICO - O conhecimento empírico é, dentre os tipos de conhecimento, o do senso comum. Ou seja, é o conhecimento popular, do cotidiano, no dia a dia. É o conhecimento que decorre da natureza do comportamento. Ele é eventual e subjetivo, ou seja, acontece por acaso e é baseado na experiência pessoal. Vem sendo praticado desde os primórdios da humanidade. Não questiona o porquê das coisas e é entendido como superficial. É um conhecimento superficial, onde o individuo, por exemplo, sabe que nuvens escuras é sinal de mau tempo, contudo não tem ideia da dinâmica das massas de ar, da umidade atmosférica ou qualquer outro principio da climatologia. Exemplo: A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar. 2. CONHECIMENTO TEOLÓGICO/RELIGIOSO - conhecimento relacionado ao misticismo, a fé, ao divino, ou seja, à existência de um Deus, seja ele Sol, a Lua, Jesus, Maomé, Buda, ou qualquer outro que representa uma autoridade suprema. O conhecimento teológico, de forma geral, encontra seu ápice respondendo aquilo que a ciência não consegue responder, visto que ele é incontestável, já que se baseia na certeza de um ser supremo (fé). Os conhecimentos de verdades teológicas estão registrados em livros sagrados, que não seguem critérios científicos de verificação e são revelados por profetas, santos, que estão acima de qualquer contestação por receberem tais ensinamentos diretamente de um Deus. 130 HIPÓTESE: é a suposição de algo provável e possível de ser verificado a fim de que possa ser extraída uma conclusão. É todo um conjunto de condições que se toma como ponto de partida para elaborar o raciocínio. Exemplos: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; Acreditar em Duende; Acreditar em reencarnação; Acreditar em espírito. 3. CONHECIMENTO FILOSÓFICO - a palavra filosofia surgiu com Pitágoras por meio da união dos vocábulos PHILOS (amigos) + SOPHIA (sabedoria) (RUIZ, 1996, p.111). Os primeiros relatos do pensamento filosófico datam do século VI a.C., na Ásia e na Grécia Antiga. A filosofia é um tipo de saber que procura desenvolver no indivíduo a capacidade de raciocínio lógico e de reflexão crítica, sem delimitar com exatidão o objeto de estudo. Dessa forma, o conhecimento filosófico não pode ser verificável, o que o torna sob certo ponto de vista, infalível e exato. Apesar da filosofia não ter aplicação direta da realidade, existe uma profunda interdependência entre ela e os demais níveis de conhecimento. Essa relação deriva do FATO que o conhecimento filosófico conduz a elaboração de PRINCÍPIOS UNIVERSAIS, que fundamentam os demais, enquanto se vale das informações empíricas, teológicas ou científicas para prosseguir na sua evolução. É um tipo de conhecimento pouco praticado nos dias de hoje. Exemplo: "O homem é a ponte entre o animal e o além-homem". (Friedrich Nietzsche). 4. CONHECIMENTO CIENTÍFICO - a ciência é uma necessidade do ser humano que se manifesta desde a infância. É por meio dela que o homem busca o constante aperfeiçoamento e a compreensão do mundo que o rodeia por meio de ações sistemáticas, analíticas e críticas. Ao contrário do empirismo superficial, o conhecimento científico busca a explicação profunda do fenômeno e suas interrelações com o meio. Principais características do conhecimento científico: Real ou Factual: lida com ocorrências ou fatos; Contingente: proposições e hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela razão; Sistemático: saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos ou desconexos, como é o caso do conhecimento popular; Verificabilidade: as afirmações (hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência; Falível: não é definitivo, absoluto ou final; Aproximadamente exato: pode-se reformular a teoria existente em novos estudos. Exemplos: Descobrir uma vacina que evite uma doença; Descobrir como se dá a respiração dos batráquios. O estudo de células-tronco embrionárias humanas em pesquisa científica. 131 SÍNTESE DOS TIPOS DE CONHECIMENTO EMPÍRICO CIENTÍFICO FILOSÓFICO TEOLÓGICO O QUE É? Esse tipo de conhecimento surge a partir da interação do ser humano com o ambiente que o rodeia. Engloba informações e fatos que foram comprovados, tendo como base análises e testes científicos. É o conhecimento que surge das reflexões que o homem faz sobre as questões imateriais e subjetivas. Acredita que a fé religiosa possuia verdade absoluta e apresenta todas as explicações para os mistérios. VALOR Valorativo, apoiando- se nas experiências pessoais. Factual, lida com fatos e ocorrências. Valorativo, pois lida com hipóteses que não podem ser observadas. Valorativo, apoiando-se nas doutrinas sagradas. VERIFICAÇÃO É verificável. É verificável. Não é verificável. Não é verificável. EXATIDÃO Falível e inexato. Falível e aproximadamente exato. Infalível e exato. Infalível e exato. SISTEMA Assistemático, pois é organizado com bases nas experiências de um sujeito, e não em um estudo para observar o fenômeno. Sistemático, pois é um saber ordenado logicamente. É sistemático, pois busca uma coerência com a realidade. Conhecimento sistemático do mundo. Fonte: DIANA, Juliana. Qual a diferença entre conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico? Disponível em: https://www.diferenca.com/conhecimento-empirico-cientifico- filosofico-e-teologico/. Acesso em: 24 set. 2019. 