Buscar

A VANTAGEm COMPETITIVA e os processos de recrutamento e seleção

Prévia do material em texto

1. ORGANIZAÇÕES E A VANTAGEm COMPETITIVA e os processos de recrutamento e seleção
Se antes para as empresas os componentes mais importantes eram os interesses de seus acionistas e as vendas, com as mudanças ocorridas nos últimos tempos como o aumento do consumo e em consequência da competitividade entre as organizações, sentiram elas a necessidade de investir em profissionais altamente qualificados, e para isso sentiram necessidade ainda do investimento em seu setor de Recursos Humanos e no processo de seleção e recrutamento.
Segundo Felipe Luiz Gomes Silva (1986, p. 41) as organizações não são entidades abstratas que têm existência própria e independente da sociedade em que se situam. Elas possuem um conteúdo que é dado pelo modo de produção, mas, especificamente, pelas formas de cooperação existentes. Sua estrutura social é determinada pelas relações sociais de produção; estudá-las concretamente implica procurar entendê-las a partir da evolução das formas de cooperação. 
Numa organização, cada pessoa e cada grupo tem atribuições específicas que contribuem para a realização do objetivo, pois como as organizações são especializadas em determinados objetivos, assim também o é com relação as pessoas e grupos que nelas trabalham, sendo especializados em determinadas tarefas. (MAXIMILIANO, 2004)
Para Benedito Rodrigues Pontes (2005) tomar conhecimento dos principais obstáculos, saber avaliar as condições estratégicas e como tratar riscos e turbulências, assim como perceber e aproveitar as oportunidades estratégicas são procedimentos primordiais para que as empresas possam formular ações sustentáveis, construindo caminhos e alternativas para implementar suas estratégias competitivas. 
Em época contemporânea a empresa eficiente é a que aprende. Adjetivos antes utilizados para descrever o trabalho de gerenciamento estão mudando, além de termos, antes retirados da engenharia e finanças, agora são substituídas por vocabulários encontrados nas ciências sociais e humanistas. Não só a linguagem está mudando, mas a perspectiva está mudando de forma constante de gerenciamento para liderança, de produto para consumidores de serviços, de operação rotineira para criatividade inspirada, de repetição de tarefas para inovação em marketing. Portanto, as empresas não podem se dar ao luxo de recompensar as ações rotineiras do que está embutido no “gerenciamento” (GOLDSMITH; LYONS; FREAS, 2003).
Segundo Silva (2017), as organizações estão sujeitas e expostas a mudanças, originárias no ambiente externo que, evidentemente, afetarão o mercado, os processos e as pessoas, e a sobrevivência das empresas sujeita-se à sua capacidade de promover, constantemente, ajustes para adequação do ambiente corporativo, legitimando a crescente preocupação das organizações com os fatores internos, que são os que proporcionariam maior competitividade frente ao ambiente externo. Entre tais fatores internos o recrutamento e seleção de profissionais que venham a agregar valor à organização passou a ser mais valorizado.
Diante da competitividade trazida pelo aumento de consumo, as organizações têm buscado crescimento e desenvolvimento para atender, com eficiência e agilidade, as necessidades e exigências de consumidores e sociedade, com o intuito de se destacarem e obterem maior participação no mercado em que atuam, e uma das preocupações das organizações é manter bons níveis de desempenho no trabalho, de forma a garantir bons diferenciais.
De acordo com Maximiliano (2004), a eficiência se relaciona com uma adequada administração dos recursos, sendo que seu princípio é uma relação entre esforço e resultado: o processo é mais eficiente quanto menor o esforço necessário para chegar a determinado resultado.
No entanto, tem-se que por ignorância ou desconhecimento as empresas resistem a investir em um processo de recrutamento e seleção eficaz, o que lhe traz prejuízos a longo e curto prazo, em especial porque parte das contratações e efetivações acabam por não darem certo, sendo necessário novo processo. A falta de conhecimento e consciência sobre a importância de um bom processo de recrutamento e seleção para as organizações prejudicam não só o crescimento como a permanência destas empresas no mercado, e desmistificar o assunto se mostra imprescindível, pois a importância do público interno para as empresas resta comprovada (PONTES; SERRANO, 2005).
De fato, investir em uma boa equipe profissional, com colaboradores qualificados, talentosos e motivados, é em época contemporânea onde o paradigma capitalista impera, uma necessidade de todas as organizações, e resta comprovado que as empresas que assim agem, investindo em seus setores de recursos Humanos e gestão de pessoas e em consequência no correto e eficaz processo de recrutamento e seleção, alcançam verdadeira vantagem competitiva. 
De acordo com Clóvis Solange de Lima Machado-da-Silva & Barbosa (2002, p. 8):
A competitividade da organização só estará garantida ao se conseguir estabelecer uma posição privilegiada, que pode resultar da criação e consolidação de uma imagem de empresa competitiva; todavia, vai depender do que está sendo valorizado no ambiente e das características do segmento em que a organização atua. 
Frente ao exposto, devem as empresas darem a devida importância a gestão voltada ao seu público interno e ao setor de Recursos Humanos, eis que a seleção e contratação de profissionais altamente qualificados e talentosos passa por tal setor, sendo necessário que ele também se qualifique de forma a detectar e atrair profissionais que são verdadeiros capitais humanos, alcançando assim a vantagem competitiva desejada por todas as organizações.
