Buscar

SEMINÁRIO IV - Maiana dos Santos Patrício

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MÓDULO CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
SEMINÁRIO IV 
IMUNIDADE E NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
TURMA: CIT-SSA-SM1-TERCA-T1 Gervásio 
Aluna: Maiana dos Santos Patrício 
QUESTÕES 
 
1. Que é imunidade tributária? Diferençar imunidade, isenção, não incidência e 
incidência tributária. O conceito de imunidade tributária pode ser aplicável 
às taxas, às contribuições e as contribuições de melhoria? 
 
R. Segundo o professor Paulo de Barros, imunidade tributária seria um conjunto de 
normas jurídicas dispostas na Constituição Federal, que estabelecem a incompetência 
das pessoas políticas de direito constitucional interno para instituírem tributos sobre 
determinadas situações. A imunidade é um princípio constitucional de exclusão da 
competência tributária. 
A imunidade tributária seria a exclusão da obrigação de pagar tributos a nível 
constitucional, enquanto isenção seria aquela em que ocorre um fato considerado 
gerador de uma obrigação tributária, mas, em virtude de previsão legal, a fiscalização 
está impedida de constituir e cobrar o tributo. Incidência tributária é o fato de que o 
tributo é devido por conta da ocorrência de um fato gerador, enquanto que a não 
incidência corresponde aos fatos que não constam na lei para dar nascimento à 
obrigação tributária. 
Quanto ao conceito de imunidade tributária poder ser aplicável às taxas, contribuições e 
contribuições de melhoria, entendo que, considerando que a constituição contempla 
hipóteses de imunidades referentes a tributos que não são impostos (art. 5º, inciso 
XXXIV, “a”, e “b”, inciso LXXIV e LXXVII, o instituto das imunidades não diz respeito 
somente a impostos, mas a qualquer uma das espécies tributárias. 
 
2. As imunidades são cláusulas pétreas na Constituição Federal? Uma Emenda 
Constitucional pode revogar alguma das imunidades dispostas na Carta 
Magna? As normas constitucionais que veiculam imunidades são 
autoaplicáveis ou dependem de regulamentação infraconstitucional? 
 
R. As imunidades tributárias representam cláusulas pétreas, sendo a proposta de 
Emenda à Constituição que restrinja imunidades tributárias previstas na Constituição 
Federal medida inconstitucional. Por outro lado, entendo possível uma EC que vise 
ampliar as hipóteses de imunidade. 
 
https://www.cuboz.com/ibet/grupos-de-estudos/CIT-SSA-SM1-TERCA-T1/courses/
 MÓDULO CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
Entendo que as normas constitucionais que veiculam imunidades são autoaplicáveis, por 
tratar-se de regras constitucionais, sendo quaisquer tentativas de alteração seriam uma 
ofensa direta ao dispositivo constitucional. 
 
3. Na sua opinião, são imunes: 
 
 (a) quanto ao ISS: os serviços de guarda e estacionamento de veículos 
automotores prestados por entidades religiosas (vide anexos I e II); 
Em que pese a vedação da União sobre a instituição de impostos sobre “templos de 
qualquer culto” (art. 150, inciso VI da CF/88), entendo que esta não se estende ao caso 
do enunciado, considerando que não se trata de atividade indispensável à prática 
religiosa. 
 (b) quanto ao IPTU: o imóvel destinado à locação, pertencente à mesma 
entidade (vide anexo III); e os cemitérios particulares (vide anexo IV); 
Caso o imóvel não se relacione com o culto, tendo finalidade diversa, inclusive de 
auferição de lucro, não estará abrangido pela imunidade. Quanto ao cemitério 
particular, caso seja apenas para fins de aluguel de jazidas ou outro fim que não diga 
respeito à prática religiosa, não estará abarcado pela imunidade. 
 (c) quanto ao ITR: as áreas de reserva indígena (vide STF, Petição n. 3388, 
DJ 04/02/14); 
De acordo com o art. 231 da CF/88, as glebas destinadas à cultura indígena são de 
propriedade da União, sendo inalienáveis e indisponíveis, cabendo, neste caso, a 
aplicação da imunidade recíproca disposta no art. 150, IV, “a” da Constituição. 
 
 (d) quanto aos serviços prestados por empresas públicas no regime de 
concorrência (vide anexos V); 
A imunidade deve ser aplicada, por ser empresa prestadora de serviços públicos, cuja 
prestação é obrigatória e essencial ao país. 
 
 (e) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia 
mista (vide anexo VI e VII); 
Entendo que não seria o caso de imunidade recíproca, tendo em vista que a atividade, 
em que pese ser exclusiva do Estado, está sendo realizada por particular. 
 
 (f) quanto aos serviços “públicos” prestados por sociedades de economia 
mista cujas ações sejam negociadas na bolsa de valores (vide anexo VIII). 
Seria o caso de imunidade, considerando o desempenho de função de interesse social e 
econômico a toda sociedade. 
 