11.1.2 O que diferencia o conhecimento empírico do conhecimento científico Analisandob os dois tipos principais de conhecimento: EMPÍRICO e o CIENTÍFICO. O primeiro, empírico, transmitido de geração em geração por meio da educação informal e baseado em imitação e experiência pessoal. O conhecimento popular é o modo comum, corrente e espontâneo de conhecer, que se adquire no trato direto com as coisas e os seres humanos: é o saber que preenche a vida diária e que se possui sem o haver procurado ou estudado, sem a aplicação de um método e sem se haver refletido sobre algo. Portanto é empírico e desprovido de conhecimento científico. É superficial (aparência), sensitivo (vivência) subjetivo, assistemático (não tem uma sistematização de ideias e um processo lógico) e acrítico. O segundo, científico, é transmitido por intermédio de treinamento obtido de forma racional conduzido por meio de procedimentos científicos. É, portanto, formal, tratando de entidades ideais e de suas relações. O conhecimento científico é o aperfeiçoamento do conhecimento comum e ordinário e é obtido através de um procedimento metódico; o qual mobiliza explicações rigorosas e/ou plausíveis sobre o que se afirma sobre um objeto ou realidade. 132 O conhecimento empírico diferencia-se do conhecimento científico mais no que se refere ao contexto metodológico (forma, modo ou método) do que em relação ao seu conteúdo (veracidade e natureza do objeto conhecido). 11.2 Conceito de método A ciência tem como objetivo fundamental chegar à veracidade dos fatos. Sua característica fundamental é a VERIFICABILIDADE. Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna- se necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua verificação. Ou em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse conhecimento. A palavra método é de origem grega e significa o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Resumindo: método é o traçado fundamental do caminho a percorrer na pesquisa científica. 11.2.1 Qual a importância do método? O método confere segurança e é fator de economia na pesquisa, no estudo, na aprendizagem. Estabelecido e aprimorado pela contribuição cumulativa dos antepassados, não pode ser ignorado hoje, em seus delineamentos, sob pena de insucesso. O método é um extraordinário instrumento de trabalho que ajuda, mas não substitui por si só o talento do pesquisador. Muitos pensadores do passado manifestaram a aspiração de definir um método universal, aplicável a todos os ramos do conhecimento. Hoje, porém, os cientistas e os filósofos da ciência preferem falar numa diversidade de métodos, que são determinados pelo tipo de objeto a investigar e pela classe de proposições a descobrir. Considerando-se esse grande número de métodos científicos, surge o interesse em classificá-los. Vários sistemas de classificação podem ser adotados. No quadro a seguir apresenta-se a Evolução Histórica do Conhecimento Científico: AUTOR ÉPOCA FEITOS Pitágoras 585-? a.C. Funda ordem que praticava ciência e religião, com destaque para a matemática e a música. Sócrates 470-399 a.C. Desenvolve o idealismo e o Método socrático. Platão 427-347 a.C. Funda a Academia, ressaltando a importância de sobrepor-se às sensações para chegar às ideias. Aristóteles 384-322 a.C. Cria a Filosofia Empírica, contestando Platão e dando prevalência ao que é concreto e ao método da observação. Ptolomeu 90-168 Estabelece a teoria do Geocentrismo. Copérnico 1473-1543 Estabelece o Heliocentrismo. Bacon 1561-1626 Fundamenta o método Indutivo, privilegia a observação como forma de chegar ao conhecimento. Galileu 1564-1642 Defende o Heliocentrismo e funda o Método Experimental. Kepler 1571-1628 Estabelece as Leis do movimento planetário. Descartes 1596-1650 Cria a Geometria Analítica e o Método Racional. Newton 1642-1727 Estabelece a Lei da Atração Universal e cria o Cálculo Diferencial e Integral. 