Também denominada de diferencial competitivo, a vantagem competitiva se constitui de uma ou mais características que permitem a uma organização diferenciar-se e destacar-se em comparação aos seus concorrentes. Ela se mostra essencial para o diferencial de uma organização, e a busca por meios de se alcançar a vantagem competitiva deve ser constante, com investimentos neste sentido (DAVENPORT; PRUSAK, 2012).
Tem-se ainda que a concorrência é um termo que vem ganhando destaque entre as organizações, pois frente ao mundo moderno e globalizado, a concorrência acirrada pode ser o divisor do sucesso de uma organização, pois aquela que consegue se destacar entre as demais ganha uma vantagem competitiva dentro da concorrência existente no ramo a que faz parte.A concorrência representa vários desafios para as empresas, como a ameaça de entrada de novos concorrentes ao mercado, ameaça de substituição de seus produtos ou serviços por produtos e serviços do concorrente perdendo assim mercado, o poder de negociação dos compradores e dos fornecedores e a rivalidade entre as empresas existentes. Por tais motivos, a necessidade de destaque entre as organizações é premente, e a busca por vantagem competitiva se faz necessária (MACHADO-DA-SILVA; BARBOSA, 2002).
De acordo com Moreira (2017), a vantagem de competitividade entre as empresas é o anseio de todas as organizações, que por muito tempo investiram em estratégias como propagandas e promoções, brindes e sistemas de fidelização. No entanto, com o tempo a prática e os resultados demonstraram que somente estas estratégias não eram suficientes. Houve então uma mudança estratégica entre as empresas, com a consciência da necessidade de se investir em bons profissionais, identificando e respeitando suas características pessoais, qualidades e defeitos.
	De acordo com Pontes e Serrano (2005), os recursos humanos são cada vez mais valorizados no âmbito empresarial por conta da alta competitividade. Este cenário exige que as empresas se diferenciem das demais, e para isso, é necessário o trabalho humano. É importante observar que o conceito de “diferente” está em constante mudança, o que exige um constante trabalho de observação e mudanças dentro da empresa, pois o cenário de mercado é dinâmico; isso significa que é uma necessidade investir continuamente no setor de Recursos Humanos.
A importância que o investimento emcapital humano, especificamente na educação, exerce sobre a atividade econômica, segundo Viana e Lima (2010) é que atua melhorando seu nível de produtividade, amenizando as discrepâncias salariais, reduzindo as desigualdades econômicas e impactando no sistema econômico como um todo. 
Para Coutinho (2002), as empresas conscientizam-se da importância de considerar os interesses de outros grupos, não só dos acionistas, afetados por sua atuação: fornecedores, empregados, comunidade, consumidores, sociedade e meio ambiente. As organizações que crescem e se destacam são aquelas que se tomaram conscientes.
Com as transformações ocorridas nas organizações, houve a necessidade de transformações e inovações também em seu setor denominado Recursos humanos. Se antes tal setor era voltado apenas para a função administrativa da empresa, passou a ser responsável também pela gestão de seu público interno, com a nova visão de que os mesmos são peças valiosas e fundamentais dentro das empresas, devendo ser valorizados inclusive em seus talentos e qualidades individuais.
Conforme bem explicita Oliveira (2009) cada etapa da seleção precisa ser considerada como um importante momento de decisão, cujo objetivo é selecionar colaboradores que possam de alguma maneira agregar à empresa seja com suas experiências, habilidades, motivação. Assim, é de suma importância que a empresa possa contar com um profissional capacitado para aplicar as metodologias de seleção, visando assim, obter o máximo de eficiência deste processo. Este profissional precisa ter capacidade de identificar quais são os melhores instrumentos a serem utilizados, definir qual a melhor forma de entrevistar, a necessidade de testes, dinâmicas, entre outras possibilidades.
Para D'Angelo (2006) a sobrevivência e o crescimento das organizações estão diretamente relacionados ao seu esforço para atingir e manter uma vantagem competitiva no ambiente em que atuam, e tal se dá através de estratégias, sendo estas primordiais pois a elaboração e operacionalização de uma estratégia respondem à necessidade que a organização tem de gerenciar suas ações e buscar atingir seus objetivos em um contexto altamente competitivo.
Todas as pessoas que compõem o público interno de uma empresa são importantes nas organizações contemporâneas uma vez que irão constituir o capital humano que permitirá o diferencial competitivo, sendo que quanto maior a capacitação desses colaboradores maior será o capital humano. Capital humano é o somatório dos conhecimentos, habilidades e capacidades das pessoas que geram valor econômico para a empresa.
O ambiente de uma organização compreende todas as pessoas, outras organizações, eventos e situações que com ela mantem qualquer espécie de relação. Toda organização tem uma razão de ser, que nasce do papel que cumpre ao ambiente, por meio do fornecimento de produtos e serviços para o mercado, sendo que se o produto ou serviço é capaz de atender as necessidades será comprado. (MAXIMIANO, 2004) 
Ainda para Maximiano (2004), para que isso ocorra, é necessário que os indivíduos sejam selecionados, treinados, liderados, motivados, comunicados, avaliados, remunerados adequadamente, recebam feedback de seu desempenho, participem das decisões que lhes digam respeito direta ou indiretamente e que possam externar suas opiniões de forma segura e com liberdade de expressão.

Continue navegando

Outros materiais