4. A agência de publicidade Bravia foi contratada pela empresa Xilitol para que 
 MÓDULO CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
produzisse a campanha de seus novos produtos e, após definida a 
estratégia, indicasse os melhores meios para a divulgação do anúncio. Além 
da mídia na TV Tupi, a agência Bravia recomendou a exposição da campanha 
via folder a ser inserido na revista “A Pastorinha” por dois domingos 
seguidos, após a veiculação do anúncio na TV Tupi. No orçamento referente 
à divulgação do anúncio, a agência inseriu o preço da sua veiculação no 
horário nobre passado pela TV Tupi e também o preço informado pela 
revista “A Pastorinha”. Ambos associaram o preço de seus serviços aos 
tributos inerentes às suas atividades (gross up, em especial do ISS, PIS e 
COFINS). 
Ao receber o orçamento, o depto. jurídico da Xilitol questionou o gross up do 
ISS apresentado pela revista “A Pastorinha”, com base no item “17.25 - 
Inserção de textos, desenhos e outros materiais de propaganda e 
publicidade, em qualquer meio (exceto em livros, jornais, periódicos e nas 
modalidades de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens de 
recepção livre e gratuita)”, introduzido na lista de serviços da LC 116/2003 
pela LC 157/2016, e manifestou sua recusa no pagamento. Considerando o 
disposto no art. 150 da CF, e os fundamentos utilizados pelos Ministros do 
STF no julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676, na sua opinião o 
questionamento apresentado pelos advogados da Xilitol quanto à incidência 
do ISS sobre os serviços prestados pela revista “A Pastorinha” procede? 
 
O questionamento apresentado pelos advogados da Xilitol procede, considerando que a 
imunidade constitucional também alcança o livro digital, seja em razão da finalidade da 
norma (difusão da cultura e acesso à informação pela sociedade), seja em razão do 
avanço tecnológico que também abrange a preservação do meio ambiente com a 
equiparação do papel aos equipamentos eletrônicos utilizados para disponibilização dos 
livros. 
 
5. Como deve ser interpretado o disposto no art. 150, VI, “d” da CF: “livro, 
jornais e periódicos e o papel destinado a sua impressão”. Pode-se dizer que 
livros e periódicos eletrônicos (“e-books”), bem como o material utilizado 
para sua comportá-los (“e-book readers”) são imunes com fundamento 
neste dispositivo? E os Tablets? (Vide anexos XII e XIII e considere para 
sua resposta, os fundamentos utilizados pelos Ministros do STF no 
julgamento dos RE 330.817 e RE 595.676) 
 
R. Em que pese a Constituição ter sido promulgada em 1988, época em que não 
existiam livros digitais, o objetivo principal do legislador foi reduzir os custos com sua 
produção, permitindo o amplo acesso à cultura e a liberdade de informação, objetivo 
que não é cumprido apenas com os livros físicos, mas também com aqueles virtuais, os 
quais necessitam de leitores digitais. 
Por outro lado, no que se refere aos tablets, entendo que estes não são alcançados pela 
imunidade, considerando que estes possuem diversas outras finalidades, que não a 
leitura ou acesso à informação. 
 MÓDULO CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
6. No caso da imunidade paraas instituições de assistência social sem fins 
lucrativos, o cumprimento do art. 14 do CTN é suficiente para garantir sua 
aplicação ou ainda é necessária a comprovação do caráter assistencial e 
filantrópico previsto no art. 203 da CF/88? É possível que lei ordinária 
garanta sua aplicação? (Vide anexo XIV). 
 
R. O cumprimento do art. 14 do CTN é suficiente para garantir a aplicação da imunidade 
para as instituições de assistência social. Isso porque, toda instituição criada com o fim 
de proporcionar educação e assistência social sem caráter comercial fará jus aos 
benefícios da imunidade do art. 150, VI, c, da CF/88, não havendo a obrigação de 
comprovação da gratuidade de eventuais serviços prestados pela instituições, uma vez 
que o que importa é que tais serviços não contemplem a distribuição dos lucros, mas, 
tão somente, a aplicação destes lucros em suas próprias atividades. 
A lei ordinária não poderia dispor sobre a imunidade, por força do art. 146, II da CF/88, 
que reserva à lei complementar a competência de regulação das limitações 
constitucionais ao poder de tributar. 
 
7. Explicar as diferenças entre as correntes dicotômica e tricotômica na 
aplicação das normas gerais de direito tributário. Precisar o sentido da 
expressão “normas gerais de direito tributário”, diferenciando lei 
complementar nacional e lei complementar federal. 
 
R. O art. 146 da Constituição Federal dispõe as matérias que serão objeto de lei 
complementar: (i) dispor sobre conflitos de competência entre os entes federados; (ii) 
regular as limitações ao poder de tributar e (iii) estabelecer normas gerais em matéria 
de legislação tributária. 
A diferença está justamente na última hipótese apresentada pelo referido dispositivo, 
uma vez que a corrente tricotômica acaba por deixar muito vago o sentido das “normas 
gerais em matéria tributária”, possibilitando que quaisquer questões possam ser 
tratadas por lei complementar. 
Já a corrente dicotômica defende que a lei complementar poderá dispor através de 
norma geral em matéria tributária acerca das questões “fato gerador, base de cálculo e 
contribuinte” tão somente para a regulamentação das limitações constitucionais 
impostas ao poder de tributar e regulamentação do conflito de competência, 
respeitando-se, assim, o princípio federativo. 
 
8. O art. 146, inciso III, da CF, autoriza a lei complementar a definir os fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos já discriminados 
na Constituição? Isso não violaria o princípio da autonomia das pessoas 
políticas? Considerar as recentes decisões proferidas pelos Ministros do STF 
no RE 566.622 e ADI´s 2028, 2036, 2228 e 2621. 
 MÓDULO CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
R. Entendo que a referida autorização não violaria o princípio da autonomia das pessoas 
políticas. Nesse sentido, poderá a lei complementar definir os fatos geradores, bases de 
cálculo e contribuintes dos impostos já discriminados na Constituição, ou até mesmo 
definir um tributo e suas espécies, desde que o faça para dispor sobre conflitos de 
competência, o que confere real sentido à expressão “normas de gerais de direito 
tributário”, respeitando, ainda, a autonomia dos Municípios e o princípio da Isonomia 
das pessoas políticas de direito constitucional interno.

Continue navegando