133 11.2.2 Método científico A pesquisa busca descobrir respostas para questões do problema e/ou fenômeno investigado, mediante a aplicação de métodos científicos. A pesquisa sempre parte de um tipo de problema, de uma interrogação. Dessa maneira, ela vai responder às necessidades de conhecimento de certo problema ou fenômeno. Várias hipóteses são levantadas e a pesquisa pode invalidar ou confirmar as mesmas. Os planos de pesquisa variam de acordo com a sua finalidade. Toda pesquisa deve basear-se em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação bem sucedida de um PROBLEMA. A teoria, sendo instrumento da ciência, é utilizada para conceituar os tipos de dados a serem analisados. Para ser válida, deve apoiar-se em fatos observados (no modelo ilustrativo do Aprendizado Científico encontra-se as etapas desse processo), resultantes da pesquisa. Pode-se dizer que o Método (singular) caracteriza-se por uma abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado dos fenômenos da natureza e da sociedade. Utiliza-se a palavra MÉTODO para significar o traçado das etapas fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra TÉCNICA significa os diversos procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas etapas do método. A técnica é a 134 instrumentação específica da ação, e o método mais geral, mais amplo, menos específico. Por isso, dentro das linhas gerais do método, as técnicas variam muito e se alteram e progridem de acordo com o progresso tecnológico. Os principais métodos são: Dedutivo; Indutivo; Hipotético-dedutivo; Dialético; Experimentação; Diferença. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS CONCEITOS ABORDADOS 11.2.2.1 Principais métodos Os principais métodos são: Dedutivo; Indutivo; Hipotético-dedutivo; Dialético; Experimentação; Diferença. 1 MÉTODO DEDUTIVO: Proposto por DESCARTES (séc. XVII), SPINOZA e LEIBNIZ, pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. Tem por objetivo explicar o conteúdo das premissas que, quando verdadeiras, levarão inevitavelmente a conclusões verdadeiras, visto que, por meio de uma cadeia de raciocínio em ordem decrescente, de analise do geral para o particular, chega-se a uma conclusão. Ou seja, a resposta já estava dentro da pergunta. é uma forma de raciocínio e reflexão; consiste em um recurso onde a racionalização ou combinação de ideias em sentido interpretativo vale mais que a experimentação de caso por caso; caminha do geral para o particular. 135 Se pegarmos umagalinha e ela por um ovo, logo todas as galinhas põem ovos. Exemplos: Todo mamífero tem coração. Todo gato é mamífero. Portanto, o gato tem coração. 2 MÉTODO INDUTIVO: A indução já existia desde Sócrates, entretando seus expoentes modernos são os empiristas BACON, HOBBES, LOCKE e HUME. Considera-se que o conhecimento é baseado nas experiências, não se levando em conta princípios preestabelecidos. O raciocínio é fundamento em premissas, contudo, diferente do método dedutivo, premissa verdadeiras levam a conclusões provavelmente verdadeiras. No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. Pode-se, segundo LAKATOS e MARCONI (2010), determinar três etapas fundamentais para toda a indução: observação dos fenômenos, descoberta da relação entre eles, generalização da relação. é uma forma de raciocínio e reflexão; parte de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal não contida nas partes examinadas; caminha do particular para o geral. Exemplos: A recepcionista 1 da fabrica “X” é rápida. A recepcionista 2 do fabrica “X” é rápida. A recepcionista 3 do fabrica “X” é rápida. Portanto, todas as recepcionistas da fabrica “X” são rápidas. A terra, Marte, Vênus e Júpiter são desprovidos de luz própria. Ora, a Terra, Marte, Vênus e Júpiter são todos planetas. Logo, todos os planetas são desprovidos de luz própria. 3 MÉTODO HIPOTÉTICO-DEDUTIVO: Este método confronta as duas escolas anteriores, ou seja, racionalismo versus empirismo no que diz respeito à maneira de se obter conhecimento. Ambos buscam o mesmo objetivo, mas enquanto os racionalistas apóiam-se na razão e intuição concebida aos homens, os empiristas partem da experiência dos sentidos, a verdade da natureza. São inúmeras criticas aos dois métodos, contudo foi a partir Sir Karl Raymund Popper que foram lançadas às bases do método hipotético-dedutivo. Considera-se este método o único realmente cientifico, 136 por não se basear em especulações (tirar uma conclusão partindo de um fato), mas sim na tentativa de eliminação dos erros. Etapas do Método Hipotético-Dedutivo: 1. Problema - que surge, em geral, de conflitos frente a expectativas e teorias existentes; 2. Conjecturas – dedução de consequências na forma de proposições passíveis de testes; 3. Falseamento – tentativas de refutação, entre outros meios, pela observação e experimentação. Exemplo: PROBLEMA: Toca o despertador e o dia está escuro. - Hipótese de causa: amanheceu e o sol está encoberto; - Efeito secundário: se o sol está encoberto, é possível que haja chuva; - Teste de efeito secundário: estende-se a mão. Se molhar a hipótese é válida, se não molhar, busca-se outra hipótese: o relógio está certo? apenas há nuvens e não está chovendo? falseamento da hipótese válida: há algo ou alguém jogando água em minha mão (ar condicionado, lavagem…)? - A hipótese continuará válida enquanto resistir aos testes. 4 MÉTODO DIALÉTICO: A atual fase da dialética está apoiada nos ensinamentos de MARX e HEGEL, denominada materialista – considerada que o universo e o pensamento estão em eterna mudança, mas é a matéria que modifica as ideias e não ao contrário. O método dialético consiste em se estabelecer um raciocínio a partir de ideias a princípio contrárias para se chegar, posteriormente, a uma síntese. A dialética utiliza a tese (ideia inicial), a antítese (ideia contrária à tese) e a síntese (conclusão) como elementos básicos para a argumentação. Atenção: A síntese pode ser reafirmadora (retoma e reafirma a tese inicial) ou conciliadora (tenta conciliar a tese com a antítese). Etapas do Método Dialético: a) Ação recíproca - o mundo como um conjunto de processos interdependentes; b) Mudança dialética - a negação da afirmação implica negação, mas a negação da negação implica nova afirmação de ordem superior (tese/antítese/síntese); c) Passagem da quantidade à qualidade - analisar a mudança contínua, lenta ou a descontínua através de saltos; 137 MÉTODO DIALÉTICO Tese / antítese / síntese d) Interpenetração dos contrários - analisar o papel da ligação recíproca entre os contrários como o motor da mudança e, em especial, da passagem da quantidade à qualidade. EXEMPLO 1: EXEMPLO 1: GOMES, Priscila. Métodos de raciocínio lógico. Disponível: <http://soumaisenem.com.br/redacao/ coesao-e-coerencia/metodos-de-raciocinio-logico>. Acesso em: 10 set.. 2019. Atenção: Reparem a construção de dialéticas nos quadrinhos acima e notem que, nesse caso, a síntese foi conciliadora, uma vez que se criou um ponto de contato entre tese e antítese, unindo-as. EXEMPLO 2: O repente utilizado pelos poetas de literatura de cordel do Nordeste e pelos repentistas no interior de São Paulo, por ocasião da Festa do Divino, se assemelha na forma e na generosidade à dialética, embora os repentistas utilizem uma viola para apresentar os seus trabalhos, coisa que não acontecia com os gregos. 5 MÉTODO EXPERIMENTAÇÃO: sempre realizada em situação de laboratório, com controle das variáveis que possam interferir na relação causa e efeito. Busca-se descobrir a relação que existe e qual é a proporção de variação encontrada na relação. Exemplo: Os alunos irão visitar o zoológico (variável independente). Os alunos aproveitaram a visita ao zoológico e debateram o tema em aula (variável dependente). Os alunos dos cursos de História e Turismo da Faculdade Don Domênico irão visitar o Horto Municipal de São Vicente (variável independente). Os alunos após a visita ao Horto Municipal discutiram com os colegas sobre a degradação do meio ambiente e a parte histórica (variável dependente). 138 6 MÉTODO da DIFERENÇA: consiste em fazer variar a intensidade da causa para se verificar as variações dos fenômenos. Separa-se do fenômeno o fator que é o efeito conhecido. as pessoas retiradas ou inseridas é o grupos experimental; as outras é o grupo de controle. Exemplos: Teste no Santos Futebol Clube: Para crianças do sexo masculino (idade 8-11 anos) com habilidade na prática do futebol. Grupo experimental 1 – Escolinha de futebol para o gênero masculino com idade de 8-11 anos. Grupo experimental 2 – Treinamento de futebol para o gênero masculino com idade de 8-11 anos. No 2º semestre de Administração todos sabem o que é Metodologia, porém alguns apresentam melhor desempenho na apresentação de seminários, do que os outros. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DESTE TÓPICO BARROS, Aidil de Jesus Paes de.; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 23. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica: para uso dos estudantes universitários. 3. ed. São Paulo: MCCRAW-HILL do Brasil, 1983. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. 162 p. ISBN 8576050471). DIANA, Juliana. Qual a diferença entre conhecimento empírico, científico, filosófico e teológico? Disponível em: https://www.diferenca.com/conhecimento-empirico-cientifico-filosofico-e-teologico/. Acesso em: 24 ago. 2019. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. p.19-24, 45-61. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. p.15-36/57-123. MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 34. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Capítulo 1. RUIZ, J.A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1993. SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2018. p.120-127.
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